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PETIÇÃO INICIAL
ÍNDICE
1. CONCEITO ..........................................................................................................................3
2. REQUISITOS ......................................................................................................................4
3. PEDIDO ...............................................................................................................................9
4. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL .....................................................................................12
Indeferimento da petição inicial ...................................................................................................................................12
5. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL ......................................................................13
Improcedência liminar do pedido ................................................................................................................................ 14
6. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO .............................................................16
www.trilhante.com.br 3
1. Conceito
A petição inicial, também conhecida como peça vestibular, é o ato que dá início ao processo. 
Sem ela, o processo não se inicia, pois, o Poder Judiciário precisa ser, de alguma forma, 
movimentado por quem deseja seu auxílio. Isso ocorre em razão da ideia de inércia da 
jurisdição, que significa, basicamente, que a justiça só vai agir quando for impulsionado por 
uma parte (art. 2º do CPC). 
A petição inicial também é uma das formas mais comuns de exercício do direito de ação, ou 
direito à tutela jurisdicional, constitucionalmente assegurado no art. 5º, XXXV da Constituição 
Federal. É por meio dela que o autor apresenta ao juiz toda a situação que o levou a procurá-
lo e indica qual é o embasamento jurídico que sustenta seus pedidos. 
É por meio dela que são identificados os limites da prestação jurisdicional, tanto os subjetivos 
(referentes aos sujeitos processuais, às partes) e objetivos (causa de pedir e pedido). Assim, 
é essencial que na petição inicial sejam identificados autor e réu, por meio de qualificação, 
bem como as questões de fato e de direito (causa de pedir) e o que se pretende obter com o 
processo (pedido). 
Essa delimitação é extremamente importante para que o juiz aja dentro dos limites que lhe 
foram estabelecidos, vez que, como dito, não há jurisdição sem impulso oficial. Por esse 
motivo, fala-se em princípio da adstrição ou da congruência, de forma que alguns autores 
sustentam que “a petição inicial é um projeto de sentença”.
Dessa forma, o juiz só poderá julgar a demanda que lhe foi apresentada, analisando todo o 
conteúdo a que teve acesso. Por tal motivo, são vedadas as sentenças extra petita (a que 
aborda assuntos que não os da petição inicial), ultra petita (a que aborda os assuntos da 
inicial e vai além, decidindo sobre coisas a mais), e infra petita (a que não chega a abordar 
tudo o que pede a petição inicial).
A petição inicial também é importante para verificar qual procedimento será adotado no 
processo. Isso porque a descrição dos fatos, dos fundamentos jurídicos e do pedido pode 
indicar que o processo seguirá pelo procedimento comum ou pelo procedimento especial (em 
caso de processo de conhecimento) ou pelos procedimentos dos processos de execução. 
Importante: Não se esqueça da diferença entre processo e procedimento. Enquanto o 
processo é o meio pelo qual se busca a prestação jurisdicional e a aplicação do direito 
material, o procedimento é a forma como isso ocorre, o conjunto de regras formais que 
o processo deve observar. Assim, não seguir o procedimento (ou rito) pode invalidar o 
processo.
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2. Requisitos
Os requisitos da petição inicial estão previstos no artigo 319 do CPC. Vale reproduzi-lo: 
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
O inciso I traz o requisito do endereçamento ao órgão competente. O juiz, nesse caso, 
não figurará como pessoa física, mas como órgão competente para conhecer das questões 
trazidas na petição inicial. Vale ressaltar que a pessoa física do juiz apenas será relevante 
quando houver dúvidas acerca de sua imparcialidade. Do contrário, o juiz atuará como 
representante do Estado na atividade de prestação jurisdicional. 
O endereçamento, contudo, pode conter equívocos. Nesses casos, se a petição inicial for 
dirigida a juiz absolutamente incompetente, ele deverá declarar de ofício essa incompetência, 
após ouvida a parte contrária (art. 64, §§1º e 2º do CPC), e remeter os autos ao juiz competente. 
