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3 TERAPIA COMBINADA ULTRASSOM ASSOCIADO À CORRENTE AUSSIE NO TRATAMENTO DE FIBRO EDEMA GELOIDE Combination therapy ultrasound associated to current Aussie in the treatment of fibroedema geloid Combinación de terapia de ultrasonido associado a corriente Aussie en el tratamiento del fibroedema geloide RESUMO A disfunção fibro edema geloide trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo, podendo levar a quadros álgicos na área acometida, pode levar até problemas psicossomáticos. O objetivo de pesquisa foi confrontar os efeitos das aplicações do ultrassom terapêutico associado a corrente Aussie na redução do FEG na região glútea. Pesquisa não experimental do tipo exploratória - descritiva. O estudo foi realizado com 1 participante do gênero feminino, com quadro de FEG na região glútea. A participante foi submetida a 10 atendimentos, 2 vezes por semana, com duração de 30 minutos para as duas técnicas utilizadas na pesquisa. Protocolo de tratamento com US utilizada na frequência 3MHZ, com intensidade de 1,0 w/cm2, modo continuo, o protocolo de tratamento da corrente Aussie 4KHZ utilizado foi intensidade ajustada de acordo com conforto da participante. No pós-teste foi possível observar redução visual no quadro do FEG, para as técnicas de tratamento. Conclui-se que o US associado a corrente Aussie, são recursos eficazes no tratamento do FEG. Descritores: Fibro Edema Geloide, Ultrassom. ABSTRACT Fibroedema geloid is a disorder that affects the localized dermal and subcutaneous tissue, which could lead to pain conditions in the affected area, or psychosomatic problems. The research objective was to compare the effects of therapeutic ultrasound applications associated with current Aussie in reducing EGF in the gluteal region. Non-experimental exploratory-descriptive type research. The study was conducted with one female participant with EGF symptoms in the gluteal region. The participant underwent 10 sessions, 2 times per week, lasting 30 minutes to two techniques used in the research. US treatment protocol used in frequency 3MHZ with intensity of 1.0 w/cm2, continuous mode, the current treatment protocol was used aussie 4KHZ intensity adjusted according to the comfort of the participant. In the post-test visual reduction was observed under the EGF for the treatment techniques. We conclude that the US associated with current Aussie, are efficient in the treatment of EGF. Descriptors: Fibro Geloid Edema, Ultrasound. RESUMEN La disfunción fibroedema geloide es un trastorno que afecta el tejido dérmico y subcutáneo localizado, lo que puede llevar a condiciones de dolor en la zona afectada, puede llevar hasta problemas psicosomáticos. El objetivo de la investigación fue comparar los efectos de la aplicación de ultrasonidos terapéuticos asociados a la corriente Aussie en la reducción de FEG en la región glútea. Búsqueda no experimental de tipo exploratorio - descriptivo. El estudio se llevó a cabo con una participante del sexo femenino con síntomas de FEG en la región glútea. El participante se sometió a 10 sesiones, 2 veces por semana, con una duración de 30 minutos para as 2 técnicas utilizadas en la investigación. Protocolo de tratamiento US 3MHZ frecuencia con intensidad de 1,0 W/cm2, el modo continuo, el protocolo de tratamiento actual se utilizó Aussie 4KHZ intensidad ajustado de acuerdo a la comodidad del participante. En la reducción visual después de la prueba se observó con cargo al FEG para las técnicas de tratamiento. Llegamos la conclusión de que los US asociada con la corriente Aussie, son eficaces en el tratamiento de FEG. Descriptores: Fibro Geloid Edema, Ultrasonido. Camila Ferreira Nascimento Fisioterapeuta. Pós-graduanda em Fisioterapia Hospitalar. Fisioterapeuta responsável pelo STUDIO EPIREA: Excelência em Pilates e Reabilitação. Instrutora de Pilates Solo e Reabilitação Musculoesquelética. E-mail: milla1fer@hotmail.com Eduardo Santana de Araujo Doutor em Saúde Pública, USP/2012. Mestre em Saúde Pública, USP/2008. Secretaria de Saúde de Osasco/SP. E-mail: edusantana@usp.br Submissão: 08/05/2017 Aprovação: 19/11/2017 4 Nascimento CF, Araujo ES. Terapia combinada ultrassom associado à corrente aussie no tratamento de fibro edema geloide. São Paulo: Revista Remecs. 