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VIGILÂNCIAS Como foi observado em aulas anteriores, a Vigilância contempla vários aspectos e campos de atuações, sendo organizada em dois Sistemas: o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (integrado por dois subsistemas). O primeiro é o subsistema nacional de vigilância epidemiológica, de doenças transmissíveis e não transmissíveis, bem como de seus agravos. Além disso, o outro subsistema corresponde ao subsistema nacional de vigilância em saúde ambiental, incluindo o ambiente de trabalho. Outro sistema é o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, coordenado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). VIGILÂNCIA SANITÁRIA A Vigilância Sanitária corresponde a um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, envolvendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam, direta ou indiretamente, com a saúde. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) está estruturado e organizado em três níveis: federal (por meio da ANVISA e do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz); estadual (através do Órgão de Vigilância Sanitária próprio do estado e do Laboratório Central, o Lacen); por fim, há o nível municipal (corresponde à execução de todas as ações da Vigilância Sanitária). Considerando os princípios de descentralização e municipalização, cabe aos municípios a execução de todas as Vigilâncias Sanitárias, respeitando-se as leis estaduais e federais. Ao Estado e à União, por outro lado, cabem atuar em caráter complementar quando houver risco epidemiológico, necessidade profissional, técnica e tecnológica (por exemplo, situações de ausência de aparato profissional e de equipamentos). Missão da Vigilância Sanitária: promover e proteger a saúde da população por meio de ações integradas e articuladas de coordenação, normatização, capacitação, educação, informação, apoio técnico, fiscalização, supervisão e avaliação em Vigilância Sanitária. Fiscalização da Vigilância Sanitária: é o poder de polícia executado e aplicado pela Vigilância Sanitária nas fiscalizações, aplicação de intimação e infração, interdição de estabelecimentos, apreensão de produtos e equipamentos, etc. A vigilância sanitária atua nos seguintes locais: nos locais de produção, transporte e comercialização de alimentos. Por exemplo: bares, restaurantes, marcados, frutarias, açougues, peixarias, frigoríficos, indústrias e rotulagem de alimentos, transportadoras, embaladoras, importadoras, exportadoras e armazenadoras de alimentos, etc. Também, a vigilância sanitária atua nos locais de produção, distribuição, comercialização de medicamentos, produtos de interesse para a saúde. Por exemplo: farmácias, drogarias, perfumarias, saneantes, produtos de higiene, produtos hospitalares (indústria, comércio e rotulagem), importadora, exportadora, distribuidora, transportadora, armazenadora de medicamentos, cosméticos e saneantes. Nos locais de serviços de saúde: como hospitais, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios, asilos, presídios, profissionais de saúde, etc. No meio ambiente: controla a qualidade da água, ar, solo, saneamento básico, calamidades públicas, transporte de produtos perigosos, monitoração de ambientes que causam danos à saúde, entre outros. Nos ambientes e processos do trabalho/saúde do trabalhador: identificação e intervenção dos locais de trabalho das pessoas como lojas, fábricas, transportes, escritórios, etc. Atua, também, na pós-comercialização: investiga situações que envolvem reações adversas a medicamentos, sangue e produtos para saúde, intoxicação por produtos químicos, etc. Nos projetos de arquitetura: analisa projetos de construção, reforma, adaptação ou ampliação no que se constitui como fator que interfere na saúde das pessoas, em residências, hospitais, clínicas, fábricas, escolas, etc. Por fim, também há vigilância sanitária em locais públicos, como: shoppings, cinemas, clubes, óticas, postos de gasolina, estádios, piscinas, escolas, cemitérios, salões de beleza, portos, aeroportos, áreas de fronteira, entre outros. São variados os fatores que podem interferir na saúde da população e, portanto, passíveis de observação da vigilância sanitária, que responde aos problemas por meio de fiscalização e orientação. Devido à importância e complexidade do seu campo de atuação, a Vigilância Sanitária necessita de equipes multiprofissionais e multidisciplinares, que sejam profissionais de diferentes áreas, mas que atuem de forma comunicativa e colaborativa. Ao