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APOSTILA TOP - Processo Civil - Petição Inicial

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Apostila TOP - Processo Civil - Petição Inicial 
www.toppreparatorio.com.br 
2 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Esta apostila faz parte de um material desenvolvido especialmente para auxiliar os estudantes de 
direito que desejam ter sucesso na aprovação do exame da OAB. 
Neste material o aluno vai encontrar de forma didática e acadêmica o passo a passo para redação 
de uma petição inicial. Este material foi pensado e desenvolvido de forma a facilitar a 
compreensão dos requisitos essenciais de uma petição inicial. 
O curso de processo civil e direito civil desenvolvido e distribuído pelo TOP Preparatório® será 
oferecido por meio de e-books, podcast e vídeos aulas, que o aluno poderá acessar diretamente no 
portal www.toppreparatorio.com.br em uma área exclusiva de membros. 
O TOP Preparatório® foi desenvolvido e criado pelo Prof. Me. Virgilio Ricardo Coelho Meirelles, 
que há mais de 05 (cinco) anos vem desenvolvendo um método capaz de proporcionar a seus 
alunos uma preparação para o exame da OAB alicerçada no desenvolvimento das competências 
individuais de cada um. 
No TOP Preparatório® você terá acesso a um método diferente e exclusivo que irar lhe 
proporcional uma preparação segura e duradoura não só para o exame da OAB como também 
para os desafios que o esperam na carreira professional 
 Sucesso. 
 
 
 
 
 
 
 
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Apostila TOP - Processo Civil - Petição Inicial 
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Sumário 
1. DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ........................................................ 4 
1.1. Procedimento Comum - art. 318 a art. 512 ....................................................................................... 4 
1.2. Petição Inicial – art. 319 ao art. 334 ................................................................................................. 4 
1.3. Requisitos da Petição Inicial ............................................................................................................ 6 
1.3.1. O Endereçamento ou Juízo – Inciso I ............................................................................................. 6 
1.3.2. Qualificação das Partes – Inciso II ................................................................................................. 6 
1.3.3. Fatos e Fundamentos Jurídicos do Pedido – inciso III .................................................................... 7 
1.3.3.1. Fundamentação Jurídica e Legal ................................................................................................. 7 
1.3.4. Pedidos e Requerimentos – Inciso IV ............................................................................................ 8 
1.3.4.1. Os Pedidos ................................................................................................................................ 8 
1.3.4.2. Os Requerimentos ................................................................................................................... 10 
1.3.4.3. Cumulação de Pedidos ou de Ações .......................................................................................... 10 
1.3.4.3.1. Cumulação Própria ou em Sentido Estrito .............................................................................. 11 
1.3.4.3.1.1. Cumulação Própria Simples ................................................................................................. 11 
1.3.4.3.1.2. Cumulação Própria Sucessiva .............................................................................................. 11 
1.3.4.3.2. Cumulação Imprópria ou em Sentido Amplo .......................................................................... 11 
1.3.4.3.2.1. Cumulação Imprópria Subsidiária ....................................................................................... 11 
1.3.4.3.2.2. Cumulação Imprópria Alternativa ....................................................................................... 12 
1.3.4.4. Pedido Alternativo ................................................................................................................... 12 
1.3.4.5. Pedido Implícito em Prestações Sucessivas .............................................................................. 13 
1.3.5. Valor da Causa – inciso V ............................................................................................................ 13 
1.3.6. Provas – Inciso VI ....................................................................................................................... 13 
1.3.7. Opção da Audiência de Conciliação ou de Mediação – Inciso VII ................................................... 14 
1.4. Documentos Indispensáveis e Juntada do Mandato ........................................................................ 14 
1.5. Emenda da Petição Inicial.............................................................................................................. 15 
1.5.1. Casos de Indeferimento da Petição Inicial ................................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PARTE ESPECIAL 
 
1. DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
1.1. Procedimento Comum - art. 318 a art. 512 
 
O PROCESSO seja ele civil, penal, eleitoral, trabalhista ou administrativo, é um ramo do direito público 
pelo qual o Estado Juiz, por meio de procedimentos devidamente positivados, torna efetiva a reparação do 
Direito material violado. Estes procedimentos devidamente instrumentalizados possibilita que conflitos 
sociais sejam resolvidos com total segurança jurídica na relação entre as partes (autor e réu) e o Estado-Juiz. 
Segundo Humberto Theodoro Júnior (2014, p. 486), “procedimento é, destarte, sinônimo de rito do 
processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos no processo”. 
 O CPC/2015, trouxe para o processo de conhecimento um procedimento único, denominado Procedimento 
comum (art. 318 do CPC/2015), abolindo a dicotomia sumário e ordinário, que trazia inúmeras 
dificuldades, principalmente para os examinandos do Exame da OAB. 
Desta forma atualmente há apenas dois procedimentos o Comum e o Especial, que didaticamente facilitou 
muito a interpretação do caso concreto. Importante salientar que não foi extinto o procedimento 
sumaríssimo previsto nas Leis do Juizados Especiais, para as causas de menor complexidade, dentro das 
limitações de suas respectivas competências, art. 3º da Lei nº 9.099/95 – Justiça Estadual e art. 3º da Lei nº 
10.259/2001 – Justiça Federal. 
O CPC/2015, flexibilizou a possibilidade das partes de transacionarem a qualquer tempo sempre que o 
objeto e as partes desejarem e que não haja impedimento de direitos e objetos não transacionáveis. 
 
1.2. Petição Inicial – art. 319 ao art. 334 
 
Marcelo Ribeiro conceitua a Petição Inicial como o “instrumento da demanda” (2015, pag. 271), meio pelo 
qual a parte apresenta ao Estado-Juiz o Direito Material violado ou ameaçado. 
 A Petição Inicial ou exordial, é o instrumento previsto no Código de Processo Civil, que além de limitar é 
também uma das formas de impulsionar a atividade jurisdicional do Estado. (art. 2º do CPC/2015). 
“É o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, mover o 
procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.” (Cintra, Grinover e Dinamarco 
(2005, p. 68) 1 
 
1 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 21. ed. 
São Paulo: Malheiros Editores, 2005. 
 
 
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A Petição Inicial nada mais é do que a peça inaugural da demanda, meio pelo qualo demandante 
materializa o exercício de seu direito (violado ou ameaçado) de ação. Sem a petição inicial, não há processo, 
sendo, portanto, pressuposto processual de existência e de validade (art. 312 do CPC/2015). 
Distribuída a petição inicial é vedado ao Juiz julgar além dos pedidos constantes na inicial, conforme prevê 
os art. 1412 e 4923 do CPC/2015. Caso julgue fora dos limites da lide estará incorrendo em nulidade 
processual ao proferir uma sentença: 
 
 Extra Petita: fora do pedido (juiz concede algo que não foi pedido pela parte). 
 Ultra Petita: além do pedido (juiz concede em quantidade maior o que foi pedido). 
 Citra Petita: aquém do pedido (juiz não se manifesta sobre um ou mais pedidos). 
Ainda que o juiz entenda que ser justo julgar fora dos limites do que não se pediu, este não poderá 
conceder, porque se não foi pedido, não faz parte da provocação trazida na inicial. Todavia, os artigos art. 
10 e art. 329 do CPC/2015, lidos em conjunto não só permitiram que o processo se tornasse mais efetivo, 
como também permitiu que o juiz tenha uma participação mais ativa no processo. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria 
sobre a qual deva decidir de ofício. 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento 
do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo 
mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
Estes dois dispositivos permitem que o processo seja mais dinâmico e que a prestação jurisdicional seja 
entregue de forma efetiva. Não se esta afirmando que o Juiz pode julgar fora dos limites da petição inicial, 
agora ao detectar algo que possa levar ao julgamento sem resolução do mérito, ou a dissonância entre os 
fatos narrados e os pedidos, tem este a faculdade de alertar as partes. Até porque a petição inicial é o 
esboço da sentença. 
 
 
 
 
2 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo 
respeito a lei exige iniciativa da parte. 
3 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo 
respeito a lei exige iniciativa da parte. 
 
 
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1.3. Requisitos da Petição Inicial 
 
Os requisitos da petição inicial são aqueles previstos nos artigos 319 e 320 do CPC/2015, respectivamente, 
possuindo ainda requisitos intrínsecos ou extrínsecos: 
Requisitos Intrínsecos: são os que ficam dentro do corpo da inicial. 
Requisitos Extrínsecos: são os que ficam de fora (documentos acostados na inicial, por exemplo). 
Em relação aos requisitos intrínsecos temos os incisos do artigo 319 do CPC/2015 que devem estar presentes 
em todas as iniciais sob pena de indeferimento, caso não seja sanado o vício. 
 
