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Vigilância em Saúde AULA 1 – HISTÓRICO DO CONCEITO SAÚDE HISTÓRICO NO MUNDO • Antigos Hebreus: o Deus é o grande médico o Leprosário (isolamento social) • Gregos o Mitologia (deuses) o Hipócrates (pai da medicina); teoria dos humores • Gregos o Aristóteles (4 humores: Bile amarela, bile negra fleuma e sangue) o Galeno: doença: causa endógena, física e hábitos de vida • Oriente: pensamento hipocrático; desarmonia: doença, acupuntura e yoga • Idade média: cristianismo (doença = pecado); cuidado de doentes. • Idade média: paracelsus (melhores remédios são químicos, como mercúrio usado na sífilis) Século XIX • Pasteur: microorganismos causadores de doenças; microscópio; soros e vacinas • Surgimento da medicina tropical, endemias e epidemias • Jhon Snow: cólera, estudos epidemiológicos, indicadores. Após a 1° Guerra mundial: liga das nações sem consenso do que seria saúde Após a 2° GM: ONU OMS 1978 (alma ata): protocolos internacionais de saúde. • Cuidados essenciais • Cuidados primários Entre 1828 e 1840, o rio de janeiro foi assolado por varias epidemias de febre amarela, febre tifoide, varíola e sarampo, entre outras em 1850 houve a criação de um órgão (comissão central de saúde pública) para dirigir as ações de controle da saúde no período colonial, a tuberculose chamou a atenção das autoridades públicas, mas nenhuma ação concreta foi tomada para impedir sua disseminação as santas Casas de misericórdia foram os únicos refúgios que os tuberculosos pobres tiveram para hospitalização até o final do século XIX no começo do século XX foi iniciado o combate efetivo à febre amarela com Oswaldo cruz no rio de janeiro e Emílio Ribas, entre outros, em são Paulo. O governo federal conseguiu conter o avanço da febre amarela, da varíola, da febre tifoide e da “peste do oriente”, entre outras. Carlos chagas, sucedeu a Oswaldo cruz e, em 1920 criou um órgão especifico para luta contra tuberculose, lepra e as doenças venéreas. Nos anos 50, implantação doo IEC no controle das arboviroses. Governo Getúlio Vargas (1951-1954): criação do ministério da saúde Em 1970, o governo criou a SUCAM (superintendência de campanhas de saúde pública) com a atribuição de executar as atividades de erradicação e controle de endemias Em 1988, foi promulgada a nova constituição do Brasil, em 1990, o governo editou as leis 8.080 • Art 196. A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. LEI N° 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 • Art. 3° a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física¸ o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. • Art. 2° a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício • Art. 5° são objetivos do sistema único de saúde: I. A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde II. A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância dos dispostos no §1°do art. 2° desta lei. III. A assistências Às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. PACTO PELA VIDA As prioridades atuais do PACTO PELA VIDA são: I. Atenção à saúde do idoso II. Controle do câncer de colo uterino e de mama III. Redução da mortalidade infantil e materna IV. Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, aids. V. Promoção da saúde VI. Fortalecimento da atenção básica VII. Saúde do trabalhador VIII. Saúde mental IX. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência X. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência XI. Saúde do homem PACTO EM DEFESA DO SUS O pacto em defesa do SUS pressupõe: • Discutir nos conselhos municipais e estaduais as ações e estratégias para concretização desta proposta • Priorizar espaços com a sociedade civil para realizar as ações previstas • Lutar por adequado financiamento. PACTO DA GESTÃO DO SUS O pacto de gestão pressupõe: • Assumir de maneira efetiva as responsabilidades sanitárias inerentes de cada esfera de gestão • Reforçar a territorialização da saúde como base para a organização dos sistemas, estruturando-se as regiões sanitárias • Instituir colegiados de gestão regional • Buscar critérios de alocação equitativa dos recursos financeiros • Reforçar os mecanismos de transferências fundo-a fundo entre gestores. INTEGRAÇÃO AB X VS 2017 – Integração do processo de trabalho da atenção básica e vigilância em saúde, ações de vigilância inseridas nas atribuições de todos os profissionais da AB, definidas atribuições comuns dos ACS e ACE (PNAB – portaria GM/MS 2.436, de 21 de setembro) A integração entre vigilância em saúde e atenção básica é condição essencial para o alcance de resultados que atendem as necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção à saúde visa estabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade O QUE SERIA VIGILÂNCIA EM SAÚDE? VGILÂNCIA EM SAÚDE Tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. RESOLUÇÃO N° 588, DE 12 DE JULHO DE 2018 Resolve • Art. 1° fica instituída a política nacional de vigilância em saúde (PNVS), aprovada por meio desta resolução. • Art. 2° a política nacional de vigilância em saúde é uma política publica de estado e função essencial do SUS, tendo caráter universal, transversal e orientador do modelo de atenção nos territórios, sendo a sua gestão responsabilidade exclusiva do poder público. Atuação da vigilância em saúde: • Epidemiológica • Ambiental • Saúde do trabalhador • Imunização • Sanitária • Infraestrutura Responsável pela informação para ação e intervenção que reduzam riscos e promovam a saúde nos territórios, articulando-se às redes de atenção à saúde Função essencial do SUS Sua ação considera os complexos fenômenos econômicos, ambientais, sociais e biológicos que determinam o nível e a qualidade da saúde das brasileiras e dos brasileiros, em todas as idades, visando controlar e reduzir riscos. • Vigilância epidemiológica • Vigilância sanitária • Vigilância em saúde do trabalhador • Vigilância em saúde ambiental Na constituição federal de 1988: Art. 200. Ao sistema único de saúde compete[...] II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador. Na lei 8.080/90 Art. 6° esta incluídas ainda no campo de atuação do sistema unico de saúde – SUS: I – Execução de ações: a) De vigilância sanitária b) De vigilância epidemiológica c) De saúde do trabalhador d) De assistência integral, inclusive farmacêutica. VIGILÂNCIA SANITÁRIAConjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, e de intervir nos problemas sanitários de correntes do ambiente, da produção e circulação de bens, e da prestação de serviços do interesse da saúde VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Conjunto de ações que proporcionam: conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR Conjunto de ações que visam: promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de riscos, e vulnerabilidades na população trabalhadora por meio da integração de ações que intervenham nas doenças e agravos e seus determinantes, decorrentes dos modelos de desenvolvimento, de processos produtivos e de trabalho. VIGILÂNCIA AMBIENTAL Conjunto de ações e serviços que propiciam: O conhecimento e da detecção e mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção à saúde, prevenção e monitoramento dos fatores de riscos relacionados às doenças ou agravos à saúde. NÍVEIS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS Processo saúde doença PREVENÇÃO PRIMÁRIA Promoção da saúde • Moradia adequada • Escolas • Área de lazer • Alimentação adequada • Educação em todos os níveis • Educação em saúde • Atividade física regular • Saneamento básico. Proteção especifica • Imunização • Saúde o trabalhador • Higiene pessoal e do lar • Proteção contra acidentes • Aconselhamento genético • Controle de vetores e de reservatórios • Uso de preservativos e seringas descartáveis PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Diagnóstico precoce • Descoberta de casos na comunidade • Exame periódicos • Isolamento para evitar propagação de doenças • Tratamento para evitar progressão da doença Limitação da incapacidade • Evitar futuras complicações • Evitar sequelas • Reduzir risco de transmissão da doença PREVENÇÃO TERCEÁRIA • Reabilitação • fisioterapia • Terapia ocupacional • Emprego para o reabilitado • Redução da dependência familiar e social • Melhoria da qualidade de vida MEDIDAS DE CONTROLE DE DOENÇA MEDIDAS EM SAÚDE • Índice: refere-se a todos os descritores da vida e da saúde (nascimento, doenças, óbitos) • Indicadores: é o índice crítico capaz de orientar a tomada de decisão • Coeficiente: descreve fenômenos observados (número de habitantes) • Taxas: medidas auxiliares nos cálculos de estimativas e projeção (coeficiente de natalidade) MEDIDAS DE CONTROLE DE DOENÇAS Primeiramente, o controle da doença nas pessoas, através de serviços de saúde. No segundo caso, o controle da doença na população, através de ações estratégicas de saúde. Controle: é um conjunto de ações, programas ou operações contínuas voltadas à redução da incidência e/ou prevalência de um dano à saúde tais que deixem de constituir um problema de saúde pública. CENÁRIO EPIDÊMICO CONTROLE CENÁRIO NÃO-EPIDEMICO • Curto prazo • Longo prazo MEDIDAS DE ALCANCE POPULACIONAL Controle da doença: refere-se à redução da incidência da doença em níveis nos quais ela deixe de ser um problema de saúde pública. Ex: tuberculose Eliminação da doença: medidas voltadas a casos inexistentes de doenças, embora persistam as causas que pode potencialmente produzi-la. Ex: dengue, febre amarela, sarampo. Erradicação da doença: medidas voltadas a eliminação dos casos, as causas da doença, em especial, o agente. Ex: poliomielite, varíola. AÇÕES ESTRATÉGICAS CAMPANHAS • Controle de vetores • Controle sanitário • Desinfecção recorrente • Promoção e uso de preservativos • Quimioprofilaxia • Tratamento farmacológico massivo • Tratamento de casos • Vacinação o Prevenção o Surto EXERCÍCIO 1. Explique brevemente o conceito de controle de doença na população. 