Os casos mais comuns de incompetência absoluta são aqueles relativos à matéria (Justiça 
Federal, Estadual ou Trabalhista), às partes envolvidas (envolvimento da União, autarquia 
federal ou fundação federal no processo), à função ou competência hierárquica (se é do 1º 
grau ou em grau superior) e às hipóteses de impedimento, constantes do art. 144 do CPC. Vale 
informar que, geralmente, versam sobre questões de interesse público e, ainda que as partes 
concordem com o juízo escolhido, essa opção não pode ser aceita pelo juiz. Para facilitar o 
entendimento, podemos pensar o seguinte: o interesse público no regular andamento do 
processo deve ser sempre protegido, de forma que a incompetência absoluta poderá ser 
alegada a qualquer momento e grau de jurisdição, inclusive após a formação da coisa julgada 
(cabendo, neste caso, ação rescisória, nos termos do art. 966, II do CPC). 
Se a petição inicial for dirigida a juízo relativamente incompetente, nos casos que versam 
sobre competência territorial (São Paulo ou Rio de Janeiro) e em razão do valor (Juizado 
Especial ou Justiça Comum), costuma-se falar em foro de eleição. Isso significa que as 
partes podem optar pelo juízo que mais lhes convêm. Nesse caso, o juiz não declarará a 
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incompetência de ofício, mas apenas se for provocado pelas partes. O réu, por exemplo, pode 
suscitar a incompetência em preliminar de contestação, e o Ministério Público também pode 
levantar essa questão nas causas em que atuar (art. 65 do CPC). Se nada for alegado, haverá 
prorrogação da competência, ou seja, o juiz se manterá no julgamento da causa.  
O inciso II traz o requisito de apresentação dos nomes, os prenomes, o estado civil, a existência 
de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e residência do 
autor e do réu. A qualificação das partes e o endereço onde podem ser encontradas são 
importantes para que exista a mencionada delimitação subjetiva da lide, ou seja, a constatação, 
pelo juiz, de quem faz parte do processo. 
Essa junção qualificação + endereço também permite que surja a capacidade de citação do 
réu. Dessa forma, com tais informações, é possível chegar até a parte contrária e permitir 
que tenha consciência do processo que está sendo movido contra ela. Entretanto, pode 
acontecer de o autor não possuir todas as informações. O que o juiz, nesse caso, deve fazer? 
Ele deve colaborar com o processo.
Isso está previsto no art. 6º do CPC e consubstancia o chamado “dever de colaboração” das 
partes no processo, de forma que se espera do juiz um posicionamento ativo paraauxiliar o 
autor na consagração do direito de acesso à justiça. 
O dever de colaboração e facilitação da prestação jurisdicional estão também previstos nos 
parágrafos do art. 319 do CPC:
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz 
diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for 
possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção 
de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
O inciso III indica a necessidade de trazer à petição inicial os fatos e fundamentos jurídicos 
do pedido que, juntos, são conhecidos como “causa de pedir”. É por meio da explicação dos 
fatos que antecederam a petição inicial que o juiz entenderá a relação entre as partes, e é 
através dos fundamentos jurídicos (base legal) que o juiz também verificará de que forma os 
direitos e deveres das partes deveriam se concretizar. 
É importante pontuar que a mera indicação dos fundamentos legais é insuficiente 
para preencher esse requisito. Isso porque o Código de Processo Civil adota a teoria da 
substanciação, que significa, basicamente, que é mais importante que o autor explique de 
forma clara e concisa os fatos e os fundamentos jurídicos que os sustentam, em detrimento 
da indicação específica de artigos de lei (fundamentos legais). Se porventura o autor indicar 
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quais os dispositivos legais são aplicáveis ao caso, essa indicação não vincula o juiz, que 
necessita do detalhamento de fatos e fundamentos jurídicos para formar seu entendimento. 
A doutrina ainda apresenta algumas subdivisões da causa de pedir, podendo ela ser próxima 
(fundamentos jurídicos), remota (fundamentos de fato), ativa (aquela sem a qual não haveria 
o direito, o fato de onde ele nasce - o casamento, o acidente) e passiva (a lesão que o autor 
sofreu para que a demanda fosse judicializada - o inadimplemento, a falta de indenização). 
Importante não confundir fundamentos legais e fundamentos jurídicos. Enquanto o 
fundamento legal diz respeito à norma jurídica que o autor entende cobrir sua pretensão, o 
fundamento jurídico especifica qual o enquadramento jurídico dos fatos narrados. Trata-se, a 
grosso modo, da a causa de pedir remota, mediata. 