1.3.1. O Endereçamento ou Juízo – Inciso I 
 
A quem deva ser encaminhada a petição inicial. Seja ele órgão jurisdicional ou administrativo, comumente 
vem no topo da inicial: 
• Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1º Vara Civel da Capital; 
• Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Sessão Judiciária do Estado; • Egrégio Tribunal 
de Justiça do Estado; 
 
ou nos casos administrativos 
• Ao Chefe do Procon da Cidade; 
• Ao Delegado da Receita Federal 
• Ao Delegado Geral e dentre outros endereçamentos. 
 
1.3.2. Qualificação das Partes – Inciso II 
 
Qualificar as partes é assegurar que não haverá intervenção de terceiros por ilegitimidade provocada por 
homônimos, ainda mais com a possibilidade de instalação dos processos eletrônicos a qualificação com 
inscrição no Cadastro de Pessoas físicas e Jurídicas (CPF e CNPJ) se tornou quase que obrigatória. 
Necessário destacar a obrigatoriedade de informar a existência de União Estável, a medida visa corrigir 
uma lacuna existente na redação anterior, pois a cada dia vem o Estado se afastando das relações 
matrimoniais e reconhecendo novos arranjos familiares. 
 
 
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A importância deste dispositivo é assegurar também a total aplicação e efetivação do que determina o caput 
do art. 73 do CPC/2015, ao assegurar no §3º4 equivalência da união estável ao casamento nas ações que 
versarem sobre Direito Real. 
Outro destaque importante é quanto a necessidade de atualização do endereço (art. 77, V c/c Art 106 e 
art.274, parágrafo Único do CPC/2015), esta regra já era prevista na lei revogada, porém sem nenhuma 
sanção a parte que a desrespeitasse, como previsto no art.19 § 2º da Lei nº 9.099/95, que reputa como eficaz 
as intimações enviadas ao endereço anteriormente enviado, caso a parte na comunique sua alteração. 
1.3.3. Fatos e Fundamentos Jurídicos do Pedido – Inciso III 
 
Necessário iniciar os fatos de forma mais clara possível, é neste momento que a parte contará a sua versão 
de como o Direito Material foi violado ou ameaçado. Este tópico é o essencial da Petição inicial pois 
possibilitará ao Juiz que entenda de forma clara e objetiva e por que não dizer concisa como os fatos 
realmente ocorreram. 
Importante ressaltar que a parte deve narrar os fatos de forma não prolixa, não cabe neste tópico dizer que 
o fato ocorreu numa manhã chuvosa se o objeto do pedido for a condenação por um atropelamento numa 
faixa de pedestre por um motorista embriagado. 
O fato da manhã esta ou não chuvosa pode ser um fato simples ou um fato jurídico. No exemplo acima 
dizer que a manhã estava chuvosa é um fato simples, por sua vez se o objeto for um atropelamento por 
aquaplanagem fora da faixa de pedestre, fato do dia esta chuvoso pode ser uma excludente ou atenuante de 
responsabilização. 
O advogado no momento de redigir a Petição Inicial deve neste ponto se atentar ao princípio da 
congruência, onde os fatos narrados devem estar em consonância com o pedido final. 
 
1.3.3.1. Fundamentação Jurídica e Legal 
 
Apesar de parecerem sinônimas há diferenças entre fundamentação Juridica e Legal, na primeira a parte 
deve redigir a narração dos fatos de forma a coloca-los numa roupagem mais técnica, dentro do Direito 
Material violado ou ameaçado. 
Não basta dizer que é dever da parte contraria em reparar ou cessar o dano é importante fazer uma 
narrativa clara, tais como nos exemplos a seguir: 
 
4 Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo 
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. [....] § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável 
comprovada nos autos. 
 