2. Indique três medidas de controle aplicadas a nível comunitário com base na sua experiência e destaque os objetivos de cada uma. 3. Explique a diferença entre eliminação e erradicação de uma doença, em sentido clássico. Dê algum exemplo de uma doença que tenha sido eliminada em sua área de trabalho. 4. A aceitação das medidas de controle por parte da comunidade tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do programa e a obtenção de resultados favoráveis. Com base na sua experiência pessoal, dê algum exemplo no qual isso tenha ocorrido ou não. 5. Dê exemplos de ações voltadas a prevenção primária, que: a. Sejam para a promoção a saúde b. Proteção específica contra patógenos Vigilância em Saúde AULA 2 – ESTRUTURA EPIDEMIOLOGICA E CAUSALIDADE Epidemiologia • O principal objetivo da epidemiologia é prevenir doenças e promover saúde • Para que isso seja possível, é necessário conhecer as causas das doenças e agravos à saúde e as maneiras pelas quais podem ser modificados. VARIAVEIS EPIDEMIOLÓGICAS Indicadores de saúde • Mortalidade/sobrevivência • Morbidade/gravidade/incapacidade funcional • Indicadores nutricionais • Indicadores demográficos • Indicadores sociais • Indicadores ambientais • Serviços de saúde • Indicadores positivos de saúde Indicadores demográficos • Esperança de vida • Níveis de fecundidade • Níveis de natalidade • Sexo • Idade Indicadores sociais • Renda per capita • Distribuição de renda • Taxa de analfabetismo • Crianças em idade escolar fora da escola • IDH Indicadores ambientais • Abastecimento de água e esgoto • Coleta de lixo • Condições de moradia ESTRUTURA EPIDEMIOLOGICA Produção de conhecimento: causa, situação doença (onde, quando, como), impacto econômico Intervenções: controle e prevenção, avaliação. CAUSA DA DOENÇA Evento, condição, característica ou uma combinação de fatores que desempenham papel importante no desenvolvimento de um desfecho em saúde. • Fatores genéticos • Fatores ambientais • Múltiplos fatores Cadeia de causas: na qual um fator leva a outro ate que eventualmente, o agente patogênico especifico torna-se presente no organismo, causando danos. Isto pode, também ser chamado de hierarquia de causas. FATORES NA CAUSALIDADE Fatores predisponentes: idade, sexo, herança genética Fatores capacitantes ou incapacitantes: pobreza, dieta insuficiente, condições de moradia inadequadas, atendimento médico precário. Fatores precipitantes: exposição a um agente especifico ou agente nocivo Fatores reforçadores: exposição repetida, condições ambientais e de trabalho inadequadas. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA: ORGANIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO E IMPORTÂNCIA Histórico: • Lições da varíola o Matou quase 500 milhões de pessoas somente no século XX o Uma das enfermidades mais devastadoras da história da humanidade o Considerada erradicada pela organização mundial de saúde (OMS) em 1980 o Erradicação: somente seres humanos hospedeiros, só há um sorotipo, vacina eficaz e por ter sido adotada uma estratégia para erradicação CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DA VARÍOLA DÉCADA DE 60/70 • Busca ativa de casos de varíola • Detecção precoce de surtos • Bloqueio imediato de transmissão da doença • Fundamental para erradicação da varíola em escala mundial • Base para organização de sistemas de vigilância epidemiológica CONCEITO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Processo de adoecimento • Vigilância epidemiológicao Doenças transmissíveis LEI 6.259/75 Art. 2° a ação de vigilância epidemiologia compreende as informações, investigações e levantamento necessário à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e situações de agravos à saúde. Vigilância epidemiológica no Brasil A lei n° 6.259, de 1975, que criou o SNVE, definiu epidemiologia como o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, em todo momento, o comportamento ou história natural da doença, detectar ou prever mudança que possa ocorrer por alterações dos fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunidade, sobre bases firmes, as medidas indicadas eficientes, que levam à prevenção e ao controle de doença. 1990: sistema de informação de agravos de notificação – SINAN LEI 8.080/90. Art. 6° §2°entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. DECRETO. 78.231/7 Art. 5°- As ações de vigilância epidemiológica serão da responsabilidade imediata de uma rede especial de serviços de saúde, de complexidade crescente, cujas unidades disporão do meio para: I. Coleta das informações básicas necessárias ao controle de doenças II. Diagnóstico das doenças que estejam sob notificação compulsória III. Averiguação da disseminação de doença e determinação da população de risco IV. Proposição e execução das medidas de controle pertinentes V. Adoção de mecanismos de comunicação e coordenação do sistema. Vigilância epidemiológica: IMPORTÂNCIA • Monitorar tendencias • Monitorar o progresso em direção ao controle dos objetivos • Estimar o tamanho do problema de saúde (magnitude) • Detectar surtos, epidemias de doenças • Avaliar intervenções e programas de controle e preventivos • identi Organização da VE: as leis orgânicas da saúde (8.080/90 e 8.142/90) trataram a descentralização como uma prioridade para consolidação do SUS. Para que os estados e municípios se tornaram autônomos por meio de descentralização da gestão das ações e decisões de saúde • nacional: ministério da saúde, conselho nacional de saúde. • Central estadual: secretaria estadual de saúde, conselho estadual de saúde • Municipal: secretaria municipal de saúde, conselho municipal de saúde • Local: centro de saúde unidade mista, posto de saúde, hospital, ambulatório, consultório médico, laboratório, escola, extensão rural. Funções da vigilância epidemiológica: reunir a informação necessária, e atualizada (busca e coleta de dados) processar, analisar e interpretar dados (processamento de dados e análise de informações). Recomendar a realização de ações, medidas de controle que possam ser imediatas, a média e a longo prazo (divulgação de informação e indicação de medidas adequadas de controle). Avaliação; Principais fontes de dados • Notificação compulsória de dados [de acordo com a lista de doenças de notificação compulsória] • Prontuários médicos • Atestados de óbito e registro de anatomia patológica • Resultados de laboratório • Registro de banco de sangue • Investigação de casos, surtos/epidemias [investigação epidemiológica] • Inquérito comunitário • Distribuição de vetores e reservatórios • Uso de produtos biológicos • Noticias veiculadas na imprensa (jornais e outros meios de comunicação) Notificação • Notificação é a comunicação, pelos meios adequados e disponíveis, de doenças ou agravos às autoridades sanitárias. • Notificação compulsória, que é caracterizada por uma lista nacional de doenças e agravos que devem ser notificados obrigatoriamente • Todos os profissionais de saúde e os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino tem obrigação legal de notificar as doenças e agravos de notificação compulsória • Conter dados fidedignos (formulários apropriados) • Realizar em intervalos regulares (notificação dentro do prazo) Fontes de notificação Serviços públicos de saúde (SUS), que também é responsável pela V.E e pelos programas de saúde (PNI, PSF, ACS, etc...) Unidades “sentinelas”> essas podem ser: médicos, hospitais, clínicas ou mesmo indivíduos que, por apresentarem a maior probabilidade de contato com a maioria dos casos, com designados pelo sistema para servir como pronto alarme para detecção de casos e surtos. Critérios para que uma doença ou agravo seja incluído na lista de notificação compulsória: • Magnitude: aplica-se para os casos de doenças que aparecem com alta frequência. Ex: dengue • Potencial de