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Instituto de Física UFRJ Gabarito da AP1 de Física IA 22 de março de 2015 1a Q 2a Q 3a Q 4a Q Nota Obs: Em todas as questões em que for necessário, utilize que g é o módulo da aceleração da gravi- dade. Todas as respostas devem ser justificadas. 1. [3,0 pontos] Uma pedra é atirada do alto de um prédio de altura h = 30m em relação ao solo para o alto de outro prédio de altura H = 40m por meio de uma atiradeira. A distância entre os prédios é de d = 30m e observa-se que a pedra atinge o alto do outro prédio após um tempo tq = 2s. Considere que a aceleração da gravidade tem módulo g = 10m/s2. X ∆~r ~v Y O h H d (a) [0,5 ponto] Faça um esboço da trajetória da pedra. Por se tratar de um projétil a trajetória é parabólica. (b) [1,0 ponto] Determine o módulo e o ângulo que o vetor velocidade com que a pedra foi lançada faz com a direção horizontal. A única aceleração é devido à força peso. Por ser constante e estar na direção vertical, a coordenada y varia em função do tempo como y(t) = h+ v0senθt− gt 2 2 Por outro lado, a coordenada x descreve um movimento uniforme x(t) = v0 cos θt No instante em que a pedra atinge o alto do outro prédio, temos que, sua posição é dada por y(tq) = H e x(tq) = d. Esse fato ocorre em tq: H = h+ v0senθtq − gt2q 2 ⇒ v0senθtq = H − h+ gt 2 2 v0 cos θtq = d Dividindo uma equação pela outra temos que v0senθtq v0 cos θtq = H − h+ gt2 2 d ⇒ tan θ = 40− 30 + 40 2 30 ⇒ tan θ = 1→ θ = 45o 1 Substituindo na equação para a coordenada y: x(tq) = v0 cos 45 otq ⇒ v0 = d cos 45otq ⇒ v0 ≈ 21m/s (c) [1,5 pontos] Escreva os vetores deslocamento e velocidade da pedra no instante em que ela se encontra no ponto mais alto da trajetória. Utilize o sistema de eixos apresentado na figura. Desenhe, na própria figura, tais vetores. As componentes da velocidade são vx(t) = v0 cos θ; vy(t) = v0senθ − gt No ponto mais alto da trajetória, temos que vy(tm) = 0, isso ocorre em vy(tm) = v0senθ − gtm = 0⇒ tm = v0 √ 2 2g O vetor velocidade terá apenas a componente x: ~v = vx(tm)ˆı⇒ ~v = v0 √ 2 2 ıˆ ≈ 15ıˆ Com a componente em m/s. O vetor está desenhado na própria figura. O vetor posição é obtido com as componentes x e y encontradas no item anterior, no instante tm: ∆~r = [x(tm)ˆı+ y(tm)ˆ]−[x(t0)ˆı+ y(t0)ˆ] = ( v0 cos θ v0 √ 2 2g ) ıˆ+ ( h+ v0senθ v0 √ 2 2g − gv 2 0 4g2 − h ) ˆ ∆~r = ( v2 0 2g ) ıˆ+ ( v2 0 4g ) ˆ O vetor está representado na própria figura. 2 2. [1,5 pontos] Um aluno do pólo de Paracambi realizou o experimento com o trilho de ar inclinado. Ele concluiu que o carrinho obedecia a um movimento uniformemente acelerado e mediu para a sua aceleração, a partir do gráfico da velocidade em função do tempo o seguinte valor: a = (101± 6) cm/s2 O ângulo de inclinação do trilho de ar com a direção horizontal foi medido como θ = (6,0±0,5)o. (a) [0,5 ponto] A partir da Segunda Lei de Newton obtenha a aceleração esperada para o carrinho em termos da aceleração da gravidade g e do ângulo θ. No trilho de ar podemos desprezar o atrito. Sendo assim, as únicas forças que atuam no carrinho são o peso e a normal. Na direção do movimento temos ~N + ~P = m~a⇒ Px = ma⇒ a = gsenθ (b) [1,0 ponto] Obtenha a aceleração da gravidade a partir das medidas de a e θ. Não se esqueça de calcular e apresentar o valor de g com a sua incerteza. Invertendo a relação encontrada no item anterior temos g = a senθ Portanto, a aceleração da gravidade será g ≈ 966,243996... cm/s2 Calculamos g a partir de duas medidas (a e θ), portanto, a incerteza será (δg)2 = ( ∂g ∂a δa )2 + ( ∂g ∂θ δθ )2 = ( δa senθ )2 + ( −a cos θ sen2θ δθ )2 (δg)2 = (57,4)2 + (80,23)2 ⇒ g ≈ 98,646 Portanto, a aceleração da gravidade será g = (1000± 100) cm/s2 3. [3,0 pontos] Um bloco de massa m desliza ao longo de uma superfície horizontal de coeficiente de atrito cinético µc conhecido. O bloco se move em direção a uma mola sem massa, suposta ideal, que tem uma