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Direito do Trabalho - Resumo 2° prova

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Alteração do Contrato de Trabalho 
 Elementos de validação: tem que ser de mútuo consentimento e não resultar em 
prejuízo financeiro ou moral do empregado. Obs: se houver consentimento mas 
houver prejudicialidade, ainda será nulo. 
 Objetiva: são mudanças nas cláusulas do contrato de trabalho. Ex: mudança de 
local de prestação de serviço, tempo de trabalho, remuneração, função, etc. 
 Subjetiva: alteração dos sujeitos do contrato de trabalho (empregador ou 
empregado). Ex: sucessão empresarial. 
 Unilateral: o empregador tem o poder diretivo (jus variandi). 
Extinção do Contrato de Trabalho 
 Definição: é o término do contrato de trabalho. Ou o empregador dispensa ou o 
empregado pede demissão. 
 Por iniciativa do empregador, sem justa causa: é a simples dispensa feita pelo 
empregador, por qualquer razão, sem precisar justificar (imotivada). 
Verbas rescisórias: 
1. Aviso Prévio indenizado ou trabalhado. 
2. Saldo-salário. 
3. Férias proporcionais + indenização de 1/3. 
4. 13° salário proporcional. 
5. Indenização da multa de 40% do FGTS. 
6. Seguro desemprego. 
 Por iniciativa do empregado: é quando o empregado, por qualquer motivo, pede 
a rescisão do contrato de trabalho, conhecido como “pedido de demissão”. 
Verbas rescisórias: 
1. Férias proporcionais + 1/3 Constitucional. 
2. 13° salário proporcional. 
3. Saldo-salário. 
 Por mútuo consentimento: há um acordo de vontades entre empregador e 
empregado para extinguir o contrato de trabalho. 
Verbas rescisórias: 
1. Metade das seguintes verbas: aviso prévio, se indenizado, e FGTS (20%). 
2. Integralidade das demais verbas trabalhistas. 
3. Nesse caso, o empregado é limitado ao saque de 80% do FGTS. 
 Por iniciativa do empregador, com justa causa: consiste na prática, pelo 
empregado, de falta considerada grave, conforme art. 482 da CLT, motivada e 
taxativa. 
 Verbas rescisórias: 
1. Saldo-salário 
2. 13° salário proporcional 
3. Férias proporcionais 
Elementos de validação: falta gravosa, proporcionalidade da pena, no bis in idem, 
imediatidade, vinculação entre infração e pena, conduta dolosa ou culposa do 
empregado. 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: 
a) ato de improbidade: desonestidade, fraude que cause prejuízo ao empregador. Ex: 
furto de bens da empresa. 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento: comportamentos desregrados 
ligados à vida sexual do empregado que perturbem o ambiente de trabalho ou que 
atinja a moral. Ex: assédio sexual ou porte de drogas. 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e 
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, 
ou for prejudicial ao serviço: causar concorrência injusta. 
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido 
suspensão da execução da pena: se concretiza com a prisão do empregado, o que o 
impossibilita de continuar a prestação de serviços. 
e) desídia no desempenho das respectivas funções: mau comportamento repetitivo, 
preguiça, desatenção, negligência, mediante diversas advertências do empregador. 
f) embriaguez habitual ou em serviço: não só bebidas alcóolicas, drogas nocivas 
também. Dentro ou fora do ambiente de trabalho, contanto que comprometa o 
desempenho no trabalho. 
g) violação de segredo da empresa: quebra de lealdade entre empregado e 
empregador. 
h) ato de indisciplina ou de insubordinação: descumprimento de ordens de ordem 
geral. Ex: descumprimento de regulamento da empresa. 
i) abandono de emprego: deixar de trabalhar, ausência injustificada e continuada do 
empregado. 
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou 
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de 
outrem: de empregado pra empregado ou de empregado para terceiros. 
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o 
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de 
outrem: empregado para empregador ou superior. 
l) prática constante de jogos de azar: não pode ser habitual ou afetar o desempenho 
no trabalho. 
 
