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Como fazer o cálculo de unidades de tratamento de esgoto residencial Por Julian Silva Quem faz projeto hidrossanitário sabe que tanque séptico, filtro anaeróbio e vala de filtração são unidades de tratamento de esgoto residencial. Enquanto o tanque faz a separação do material, o filtro e a vala tratam o esgoto com a ação de microorganismos. Quer ler este artigo em outro momento? Faça o dowload PDF Depois de conhecer no post anterior os conceitos iniciais e normativos das unidades de tratamento de esgoto, vamos conferir como é feito o dimensionamento dessas unidades. Dimensionamento do tanque séptico Esse cálculo segue as disposições da NBR 7229/93. Para efetuar o dimensionamento do volume útil do tanque séptico, é necessário aplicar a fórmula V = 1000 + N*(C*T + K*Lf), sendo: V = volume útil, em litros N = número de pessoas ou unidades de contribuição C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1) T = período de detenção, em dias (ver Tabela 2) K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco (ver Tabela 3) Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1) Veja as tabelas necessárias para o dimensionamento do volume do tanque séptico. PRÉDIO UNIDADE CONTRIBUIÇÃO DE ESGOTOS (C) E LODO FRESCO (LF) Tabela 1 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante. 1. Ocupantes permanentes – Residência padrão alto Pessoa 160 1 padrão médio Pessoa 130 1 padrão baixo Pessoa 100 1 – hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1 – alojamento provisório Pessoa 80 1 2. Ocupantes temporários – fábrica em geral Pessoa 70 0,30 – escritório Pessoa 50 0,20 – edifícios públicos ou comerciais Pessoa 50 0,20 – escolas (externatos) e locais de longa permanência Pessoa 50 0,20 – bares Pessoa 6 0,10 – restaurantes e similares Refeição 25 0,10 – cinemas, teatros e locais de curta permanência Lugar 2 0,02 – sanitários públicos ?A? bacia sanitária 480 4,0 CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA (L) TEMPO DE DETENÇÃO DIAS HORAS Tabela 2 – Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. Até 1500 1,00 24 De 1501 a 3000 0,92 22 De 3001 a 4500 0,83 20 De 4501 a 6000 0,75 18 De 6001 a 7500 0,67 16 De 7501 a 9000 0,58 14 Mais que 9000 0,50 12 INTERVALO ENTRE LIMPEZAS (ANOS) VALORES DE K POR FAIXA DE TEMPERATURA AMBIENTE (T), EM ºC Tabela 3 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. t = 10 10 = t = 20 t > 20 1 94 65 57 2 134 104 97 3 174 145 137 4 214 185 177 5 254 225 217 Vamos usar um exemplo para demonstrar a fórmula de dimensionamento de um tanque séptico. Considere um edifício público com capacidade para 45 pessoas, um restaurante no pavimento térreo para 100 refeições, sendo que a temperatura ambiente da região é em torno de 22º C e intervalo de limpeza igual a 3 anos. Em resumo, temos os dados: EDIFÍCIO PÚBLICO RESTAURANTE N= 45 C= 50 Lf =0,2 N=100 C= 25 Lf =0,1 Contribuição de esgoto = N*Cep + N*Cres = 45.50 + 100.25 = 4750 litros Contribuição de lodo fresco= N*Lfep + N*Lfres = 45.0,2 + 100.0,1 = 19 litros T= 0,75 (volume entre 4501 e 6000) K= 137 (Temperatura maior que 20° e intervalo de