mesmo tempo que se faz necessária, a equipe multiprofissional se constitui como um desafio para o cumprimento de todas as propostas da Vigilância Sanitária, dada a necessidade de comunicação constante. VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL - VSA A Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) consiste em um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. São os seguintes programas estratégicos que compõem a Vigilância em Saúde Ambiental: Vigiagua, Vigiar, Vigipeq, Vigidesastres, Vigifis. A seguir, estarão caracterizadas: Vigiagua: a Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano aborda ações adotadas, continuamente e permanentemente, pelas autoridades de saúde pública, para garantir à população o acesso à água em quantidade suficiente e qualidade compatível com o padrão de potabilidade. Vigiar: a Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição Atmosférica trabalha com a identificação e priorização dos municípios de risco de exposição humana a poluentes atmosféricos; definição de áreas de atenção ambiental atmosférica de interesse para a saúde, identificação dos efeitos agudos e crônicos da exposição a poluentes atmosféricos para a caracterização da situação de saúde. Analisa a qualidade do ar. Vigipeq: a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (trabalha com os contaminantes químicos que interferem na saúde humana e nas inter-relações entre o homem e meio ambiente). Vigidesastres: a Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres (seus objetos de atuação são os desastres naturais, como inundações, seca, estiagem, deslizamento, entre outros, além dos acidentes com produtos químicos e emergências radiológicas e nucleares). A atuação decorrente da organização da Vigidesastres deve ser baseada na gestão do risco, contemplando ações de redução do risco, manejo dos desastres e recuperação dos seus efeitos. Além disso, atua na articulação das agendas de mudanças climáticas e seus efeitos à saúde humana. Vigifis: Vigilância em Saúde Ambiental associada aos fatores físicos (tem como objetivo a proteção da saúde da população exposta às radiações ionizantes, RI, e não ionizantes, RNI). A Vigilância em Saúde Ambiental (VISAMB) divide suas atuações da seguinte forma, visando facilitar seu processo de trabalho. VIGIPEG (solo, ar, agentes químicos); VIGIAGUA (controle e qualidade de água) e, por fim, VIGIDESASTRES (desastres de origem natural, VIGIFIS, mudanças climáticas e VIGIAPP, que trabalha em acidentes com produtos químicos perigosos). VIGILÂNCIA DA SAÚDE DO TRABALHADOR - VISAT A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dosagravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma eliminá-los, amenizá-los ou controlá-los. CEREST- Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. Pode atuar na educação em saúde de funcionários. Vale lembrar que a Vigilância possui um setor de Controle de Vetores, tendo grande atuação dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs). O controle de vetores em saúde pública engloba uma série de metodologias para eliminar ou limitar insetos, além de outros artrópodes que transmitem patógenos causadores de doenças. O controle vetorial pode ser dividido em três: biológico (consiste no uso de parasitas, patógenos e predadores naturais para o controle das populações do vetor), mecânico/ambiental (utilizam-se métodos como a remoção de água estagnada, a destruição de pneus velhos e latas que servem como criadouros de mosquitos, além de poderem ser utilizados métodos que evitam o contato homem-vetor, como mosquiteiros, telas nas janelas das casas ou roupas de proteção) e químico (uso de inseticidas para controlar as diferentes fases dos insetos). PROMOÇÃO DA SAÚDE Segundo a Carta de Ottawa, de 1986, é o nome dado a um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Não é apenas dever da gestão em saúde, mas também dos indivíduos. Para atingir um completo estado de bem-estar físico, mental e social, os indivíduos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva dos setores da saúde, e vai além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. É um processo de reconhecer o que precisa ser feito, o que impede, quais os passos, etc. Fator antropológico: condição em que o indivíduo vê a saúde como não principal (pode ver o trabalho, a família, religião), devendo cuidar de seu foco para que, no máximo possível, lhe proporcione saúde, não apenas se utilizando dos métodos clássicos.
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