Vale ressaltar que o juiz tem poder de enquadrar os fatos e o fundamentos jurídicos em base 
legal diferente daquela indicada pelo autor. Desde que não os altere, pode entender que outro 
artigo da lei, por exemplo, se aplica àquele caso. Nessa hipótese, a doutrina defende que o juiz 
deve dar às partes o direito de manifestação, em especial atenção ao dever de colaboração e 
à vedação das decisões-surpresa (art. 10 do CPC). 
O inciso IV exige que o autor apresente o pedido e suas especificações na petição inicial. 
O pedido é exatamente o que o autor busca com aquele processo, o resultado que pretende 
obter.  O pedido pode ser dividido em mediato - o bem da vida que pleiteia, como uma 
indenização, um medicamento, um bem material objeto de disputa, ou uma nova situação 
jurídica - e imediato, que é a própria prestação jurisdicional requisitada ao Estado-juiz. 
 Importante: em atenção ao princípio da congruência, comentado na aula anterior, o juiz 
não pode alterar o bem da vida pretendido pelo demandante. 
O inciso V exige que o autor apresente o valor da causa. Nesse sentido, os art. 291 e 292 do CPC 
determinam que toda demanda cível, seja de jurisdição contenciosa ou voluntária, ação ou 
reconvenção, terá valor certo da causa. Dessa forma, ainda que inexista conteúdo econômico 
na demanda, o valor deverá constar da petição inicial, da reconvenção ou do pedido de tutela 
antecipada requerida em caráter antecedente e ser expresso em moeda nacional. 
O valor da causa é extremamente relevante para definição da competência, do procedimento 
a ser adotado e dos honorários advocatícios. Em razão dessa importância, sua ausência pode 
levar à extinção do processo. 
A fixação do valor da causa é realizada por meio de dois critérios: a fixação legal ou obrigatória 
- nos casos em que a atribuição do valor já foi previamente definida pelo legislador - ou 
pela fixação voluntária, nos casos em que não há determinação legal e o valor parte de uma 
estimativa razoável do autor. 
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Ademais, é possível impugnar o valor da causa em preliminar de contestação, segundo os 
ditames do art. 293 do CPC, sob pena de preclusão. 
Por fim, vale ressaltar que a importância do valor da causa é de cunho processual e fiscal. No 
Juizado Especial Cível, ela é determinante para a fixação de competência (pois aceita causas 
de até 40 salários mínimos) e também para a obrigatoriedade ou não de advogado (quando 
a causa valer até 20 salários mínimos, a própria parte é dotada de capacidade postulatória); 
é base de cálculo para multas e outras penas imposta pelo juiz (como litigância de má-fé); 
pode ser o parâmetro para a fixação dos honorários do advogado (Art. 85, §§ 2º e 6º, do CPC); 
do ponto de vista fiscal, o valor da causa é a base de cálculo para o pagamento das custas.
O inciso VI apresenta o requisito de que o autor especifique as provas com que pretende 
demonstrar a veracidade dos fatos alegados, tendo em vista que elas são capazes de 
influenciar o convencimento do juiz sobre as alegações das partes. Cabe lembrar que a 
Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LVI, considera inadmissíveis as provas ilícitas. 
Sobre esse tema, parte da doutrina sustenta que a petição inicial pode conter um pedido 
genérico de produção de provas, sem especificar como e quais devem ser realizadas, porque 
é apenas com a contestação do réu que serão verificados os pontos controvertidos da lide. 
Assim, os fatos que não forem contestados pelo réu serão admitidos como verdadeiros, e os 
que não forem serão objetos de produção de prova (os chamados pontos controvertidos). Por 
tal motivo, fala-se em pedido genérico na inicial e, após a contestação, a especificação das 
provas que se pretende produzir. Outra parcela da doutrina, contudo, sustenta que é possível, 
desde a petição inicial, o autor especificar ao menos um tipo de prova. 
Em aula, foi trazido para análise o REsp 329/034/MG, em que foi admitido o requerimento de 
provas em dois momentos processuais distintos: na petição inicial, em pedido genérico, e após 
eventual contestação, quando as partes são chamadas, pelo juiz, a especificarem as provas 
que pretendem produzir. Ademais, vale informar que “o silêncio das partes em responder ao 
despacho de especificação de provas faz precluir o direito à produção probatória, implicando 
desistência do pedido genérico formulado na inicial”. 
O último requisito apresentado pelo art. 319 do CPC, no inciso VII, traz a necessidade de o 
autor indicar se opta ou não pela realização de audiência de conciliação ou de mediação. 