limpeza de 3 anos) V = 1000 + (4750*0,75 + 137*19) V= 7165,5 litros Dimensionamento do filtro anaeróbio Essa unidade de tratamento de esgoto residencial utiliza a NBR 13969/97. O dimensionamento do volume útil do filtro é efetuado com base na fórmula Vu = 1,6* N*C*T, sendo: N = é o número de contribuintes C = é a contribuição de despejos, em litros x habitantes/dia (ver Tabela 1, também usada no tanque séptico ) T = é o tempo de detenção hidráulica, em dias (ver Tabela 4) VAZÃOL/DIA TEMPERATURA MÉDIA DO MÊS MAIS FRIO ABAIXO DE 15ºC ENTRE 15ºC E 25ºC MAIOR QUE 25ºC Tabela 4 – Tempo de detenção hidráulica de esgotos (T), por faixa de vazão e temperatura do esgoto (em dias). Até 1500 1,17 1,0 0,92 De 1501 a 3000 1,08 0,92 0,83 De 3001 a 4500 1,00 0,83 0,75 De 4501 a 6000 0,92 0,75 0,67 De 6001 a 7500 0,83 0,67 0,58 De 7501 a 9000 0,75 0,58 0,50 Acima de 9000 0,75 0,50 0,50 Veja um exemplo prático, considerando uma edificação multifamiliar de padrão médio para 16 pessoas, com temperatura média do mês mais frio igual a 24° C. RESIDÊNCIA DE PADRÃO MÉDIO N= 16 C= 130 Contribuição de esgoto = N*C = 16*130 = 2080 litros T = 0,92 (volume entre 1501 e 3000, temperatura entre 15°C e 25°C) Vu = 1,6*16*130*0,92 Vu = 3061,7 litros. Dimensionamento da vala de filtração O terceiro item do tratamento de esgoto residencial aqui apresentado, também tem dimensionamento de acordo com a NBR 13969/97. A fórmula para a vala de infiltração é L= C/Ta, sendo: L = comprimento total da vala, em metros; C = contribuição de despejos, em litros /dia; Ta = taxa de aplicação do efluente, em L/dia*m². A NBR 13969/97 determina que a taxa de aplicação do efluente proveniente do tanque séptico não deve ser superior a 100 L/dia*m². Logo, considerando o mesmo exemplo adotado para o filtro, no qual se tem uma contribuição igual a 2080 litros, e considerando que a base onde está assentada a tubulação de distribuição deve ter 1m de largura, conclui-se que: L= 2080/100 L= 20,80 metro De acordo com a necessidade de digestão aeróbia de material retido na vala de filtração e desobstrução dos poros do meio filtrante, deve-se considerar a operação alternada da vala em um período não maior que três meses. Assim, é necessário duplicar o resultado, devendo ser construído um comprimento total de vala igual a 41,6 metros. Após conhecer os conceitos, as normas e as fórmulas de cálculo das unidades de tratamento de esgoto residencial, é hora de avançarmos para o detalhamento dessas unidades. Aguarde nosso próximo post. Você tem alguma dúvida sobre unidades de tratamento de esgoto? Escreva nos comentários. Cálculos de dimensionamento de uma estação de tratamento de água maio 25, 2018 Por Dandara Viana Nesse post, você aprenderá como dimensionar uma estação de tratamento de água, como calcular as dimensões de uma calha Parshall, de um floculador, de um decantador e de um filtro, em função da vazão de captação. Como já sabemos, tratamento de água é um assunto muito sério, pois é a partir dele que podemos consumir a nossa preciosa água de maneira segura. Sabemos também que a grande maioria dos mananciais se encontram impróprios para o consumo direto