 
 
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“a atitude do réu em conduzir veiculo automotor sob efeito de álcool é vedada pelo Código de Trânsito 
brasileiro no art. ....................”. 
“os danos morais causados ao Autor foram praticados por imprudência do Réu ao expor fatos de sua 
intimidade nas redes sociais, conforme previsto no art. 186 do Codigo Civil”. 
Feito a narrativa jurídica dos fatos necessário, é importante ter em mente que a Petição Inicial deve levar a 
um raciocino dedutivo e estruturado entre os fatos, fundamentação jurídica e legal e os pedidos finais. 
Importante 
TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: 
 O CPC/2015, adotou a teoria da substanciação, onde cabe ao Autor provar o quadro fático constitutivo deseu direito como previsto no ar. 373, I do CPC/2015, ou seja, o ônus da prova incumbe a quem alega. Nesta 
teoria adota pelo CPC/2015, o Autor deve ter em mente a resposta as seguintes indagações do magistrado: 
“por quais motivos a parte almeja a tutela jurisdicional? E quais fundamentos jurídicos ele possui? 
Então deve-se observar se a Petição Inicial responde a estes questionamentos. Como dito anteriormente a 
Petição Inicial é o esboço da sentença, todavia, o Juiz, com base nos mesmos fatos jurídicos e pedidos 
formulados, pode fazer uma qualificação jurídica diferente daquela feita pela parte. Ou seja, a 
fundamentação jurídica que a parte faz em sua Petição Inicial não passa de uma qualificação jurídica 
singular e não significa que o Juiz esteja vinculado a ela. 
A parte deve ter em mente também que não é necessário citar doutrinas e jurisprudência em sua 
fundamentação, todavia, a mesma se torna necessário em questões complexas ou sobre temas ainda não 
pacificados, principalmente com quando a questão for mais complexa. Esta questão ganhou força com a 
teoria dos precedentes judiciais. 
 
1.3.4. Pedidos e Requerimentos – Inciso IV 
 
1.3.4.1. Os Pedidos 
 
 Os pedidos e suas especificações são o núcleo central da petição inicial, devendo necessariamente está em 
total congruência com os fatos narrados e com a fundamentação jurídica e legal. É o momento em que o 
Juiz tem a total ciência da tutela jurisdicional pleiteada pela parte Autora. Colocando limites as regras de 
competência e limitando a prestação jurisdicional. O pedido deve ser claro o mais claro possível para que 
não só o juiz possa prestar a adequada tutela jurisdicional, como também permitir que o réu exerça seu 
direito ao contraditório e a ampla defesa. 
 O CPC/2015, trouxe no art. 322, § 1º, a possibilidade do pedido implícito. Esta inclusão permitiu que o Juiz 
possa condenar sem ofensa ao princípio da congruência, sem que haja sentença extra petita, quando se tratar 
 
 
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de atualização monetária, juros, honorários advocatícios, que não foram objetos da Petição Inicial. 
Os Pedidos são divididos doutrinariamente em pedido imediato e imediato e esta em congruência com a 
causa de pedir próxima e remota, anteriormente analisada. 
Pedido Imediato ou Próximo: é o tipo de tutela jurisdicional que a parte deseja, é a forma como espera que 
o judiciário se manifeste ao prestar a tutela jurisdicional, ou seja, é o que Pontes de Miranda classificou 
como a classificação quinaria das ações que são elas a Condenatória, Mandamental, Declaratória, 
Constitutiva e Executória. 
Pedido Mediato: é o resultado final é a reparação do direito material violado ou ameaçado, é o bem da vida 
subjacente que busca a partir da tutela jurisdicional que pediu. 
Neste momento o Autor deve dizer o que deseja, ou seja, é a soma do pedido imediato com o mediato: se a 
condenação a pagar, se é para mandar fazer ou cumprir obrigação anteriormente assumida, declarar a 
existência de uma relação de parentesco, ou constituir o direito a paternidade e por fim executar um titulo 
extrajudicial ou fazer cumprir uma sentença. 
 Alguns requisitos devem ser observados em relação ao Pedido e suas especificações, ou seja, o pedido deve 
ser certo, determinado ou determinável, claro e concludente 
 Certo (art. 322, caput, do CPC/2015): o autor deve informar o que ele pretende com a demanda, qual o bem 
da vida ou a tutela desejada. Neste tópico o Juiz pode conceder pedido implícito como dito anteriormente, 
todavia, é importante ressaltar se o objeto da ação for um dos elementos do parágrafo primeiro do art. 322 
estes devem ser certos. 
Ex: o Autor ajuíza uma demanda cobrando honorários contratados e no final esquece de pedir a 
condenação e pagar os honorários, neste ponto a inicial deve ser emendada. 
 