O novo CPC trouxe como inovação o caráter obrigatório da audiência de conciliação, nos 
termos do art. 334, como uma tentativa de facilitação do acesso a uma resposta jurisdicional 
satisfatória. Partindo-se da ideia de que diversas lides podem ser resolvidas por meio da 
autocomposição, a obrigatoriedade da audiência de conciliação ou mediação foi inserida no 
novo diploma. 
E esse método alternativo de resolução de conflitos é tão relevante que, diante do silêncio 
do autor na petição inicial, presume-se que este é favorável à realização da audiência de 
conciliação ou mediação. Além disso, se houver manifestação favorável nos casos em que 
a autocomposição não é admitida, o juiz corrigirá o procedimento e determinará a citação 
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do réu para apresentar contestação, e não para comparecer à audiência de conciliação/
mediação (art. 334, §4º, II do CPC).  
Por fim, outro requisito da petição inicial é aquele constante do art. 320do CPC. Nele, há o 
dever do autor instruir a petição inicial com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. Esses documentos podem ser divididos em substanciais e fundamentais. Os primeiros 
são aqueles exigidos pela lei e sua ausência levará à determinação, pelo juiz, de emendar a 
petição inicial. Se o autor não proceder à emenda, haverá o indeferimento da petição inicial, 
com extinção do processo sem resolução de mérito (art. 485, I, CPC). Quanto aos documentos 
fundamentais, estes dizem respeito à comprovação dos fatos alegados pelo autor na peça 
vestibular. Se não apresentados, levam à declaração de improcedência do pedido. 
Em aula, vimos um trecho do REsp. 1.130.704/MG, em que se apresenta essa diferenciação. 
Assim, a ausência de documento indispensável exigido por lei, após determinação de emenda, 
leva à inépcia da petição inicial, com posterior indeferimento (art. 330 do CPC), e a ausência 
de documento que comprova o fato constitutivo do direito do autor leva à improcedência do 
pedido. 
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3. Pedido
O pedido é o que o autor deseja quando vai até o Judiciário, refletindo a finalidade maior do 
processo que está movendo. Assim, o pedido é a conclusão lógica da exposição das questões 
de fato e direito pelo autor, figurando também como uma limitação da atividade jurisdicional 
- o juiz apenas pode decidir dentro do que foi pleiteado pelas partes. 
Junto disso, o novo Código de Processo Civil inovou em relação ao anterior ao determinar, em 
seu art. 322, §2º, que o juiz deverá interpretar conforme o conjunto da postulação e observar 
o princípio da boa-fé. Dessa forma, o juiz não ficará restrito ao requerimento formulado pelo 
autor no tópico dos “pedidos” na petição inicial, mas terá uma margem para analisar, como 
um todo, quais são as demandas do autor e como pode satisfazê-la no exercício de seu poder 
jurisdicional. Isso permite, inclusive, que o juiz interprete o pedido para além dos formalismos 
exigidos na exordial. 
Quanto aos aspectos do pedido, a primeira regra é de que ele deve ser certo (art. 322 do CPC) 
e determinado (art. 324 do CPC), o que significa, em resumo, que ele deve ser expresso e 
quantificado. Essa exigência é relevante porque vai ao encontro do que prega o princípio da 
adstrição, que, como vimos, delimita a atividade jurisdicional. 
O artigo 322, §1º, determina que o pedido principal compreende os juros legais, a correção 
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive honorários advocatícios. Assim, ainda que 
o autor não aponte esses acréscimos, o juiz deve considerá-los no valor total do pedido. 
Ademais, é importante ressaltar que a correção monetária é matéria de ordem pública, 
integrando o pedido de forma implícita, podendo, por tal motivo, ser incluído de ofício pelo 
juiz ou pelo tribunal sem menção de violação ao princípio da congruência (REsp repetitivo 
1.112.524/DF)
 Importante: você sabe a diferença entre juros legais e juros convencionais? Como o pró-
prio nome diz, juros legais são aqueles determinados na lei, enquanto os juros con-
vencionais são aqueles combinados previamente entre as partes. Estes últimos não 
podem ser incluídos automaticamente no pedido principal. 
Além disso, o art. 323 do CPC prevê que, nas ações que tiverem por objeto cumprimento 
de obrigação em prestações sucessivas, estas serão incluídas no pedido principal 
independentemente de declaração expressa do autor. Esta é nitidamente mais uma hipótese 
de interpretação contextualizada do pedido, pois o autor, ao pleitear o pagamento de 
prestações vencidas, também pretende que as prestações vincendas sejam pagas. Isso vai 
ao encontro do princípio da economia processual, pois se evita a multiplicação indevida de 
ações que versam sobre o mesmo problema. 