por causa da poluição desenfreada em todo o mundo. É por essa razão que as estações de tratamento de água (ETAs) são cada dia mais necessárias. Uma das fases indispensáveis para a construção de uma ETA e que nós, engenheiros, devemos saber, é o dimensionamento de cada uma das etapas: coagulação, floculação, decantação e filtração. Esse dimensionamento, se feito de maneira incorreta, pode acarretar um mau funcionamento da estação de tratamento. Isso pode provocar um fornecimento de água a uma vazão de distribuição insatisfatória para a população abastecida e, assim, gerar muitos transtornos. Portanto, vale a pena conferir nosso post e, caso você deseje saber mais sobre uma ETA e como ela funciona, recomendamos que leia o post anterior: Estação de tratamento de água: entenda como funciona. Boa leitura! COMO É FEITO O DIMENSIONAMENTO DAS ETAPAS DE UMA ETA ETAPA 1: COAGULAÇÃO No nosso post anterior, explicamos como é feita a coagulação e que ela deve ocorrer em um alto grau de agitação. Isso ocorre porque o reagente precisa se misturar na água no menor tempo possível e, para isso, um dos métodos mais eficazes é por meio do ressalto hidráulico. Ressalto hidráulico é um fenômeno que ocorre na transição de um escoamento torrencial para um escoamento fluvial como mudança brusca no nível d’água. O dispositivo muito usado nas estaçõesde tratamento de água para provocar um ressalto hidráulico é a chamada Calha Parshall. Imagem de misturador hidráulico: a Calha Pashall.Desenho esquemático de uma Calha Parshall e suas dimensões.Tabela 1: Dimensões padronizadas de uma Calha Parshall (A, B, C, D, E, F, G, K e N, em função de W.Tabela 2: Coeficientes e vazão de água em função da largura da garganta (W). Na calha, o gradiente de velocidade recomendado deve estar entre 600s-1 e 2000s-1, a velocidade da água deve ser maior que 2m/s e o tempo de dispersão do reagente deve ser aproximadamente 1s. A largura da calha, por sua vez, deve ser escolhida em função da vazão de água que passa por ela. Primeiro, determina-se o intervalo, na tabela 2, que se encontra a vazão da água captada, então escolhe-se o valor da largura da garganta da calha (W) imediatamente abaixo desse intervalo. Fórmulas necessárias Passos Fórmula Unidade Descrição 1 Altura da água na seção de medição: ho=k.Qn m Onde: k e n são coeficientes, tabela 2 e Q é vazão (m³/s) 2 Largura da calha na seção de medição: D’=(2/3).(D-W)+W m Onde: D e W são dimensões (m), tabela 1 3 Velocidade na seção de medição: Vo=Q/D’ho m/s Já descritos. 4 Vazão específica na garganta da calha: q=Q/W m³/s/m Já descritos. 5 Carga hidráulica disponível: Eo=Vo2/2g +ho+N m Onde: N é dimensão (m), tabela 1 6 Ângulo: cosƟ= g.q/((2/3)g.Eo)1,5 graus Onde: g é aceleração da gravidade (m/s²) 7 Velocidade antes do ressalto: V1=2.cos(Ɵ/3).((2.g.Eo)/3)1/2 m/s Já descritos. 8 Altura da água antes do ressalto: h1=q/V1 m Já descritos. 9 Número de Froude: h2=(h1/2).(1+8.F1²)1/2-1) Já descritos. 10 Altura do ressalto: h2=(h1/2). m Já descritos. 11 Velocidade do ressalto: V2=Q/(W.h2) m/s Já descritos. 