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TECIDO NERVOSO O BÁSICO QUE VOCÊ PRECISA SABER By Tatiane Leon TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon Tecido Nervoso Introdução Fonte: Internet. O tecido nervoso se distribui pelo organismo através da formação de uma rede de comunicações, que forma o sistema nervoso. Esse sistema coordena as funções dos vários órgãos especializados. Constituição O tecido nervoso é constituído por dois componentes: os neurônios, responsáveis pelas funções receptivas, e as células neuróglias (ou glias), responsáveis pela sustentação e proteção dos neurônios. Neurônios Os neurônios são células excitáveis, pois reagem aos estímulos sensoriais, representados pelo calor, luz, energia mecânica e as próprias modificações químicas do ambiente interno e externo. Suas principais funções são detectar, transmitir, analisar e utilizar informações geradas pelos estímulos. Soma-se ainda as funções de organizar e coordenar o funcionamento das funções do organismo, como as motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. Os neurônios são constituídos basicamente pelo corpo celular (ou pericário), axônio e dendritos. Corpo celular (pericário): É o centro celular e tem como função receber estímulos, que podem ser excitatórios ou inibitórios. O pericárdio é constituído pelo núcleo e pelo citoplasma. O núcleo, geralmente, é esférico, pouco corado e com um nucléolo. No citoplasma também existem várias estruturas, como: C.omplexo de Golgi: localizado próximo ao núcleo; Mitocôndrias:: com quantidade mode- rada; Retíclo .Endoplasmático .Rugoso: são estruturas formadas por cisternas mais polirribossomos livres, chamados de corpúsculos de Nissl. O R.E.R tem a sua quantidade variada de acordo com o tipo e a função desempenhada pelos neurônios. O R.E.R produz ainda moléculas protéicas, que migram para o axônio. Ainda no axônio essas moléculas percorrerão dois caminhos, ou o fluxo anterógrado, partindo do início do axônio e indo para a sua parte final, nos dendritos ou o fluxo retrógrado, percorrendo o sentido do final para a porção inicial do axônio. No fluxo retrógrado, as moléculas serão reutilizadas no corpo celular. TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon Neurofilamentos: são filamentos intermediários e estão em abundância no pericárdio e nos prolongamentos. Obs.: Alguns neurônios ainda possuem grânulos de melanina, com função ainda desconhecida e a lipofuscina de cor prata, que são materiais parcialmente digeridos pelos lisossomos. Axônio: É um cilindro, que se origina da estrutura piramidal do corpo celular, denominada cone de implantação. O cone de implantação juntamente com a bainha de mielina forma o segmento inicial, que recebe estímulos, que podem ser excitatórios ou inibitórios. O axônio é um segmento único em cada neurônio e sua função é conduzir os impulsos nervosos, transmitindo informações, que serão enviadas às células nervosas, musculares e glandulares. O axônio possui ainda citoplasma (axoplasma), que é circundado pelo axolena (membrana plasmática do axônio), que possui bombas de Na+ e K+, responsáveis pelo potencial de ação, que promoverá a sinapse. No axolema, existem mitocôndrias, em baixa quantidade, algumas cisternas do R.E.R e um número reduzido de mocrofilamentos e microtúbulos. Esses são responsáveis pelos fluxos axônicos, que possuem proteínas motoras, chamadas de cinesina e dineína. A cinesina é responsável pelo fluxo anterógrado e a dineína, pelo fluxo retrógrado. O grande problema do fluxo retrógrado é que partículas estranhas (prejudiciais) podem ser levadas para o corpo celular dos neurônios presentes no SNC e provocar lesões e doenças. O vírus da raiva, que pode levar a encefalite grave, é um exemplo desse tipo de fluxo. O axônio também possui uma porção final bastante ramificada (terminais sinápticos), chamada de telodendro. Dendritos: São formados por numerosos prolongamentos, cujas