O CPC/2015, consagrou vários princípios e dentre eles o da boa-fé, que na hipótese do parágrafo segundo 
pode ser utilizada desde que se observe o princípio da não-surpresa (art. 10 do CPC/2015), este parágrafo, 
permite ao Juiz uma maior liberdade de interpretação dos fatos narrados, por isso uma narração dos fatos e 
uma fundamentação jurídica bem feita podem suprir eventuais falhas no pedido. 
Determinado (art. 324, caput, do CPC/2015): é a qualidade e a quantidade daquilo que a parte deseja 
receber através da prestação jurisdicional, porém pode existir a necessidade de pedido determinável como 
previsto no §1º também chamado de pedidos genéricos quando não se pode determinar a quantidade nem 
a qualidade da prestação como nos casos das ações civil públicas de danos coletivos, ou nas hipóteses de 
danos matérias decorrentes de um atropelamento quando não se sabe quais serão os tratamentos da vítima, 
na hipótese de um inventários quando ainda não se tem a dimensão do espólio, dentre outros exemplos. 
Claro: o pedido deve ser o mais claro possível, mesmo em se tratando de pedidos determináveis, pois o que 
se quer é que o pedido seja inteligível para que se possa proferir uma decisão clara. 
 Concludente: deve o Autor ao fazer o fechamento de sua petição elencar os fatos e sua fundamentação de 
 
 
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forma lógica para que o pedido seja a conclusão adequada de sua narrativa. 
 
1.3.4.2. Os Requerimentos 
 
Muito comum as pessoas confundirem Pedidos com Requerimentos, e ao final de suas petições usarem a 
expressão “em sendo assim é a presente para Requerer....” e iniciar elencando os pedidos e requerimentos 
de forma algumas vezes até desordenada. 
Porém, pedidos e requerimentos são diametralmente opostos entre si. Pedidos são tudo aquilo explicado no 
item anterior, ou seja, é a prestação jurisdicional final que se pleiteia. Seja, condenando, mandando fazer, 
constituindo, executando ou declarando algum direito, ou até mesmo negando o reconhecimento do 
mesmo. 
Já Requerimentos, são os meios pelos quais o Poder Judiciário vai efetivar a tutela jurisdicional objeto da 
ação, assim não é objeto da ação, gratuidade de justiça, citação da parte, realização ou não de audiência de 
conciliação, antecipação dos efeitos da tutela ou outro provimento que apenas seja o meio para qual ao qual 
a prestação jurisdicional precise para ser efetivada. 
 
1.3.4.3. Cumulação de Pedidos ou de Ações 
 
A Cumulação de pedidos ou de pretensões também é denominada de cumulação objetiva, enquanto a 
cumulação de ações denominada subjetiva é quanto existir litisconsórcio, importante neste tópico pe 
analisar a cumulação de pedidos previsto no art. 327 do CPC/2015, que permite que sejam cumuladas 
várias pretensões ou pedidos em face do Réu mesmo que não existe nenhuma conexão entre ele, todavia, 
alguns requisitos devem ser observados, conforme prevê o dispositivo. 
Que sejam os pedidos compatíveis entre si, ou seja, que sejam decorrentes do mesmo fato, denominada 
cumulação própria, mesmo que entre os pedidos não haja conexão. Que sejam de competência do mesmo 
Juízo e que tenham o mesmo procedimento. Neste ultimo tópico o § 2º, faz a seguinte ressalva: 
 
“Art. 327. [...] 
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o 
autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas 
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem 
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum”. 
 
 
 
 
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1.3.4.3.1. Cumulação Própria ou em Sentido Estrito 
 
Nesta cumulação de pedidos todos devem ser julgados de forma simultânea, porém está se subdivide em 
cumulação própria simples e cumulação própria sucessiva. 
 
1.3.4.3.1.1.Cumulação Própria Simples 
 
Quando os pedidos cumulados possam ser julgados de forma livre (procedente e improcedente), ou seja, 
são autônomos entre si. 
Ex: Cumulação de pedido de dano moral e de reparação de danos materiais, o Juiz pode julgar o primeiro 
procedente e o segundo improcedente, ou vice-versa. 
 
 
1.3.4.3.1.2. Cumulação Própria Sucessiva 
 
Na cumulação sucessiva existe um vínculo prejudicial de cumulação entre os pedidos, caso um seja julgado 
improcedente o outro perde a razão de existir. 
Ex: Investigação de paternidade cumulada com alimentos, caso a paternidade não seja reconhecida não há 
porque a condenação em prestação de alimentos. Importante é que também pode haver cumulação 
sucessiva sem a obrigatoriedade de acolhimento do segundo pedido, como no caso da parte pleitear a 
declaração de inexistência de dívida cumulada com danos morais. O juiz pode reconhecer a inexistência da 
dívida porem não esta obrigado a reconhecer os danos morais. 
 