disseminação: característica de algumas doenças transmitidas por vetores com elevado poder de transmissão. Ex: dengue, Zika. • Transcendência: relevância conferida pela severidade (medida por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas), relevância social (avaliação subjetiva pelo valor dado pela população) Ex: raiva • Compromissos internacionais: há agravos ou doenças que podem ser incluídos na lista de notificação compulsória por causa de metas estabelecidas pelo governo com organismos internacionais. Armazenamento das informações: • Utilização dos dados para: o Qualidade (aferição do evento) o Representividade (subnotificação) o Série histórica (todos os eventos disponíveis) Dados utilizados pela VE Dados demográficos (população total e população compreendida pelo programa) • Grupo de idade • Zona geográfica Dados morbidade • Unidade notificadora • Dados de identificação (nome, idade, sexo, residência, profissão) • Datas do inicio da doença, notificação e da investigação • Antecedentes e data de vacinação • Lista de comunicantes (contatos) Dados de mortalidade • Fontes de informação • Unidade notificadora • Dados de identificação • Local da residência e do óbito • Antecedentes de vacinação • Lista de comunicantes (contatos) Dados do programa de controle de doenças • Numero de doses de vacinas • Cobertura vacinal • Percentual de unidades com notificação regular • Retroalimentação • Apoio laboratorial TIPOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA • Passiva • Ativa • Especializada • Sindrômica Vigilância epidemiológica passiva • Histórias clínicas de hospitais, ambulatórios, policlínicas e consultórios • Informes de consultas externas e serviços de urgência • Informes de consultas em hospitais privados • Registro de notificação de doenças transmissíveis de notificação obrigatória • Certificados de óbitos • Anuários de estatísticas vitais • Anuários demográficos • Protocolos de necropsia e de medicina legal Vigilância epidemiologia ativo • Os sistemas ativos de V.E requerem contato, a intervalos regulares, entre os departamentos de saúde e as fontes de informação, geralmente constituídas por clínicas publicas e privadas, laboratórios e hospitais, ou ainda por meio de visitas domiciliares e comunitárias • os sistemas ativos de coleta de informação permitem um melhor conhecimento do comportamento dos agravos à saúde na comunidade, tanto em seus aspectos quantitativos como qualitativos. Vigilância especializado • Refere-se a vigilância de doenças e outros problemas de saúde em forma particular, devido à compromissos internacionais ou prioridades nacionais, como programa de erradicação, eliminação e controle • Este tipo de V.E geralmente utiliza articuladamente a V.E ativa e passiva Vigilância epidemiológica sindrômica • utiliza dados que não são diagnósticosda doença mais podem indicar estagio precoce de um surto • a vigilância sindrômica para a detecção precoce de um surto é uma abordagem investigativa onde o pessoal dos serviços de saúde, apoiados por dados adquiridos e automatizados e que geram sinais estatísticos, monitoram continuamente (em tempo real) ou pelo menos diariamente (próximo do tempo real) para detectar surtos de doenças cedo [precoce] e o mais completo do que tem sido possível através dos métodos tradicionais da saúde pública. Investigação epidemiológica • doença de notificação compulsória • numero de casos maior que a frequência habitual • fonte comum de infecção • evolução severa • doença conhecida na região • informações inadequadas ou insuficientes as investigações obtidas, analisando os dados colhidos em investigação, necessárias para o controle de surtos são: 1. distribuição dos casos por faixa etária 2. distribuição espacial dos casos [residência, baixo, município]; 3. grupo populacionais de maior risco 4. medidas de controle na área 5. distribuição dos casos no tempo 6. situação das medidas tomadas sobre o caso [Ex: situação vacinal dos casos] avaliação a avaliação deve estar presente em todos os níveis dos sistemas e levar em consideração: 1. a importância em saúde publica de determinado evento 2. a utilidade e custos do sistema de V.E 3. a qualidade do sistema de V.E medida através da sensibilidade, representatividade, oportunidade, simplicidade, flexibilidade e aceitabilidade. Questões que servem para avaliar a utilidade do sistema de V.E: 1. detecta tendencias ou situações de risco? 2. Detecta surtos/epidemias: 3. Fornece estimativas quantitativas da morbidade e mortalidade? 4. Identificar os fatores de risco envolvidos na ocorrência da doença? 5. Permite a avaliação dos efeitos das medidas de controle? 6. Estimula a investigação epidemiológica para auxiliar no controle da prevenção? Estratégias: controle de vetores • Programa nacional de apoio ao combate às doenças transmitidas pelo Aedes (pronaedes) • Foi instituído em 2016, pela lei 13.301, em substituição ao programa nacional de controle de dengue (PNCD) • Entretanto, com a emergência de chicungunha e Zika no brasil, foi necessário criar um programa que previsse, de forma geral, o controle das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. Qual os critérios da investigação epidemiológica 2. Qual o papel dos profissionais da saúde em relação a notificação compulsória? 3. Qual a diferença entre vigilância epidemiológica ativa e passiva? 4. Ressalte o papel da enfermagem sobre os dados relacionados a morbidade, investigados na vigilância epidemiológica 5. Qual a relação entre as unidades sentinelas e o SINAN? 6. Discorra sobre a necessidade de criação do SNVE Vigilância em Saúde AULA 3 – VIGILÂNCIA SANITÁRIA: EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL “entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitário decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I. O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo. II. O controle da prestação de serviços que relacionam direta ou indiretamente com a saúde” O HISTÓRICO DA VIGILANCIA SANITÁRIA NO BRASIL • Chegada da família real ao brasil: Sec. XVIII (1808) • Brasil império: medidas de intervenções sanitárias e contenção de epidemias. • 1897: criada a diretoria geral da saúde pública – decreto n° 2.449 • 1920: criado o departamento nacional de saúde pública – decreto-lei 3.987 • 1923: regulamento sanitário federal – decreto n° 16.300 • 1930: criação do ministério da educação e saúde pública. • 1942: criado o serviço especial de saúde pública (SESP) – decreto n° 4.275 • 1953: criação do ministério da saúde – lei n° 1.920 • 1961: código nacional de saúde – separou a vigilância sanitária e vigilância epidemiológica – decreto n° 49.974 A comissão parlamentar de inquérito (CPI) do consumidor, instalada em 1975, que teve como principal objetivo investigar as práticas comerciais abusivas por parte das indústrias farmacêuticas e suas políticas de introdução de novos produtos no mercado. A repercussão dos trabalhos dessa CPI foi considerável e, provavelmente, como uma tentativa de minimizar sua consequência, o governo propôs uma nova legislação, apresentando ao congresso nacional um anteprojeto da lei que veio a constituir a lei n° 6.360. promulgada em setembro de 1976, a chamada lei de vigilância sanitária. 1976: lei da vigilância sanitária – lei 6.630 dispôs sobre a vigilância sanitária de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes, entre outros produtos. Ate meados da década de 1970, a área de vigilância sanitária apresentava escassa visibilidade no setor saúde, com suas atividades desenvolvidas pelo serviço nacional de fiscalização da medicina e farmácia, criado em 1957, a partir da ampliação do serviço nacional de fiscalização da medicina, que havia sido criado em 1941 As atividades voltavam-se sobretudo para regulamentação e registro de medicamentos, assim como para o controle de importação e circulação de produtos farmacêuticos e correlatos. Ao longo de sua existência, o órgão federal também incorporou o laboratório central de controle de drogas, medicamentos e alimentos (LCCDMA) e passou a efetuar registros e controle sanitário de alimentos, exceto daqueles de origem animal, que até hoje mantêm sobre a agricultura. No mesmo período outras legislações foram importantes: • A lei n° 5.991/73 voltada à comercialização dos produtos da área farmacêutica e similares. • O decreto-lei n° 986/69, que estabelece as normas básicas de alimentos • 6.437/76, que dispõe sobre as infrações sanitárias, as penalidades e os ritos do processo administrativo-sanitário. A reorganização administrativa do ministério da saúde, ocorrida no final de 1976, abrangeu a criação de um novo espaço institucional para a vigilância sanitária e formalizou um novo status para a área que assumiu a categoria de secretaria ministerial. A SNVS foi organizada em divisões de: alimentos; medicamentos; cosméticos; saneantes; portos; aeroportos e fronteiras e