funções são de receber e integrar os impulsos que são trazidos pelos numerosos terminais axônicos, vindos de outros neurônios. Essas funções são desempenhadas, na verdade, pelas espinhas (ou gêmulas), que são pequenas projeções de dendritos. Essas projeções são estruturas bastante dinâmicas. Os dendritos tornam-se mais finos à medida que se ramificam. Os dendritos também possuem citoplasma, destituídos de c. de golgi. Classificação dos Neurônios Os neurônios podem ser classificados de acordo com algumas características, como a morfologia e a função. Quanto à morfologia, podem ser: Multipolares: possuem vários den- dritos e um axônio; Bipolares: possuem um dendrito e um axônio. São encontrados no gânglio coclear e vestibular, na retina e nos mucos olfatórios. Pseudounicelulares : constituídos por um único prolongamento, mas que se ramificam em dois, um ramo vai para a TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon periferia (gânglios espinhais) e o outro vai para o centro (gânglios cranianos). Fonte: Internet. Quanto à função, podem ser: Motores (eferentes): levam as informações para os órgãos efetores, como as glândulas exócrinas e endócrinas e as fibras musculares; Sensoriais (aferentes): recebem estímulos, vindos do meio ambiente ou do próprio organismo; Interneurônios: estabelecem cone- xões entre outros neurônios, formando circuitos complexos. Fonte: Internet. Células da glia (ou neuróglias) As células da glia são responsáveis por proteger, nutrir e sustentar os neurônios, mantendo-os unidos. Seus tipos são: Oligodendrócitos: Produzem as bainhas de mielina, que servem de isolamento elétrico para os neurônios do SNC. Eles possuem prolongamentos, que se enrolam nos axônios, produzindo as bainhas. Obs: A destruição das bainhas de mielina podem causar vários distúrbios neurológicos, como a esclerose múltipla, doença genética degenerativa. Astrócitos: Possuem formato estrelado, com numerosos prolon- gamentos. Os astrócitos se ligam aos neurônios, aos capilares sanguíneos, transferindo moléculas e íons para os neurònios e à pia-máter. Classificam-se em: astrócitos fibrosos, com prolon- gamentos menos numerosos e mais longos. Localizados na substância branca; Pastrócitos protoplasmáticos, com prolongamentos mais numerosos e mais curtos. Localizados na substância cinza. As funções dos astrócitos são: Sustentação; Participação da composição iôni- ca e molecular do ambiente extracelular dos neurônios, ajudando na absorção do excesso de neurônios; TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon Regulação de diversas atividades dos neurônios; Responder a diversos sinais químicos, diante da existência de muitos receptores, com os receptores para a norepinefrina, aminoácidos (como o ácido gama-aminobutírico - GABA), hormônio natriurético, angiotensina II, endotelinas entre outras moléculas; Células de Schwann: Possuem a mesma função dos oligodendrócitos, de produção das bainhas de mielina. Essas ajudam no aumento da velocidade da propagação dos impulsos. A diferença é que as células de Schwann se encontram em volta do SNP. Entre as células de Schwann existem espaços chamados de nódulos de Ranvier. Existem ainda axônios em que as células de Schwann não formam as bainhas de mielina. Por isso, existem os axônios mielínicos e os amielínicos. Os mielínicos possuem bainha de mielina (de natureza lipídica), bainha de Schwann e o endoneuro. Micróglias: Suas células peque- nas e com poucos prolongamentos e estão presentes no SNC. Possuem função fagocitária, participando da inflamação e reparação do SNC. Quando ativas, seus prolongamentos são retraídos, assumindo a forma de macrófagos. Células ependimárias: São células epiteliais colunares, com função de revestimento dos ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal.Podem ser ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalor- raquidiano (LCR) Fonte: Internet. Potenciais de membrana Os