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Na sequência, o CPC aborda exceções à regra de que o pedido deve ser determinado, por 
meio de um rol taxativo de possibilidades de formulação de pedidos genéricos (art. 324, §1º). 
A primeira delas ocorre nas ações universais, em que o autor não consegue individuar os 
bens demandados, como, por exemplo, aquelas que envolvem a herança de um falecido - o 
filho pode elaborar um pedido certo (a herança), mas não pode quantificá-lo (quais bens ou 
quais valores). A segunda se dá nos casos em que não se pode determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou fato - como nos casos de acidentes, em que a pessoa lesada pode 
necessitar de tratamento médico por tempo indeterminado, mas também pode ingressar em 
juízo desde o início, mesmo que ainda não se conheça a extensão do dano. E a terceira ocorre 
quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser 
praticado pelo réu - um exemplo é a prestação de contas, que depende da apresentação de 
documentos pelo réu para que se verifiquem os valores pagos e os que estão em aberto. 
Além disso, a legislação admite o pedido alternativo (art. 325 do CPC), sendo aquele que, pela 
natureza da obrigação, o devedor/réu puder cumprir a prestação de mais de um modo. Essa 
situação ocorre, por exemplo, quando o autor requer a entrega de um bem comprado ou seu 
dinheiro de volta, sendo que ficará satisfeito com qualquer uma das providências que o réu 
escolher. 
O artigo 326 do CPC apresenta a possibilidade de pedidos subsidiários. Assim, é permitido que 
se formule mais de um pedido, a fim de que o juiz, não acolhendo o primeiro pedido, possa 
acolher o segundo. Ao contrário do pedido alternativo, há uma hierarquia de preferência do 
ponto de vista do autor. Dessa forma, se o juiz não acolhe o primeiro (o mais desejado), tem o 
dever de analisar o segundo pedido formulado. 
O artigo 327 do CPC admite o que se conhece por cumulação de pedidos. Segundo esse 
dispositivo, é permitido que em um único processo, contra o mesmo réu, possa o autor 
elaborar vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. Contudo, é requisito de 
admissibilidade dessa cumulação: a) que os pedidos sejam compatíveis entre si; b) que seja 
competente para conhecer deles o mesmo juízo; c) que seja adequado o procedimento para 
todos eles. 
Na cumulação de pedidos, o autor deseja que todos eles sejam satisfeitos, e por tal motivo 
se exige a compatibilidade. Um exemplo é a ação de investigação de paternidade cumulada 
com pedido de alimentos - neste caso, só haverá concessão do pedido de alimentos após 
comprovado que o réu é genitor da criança.  
O §2º do artigo 327 ainda apresenta uma possibilidade de cumulação de pedidos mesmo que 
os procedimentos entre eles sejam diferenciados: o autor pode empregar o procedimento 
comum, sem prejuízo do emprego de técnicas específicas dos procedimentos especiais, 
desde que compatíveis. 
Quanto às possibilidades de modificação do pedido, o art. 329 do CPC dispõe que, até a 
citação, é possível que ao autor alterar ou aditar o pedido, sem restrições, independentemente 
de consentimento do réu. Após a citação e até o saneamento do processo, pode-se alterar o 
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pedido e a causa de pedir desde que haja consentimento do réu, que se manifestará no prazo 
mínimo de 15 (quinze) dias, sendo permitido o requerimento de prova suplementar. 
Ademais, como falamos no começo do curso, a petição inicial e o pedido que a acompanha 
são importantes para a delimitação da atuação jurisdicional. Objetiva e subjetivamente, o juiz 
está adstrito ao que consta dessa peça (art. 141 e 492 do CPC). Assim, quando ele encerra sua 
jurisdição e extrapola, não atinge ou não observa os limites do pedido, surgem as sentenças 
ultra petita, infra/citra petita ou extra petita. 
A sentença ultra petita é aquela em que o juiz concede o pedido determinado pelo autor, mas 
extrapola em sua quantidade. Ex: o autor pediu indenização por danos emergentes e o juiz 
condenou o réu também em lucros cessantes. Dessa sentença cabe apelação, mas o tribunal 
somente haverá anulação do excedente do pedido. 