12 Altura na seção de saída: h3=h2-(N-K) m Onde: N e K são dimensões (m), tabela 1 13 Velocidade na seção de saída: V3=Q/(C.h3) m/s Onde: C é dimensão (m), tabela 1 14 Perda de carga no ressalto: hf=(h2-h1)³/(4.h1.h2) m Já descritos. 15 Tempo de mistura: t=2.G’/(V2+V3) s Onde: G’ é dimensão (m), tabela 1 16 Gradiente de velocidade: G=((Ƴ/µ).(hf/t))1/2 s-1 Onde: Ƴ=1000kgf/m³ e µ=1,17×10-4kgf.m²/s ETAPA 2: FLOCULAÇÃO Nesta etapa precisamos dimensionar o floculador para que ele consiga funcionar de modo a não permitir que os flocos em formação se sedimentem antes do tempo ou que se desagreguem. Para isso, é necessário que o gradiente de velocidade seja respeitado, que geralmente deve ficar entre 20 e 80s-1. Tabela 3: Valor de Kt em função do tipo de rotor. Para o cálculo das dimensões e quantidades de floculadores que serão necessários numa estação de tratamento de água, leva-se em consideração a vazão, assim como na etapa anterior. Fórmulas necessárias Passos Fórmula Unidade Descrição 1 Potência: Pot=Kt.ρ.n³.D5 W Onde: D é o diâmetro do rotor (m) n é a rotação do rotor (rps) Kt é coeficiente e depende do tipo de rotor, tabela 3 ρ é massa específica da água (kg/m³) 2 Gradiente de velocidade: G= (Pot/(µ.Vol))1/2 m/s Onde: µ é viscosidade dinâmica da água (kgf.s/m²); Vol é volume (m³) 3 Volume de um floculador: Vf=Q.Ɵh m³ Onde: Q é vazão para cada floculador (m³/s) e Ɵh é o tempo de detenção (min) 4 Área superficial do floculador: As=Vf/h m² Onde: h é a profundidade (m) 5 Largura do floculador: Bf=As/L m Onde: L é o comprimento (m) do floculador e depende da largura do decantador 6 Número de espaçamentos entre chicanas em cada câmara: n=0,045.[(a.L.G/Q)².Ɵc]1/3 Onde: a é a largura do canal (m) e Ɵc é o tempo de detenção por canal (min) 7 Espaçamento entre chicanas: e=L/n m Já descritos. 8 Velocidade nos trechos retos: V1=Q/(a.e) m/s Já descritos. 9 Velocidade nos trechos curvos: V2=(2/3).V1 m/s Já descritos. 10 Extensão dos canais: Lt=Ɵc.V1 m Já descritos. 11 Raio hidráulico: Rh=a.e/[2.(a+e)] m Já descritos. 12 Perda de carga unitária: j=[Q.C/(e.a.Rh(2/3)]² m/m Onde: C=0,013 13 Perda de carga distribuída: ΔHd=j.Lt m Já descritos. 14 Perda de carga localizada: ΔHl=[n.V1²+(n-1).V2²]/(2.g) m Onde: g é a aceleração da gravidade (m/s²) 15 Fórmula alternativa para o gradiente de velocidade: G=[(γ.ΔHT)/(µ.Ɵc)]1/2 s-1 Onde: ΔHT = ΔHd+ ΔHl γ=1000kgf/m³ µ=1,07×10-4kgf.s/m² ETAPA 3: DECANTAÇÃO Na etapa de sedimentação, precisamos determinar quantas unidades serão necessárias e quais serão suas dimensões. Para isso, devemos calcular a taxa de escoamento superficial das partículas presentes na água: · Para águas turvas está entre 30 e 60m³/m²/dia; · Para águas claras está entre 15 e 45m³/m²/dia. Deve-se levar em conta que a velocidade de escoamento da água no decantador deve ser inferior a 1,25cm/s e que o tempo de detenção deve estar entre 2,5 e 4h para que a sedimentação das partículas possa ocorrer. Outro fator de projeto que deve ser respeitado para o dimensionamento é a relação entre o comprimento e a largura do decantador, que deve estar entre 2,25 e 4 e a profundidade entre 3 e 5m. Fórmulas necessárias Passos Fórmula Unidade Descrição 1 Taxa de escoamento superficial: q=Q/As m³/m²/dia