administrativa, atendendo a diversas áreas de atuação. A constituição desse órgãos central e específicos estava alinhada com a tendencia mundial e em consonância com as necessidades de modernização do aparelho de estado 1977 – lei 6.437 – dispôs sobre infrações à legislação sanitária federal 1980 (meados): consolidação do movimento da reforma sanitária 1985: encontro de vigilância sanitária de Goiânia. Resultou no documento denominado “carta de Goiânia”. Este documento expunha um conjunto de problemas específicos da área e reivindicava a definição de uma política nacional de vigilância sanitária como parte da política nacional de saúde 8° conferencia nacional de saúde (CNS) – a ser realizada no período de 17 a 21 de março de 1986, elaborou o documento básico sobre uma política democrática e nacional de vigilância sanitária, no qual o objeto essencial da área foi definido como a proteção da saúde da população. Movimento da reforma sanitária, debatidas na 8° CNS- cujo tema principal era “democracia é saúde” 18 – encaminhadas à formulação do sistema único de saúde (SUS). Grande parte das proposições a 8° CNS foi incorporada à constituição de 1988 que proclamou a saúde como um direito social de todos e um dever do estado,criou o sistema único de saúde (SUS) e conferiu destaque as ações de vigilância sanitária que integram, em grande parte, o atual conceito jurídico de saúde. 1988: constituição estabelecendo o sistema único de saúde (SUS) 1990 – Lei 8.080 sistema único de saúde • Art. 2° a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover as condições indispensáveis ao sei pleno exercício. • § 1° o dever do estado de garantir a saúde consiste da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário as ações e os serviços para sua promoção, proteção e recuperação. • Art. 4° 0 conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público, constitui sistema único de saúde Acontecimentos anteriores a criação da ANVISA • Acidente com Césio – 137 em Goiânia – 1987 • Óbitos de idosos na Clínica Santa Genoveva no Rio de Janeiro – 1996 • Contaminação em clínicas de hemodiálise (71 mortes), em Caruaru (PE) – 1996 • Acidentes tromboembólicos pela contaminação de soro do laboratório Endomed (1997) • Caso da “pílula de farinha”, com o anticoncepcional Microvlar®, da Schering (1998) 1999 – Criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- Lei 9.782/99. 2000 – Instituída a sigla ANVISA pela MP 2.134-29. O modelo de agencia, como autarquia especial, foi aplicado em vários setores, inclusive na área da saúde, organizando-se inicialmente a agencia nacional de vigilância sanitária (Anvisa) e logo depois a agencia nacional de saúde (ANS) Sistema nacional de vigilância sanitária: o sistema engloba unidades nos três níveis de governo – federal, estadual e municipal -, cm responsabilidades compartilhadas. No nível federal, estão a agencia nacional de vigilância sanitária (Anvisa) e o instituto nacional de controle de qualidade em saúde (INCQS/Fiocruz) Portaria 687 de 30 de março de 2006 aprova a PNPS • Politica nacional da promoção à saúde tem como objetivo: promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais. A criação da Anvisa dinamizou a área de vigilância sanitária, dado que o modo de agencia implica no estabelecimento de um contrato de gestão com metas especificas Esses arranjos se articulam com o processo de implementação do SUS que tem a descentralização entre suas diretrizes As necessidades atuais no âmbito da regulação e vigilância sanitária denotam ainda maiores exigências técnico-cientificas e politicas no contexto globalização econômica Criação de especialização em vigilância sanitária pela universidade de Brasília, a faculdade de saúde publica da universidade de são Paulo e a escola nacional de saúde pública/Fiocruz Curso de mestrado profissional e mestrado e doutorado acadêmico no instituto nacional de controle da qualidade em saúde (INCQS-Fiocruz) Demandas atuais A demanda por especialização de recursos humanos se defrontava com a incipiente expertise acadêmica na área e ate mesmo com a falta de sistematização das práticas realizadas nos âmbitos da vigilância e regulação sanitária. A criação de centros colaboradores constitui um elemento dinamizador do desenvolvimento da área, beneficiando o âmbito acadêmico e os serviços Política nacional de vigilância em saúde • Aprovada pela resolução n° 588/20018 do conselho nacional de saúde (CNS) • a PNVS é um documento norteador do planejamento das ações de vigilância em saúde nas três esferas de gestão do SUS, caracterizado pela definição das responsabilidades, princípios, diretrizes e estratégias dessa vigilância • Art. 2° a política nacional de vigilância em saúde é uma política pública de estado e função essencial do SUS, tendo caráter universal, transversal e orientado do modelo de gestão de responsabilidade exclusiva do poder público. Política nacional de vigilância em saúde • Art. 2º - Parágrafo 1. Entende-se por vigilância em saúde o processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, analise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a proteção e promoção da saúde da população prevenção e controle de riscos, agravos e doenças. Vigilância em Saúde AULA 4 – VIGILÂNCIA SANITÁRIA: FUNÇÕES E OBJETIVOS O que é vigilância sanitária? É uma área da saúde pública, uma prática de saúde coletiva. Como atividade de saúde, a VISA integra o sistema único de saúde (SUS) e como tem poder de polícia só pode ser exercida pelo estado. Missão e objetivo A missão da VISA, portanto, é promover e proteger a saúde da população, garantindo os direitos constitucionais do cidadão e defendendo a vida. Seu objetivo é proteger e promover a saúde, evitando incapacidades e doenças. Instrumentos usados pela VISA para realizar seu papel O principal instrumento de ação da VISA é a norma sanitária, ou seja, a legislação que especifica o que está certo e errado, o que pode e o que não pode ser feito pelo setor regulado. Nesse sentido, a VISA desenvolve uma função normativa e regulatória, e uma função educativa. Função: Em sua função normativa e regulatória, a VISA: • Cria normas e padrões sanitários para: o a produção, fabricação, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos o o funcionamento de serviços • fiscaliza o cumprimento dessas normas e pune os infratores quando necessário em sua função educativa, a VISA • informa e orienta: o setor regulador, para que eles cumpram os padrões sanitários estabelecidos, e os cidadãos, para que eles possam exigir o seu direito de consumir produtos e serviços seguros e de qualidade e para que tenham mais informações em suas possíveis escolhas. COMPETÊNCIAS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA a vigilância sanitária desempenha um papel fundamental no monitoramento de bens de consumo e serviços que influenciam na saúde sua atuação é direcionada para a regulação de produtos e serviços de interesse da saúde, com ênfase na fiscalização de boas práticas destes estabelecimentos. O objetivo é reduzir riscos associados a falhas ou problemas de fabricação de produtos, assim como de prestação de serviço O poder de polícia da vigilância sanitária é exercido para o cumprimento de leis e normas. Lei 6.437/1977 é a lei que configura infrações à legislação sanitária federal e estabelece as respectivas sanções ao seu descumprimento Vale destacar que estados e municípios também podem ter leis sobre infrações sanitárias e podem editar normas técnicas que oriente os estabelecimentos sobre como eles devem funcionar, desde que não contrarie uma norma federal. No nível federal, as normas técnicas são emitidas pela ANVISA e se chamam resoluções de diretoria colegiada (RDC) O componente estadual do sistema nacional de vigilância sanitária, é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das secretarias estaduais de saúde, autarquias estudais e laboratórios centrais e estaduais (LACEN) O componente municipal do sistema nacional de vigilância sanitária, é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das secretarias municipais de saúde. O componente laboratorial do SNVS é constituído pelos LACENs dosestados e o INCQS. Eles complementam as ações da vigilância sanitária na produção de análises laboratoriais para controle de qualidade e verificação da conformidade dos produtos. Risco sanitário São os perigos que podem ameaçar nossa saúde no dia-a-dia, quando consumimos um produto ou quando utilizamos um determinado serviço. Os riscos à saúde são classificados em cinco tipos – ambientais, ocupacionais, iatrogênicos, institucionais e sociais. Essa classificação, no entanto, não é rígida. Muitas um risco ambiental, como a falta de saneamento básico (água e esgoto) está relacionado à questões sociais. Prevenção de riscos • avaliação do risco: possui natureza cientifica; busca definir os efeitos de uma exposição; afere o risco associado • gerenciamento do risco: possui natureza administrativa; normatiza procedimentos com o risco avaliado e ação regulatória; pondera as preocupações sociais, econômicas e politicas • comunicação do risco: a comunicação do risco aumenta a capacidade de os cidadãos escolherem, dentre as opções existentes, aquela que oferece menos riscos; exigem seus direitos; e atuarem como parceiros do poder público no âmbito da VISA • riscos ambientais: se refere à ações do homem no meio-ambiente que pode desencadear muitos fatores de risco à saúde e inclui componentes como a água, tanto de consumo quanto a proteção de mananciais; o esgoto; o lixo, incluindo o hospitalar; a poluição do ar; da água e do solo. • Risco ocupacionais: são relacionados ao ambiente de trabalho, como o processo, o local de produção, as substanciais manuseadas e a intensidade no ritmo de trabalho. • Riscos sociais: estão relacionados ao transporte, alimentos e substancias terapeuticas. Podem estar relacionados também a violência e a grupos vulneráveis. • Riscos iatrogênicos: são os riscos decorrentes de tratamentos médico ou do uso de medicamentos, como efeito colaterais, infecções hospitalares, contato com substancias, etc. pode ser definido como um efeito adverso, doença ou complicação causada por procedimento médico ou uso de remédios. • Risco institucionais: são decorrentes de serviços de instituições diversas como creches, escolas, clubes, asilos, hotéis, shoppings, academias e outros. Atuação: a lei n°8.080 de 190 atribuiu a vigilância sanitária um conjunto amplo de ações, direcionadas a prevenção, diminuição e eliminação de riscos à saúde, além dos problemas sanitários que decorrem da produção e circulação de produtos e serviços de interesse da saúde As ações de vigilância sanitária podem ser organizadas de acordo com a lei 8.080/90: • Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes e outros de interesse da saúde • Serviços: de saúde, e de interesse à saúde • Ambientes: incluído o do trabalho Produtos: alimentos, bebidas e água minerais O controle sanitário da produção de alimentos de origem animal e de bebidas de origem vegetal é competência do ministério da agricultura. Contudo, o comercio destes produtos é responsabilidade da vigilância sanitária O controle sanitário de alimentos é realizado através de ações em todas as etapas de sua produção, como: • Inspeção de industrias ou unidades de produção, manipulação e comercialização de alimentos. Atuação: • Concessão de licenças de funcionamento • Registro de produtos ou dispensa de registro • Monitoramento da qualidade do produto com o objetivo de verificar a conformidade e orientações aos produtores e manipuladores de alimento, Atuação • Produtos: medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos Fazem parte deste grupo medicamentos, os insumos farmacêuticos, os soros e as vacina. São considerados correlatos os equipamentos e artigos médicos, odontológicos e hospitalares e os kits de diagnostico destinados à atenção à saúde. Também são alvo de atuação os produtos de higiene, produtos de limpeza, os cosméticos e perfumes. Há alguns produtos quem antes de poderem ser comercializados, precisam de aprovação da ANVISA. Essa aprovação se dá por meio do registro destes produtos junto à agencia. Fabricar ou comercializar produtos sem registro é crime. Atuação Produtos: serviços Nos serviços, a VISA tem por função verificar as condições de funcionamento e identificar os possíveis riscos e danos à saúde dos pacientes, dos trabalhadores e ao meio ambiente dos serviços de saúde e de interesse da saúde Objetiva também a verificação da adesão às normas e aos regulamentos técnicos vigentes de tais serviços. Atuação: Do meio ambiente, incluindo o do trabalho. Também é preocupação da vigilância sanitária a poluição do ar, da água e do solo, assim como os desastres provocados por produtos perigosos. Portanto, o objetivo é desenvolver um conjunto de medidas capazes de proteger o meio ambiente bem como evitar ações predatórias. Atribuições: • O controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados • As ações afeitas à área de relações internacionais • A promoção de estudos e manifestações sobre a concessão de patentes • De produtos e processos farmacêuticos previamente à anuência pelo instituto nacional de propriedade industrial (INPI) ORGANIZAÇÃO DA VISA Estrutura da VISA no Brasil • No nível federal, estão a agencia nacional de vigilância sanitária (ANVISA) e o instituto nacional de controle de qualidade em saúde da fundação Oswaldo cruz (INCQS/Fiocruz) • No nível estadual, estão o órgão de VISA e o laboratório central (Lacen) de cada uma das 27 unidades de federação (26 estados e o distrito federal) • No nível municipal, estão os serviços de vigilância sanitária de cada um dos 5561 municípios brasileiros ou, pelo menos, daqueles que já organizaram seus serviços de vigilância sanitária. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DA UNIÃO • Responder, solidariamente com os municípios, o distrito federal e os estados, pela integralidade da atenção à saúde da população • Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação • Participar do financiamento tripartite do sistema único de saúde • Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e controle da vigilância em saúde que exigem ação articulada e simultânea entre os estados, distritos federal e municípios. • Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme definido nas diferentes instancias de pactuação • Elaborar, pactuar e implementar a politica de promoção da saúde PORTARIA N° 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006 DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DOS ESTADOS • Responder, solidariamente com municípios, distrito federal e união pela integridade da atenção à saúde da população • Participar do financiamento tripartite do sistema único de saúde • Formular e implementar políticas para área prioritárias, conforme definido nas diferentes instancias de pactuação • Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação • Coordenar e executar e as ações de vigilância em saúde compreendendo as ações de media e alta complexidade desta área, de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas. • Elaborar, pactuar e implantar a politica de promoção da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional O PDR deverá expressar o desenho final do processo de identificação e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e no distrito federal, objetivando a garantia do acesso, a promoção da equidade, a garantia da integralidadeda atenção, a qualificação do processo de descentralização e a racionalização de gastos e otimização de recursos. O PDI deve expressar os recursos de investimentos para entender as necessidades pactuadas no processo de planejamento regional e estadual. No âmbito regional deve refletir as necessidades para se alcançar a suficiência na atenção básica regional e na macrorregião no que se refere à alta complexidade. REGIONALIZAÇÃO • O planejamento regional deve considerar os parâmetros de incorporação tecnológica que compatibilizem economia de escala com equidade no acesso; • Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da média, as regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, com agregação de mais de uma região em uma macrorregião. As regiões podem ter os seguintes formatos: • Regiões intraestaduais, compostas por mais de um município, dentro de um mesmo estado; • Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um mesmo município de grande extensão territorial e densidade populacional; • Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municípios limítrofes em diferentes estados; • Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municípios limítrofes com países vizinhos. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DO DISTRITO FEDERAL Responder, solidariamente com a união, pela integralidade da atenção à saúde da população; Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência assegurando o acesso ao atendimento às urgências. Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde, compreendo as ações de média e alta complexidade desta área, de acordo com as normas vigentes pactuadas estabelecidas. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DOS MUNICIPIOS Todo município é responsável pela integridade da atenção à saúde da sua população, exercendo essa responsabilidade de forma solidaria com o estado e a união Todo município deve: • Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma interdisciplinar; englobando atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência, assegurando o acesso ao atendimento às urgências • Promover a equidade na atenção à saúde considerando as diferenças individuais e de grupos populacionais • participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde; • assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, incluindo as ações de promoção e proteção, no seu território; • assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde realizadas no âmbito local, compreendendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas • elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional PORTARIA N° 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006 Vigilância em Saúde AULA 5 – VIGILÂNCIA AMBIENTAL Vigilância ambiental em saúde A vigilância ambiental tem por finalidade promover o conhecimento, a detecção e a prevenção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, competindo-lhes as ações de vigilância, prevenção e controle das zoonoses e doenças transmitidas por vetores, dos acidentes por animais peçonhentos e venenosos, bem como a vigilância das populações humanas expostas aos fatores de risco ambientais não biológicos. Zoonoses e vigilância de fatores de risco biológicos Tem como finalidade a vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos relacionados a vetores, hospedeiros, reservatórios, portadores, amplificadores ou suspeitos de alguma zoonose de relevância para a saúde pública, quanto à transmissão de agentes etiológico para humanos, além dos acidentes por animais peçonhentos e venenosos. Vigilância dos fatores de risco não biológicos Trata de coordenar as atividades de vigilância em saúde ambiental relacionada aos contaminantes ambientais na água, no ar e no solo, de importância e repercussão na saúde pública, bem como dos riscos decorrentes dos desastres naturais, acidentes com produtos perigosos, e outros eventos capazes de causar doenças e agravos à saúde humana. É responsável pelos seguintes programas: • Programa de vigilância em saúde da água para consumo humano (VIGIAGUA) • Programa de vigilância em saúde das populações expostas aos poluentes atmosféricos (VIGIAR) • Programa de vigilância em saúde ambiental relacionada aos riscos decorrentes dos desastres naturais (VIGIDESASTRES) • Programa de vigilância ambiental dos riscos associados aos desastres de origem antropogênica (VIGIAPP) • Programa de vigilância em saúde ambiental de populações expostas às áreas contaminadas por contaminantes químicos (VIGISOLO) • E de vigilância em saúde ambiental que integra a vigilância em saúde das populações expostas aos agrotóxicos (VSPEA) LEI 8.080/90 Dentre os objetivos e atribuições do SUS que potencializam e efetivam a relação saúde e ambiente: • O saneamento básico e o meio ambiente, dentre os fatores determinantes e condicionantes da saúde • A colaboração na proteção do meio ambiente (nele compreendido o trabalho) como campo de atuação do SUS • A integralidade das ações dos serviços preventivos e curativos, emergindo da integração entre as ações de saúde, de meio ambiente e de saneamento básico. Atribuições da união, estados, distrito federal e municípios. • Acompanhar, avaliar e divulgar o estado de saúde da população e das condições ambientais • Propor e celebrar convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente • Participar da formulação e da implementação das políticas de controle das agressões ao meio ambiente • Participar da definição de normas e de mecanismos de controle de órgãos afins, de agravo sobre o meio ambiente e dele decorrentes que tenham repercussão na saúde humana. Vigilância em saúde ambiental No âmbito do ministério da saúde, diversos órgãos instituições desenvolvem programas e projetos e ações relacionados à saúde ambiental. São eles: • FUNASA • ANVISA • FIOCRUZ Epidemiologia ambiental • Epidemiologia descritiva: que utiliza o método cientifico para estudar a atribuição dos riscos e dos efeitos adversos à saúde da população • Epidemiologia analítica: que estuda a relação entre a exposição a um determinado fator e algum efeito adverso à saúde. A epidemiologia ambiental leva os fatores de riscos existentes (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos ou psicossociais); as características especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população; e os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais Gerenciamento de risco O gerenciamento de riscos consiste na seleção e implementação de estratégias mais apropriadas para o controle e prevenção de riscos, envolvendo a regulamentação, a utilização de tecnologias de controle e remediação ambiental, a análise de custos/benefícios, a aceitabilidade de riscos e a análise de seus impactos nas políticas públicas. Método de análise: Um dos instrumentos – pospostos pela OMS para os países – é a matriz de indicadores de saúde ambiental (matriz de corvalán), que permite identificar a rede de causalidade envolvida nos problemas de saúde ambiental e propor ações e indicadores para monitoramento e avaliação. Compõem a matriz de corvalán cinco categorias de análise: força motriz,pressão, situação ou estado, exposição e efeito. Indicadores de saúde e ambiente • Indicadores permitem uma visão abrangente e integrada da relação saúde e ambiente • Os indicadores de saúde ambiental serão utilizados para tomada de decisões, por intermédio do uso de diferentes ferramentas, tais como a estatística, a epidemiologia e a utilização destes nos sistemas de informações geográfica. Sistema de informação de saúde vigilância ambiental em saúde. • A vigilância ambiental em saúde utilizara como ferramenta fundamental georreferenciamento de dados • Possibilitando assim, a elaboração de mapas de risco capazes de auxiliar a tomada de decisão nas diversas instancias do SUS. Sistemas de informação de vigilância ambiental em saúde A vigilância ambiental em saúde deverá ser concebida e estruturada de forma que seja plenamente compatível com os sistemas de informação da vigilância epidemiológica e dos grandes bancos de dados de saúde existentes no país, assegurando desta forma, que não haja duplicidade de ação e que a partir do cruzamento das informações dos sistemas de informação do Sinvas com os demais sistemas, possibilitem a construção e identificação de indicadores de saúde ambiental. Operacionalização da vigilância em saúde ambiental • Vigilância da qualidade da água para consumo humano (vigiagua) • Vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos (vigipeq) • Vigilância em saúde ambiental de populações expostas à poluição atmosférica (vigiar) • Vigilância em saúde ambiental associada aos fatores físicos (vigifis) • Vigilância em saúde ambiental dos riscos associados aos desastres (vigidesastres) Programa nacional de vigilância da qualidade da água para consumo humano (vigiagua) • Implantado em 1999 • Objetivo: é avaliar o risco à saúde, representado pela água utilizada para consumo humano no território • Ações: o Reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica o Orientação de gestores em relação ao abastecimento de água o Gerenciar o risco a saúde das condições sanitários das diversas formas de abastecimento de água o Informar a população sobre a qualidade da água a Programa nacional de vigilância em saúde de populações expostas e contaminantes químicos (vigipeq) O objeto das ações do vigipeq são os contaminantes químicos que interferem na saúde humana e nas inter-relações entre homem e ambiente. Tem como propósito articular ações de prevenção, de promoção, de vigilância e de assistência à saúde de populações expostas a contaminantes químicos. Atua a partir da identificação de área ou local de risco, caracterizados como foco do plano de ações, definidos conforme potencial de contaminação. São exemplos de áreas contaminadas: lixões, depósitos de resíduos químicos, postos de combustível, áreas agrícolas que utilizam agrotóxicos. Priorização de áreas de acordo com: • categorização da área: distância da população em relação à área contaminada, dados de exposição (informação de investigação anterior) e caracterização do ambiente (se existe contaminantes prioritários); • caracterização da população: numero estimado da população sob risco, instituições de alta vulnerabilidade (hospitais, creches, escolas, asilos), novel econômico (baixa, média e alta renda) • avaliação toxicológica do contaminante: toxicidade e persistência ambiental ( se o tempo do contaminante no ambiente é alto, médio ou inexistente) • medidas de contenção e de controle em relação ao ambiente: aplicação (ou não) de algumas medidas de contenção ou de controle • acessibilidade ao local: contínua, ocasional ou inexistente quanto a populações expostas a substancias químicas, o foco das ações do vigipeq são cinco substancias prioritárias: agrotóxicos, benzeno, mercúrio, amianto e chumbo a identificação, a investigação e a notificação de casos (suspeitos e confirmados) de intoxicação por substancias químicas são registradas no sistema de informação de agravos de notificação (Sinan. Programa nacional de vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos para a vigilância de agrotóxicos. Programa nacional