2017; 2(3):3-6. In t rodução O fibro edema geloide histologicamente afirma- se que (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, sem origem inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva1. O FEG é um problema comum e de importante impacto na vida pessoal da população feminina, em especial, por influenciar negativamente no desempenho das atividades relacionadas à participação social. A terapia combinada, objeto deste estudo, pode ser definida como um modelo de terapia que utiliza dois recursos distintos de maneira simultânea, buscando a otimização dos efeitos individuais de cada um. Trata-se do uso do ultrassom contínuo de 3mHz associado à corrente elétrica com frequência igual a 4kHz, o que proporciona como efeito terapêutico a estimulação do tecido adiposo e lipólise e ainda um aumento do fluxo linfático local pela estimulação dos músculos do endotélio vascular do sistema linfático. O aumento circulatório local em função do aquecimento tecidual também acontecerá e a oxigenação dos tecidos será otimizada, o que colabora para que os efeitos terapêuticos esperados possam acontecer. Então como resultado, espera-se a otimização do fluxo vascular linfático, venoso e arterial2. Assim, este trabalho tem o objetivo de avaliar os resultados dessa terapêutica nas funções da pele, na estrutura da pele e na melhora do desempenho na participação social. Mater ia l e Método Este é um estudo de caso, no qual a terapia foi aplicada duas vezes por semana, no período de 5 semanas. A técnica de aplicação foi a terapia combinada, já descrita na literatura científica e indicada no manual de instrução dos equipamentos utilizados. Foi selecionada uma mulher jovem, como sujeito de pesquisa, após aceitação por meio dos termos de consentimento formais, portadora de FEG grau 2 e 3 na região glútea. A avaliação inicial e dos resultados da terapia foram compostas por: perimetria, mensuração da dobra cutânea com adipômetro e foto. Durante os procedimentos de aplicação da terapia, a paciente estava deitada, em posição confortável, com área em tratamento desnuda. Foi selecionada a modalidade terapêutica, o tempo de aplicação (1 a 20 minutos), modo de emissão do ultrassom (continuo ou pulsado), intensidade do ultrassom, frequência portadora da corrente Aussie (1.000Hz ou 4.000Hz) e frequência moduladora da corrente Aussie (10Hz a 120Hz) e intensidade da corrente Aussie. Todos os parâmetros foram ajustados de acordo com a quantidade de camada adiposa, previamente avaliada. Os outros parâmetros já estavam pré-programados (valores já definidos pelo “software” do equipamento que será utilizado). Sendo assim, o protocolo de tratamento utilizado foi de celulite grau 3, camada adiposa 3, tempo 15min., modo continuo, 54 watts, 3 watts cm2, corrente portadora 1khz, frequência modulada 50hz, intensidade 30 da corrente Aussie. Como meio de condução foi utilizado gel, durante 5 semanas, 2 vezes por semana. Os resultados foram avaliados pelo método qualitativo porque este é o mais adequado para categorizar as narrativas dos sujeitos e evidenciar as suas percepções. 5 Nascimento CF, Araujo ES. Terapia combinada ultrassom associado à corrente aussie no tratamento de fibro edema geloide. São Paulo: Revista Remecs. 2017; 2(3):3-6. Após a aceitação da instituição, e a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Instituiçãovinculada, foram agendadas data e hora junto ao fisioterapeuta responsável para coleta de dados. Os dados foram coletados através de um instrumento de coleta de dados do tipo formulário, constituído de duas partes distintas, uma voltada para a caracterização da amostra e a segunda parte constituída das questões norteadoras centrais. Os dados foram coletados em ambiente individual, em uma clínica/escola da cidade de Santos/SP. Destaca-se que antes da realização da coleta de dados foram explicados os objetivos da pesquisa para a participante, deixando claro que sua participação é livre e voluntária, sendo que a mesma a qualquer etapa da entrevista ou do procedimento