Onde: Q é vazão em por decantador (m³/dia) e As é Área superficial mínima do decantador (m²) 2 Tempo de detenção hidráulico: Ɵh=Vdec/Q h Onde: Vdec é o volume do decantador (m³) 3 Velocidade horizontal das partículas: Vh=Q/Ah cm/s Onde: Ah é a área da seção transversal (m²) ETAPA 4: FILTRAÇÃO Para o dimensionamento desta etapa, precisamos determinar qual será o meio filtrante (granulometria dos matérias e quantidade de camadas) e se a taxa de filtração será constante ou não. A taxa de filtração se dá a partir da espessura e material do meio filtrante: · Camada simples de areia (diâmetro de 0,5mm): 120m³/m²/dia · Dupla camada areia-antracito: 240m³/m²/dia · Camada simples de areia (diâmetro de 1,2 a 2mm): 360 a 480m³/m²/dia O número de filtros será sempre em função da quantidade de decantadores, de modo que cada decantador receba a mesma quantidade de filtros e que essa quantidade seja igual ou superior ao número de filtros necessários para uma dada vazão. As dimensões do filtro são dadas pela fórmula: 1+X=L, onde L é a largura do filtro acrescida de 1m, que será usado para o escoamento da água de lavagem do filtro; X.Y=A, onde X e Y são largura e comprimento, respectivamente e A é a área individual de um filtro. Fórmulas necessárias Passos Fórmula Unidade Descrição 1 Taxa de filtração: q=Q/Atotal m³/m²/dia Onde: Q é vazão (m³/dia) e Atotal é área de filtração (m²) 2 Número mínimo de filtros: N=1,2.Q0,5 Onde: Q é vazão (mgd) *1mgd=3785m³/dia 3 Área do filtro: Af=Atotal/N m² Já descritos. EXEMPLO PRÁTICO Agora que já vimos as formulações necessárias para o dimensionamento de uma estação de tratamento de água, vamos aplicá-las! Dimensionaremos agora uma estação que recebe uma vazão máxima de 1 m³/s. Etapa 1: dimensionamento da Calha Parshall Passo 1: Altura da água na seção de medição Dados: Q=1m³/s De acordo com a tabela 2: Q=1000L/s => k=0,505 e n=0,634 ho = kQn = 0,505.10,634 = 0,505m Passo 2: Largura da calha na seção de medição: Por meio das tabelas obtemos os seguintes valores: W=4’=1,22m (tabela 2) => D=1,938m (tabela 1), logo: D’=(2/3)(D-W)+W = (2/3).(1,938-1,22)+1,22 = 1,70m Passo 3: Velocidade na seção de medição: Vo=Q/D’ho = 1/(1,7.0,505) = 1,16m/s Passo 4: Vazão específica na garganta da calha: q=Q/W = 1/1,22 = 0,820m³/s/m Passo 5: Carga hidráulica disponível: Eo=Vo²/2g +ho+N = 1,16²/(2.9,81)+0,505+0,229 = 0,802m Passo 6: Ângulo: \mathrm{cosθ=\dfrac{g.q}{[(2/3)g.E_o]^{1,5}}=\dfrac{9,81.0,82}{[(2/3)9,81.0,802]^{1,5}}=0,67}cosθ=[(2/3)g.Eo]1,5g.q=[(2/3)9,81.0,802]1,59,81.0,82=0,67 Ɵ=arccos(0,67)=cos-1(0,67)=47,96° Passo 7: Velocidade antes do ressalto: V1=2.cos(Ɵ/3).((2.g.Eo)/3)1/2 V1=2.cos(47,96°/3).((2.9,81.0,802)/3)1/2 = 4,403m/s Passo 8: Altura da água antes do ressalto: h1=q/V1 = 0,820/4,403 = 0,186m Passo 9: Número de Froude: F1=V1/(g.h1)1/2 F1=4,403/(9,81.0,186)1/2 = 3,259 Passo 10: Altura do ressalto: h2=(h1/2).(1+8.F1²)1/2-1)h2=(0,186/2).