potenciais de membrana são as diferenças de potencial (d.d.p) existentes no meio intra e extracelular. Existem dois tipos de potenciais, o de repouso e o de ação. Potencial de repouso: No axole- ma, existem moléculas que podem ser bombas ou canais, interme- diando a entrada e a saída de íons. O axolema bombeia para fora do axoplasma íons de Na+, enquanto há a entrada de íons de K+ para a célula. Dessa forma, o meio extracelular fica carregado positivamente por causa do excesso de Na+ e o meio intracelular, negativamente. Essa d.d.p é de -65 mV e a célula se encontra polarizada. Potencial de ação: Quando o neurônio sofre um estímulo, os canais iônicos se abrem, desencadeando um rápido infuxo (entrada) de Na+ para o meio intracelular. Essa d.d.p é mudada de -65 mV para +30 mV. Dessa forma, o meio interno se torma mais positivo e o externo, negativo. Essa modificação é chamada de potencial de ação ou impulso nervoso e a célula se encontra despolarizada. No entanto, o potencial de +30 mV fecha os canais de Na+, impedindo a entrada destes. No mesmo momento TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon há a abertura dos canais de K+, que faz com que o a d.d.p da membrana retorne a -65 mV e a célula fica repolarizada, voltando ao seu estado de repouso. Esses eventos ocorrem em apenas 5 ms e em apenas uma porção do axolema, no entanto, esses potenciais se propagam em torno do axônio e vão para as terminais sinápticos. Nesses locais, os neurotransmissores são extravasados, estimulando ou ini- bindo outras células neuronais, células musculares e algumas células glandulares. A hiperpolarização ocorre quando uma célula recebe um estímulo inibitório. Há a saída do íon K+ e a entrada do íon Cl-, o que faz o meio intracelular ficar mais negativo e o meio extracelular, positivo, inibindo a propagação do potencial de ação. Nessa fase, a d.d.p pode chegar até a - 90 mV. Fonte: Internet. Fonte: Internet. Obs: Os anestésicos de ação local são moléculas que agem nos axônios. Elas se ligam aos canais de Na+, impedindo o transporte desses íons, inibindo o potencial de ação responsável pelo impulso nervoso. Dessa forma, os impulsos que seriam interpretados no cérebro como dor, são bloqueados. Sinapses São locais de contato entre os neurônios e as células efetoras. São responsáveis pela transmissão unidirecional dos impulsos nervosos. Essa transmissão se dá por meio da liberação de neurotransmissores, que são substâncias que combinam-se com proteínas receptoras, responsáveis por abrir e fechar os canais iônicos. As proteínas receptoras também desencadeiam uma cascata molecular na célula pós-sináptica. Os neurotransmissores são sintetizados no corpo dos neurônios e são armazenados em vesículas, que serão liberadas na fenda sináptica. Após usados, os neurotransmissores podem TECIDO NERVOSO / Tatiane Leon sofrer rápida degradação enzimática, difusão ou endocitose, por intermé- dio de receptores especializados, presentes nas membranas pré- sinápticas. A função das sinapses é de transformar um sinal elétrico (impulso nervoso), vindo do neurônio pré- sináptico, em sinal químico, que atuará nas células pós-sinápticas. As sinapses podem ser de três: Axossomática: entre axônio e corpo celular; Axodendrítica: entre axônio e dendritos; Axoaxônica: entre dois axônios. Fonte: Internet. As sinapses são responsáveis pela propagação de impulsos excitatórios ou inibitórios. Se o sinal produzido na membrana pós-sináptica for de despolarização, essa sinapse será excitatória. Se, por acaso, esse sinal for de hiperpolarização, será inibitória. As sinapses ainda podem se dá por sinais químicos, com o auxílio de neurotransmissores, de forma lenta ou por sinais elétricos, com a presença de junções comunicantes, canais que permitem a passagem de íons. A sinapse elétrica, por sua vez, é mais rápida. Referência: JUNQUEIRA.; CARNEIRO. Histologia Básica.
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