1.3.4.3.2. Cumulação Imprópria ou em Sentido Amplo 
 
É aquela que não admite mais de um pedido procedente ao mesmo tempo. A cumulação imprópria pode 
ser subsidiária ou alternativa. 
 
1.3.4.3.2.1. Cumulação Imprópria Subsidiária 
 
Ocorre esta modalidade de cumulação quando a análise do segundo pedido for a improcedência do 
primeiro pedido, assim passa o segundo pedido a ser analisado somente quando o primeiro for rejeitado, 
conforme prevê ao art. 326 do CPC/2015. 
 
 
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Desta forma o Juiz somente analisará o pedido subsidiário se for rejeitado o pedido principal, respeitando a 
ordem apresentada pelo autor. Não esta o juiz autorizado a analisar o segundo pedido sem ter se 
manifestado acerca do primeiro. 
 Ex: a parte pede anulação do casamento e em sendo rejeitado a anulação do casamento que seja decretado 
o divórcio. 
Enunciado 287 do FPPC5: “O pedido subsidiário somente pode ser apreciado se o juiz não puder examinar ou 
expressamente rejeitar o principal. ” 
 
 
 
1.3.4.3.2.2. Cumulação Imprópria Alternativa 
 
Nesta modalidade de cumulação o Autor apresenta vários pedidos, porem não não estabelece uma ordem 
de prioridade entre eles, conforme previsto no Paragrafo Único do art. 326 do CPC/2015, neste caso 
qualquer pedido que for acolhido satisfaz de forma plena a prestação jurisdicional, não cabendo assim o 
interesse recursal, recaindo a sucumbência integralmente ao Réu. 
 Ex: Ação de consignação de pagamento quando o devedor está em dúvida quanto ao seu real credor. O 
autor propõe a ação contra dois ou mais credores e o juiz decidirá quem é o beneficiário da dívida. 
 
1.3.4.4. Pedido Alternativo 
 
 Apesar de parecidos na nomenclatura pedido alternativo e cumulação impropria alternativa não são nem 
de perto sinônimas. No pedido alternativo, há apenas um pedido, mas o réu tem à sua disposição duas ou 
mais maneiras de cumprir a obrigação (direito material). Quando o pedido traz a possibilidade de ser 
cumprido de outra maneira, a lei oportuniza que o réu o cumpra de uma forma ou de outra. 
O pedido alternativo encontra guarita nas obrigações alternativas, conforme previsto no art. 252 ao 256 do 
CC/2002. 
Ex: pagamento de uma quantia em dinheiro ou a entrega de parte da produção. Rescisão contratual ou 
indenização. 
 
 
 
 
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1.3.4.5. Pedido Implícito em Prestações Sucessivas 
 
Nas prestações sucessivas aparece outra modalidade de pedido implícito diverso do estudado no item 
1.3.4.1, nesta modalidade o pedido para cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, conforme 
previsto no art. 323 do CPC/2015, formulado o pedido de pagamento da primeira parcela, todas as demais 
serão devidas de pleno direito ao autor, inclusive com incidência de jurus, multa e correção monetária caso 
tenha cabimento. 
 Ex: Ação de alimentos, pagamentos de alugueis dentre outras de trato sucessivo. 
 
 
1.3.5. Valor da Causa – Inciso V 
 
O valor da causa deve corresponder ao benefício econômico pretendido pelo autor da demanda, todavia, 
também é um critério de fixação de competência como já estudado no item 1.1, deste material. Importante 
salientar que o CPC/2015 não mais permite que o valor da indenização por dano moral seja arbitrado 
livremente pelo Juiz, devendo a parte que o pede fixar desde logo o valor pretendido, conforme previsto no 
art. 292, V do CPC/2015. 
Esta obrigatoriedade legislativa tem como objetivo evitar que o Réu seja condenado em valor superior a sua 
capacidade financeira bem como que seja pego de surpresa em valores vultosos e sem nenhum critério 
como ocorrido no passado. 
Outra característica neste ponto é que o valor da causa nas prestações de trato sucessivo tem características 
diferentes: 
Ex: alimentos igual a 12 prestações (art. 292, III do CPC/2015. Aluguel a soma de uma anuidade (Sumula 
449 do STF) 
 
1.3.6. Provas – Inciso VI 
 
Cabe ao Autor indicar ao Juiz já na petição inicial quais são as provas com que pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados. Porém as provas são meras indicações não estando o Juiz obrigado a acolher, 
nem tão pouco impossibilitado o Autor de mudar ou desistir das provas indicadas na inicial. A medida é 
puramente processual afim de dar ciência tanto ao Réu como para o Juiz quais são e onde estão as provas 
necessárias a solução e/ou compreensão da demanda. 
 