(1+8.3,259²)1/2-1) = 0,769m Passo 11: Velocidade do ressalto: V2=Q/(W.h2) = 1/(1,22.0,769) = 1,066m/s Passo 12: Altura na seção de saída: Dados: De acordo com a tabela 1: K=0,076m h3=h2-(N-K) = 0,769-(0,229-0,076) = 0,616m Passo 13: Velocidade na seção de saída: Dados: De acordo com a tabela 1: C=1,525m V3=Q/(C.h3) = 1/(1,525.0,616) = 1,064m/s Passo 14: Perda de carga no ressalto: hf=(h2-h1)³/(4.h1.h2) = (0,769-0,186)³/(4.0,186.0,769) = 0,346m Passo 15: Tempo de mistura: Dados: De acordo com a tabela 1: G’=0,915m t=2.G’/(V2+V3) = 2.0,915/(1,066+1,064) = 0,859s Passo 16: Gradiente de velocidade: Dados: γ=1000kgf/m³ e µ=1,17×10-4kgf.s/m² G=((γ/µ).(hf/t))1/2 G=((1000/1,17×10-4).(0,346/0,859))1/2 = 1863,473s-1 Para a vazão dada, foi dimensionada uma calha Parshall de 4’(1220mm), que confere à água velocidade de 4,403m/s, tempo de mistura de 0,859s e gradiente de velocidade 1863,473s-1, dentro dos limites recomendados. Etapa 2: dimensionamento do floculador Dados iniciais: Tempo de detenção: 25min; Gradientes dos 3 câmaras (canais) em série escalonados: 80,50 e 20s-1; Profundidade: 4,5m; Número de unidades: 04; Largura do decantador (próxima etapa): 14m; Passo 1: Volume de cada floculador: Dados: Q=1/4=0,25m³/s e Ɵh=25min=1500s Vf=Q.Ɵh = 0,25.1500 = 375m³ Passo 2: Área superficial do floculador: As=Vf/h = 375/4,5 = 83,333m² Passo 3: Largura do floculador: Dados: L=14m Bf=As/L = 83,333/14 = 5,952m Passo 4: Número de espaçamentos entre chicanas em cada câmara: Dados: Existem 3 canais por floculador com 80 s-1, 50 s-1 e 20 s-1, respectivamente a=Bf/N=5,952/3=1,984m Ɵc=Ɵh/N=25/3=8,333min n=0,045.[(a.L.G/Q)².Ɵc]1/3 n1=0,045.[(1,984.14.80/0,25)².8,333]1/3 = 39,147 n1=40 n2=0,045.[(1,984.14.50/0,25)².8,333]1/3 = 28,616 n2=29 n3=0,045.[(1,984.14.20/0,25)².8,333]1/3 = 15,535 n3=16 Passo 5: Espaçamento entre chicanas: e=L/n e1=14/40 = 0,350m e2=14/29 = 0,483m e3=14/16 = 0,875m Passo 6: Velocidade nos trechos retos: V1=Q/(a.e) V11=0,25/(1,984.0,350) = 0,360m/s V12=0,25/(1,984.0,483) = 0,260m/s V13=0,25/(1,984.0,875) = 0,144m/s Passo 7: Velocidade nos trechos curvos: V2=(2/3).V1 V21=(2/3).0,360 = 0,240m/s V22=(2/3).0,260 = 0,173m/s V23=(2/3).0,144 = 0,096m/s Passo 8: Extensão dos canais: Dados: Ɵc=8,333min=500s Lt=Ɵc.V1 Lt1=500.0,360 = 180m Lt2=500.0,260 = 130m Lt3=500.0,144 = 72m Passo 9: Raio hidráulico: Rh=a.e/[2.(a+e)] Rh1=1,984.0,350/[2.(1,984+0,350)] = 0,149m Rh2=1,984.0,483/[2.(1,984+0,483)] = 0,194m Rh1=1,984.0,875/[2.(1,984+0,875)] = 0,304m Passo 10: Perda de carga unitária: Dados: Q=1/4=0,25m³/s e C=0,013 j=[Q.C/(a.e.Rh(2/3))]² j1=[0,25.0,013/(1,984.0,350.0,149(2/3))]² = 2,773 x 10-4m/m j2=[0,25.0,013/(1,984.0,483.0,194(2/3))]² = 1,024 x 10-4 m/m j3=[0,25.0,013/(1,984.0,875.0,304(2/3))]² = 1,715 x 10-5 m/m Passo 11: Perda de carga distribuída: ΔHd=j.Lt ΔHd1=2,773.10-4.180 = 0,050m ΔHd2=1,024.10-4.130 = 0,013m ΔHd3=1,715.10-5.72 = 0,001m Passo 12: Perda de carga localizada: Dados: g=9,81m/s² ΔHl=[n.V1²+(n-1).V2²]/(2.g) ΔHl1=[40.0,360²+(40-1).0,240²]/(2.9,81) = 0,379m ΔHl2=[29.0,264²+(29-1).0,176²]/(2.9,81) = 0,147m ΔHl3=[16.0,144²+(16-1).0,096²]/(2.9,81) = 0,024m Passo 13: Gradiente de velocidade: Dados: ΔHT= ΔHd+ ΔHl ΔHT1=0,050+0,379=0,429m ΔHT2=0,013+0,147=0,160m ΔHT3=0,001+0,024=0,025m γ=1000kgf/m³ µ=1,07×10-4kgf.s/m² G=((γ.ΔHT)/(µ.