de vigilância em saúde ambiental de populações expostas à poluição atmosférica (VIGIAR) Ações voltadas a: • identificar e priorizar municípios com risco de exposição humana a poluentes atmosféricos • definir áreas de atenção ambiental atmosférica de interesse para a saúde • identificar efeitos agudos e crônicos da exposição a poluentes atmosféricos para caracterização da situação e saúde • analisar a situação de saúde da população exposta à poluição atmosférica • fornecer elementos para orientar as políticas nacionais e identificar locais de proteção da saúde da população frente aos riscos decorrentes da poluição atmosférica. Programa nacional de vigilância em saúde ambiental associada aos fatores físicos (vigifis) o vigfis é responsável pelas ações que visam proteger a saúde da população exposta ou potencialmente exposta aos riscos das radiações ionizantes (RI) e das radiações não ionizantes (RNI) Programa nacional de vigilância em saúde ambiental dos riscos associados aos desastres (vigidesastres) O vigidesastres tem por objetivo propor ações para minimizar a exposição aos riscos de desastre naturais relacionados a enchentes, secas, deslizamentos, e reduzir doenças decorrentes de desastres antropogênicos, como os acidentes com produtos perigosos e desastres industriais. Assim, atua na gestão do risco, integrando os processos de planejamento, organização, de implementação e de controle dirigido à redução e ao gerenciamento do desastre bem como à recuperação dos seus efeitos, contemplando ações voltadas à prevenção e à atuação em situações de risco e em planos de contingência. Os desastres afetam a saúde pública, em diversos aspectos: • Aumento súbito no numero de óbitos • Aumento na demanda e na necessidade de intervenções assim como na continuidade de resposta dos serviços locais de saúde • Danificação, destruição ou interrupção dos serviços de saúde • Interrupção dos sistemas de distribuição de água, dos serviços de drenagem, de limpeza urbana e de esgotamento sanitário, facilitando a proliferação de vetores. • Aumento de doenças causadas por: veiculação hídrica e alimentar, infecção respiratórias, dermatológicas, acidentes por animais peçonhentos e outros animais Manejo do desastre: • Notificar o evento e convocar o COE • Acompanhar as ações de busca e de resgate • Intensificar as ações de prevenção, de promoção, de proteção, de educação, de recuperação e de reabilitação previamente determinadas para o setor saúde • Identificar e realizar atividades de promoção e de assistência à saúde dos atingidos. • Avaliar os danos às pessoas, no sistema de abastecimento de água, nos abrigos e na infraestrutura de saúde por meio dos formulários de avaliação de danos. • Identificar as necessidades em saúde Vigilância em Saúde AULA 6 – VIGILÂNCIA EM ZOONOSES 60% das doenças infecciosas humanas existentes são zoonóticas. Pelo menos 75% das doenças infecciosas emergentes do ser humano (incluindo EBOLA, HIV e gripe) tem origem animal. 5 novas doenças humanas aparecem todos os anos, três são de origem animal. 120 milhões foi o total gasto em todo o mundo com o impacto das epidemias zoonóticas de 1995 a 2008, muitas delas evitáveis. Como são transmitidas as doenças zoonóticas • Transmissão aerógena: transferência do vírus • Vetores: transmitem agentes procedentes de animais infectados • Proximidade dos animais: transferência fecal oral / fluidos corporaisdos animais em cortes ou feridas • Contato direto com animais: mordida de animais infectados • Transmissão de doenças por consumo de alimentos: consumo de carne ou leite infectado Controle de zoonoses • Zoonoses monitoradas por programas de vigilância e controle do ministério da saúde • Zoonoses de relevância regional ou local • Zoonoses emergentes ou reemergentes As zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do ministério da saúde • Peste • Leptospirose • Febre maculosa brasileira • Hantavirose • Doença de chagas • Febre amarela • Febre de Chikungunya • Febre do Nilo ocidental Zoonoses de relevância regional ou local • Toxoplasmose • Esporotricose • Ancilostomíase • Toxocaríase (larva migrans cutânea e visceral) • Histoplasmose • Criptococose • Equinococose – hidatidose, entre outras. Zoonoses emergentes ou reemergentes Doenças novas (exóticas) e aquelas que reaparecem após período de declínio significativo ou com risco de aumento no futuro próximo, promovendo significativo impacto sobre o ser humano, devido à sua gravidade e à potencialidade de deixar sequelas e morte Avaliação da magnitude, da transcendência, do potencial de disseminação, da gravidade, da severidade e da vulnerabilidade referente ao processo epidemiológico de instalação, transmissão e manutenção de zoonoses, considerando a população exposta, a espécie animal envolvida, a área afetada (alvo), em tempo determinado. Raiva • é uma zoonose viral que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letalidade de aproximadamente 100%, considerado casos raros de cura. • No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são o cão e o gato. No brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre • Ação de controle: diagnóstico clínico ou laboratorial, medidas de educação em saúde, realizar bloqueio de foco, vacinação antirrábica, em massa, de cães e gatos, recolhimento de cães de rua que apresentam risco à população por conta da disseminação do vírus na espécie. Leishmaniose visceral • A leishmaniose visceral (LV) é uma protozoonose crônica, sistêmica caracterizada em humanos por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos • No cão, principal reservatório e fonte de infecção no meio urbano, a doença caracteriza-se por febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação furfurácea e úlceras na pele – em geral, no focinho, nas orelhas e extremidades -, conjuntivite, paresia dos membros posteriores, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas. • A forma de transmissão é por meio da picada desses vetores infectados pela leishmania (L) chagasi. • Medidas de controle: o Uso de mosquiteiro com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente pode ser encontrado o Manejo e saneamento ambiental o Realizar exame sorológico nos animais Chikungunya • Os vírus dengue (DENV?), Chikungunya (CHIKV) e Zica (ZIKV) são arbovírus que podem ser transmitidos ao homem por via vetorial, vertical e transfusional • A principal forma é a vetorial, que ocorre pela picada fêmeas de aedes egypti infectadas • Ate o momento, não há tratamento antiviral especifico para Chikungunya VIGILÂNCIA ATIVA Articulação sistemática para atualização quanto à ocorrência de casos humanos, sejam prevalentes ou incidentes, sejam no território de atuação ou em áreas circunvizinhas Monitoramento constante e sistemático das populações de animais do território de atuação. Estruturação da rotina de identificação de informações geradas pela mídia sobre a incidência e a prevalência de zoonose na área alvo Articulação sistemática com serviços e instituições públicas e privadas que, de alguma forma, trabalham com animais ou amostras biológicas de animais, tais como: consultórios, clinicas e hospitais veterinários, pet shops, órgãos ambientais, órgãos de agricultura, órgãos e entidades de proteção animal, laboratório, universidades, entre outros, de modo que se identifique oportuna e precocemente a introdução de uma zoonose em uma determinada área ou seu risco iminente Desenvolvimento de inquéritos epidemiológicos que envolvam determinadas populações de animais. VIGILÂNCIA PASSIVA Disponibilidade de avaliação e recepção de um animal de relevância para saúde pública. Canal de comunicação com a população para informações sobre animais de relevância para saúde pública, bem como para que a população notifique a área de vigilância de zoonoses, quando diante de um animal suspeito de zoonoses de relevância para saúde pública. PREVENÇÃO Educação em saúde: devem-se desenvolver atividades de educação em saúde na comunidade como um todo, visando à prevenção de zoonoses. Manejo ambiental: realizado somente quando possível (diferenciando-se das ações de correção do ambiente, sendo esta uma articulação legal dos órgãos de meio ambiente), para controlar ou, quando viável, eliminar vetores e roedores Vacinação animal: deve-se realizar a vacinação antirrábica de cães e gatos, de acordo com o preconizado para cada região, conforme o contexto epidemiológico da raiva na área local e com preconizado no programa nacional e controle de raiva do ministério da saúde CONTROLE 1. Controle do risco iminente de transmissão de zoonose 2. Controle da zoonose incidente 3. Controle da zoonose prevalente Controle do risco iminente de transmissão de zoonose: esse controle se caracteriza pelo desenvolvimento de ações, atividades e estratégias que visem ao alcance da redução ou da eliminação, quando possível, do risco iminente de transmissão da