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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MATO GROSSO IKPENG KAWAIWETÉ, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG nº __, inscrito no CPF sob o nº __, e título de eleitor nº __ - zona __ - seção __, residente e domiciliado no endereço __ nº __, Bairro – Cidade – UF, atualmente em exercício do mandato de vereador no Município de São Félix do Araguaia – MT, vêm perante Vossa Excelência, por intermédio do advogado infra assinado, com substrato nos artigos 5º, inciso LXXIII e 225, caput e §4º, ambos da Constituição Federal, bem como na Lei nº 4.717/1925, propor a presente AÇÃO POPULAR CONSTITUCIONAL COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, representada pelo Procurador-Geral da Advocacia Geral da União, com endereço em __, nº __, Bairro – Cidade – UF; AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o nº __, representada por seu Diretor-Geral Senhor __ e endereço em __, nº __, Bairro – Cidade – UF; INOVA AVANTE S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº __, e endereço em __, nº __, Bairro – Cidade – UF. 1. DO FORO COMPETENTE É de competência desta douta Vara o ajuizamento deste feito, tendo vista que foram atendidos os requisitos consoantes ao artigo 109, §2º da Constituição Federal, inclusive no tocante ao Autor da presente ação ser cidadão brasileiro e em pleno gozo de seus direitos políticos, residente nesta cidade. 2. DA LEGITIMIDADE ATIVA A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXXIII, aponta que a propositura de Ação Popular cabe a qualquer cidadão que tenha por objetivo anular atos lesivos ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe. 3. DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO Nos termos da Lei nº 4.717 de 1965, em seu artigo 6º, caput, tem-se os sujeitos passivos da Ação Popular se dirige, qual seja, contra aqueles que tenham dado origem ao ato impugnado, ou ainda, dado oportunidade a tal lesão em razão de omissão. 4. DOS FATOS Sendo certo que a ANEEL, por meio de procedimento licitatório na modalidade pregão, contratou a empresa INOVA AVANTE S.A. para a realização do serviço público de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. O Parque Indígena do Xingu, território indígena é o local onde ocorrerá a exploração de energia elétrica, conforme contrato de concessão. No entanto, o referido parque é tido como a maior e mais importante reserva indígena no Brasil, sendo certo que a exploração conforme precisão contratual causará danos irreparáveis ao ecossistema ali estabelecido, que deveria ser protegido em razão de sua biodiversidade. 5. DO DIREITO Faz-se mister elucidar que o meio ambiente e sua preservação é um direito de todos de forma atemporal, ou seja, da geração presente, bem como das gerações futuras. Dessa forma, cabe a todos sua preservação, assim como ao Estado, que tem um dever perante a coletividade por ser um bem de uso comum e indisponível. Ademais, a Lei nº 6.938/81 em seu artigo 2º, inciso I, objetiva a preservação ambiental por meio da manutenção do equilíbrio ecológico, em razão do meio ambiente ser patrimônio público que deve ser protegido por ser um bem da coletividade. Dessa forma, a Ação Popular é cabível pois o ato administrativo impõe prejuízos ao meio ambiente, bem como a comunidade, pelas lesões imensuráveis causadas pela administração pública. Observa-se que o referido parque comporta uma vasta diversidade na flora e abriga parte considerável da fauna brasileira, além da população indígena a qual pertence. Sendo certo que a instalação conforme contrato de concessão seria altamente prejudicial e de prejuízo imensurável, apenas focando com benefício financeiro. 6. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA Imprescindível dizer que se encontra no bojo desta questão uma ação que, caso efetivada, causará danos irreversíveis e irreparáveis, conforme preceitua o artigo 300 do Código de Processo Civil. De mesmo modo a Lei 4.717/65 aponta o periculum in mora no que tange a prestação jurisdicional. Assim, resta configurado o fumus boni iuris, tendo em vista o conflito de interesses da concessão entre os polos passivos, coletividade e o ordenamento jurídico. E ainda, o periculum in mora poderá acarretar danos irreparáveis. 7. DA INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Faz-se necessária a intimação do Ministério Público, na forma do artigo 7º, inciso I, alínea “a” da Lei da Ação Popular. 8. DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer a Vossa Excelência: a. a concessão da tutela provisória de urgência para que seja suspendido os efeitos da concessão do contrato licitatório, em razão do evidente perigo da demora e dano irreparável; b. a citação dos demandados para que, querendo, apresentem contrarrazões no prazo legal; c. a intimação do ilustre membro do Ministério Público Federal; d. a procedência total da presente ação, que visa anular a concessão em razão da preservação do meio ambiente. Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00. Nestes termos, Pede Deferimento. São Félix do Araguaia, data __ NOME SOBRENOME Advogado nº __ OAB-UF
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