 
 
 
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1.3.7. Opção da Audiência de Conciliação ou de Mediação – Inciso VII 
 
A audiência de conciliação ou de mediação passa a ser critério e requisito obrigatório do CPC/2015 e deve 
vir expresso na petição inicial sob pena de indeferimento caso seja acolhido a ordem de emenda. 
A participação de um conciliador ou mediador na audiência inaugural depende da natureza da relação ou 
do objeto da ação. Assim em relações não continuativas, a exemplo um apontamento no serviço de proteção 
ao credito é preferencial a atuação do conciliador, conforme previsto no art. 165, § 2º, do CPC/2015, já nas 
relações continuativas a exemplo nas ações relativas a direito de família ou correlatas passa ser preferencial 
a atuação do mediador, conforme previsto no art. 165, § 3º, do CPC/2015). 
Regulada no art. 334 do CPC/2015, a audiência de conciliação ou mediação, tem algumas peculiaridades 
que devam ser observadas em especial a previsão do § 5º, onde o autor deverá indicar se há ou não 
interesse em participar dessa audiência, restando ao réu o prazo de 10 dias para manifestar o seu 
desinteresse, por petição. Importante deixar claro que esta faculdade não tira a obrigatoriedade de constar 
na petição inicial, caracterizando a ausência como defeito da petição inicial. 
O silêncio do Réu quanto ao desejo do Autor em não participar da audiência de conciliação é traduzido 
como desejo deste em participar devendo o Autor comparecer a audiência anteriormente designada no 
despacho inicial. 
A audiência de conciliação é uma parte importante da formação do processo, pois o prazo para 
apresentação de contestação começa a fluir após a sua realização, conforme previsto no art. 335 do 
CPC/2015. Se o réu peticiona com 10 dias de antecedência, (art. 334 §5º) o prazo para contestar inicia do dia 
do protocolo da petição pelo Réu. 
 
1.4. Documentos Indispensáveis e Juntada do Mandato 
 
Previsto no art. 320 do CPC/2015, existem alguns documentos indispensáveis que são comuns a todas as 
ações, tais como documentos pessoais das partes e a procuração ao advogado (art. 103 e 107 do CPC/2015), 
também existem alguns documentos característicos de certos tipos de ação que também são indispensáveis, 
comoa certidão de nascimento numa ação de alimentos para que seja provada a obrigação alimentar, a 
certidão de casamento numa ação de divórcio, a certidão de óbito numa ação de inventário, dentre outras 
situações. 
A ausência não suprida destes referidos documentos indispensáveis leva ao indeferimento da inicial. 
 
 
 
 
 
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1.5. Emenda da Petição Inicial 
 
Apresentando a Petição inicial não preenche os requisitos acima listados ou algum defeito ou 
irregularidade, que possam dificultar a análise do mérito, o juiz mandará o Autor na forma do art. 321 do 
CPC/2015 emendar a inicial. Um ponto a ser abordado na redação do art. 321 é que agora o Juiz deve 
informar com precisão o que deve ser objeto da complementação ou emenda. 
 
 
1.5.1. Casos de Indeferimento da Petição Inicial 
 
Consagrado o princípio da não supressa não pode mais o Juiz indeferir uma petição inicial sem oportunizar 
ao Autor a sua emenda, complementação ou esclarecimento, todavia, caso a dúvida do juiz não seja 
esclarecida pelo Autor, deve este indeferir a petição inicial conforme assegura o ar. 330 do CPC/2015, em 
seu rol taxativo e exaustivo. 
 O indeferimento total da Petição Inicial extingue o processo sem resolução do mérito, sendo a sentença 
atacável por APELAÇÃO no prazo de 15 dias (art. 331, caput, do CPC/2015). Sendo parcial o indeferimento 
da petição inicial, caberá o recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 354, parágrafo único, do 
CPC/2015) no prazo de 15 dias.

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