zoonose para população humana Controle da zoonose incidente: são medidas de controle para a redução ou a eliminação, quando possível, do numero de casos humanos da doença, intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão Controle da zoonose prevalente: manutenção das medidas de vigilância, ativa e passiva, e de prevenção, procedendo às medidas de controle para redução ou eliminação, quando possível, do número de casos humanos da doença, intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO A avaliação deve ser constante até o alcance do objetivo (reduzir ou eliminar, quando possível, a doença ou o risco iminente) Vigilância em Saúde AULA 7 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE “é um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se organizar, operar os serviços de saúde, investigar e planejar com vista ao controle de doenças” Informação em saúde • É um instrumento de utilização rotineira, especialmente na vigilância e monitoramento, planejamento e gestão, definição de politicas e outros. • Em todos eles, estão presentes os processos que sintetizam a dinâmica das atividades de “informação-decisão-ação, como apoio à gestão do sistema único de saúde (SUS) baseados em evidencias. DADO X INFORMAÇÃO Dado: • Valor quantitativo referente a um fato ou circunstancia • Numero bruto que ainda não sofreu tratamento estatístico • São a base para gerarmos informações Informação • Conhecimento obtido a partir dos dados • Resultado da análise e combinação de vários dados • Instrumento essencial para tomada de decisões Tipos de dados Primário: • São levantados diretamente na população pesquisada • Ex: quantificação da pressão arterial de uma determinada populaçãoSecundário: • Já foram coletados, tabulados, ordenados e analisados • Ex: numero de casos de dengue em um determinado município Na informação pode ser: • Epidemiológica • Financeira • Orçamentaria • Normativa • Socioeconômica • Demográfica • Recursos humanos Essas informações são muito importantes na tomada de decisões, pois podem interferir no: • Perfil de morbimortalidade • Característica demografia • Principais fatores de risco e seus determinantes • Informações sobre os serviços A informação pode gerar: • Analise da situação • Definição de metas • Tomada de decisões • Implementação das ações “informar é um processo dinâmico e complexo, envolvendo componentes tecnológicos, econômicos, políticos, conceituais e ideológicos, associados a um referencial explicativo sistemático [...], com enfoque interdisciplinar e intersetorial como estratégia norteadora” Etapas: • Coleta • Registro • Processamento • Análise • Apresentação • Divulgação Dado -> informação! Decisão! Ação! Conta com requisitos técnicos e profissionais para execução das etapas Ferramentas usadas para o armazenamento: • Hardware (computadores) • Software (sistemas de informação, bancos de dados e aplicativos de estatística) SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE – SIS Recolher os dados de saúde de diversas origens. Por exemplo, todos os nascidos precisam ter uma declaração de nascido vivo (DNV), que faz parte de um sistema chamado SINASC – sistema de informação sobre nascidos vivos. Também há SIS para as internações nos hospitais do SUS ou para doenças de notificação compulsória Armazenar os dados de saúde. Normalmente são armazenados separadamente para cada um dos SIS, os sistemas mais modernos armazenam os dados com muita segurança, em um local centralizado no ministério da saúde Processar os dados com base em alguma regra. Por exemplo, na maioria dos SIS, é obrigatório que algumas informações sejam preenchidas, como o sexo e idade do paciente. Transmitir os dados e centralizar as informações de forma segura e evitando as duplicidades; e disseminar informações obtidas Banco de dados: sobre cada um dos pacientes pode-se armazenar informações tais como: nome, sexo, RG, CPF, estado, município, logradouro, setor, número, CEP, etc. essas diversas características de cada paciente são os “atributos do paciente “, muitas vezes chamados de campos ou variáveis. “o conjunto de todos os atributos de um paciente com seus respectivos valores é o que compõe o chamado “registro do paciente” Problemas do SIS • Precário conhecimento sobre banco de dados • Dificuldade de acesso • Concepção centralizada dos bancos de dados • Sistemas compartimentalizados • Complexidade dos dados/estrutura dos bancos • Insuficiência de recursos • Subutilização dos dados para apoio gerencial Qualidade dos dados A qualidade do indicador de saúde gerado a partir de dados de um SIS depende necessariamente de dois componentes: • A robustez dos dados (frequência) e • A precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados, etc) DATASUS Disponibiliza variedade de base de dados, informações e indicadores relevantes para a atuação de profissionais de saúde Reúne e articula num único banco de dados, informações de diferentes sistemas, úteis para o planejamento e avaliação em saúde possui dados sobre a rede hospitalar e ambulatorial do SUS e sobre alguns dos principais sistemas de informação em saúde: mortalidade, internações hospitalares, morbidade hospitalar e produção ambulatorial Também disponibiliza dados do IBGE: pesquisa assistência médico-sanitária, população residente, alfabetização, abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo. O DATASUS vai ter duas informações diferentes: • Informações de saúde (indicadores de saúde, assistência à saúde, informações epidemiológicas e de morbidade, informações sobre a rede de assistência à saúde, estatística vitais, informações demográficas e socioeconômicas) • Informações financeiras (referentes aos recursos do fundo nacional de saúde transferidos aos municípios, aos créditos aos prestadores de serviços de saúde, aos orçamentos públicos de saúde declarados pelos estados, pelo distrito e pelos municípios) IBGE • Realiza censos e organiza as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, e para outras instituições e o publico em geral • Censo demográfico: conjunto de dados estatísticos sobre a população de um país, acontece de 10 em 10 anos • Contagem de população: realizada entre o intervalo de dois censos demográficos, geralmente cinco anos • Censo agropecuário: levantamento de informações sobre estabelecimentos agropecuários, florestais e/ou agrícolas de todos os municípios, geralmente 10 anos. e-SUS • Estratégia do departamento de atenção básica para reestruturar as informações de atenção básica em nível nacional • Reestruturação dos sistemas do SUS em busca de um SUS eletrônico • Reduzir o retrabalho de coleta de dados • Individualização do registro • Produção de informação integrada Esses dados registrados nesses sistemas são gerados a partir do trabalho de todos os profissionais da atenção básica: • Equipe estratégia saúde da família • Núcleo de apoio a saúde da família (NASF) • Consultório na rua (ECR) • Atenção à saúde prisional (EABp) • Atenção domiciliar (AD) • Profissionais que realizam ações no âmbito de programas como o saúde na escola (PSE) e a academia da saúde Vigilância em Saúde AULA 8 – SAÚDE DO TRABALHADOR É um campo da saúde coletiva que compreende práticas interdisciplinares e interinstitucionais. Sua abordagem busca superar a saúde ocupacional e a medicina do trabalho, pois além da medicina e engenharia de segurança, inclui outras disciplinas: a epidemiologia, a administração e planejamento em saúde e as ciências sociais em saúde. Conceito: 1. Medicina do trabalho 2. Saúde ocupacional 3. Saúde do trabalhador Processo saúde-doença O processo saúde-doença dos trabalhadores tem relação direta com o seu trabalho; e não deve ser reduzido a uma relação monocausal e entre doenças e um agente especifico; ou multicausal, entre a doença e um grupo de fatores de risco. Competências da ST A execução das ações de ST, segundo a constituição federam, Art. 200 é competência do SUS devendo este: “... II – executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; e... VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho”. O ministério da saúde coordena a execução da política que dá conta dessas necessidades, conforme disposto no inciso V do art. 16 da lei n° 8.080/90, alinhando-a às demais políticas existentes e implementando-a em todos os níveis de atenção do SUS. Quem são os trabalhadores para os quais o SUS dirige a PNST? São todos os trabalhadores, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico aposentado ou desempregado; diferentemente do público alvo do ministério do trabalho e emprego e da previdência social que se ocupam dos trabalhadores formais Como o SUS realiza a PNST? Articulando ações individuais de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas, de promoção, de prevenção, de vigilância dos ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção
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