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da 
profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado: por exemplo, uma 
advogada ter sua carteirinha da OAB suspensa por má conduta e não ter mais como 
trabalhar. 
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a 
prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à 
segurança nacional. 
 Por iniciativa do empregado, mediante rescisão indireta: nesse caso, há falta grave 
do empregador, que será comprovada através de ajuizamento de ação trabalhista, 
sempre que: 
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos 
bons costumes, ou alheios ao contrato: é quando, por exemplo, o empregador 
manda o empregado realizar atividade ilícita ou mulher carregar 100kg. 
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor 
excessivo: é um comportamento discriminatório do empregador em relação aos 
demais empregados. 
c) correr perigo manifesto de mal considerável: é a exposição do empregado à 
atividades não previstas no contrato de trabalho que coloque em risco sua 
integridade física ou sua saúde. 
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato: por exemplo, atrasados 
reiterados no salário. 
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, 
ato lesivo da honra e boa fama: tanto no ambiente do trabalho quanto fora dele, 
como xingamentos. 
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de 
legítima defesa, própria ou de outrem: bater, socar, etc. 
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a 
afetar sensivelmente a importância dos salários: em caso de funcionários 
comissionados. 
Verbas rescisórias: 
1. Aviso Prévio indenizado ou trabalhado. 
2. Saldo-salário. 
3. Férias proporcionais + indenização de 1/3. 
4. 13° salário proporcional. 
5. Indenização da multa de 40% do FGTS. 
6. Seguro desemprego. 
 Por culpa recíproca: tanto o empregador quanto o empregado cometem falta 
grave. 
Súmula nº 14 - TST: Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de 
trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) 
do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. 
 Facto Principe: No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, 
motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela 
promulgação de lei que impossibilite a continuação da atividade, o pagamento da 
indenização ficará a cargo do governo responsável. Caso fortuito ou força maior. 
Aviso Prévio 
 Definição: é a notificação feita pelo empregado ou pelo empregador da intenção 
de rescindir contrato de trabalho sem justa causa. 
 Natureza jurídica: informação, tempo e pagamento. É tríplice. 
 Forma: verbal ou escrito. 
 Se o empregador rescindir o contrato sem justa causa: há o aviso prévio 
trabalhado (que é quando o empregador exige que o empregado trabalhe 
durante o período de aviso, descontando duas horas diárias do período 
completo ou trabalhando a carga horária normal de 7 dias corridos, mas 
folgando alguns dias ao final) e o aviso prévio indenizado (quando o empregador 
indeniza o empregado mesmo sem estar trabalhando). O empregado receberá 
aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho na empresa, de 30 a 90 dias. 
 Quando o empregado rescinde o contrato: há o aviso prévio trabalhado (o 
empregado pede demissão, mas opta por trabalhar durante o período do aviso, 
recebendo ao final de seu cumprimento), o aviso prévio indenizado pelo 
empregado (o empregado pede demissão e não pode ou não quer trabalhar 
durante o período de aviso, sendo facultado ao empregador cobrarmulta por 
esse período, não podendo ser superior ao valor da indenização) e aviso prévio 
não cumprido por determinação do empregador (quando o empregado até 
pretende cumprir o aviso prévio trabalhado, mas o empregador não permite, 
devendo pagar o salário correspondente ao prazo do aviso ao empregado). O 
empregado concederá aviso prévio de 30 dias, independentemente do tempo de 
trabalho na empresa (pode ser de1 dia ou de 20 anos). 
 Obs: aviso prévio é devido apenas em relações de trabalho por tempo 
indeterminado. No contrato de trabalho por tempo determinado, há uma 
indenização prevista em lei em caso de rescisão antes do tempo acordado. 
 Súmula 230 - TST: É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, 
no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. 
 Súmula 44 - TST: A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da 
indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado 
ao aviso-prévio. 
FGTS 
 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: todos os empregadores ficam obrigados 
a depositar, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da 
remuneração (salário + gorjetas) paga ou devida, no mês anterior, a cada 
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457 
e 458 da CLT (comissões, gorjetas, gratificações, etc.) e a gratificação de Natal. 
Para aprendizes, é 2%. 
 Prazo: até o dia 7 do mês subsequente ao vencido. Se não depositar no prazo 
legal, o empregador pagará Taxa Referencial por dia de atraso + juros de mora 
de 0,5% ao mês + multa (5% no mês do vencimento ou 10% nos meses seguintes). 
 Finalidade: proporcionar uma reserva monetária para quando o empregado 
fosse dispensado da empresa. 
 Contribuintes: empregador que admitir trabalhador pela CLT a seu serviço. 
 Beneficiários: trabalhadores regidos pela CLT, rurais, safreiros, avulsos, 
domésticos, intermitentes, temporários e atletas profissionais. 
 Obs: é vedado o pagamento direto ao trabalhador. Deve ser feito em conta 
vinculada a dele. As contas do FGTS são impenhoráveis. 
 Saques: poderá ser sacado o referido valor do FGTS nos casos a seguir: 
1. Dispensa sem justa causa, despedida indireta, culpa recíproca ou força maior 
(pedido de demissão e justa causa NÃO). 
2. Extinção total da empresa. 
3. Extinção normal de contrato a termo. 
4. Falecimento do empregado. 
5. Trabalhador ou dependentes com HIV ou doenças graves. 
6. Extinção do contrato por acordo (80%). 
7. Aposentadoria. 
8. Compra da casa própria. 
9. Idade igual ou superior a 70 anos. 
 Saque anual: a partir de 2020, os trabalhadores poderão sacar parte do dinheiro 
em suas contas no FGTS (5% a 50%) uma vez por ano, na modalidade chamada de 
saque-aniversário. Quem optar por receber uma parte do FGTS todo ano não 
poderá sacar o saldo total da conta se for demitido sem justa causa, só recebe a 
multa de 40% do FGTS, que não muda. 
 Saque pontual: a partir de setembro de 2019, os trabalhadores poderão sacar R$ 
500 de FGTS. Cada emprego com carteira assinada corresponde a uma conta de 
FGTS diferente para o trabalhador. A conta ativa, correspondente ao atual 
emprego, é aquela que ainda está recebendo depósitos. Quem tiver uma conta 
ativa e uma inativa, pode sacar R$ 500 de cada. 
 Os recursos do FGTS são utilizados pelo governo na área de habitação popular 
saneamento básico e infraestrutura urbana, como a pavimentação de estradas. 
Greves 
 Definição: paralisação temporária, pacífica e coletiva do trabalho. 
 É um instrumento de pressão máxima necessário, excepcional e representa os 
interesses da categoria. 
 Súmula 316 – STF: A simples adesão à greve não constitui falta grave. 
 Impossibilidade de rescisão do contrato de trabalho durante greve. O que há é a 
suspensão que pode virar interrupção do contrato, com pagamento dos dias 
parados. 
 Comunicação da greve: tem que ser prévia, com risco de ilegalidade da greve. 
Atividades não essenciais: 72h. Comunica o empregador. 
Atividades essenciais: 48h. Comunica o empregador e os usuários. Manutenção 
dos serviços essências à coletividade. 
 
Da representação dos empregados 
Das convenções coletivas de trabalho

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