poderá desistir da mesma. Resultados e Discussão Após avaliação funcional e estrutural da pele na região glútea, foi possível concluir que a paciente tinha áreas de FEG de graus variados: 1, 2 e 3. O FEG grau 2 é frequentemente encontrado em mulheres com antecedentes, hereditários, vida sedentária, em emagrecimento malconduzido (efeito sanfona). Nesses casos, a celulite e visível pela contração voluntária sem a necessidade de toque3. É importante saber que, “os estágios do FEG não são totalmente delimitados, podendo ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma área de uma mesma paciente”4. A paciente também apresentava flacidez muscular associada ao FEG. Isto está justificado quando os autores5,6 descrevem a associação do FEG com a flacidez muscular um fato importante e decorrente da falta de exercícios, uma vida sedentária onde não conseguem manter ou obter hipertrofia muscular. A paciente também apresentava aderência tecidual, a aderência tecidual é como um dos sinais encontrados na palpação, devido a diminuição da mobilidade tecidual aos planos mais profundos. Tais alterações nem sempre se fazem por igual, de maneira que a pele apresentara um aspecto acolchoado, o pregueamento cutâneo, em espessamento aparente, irregular, que nos mostra uma sucessão de saliência e depressões7. Neste estudo não foi utilizado medidas morfométricas para avaliar a redução do FEG. O FEG e confundido ou relacionado com a gordura corporal por muitas pessoas, porém, atualmente pode-se afirmar que são processos nosologicamentes diferentes, sendo este fato fundamentado por observações clinicas (não e preciso ser obeso para possuir o quadro) e histológicas4. O que acontece nos indivíduos com acumulo de gordura corporal: e que no tecido patológico algumas células adiposas estão aumentadas em volumes, podendo assim ser confundida com o FEG5. Ao se repetir os métodos de avaliação após 5 semanas, observamos uma diminuição do grau do FEG de 3 para 2. A tabela abaixo apresenta os resultados do tratamento, segundo a perspectiva da paciente. Tabela 1: Notas Atribuídas 0 a 10. Imperfeições ou ondulações melhorou 8 Textura da pele melhorou 10 Firmeza da pele melhorou 10 Ultrassom associada a corrente Aussie 09 6 Nascimento CF, Araujo ES. Terapia combinada ultrassom associado à corrente aussie no tratamento de fibro edema geloide. São Paulo: Revista Remecs. 2017; 2(3):3-6. Antes Fonte: Arquivo pessoal. Depois Fonte: Arquivo pessoal. A satisfação com o corpo representa importante papel psicossocial na vida de uma pessoa, principalmente em mulheres. No que tange o estado de funcionalidade, apesar de não haver melhora completa da estrutura acometida (pele), existe melhora da participação social. A tabela 2 demonstra a melhora da funcionalidade, por meio de códigos da CIF. Tabela 2: Classificação de funcionalidade. Antes do tratamento Após o tratamento s8.88 s8.88 d6.80 d6.00 d7.80 d7.00 d8.80 d8.00 d9.80 d9.00 A tabela mostra que, apesar de haver capacidade de ter participação social, a paciente não desempenha, pelo fato de ter uma alteração estrutural (FEG) limitadora. No entanto, após o tratamento, mesmo que apenas amenizador, o desempenho melhora, proporcionando qualidade de vida e participação social efetiva. Conclusão O uso do ultrassom associado à corrente aussie é um tratamento eficaz para o tratamento do fibro edema geloide, por diminuir o grau de alteração estrutural e por proporcionar melhora da participação social. Referências 1. Guirro R. et al. As variáveis físicas do ultrassom terapêutico: uma revisão. Rev Ciência & Tecnologia. 1996; 31-41. 2. Ward AR. Electrical Stimulaion Using Kiloherts Alternating Current. Physical Therapy. 2009. 3. Pinto R, Saenger F, Govantes P. Paniculose edema fibroexclerotica. 1995. 4. Guirro E, Guirro R. Fisioterapia Dermato-Funcional. São Paulo: Manole. 2002. 5. Guirro E, Guirro R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos. São Paulo: Manole. 2004. 6. Campos MSP. Curso de fisioterapia estética corporal. 2000. 7. Rossi AB, Vergnanini AL. Celulite: a review. European AC Derm and Venereology. 2000; 14(25):1- 256.
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