Ɵc))1/2 G1=((1000.0,429)/(1,07×10-4.500))1/2 = 89,547 s-1 G21=((1000.0,160)/(1,07×10-4.500))1/2 = 54,687 s-1 G3=((1000.0,025)/(1,07×10-4.500))1/2 = 21,617 s-1 Acabamos de dimensionar 4 unidades floculadoras, cada uma com 3 canais, com gradientes de velocidade escalonados de 90, 55 e 22 s-1. Cada um desses canais, conforme cálculo, deverão possuir 40, 29 e 16 espaçamentos de 0,350, 0,483 e 0,875m de distância, respectivamente, para que obedeçam aos gradientes de velocidade especificados na questão. Desenho esquemático da unidade floculadora do exemplo acima. Etapa 3: dimensionamento do decantador Dados iniciais: Velocidade de sedimentação: 35m/dia; Número de unidades: 04; Profundidade: 4m. Passo 1: Área mínima do decantador: Dados: Q=1/4=0,25m³/s=21600m³/dia e Vs=35m/dia As=Q/q As=21600/35=617,143m² Passo 2: Tempo de detenção hidráulico: Dados: Vdec=617,143.4=2468,572m³ e Q=1/4=0,25m³/s Ɵh=Vdec/Q Ɵh=2468,572/0,25= 9874,288s Passo 3: Largura do decantador: Dados: L=4B B=As/L B=617,143/(4B) => B=12,421m e L=50m Passo 4: Taxa de escoamento superficial: q=Q/(B.L) q=21600/(12,5.50)= 34,56m³/s/m² Foram dimensionadas 4 unidades de decantação de 12,5x50m. Essas dimensões garantem a sedimentação das partículas, pois a taxa de escoamento superficial, neste caso, é menor que a velocidades de sedimentação. Etapa 4: dimensionamento dos filtros Dados iniciais: Dupla camada de areia-antracito; Taxa de filtração: 240m³/m²/dia; 4 decantadores na etapa anterior com largura de 12m cada; Passo 1: Número mínimo de filtros: Dados: Q=1m³/s=22,827mgd N=1,2.Q0,5 = 1,2.(22,827)0,5 = 5,7 => 6 *6 é o número mínimo de filtros, mas como temos 4 decantadores, opta-se por colocar 2 filtros para cada, o que dá um total de 8 filtros. Passo 2: Área de filtração: Dados: Q=1m²/s=86400m³/dia e q=240m³/m³/dia Atotal=Q/q=86400/240 = 360m² Passo 3: Área do filtro: Af=Atotal/N=360/8 = 45m² Passo 4: Largura do filtro: Dados: L=6m, pois temos 2 filtros para cada decantador de 12m 1+X=L=>X=6-1=5m Passo 5: Comprimento do filtro: X.Y=Af=>Y=45/5=9m Como resultado do dimensionamento, tem-se 8 filtros com dimensões de 5x9m. Desenho esquemático da distribuição dos filtros do exemplo anterior. E, assim, por meio de conceitos e muitos cálculos, é possível projetar e construir uma Estação de Tratamento de Água que funcione satisfatoriamente. Esperamos que esse post tenha ajudado você a entender como é feito o dimensionamento de uma estação de tratamento de água. Se gostou, siga a gente aqui, no Youtube e também no Instagram! E se você ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários abaixo. Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12216 – Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992. CASTRO, Carmen Maria Barros de. Ponto 1 – A Qualidade da Água / Ponto – 2 Introdução ao Tratamento da Água. Porto Alegre: Gráfica UFRGS, 2008a. _____. Ponto 3 – Coagulação e Floculação. Porto Alegre: Gráfica UFRGS, 2008b. _____. Ponto 4 – Sedimentação/Decantação. Porto Alegre: Gráfica UFRGS, 2008c. _____. Ponto 5 – Filtração. Porto Alegre: Gráfica UFRGS, 2008d. DI BERNARDO, Luiz; DANTAS, Angela Di Bernardi. Métodos e técnicas de tratamento de água. 2. ed. São Paulo: Rima, 2005.
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