de suas extremidades presa a uma parede e constante elástica k0. Observa-se que a mola, que estava inicialmente no seu comprimento natural, vai sendo comprimida, até atingir uma compressão de ∆d. O bloco permanece, então, em repouso nessa configuração. m ~P ~N ~Fel ~Fat 3 (a) [0,8 ponto] Faça um diagrama indicando as forças que atuam sobre o bloco quando o mesmo se encontra em repouso, após comprimir a mola. Quando o bloco se encontra em repouso, após comprimir a mola, as forças que atuam sobre ele são: o peso ~P , a normal ~N , a força elástica da mola ~Fel que, por estar a mola comprimida, tem o sentido para a direita no desenho e a força de atrito ~Fat que é contrária a força elástica de maneira a que a resultante das forças seja nula. (b) [0,7 ponto] Qual o módulo da força de atrito na situação descrita no item anterior? O bloco está em repouso, portanto, a Segunda Lei de Newton nos fornece ~P + ~N + ~Fel + ~Fat = 0 Em particular, a componente horizontal da equação nos fornece Fel − Fat = 0⇒ Fat = Fel ⇒ Fat = k∆d (c) [1,0 ponto] Com que velocidade o bloco atingiu a mola? Escrevendo o teorema trabalho e energia cinética entre o instante em que o bloco atinge a mola e o que ele para: ∆Ec = Wtot = WFat +WFel Onde já foi utilizado que tanto o peso quanto a normal são ortogonais ao deslocamento e, portanto, não realizam trabalho. Antes de o bloco parar, ~Fat atua em sentido contrário ao movimento e, portanto: 0− 1 2 mv2 0 = −Fat∆d−∆Uel Onde Fat representa o módulo da força de atrito e ∆Uel é a variação da energia potencial elástica. Usando ainda que antes de parar a força de atrito é cinética: 1 2 mv2 0 = µcN∆d+ 1 2 k0(∆d) 2 ⇒ v0 = √( 2µcg + k0 m ∆d ) ∆d (d) [0,5 ponto] Caso o atrito não seja grande o suficiente, após ser comprimida, a mola lançaria o bloco no sentido contrário ao da velocidade inicial. Caso isso ocorra, quanto o bloco percorreria, desde o ponto de compressão máxima da mola, antes de parar novamente? Escrevendo mais uma vez o Teorema Trabalho e Energia Cinética, agora entre o instante de compressão máxima da mola e o em que o bloco para novamente: ∆Ec = Wtot = WFel +WFat ⇒ 0 = −µcNX + 1 2 k0(∆d) 2 onde X é o quanto o bloco percorre e após voltar ao tamanho natural a mola para de exercer força sobre o bloco. Assim sendo: X = k0(∆d) 2 2µcmg 4 4. [2,5 pontos] Um bloco de massa mB está pendurado e conectado, por meio de um fio ideal, a um outro bloco de massa mA através de uma polia, também ideal, conforme a figura abaixo. Sabe-se que o coeficiente de atrito cinético entre o bloco de massa mA e a superfície onde ele se encontra é µc e observa-se que, após ser abandonado do repouso, o bloco de massa mB se movimenta para baixo e o de massa mA para a direita. X Y mB mA ~PB ~TB~PA ~N ~TA ~Fat (a) [0,8 ponto] Faça um diagrama, indicando as forças que atuam sobre cada um dos blocos. Atuam sobre o bloco mB apenas seu peso e a traçao ~TB exercida pela corda. Sobre o bloco mA atuam seu peso, a normal, a tração ~TA exercida pelo fio e a força de atrito. As forças estão indicadas na própria figura. (b) [1,2 pontos] Utilizando o sistema de eixos indicado na própria figura, quais são os vetores aceleração dos blocos mA e mB? Aplicando a Segunda Lei de Newton nos blocos ~PB + ~TB = mB~aB; ~PA + ~TA + ~N + ~Fat = mA~aA Uma vez que o fio é ideal, sabemos que |~aB| = |~aA| = a e que |~TB| = |~TA| = T . Portanto, escrevendo as componentes da Segunda Lei de Newton −PA+N = 0⇒ N = mAg; T−mBg = −mBa; T−µcN = mAa⇒ mAa = −mBa+mBg−µcmAg Portanto a = g(mB − µcmA) mA +mB ; ~aA = g(mB − µcmA) mA +mB ıˆ ~aB = −g(mB − µcmA) mA +mB ˆ (c) [0,5 ponto] Qual o maiorvalor que pode ter o coeficiente de atrito estático para que o sistema tenha entrado em movimento? A força de atrito estática deve ser |~Fat| ≤ µe| ~N | Quando o bloco está em equilíbrio, temos que Fat = T = mBg. Portanto µemaxmAg = mBg ⇒ µemax = mB mA 5
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