A sentença infra/citra petita é aquela que fica aquém do pedido do autor, deixandode 
enfrentar e decidir a causa de pedir ou as alegações de defesa apresentadas pelo réu. 
Subjetivamente falando, a sentença é citra petita quando não resolve a demanda para todos 
os sujeitos do processo. Ex: o autor requereu a condenação em danos emergentes e lucros 
cessantes e o juiz concedeu apenas os danos emergentes, sem fazer qualquer menção aos 
lucros cessantes. 
A sentença extra petita, por sua vez, é aquela em que a providência jurisdicional concedida 
pelo juiz é diversa daquela pretendida pelo autor. Nesse caso, o juiz, por exemplo, concede o 
pedido com fundamento em causa de pedir não narrada pelo autor, ou quando o juiz acolhe 
defesa não arguida pelo réu (salvo as hipóteses de matérias conhecíveis de ofício). 
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4. Emenda da Petição Inicial
A apresentação da peça inicial pela parte pode conter alguns vícios ou mostrar-se insuficiente 
para prosseguir com o processo. Nesta hipótese, observando que os problemas podem ser 
fixados, o juiz determina que a parte elabore novamente a petição inicial - consertando os 
pontos irregulares e apresentando a peça em até 15 dias.
Esta situação está prevista no art. 321 do CPC e é considerada um direito do autor, que pode 
retificar um erro seu ao procurar a tutela jurisdicional ao invés de simplesmente ser excluído 
do direito de ação por conta de vícios formais. Vale lembrar que algumas informações são 
essenciais para a petição inicial, de forma que a sua ausência pode levar à inépcia e ao 
indeferimento da peça.
Essa providência pode ser determinada no momento do juízo de admissibilidade da petição 
inicial, que pode ser de três tipos: a) negativo, quando o vício for tão grave que sequer existe 
possibilidade de conserto; b) positivo, quando todos os requisitos estiverem presentes; e c) 
ordinatório, quando o juiz identificar algum vício passível de correção e indicá-lo ao autor para 
que assim proceda.
Importante ressaltar que a emenda da petição inicial é um direito subjetivo do autor. Como 
dissemos no começo do curso, o novo CPC trouxe como uma de suas balizas o princípio da 
colaboração processual entre todos os sujeitos envolvidos (art. 6º do CPC). Portanto, além 
de direito subjetivo do autor, é também dever do juiz atuar de forma colaborativa para que o 
processo siga de forma satisfatória e célere. Assim, ao ordenar a emenda da petição inicial, o 
juiz deve indicar precisamente qual é o vício a ser corrigido, facilitando a correção pelo autor. 
O momento de realizar a emenda da petição inicial é até a apresentação da contestação. 
Constatado o vício após esse momento e sendo ele formal, em tese, não há óbice à sua 
correção, vez que não implica em alterações substanciais ao teor do processo e pode, em 
verdade, corroborar com os princípios norteadores do processo. Entretanto, sendo um vício 
que gera reelaboração da causa de pedir ou do pedido, será necessária a anuência do réu. 
Além disso, o prazo de 15 dias para emendar a petição inicial é dilatório, ou seja, o juiz pode 
aumentá-lo se entender necessário. 
Indeferimento da petição inicial 
Os casos de indeferimento da petição inicial estão elencados no art. 330 do CPC e dizem 
respeito à inobservância de requisitos formais que deveriam dela constar. Em se tratando de 
vícios sanáveis, o juiz ordenará a emenda. Caso o autor não corrija ou o vício seja extremamente 
grave, como dito, haverá um juízo negativo de admissibilidade, com extinção do processo 
sem resolução de mérito. Na próxima aula, analisaremos todas as hipóteses de indeferimento 
da petição inicial! 
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5. Indeferimento da Petição Inicial
Os casos de indeferimento da petição inicial estão elencados no art. 330 do CPC e dizem 
respeito à inobservância de requisitos formais que deveriam dela constar. Em se tratando de 
vícios sanáveis, o juiz ordenará a emenda. Caso o autor não corrija ou o vício seja extremamente 
grave, como dito, haverá um juízo negativo de admissibilidade, com extinção do processo 
sem resolução de mérito. 
Analisando as hipóteses do art. 330 do CPC, a petição inicial será indeferida quando:
1. For considerada inepta: nesse caso, ela desobedece alguma forma prescrita em 
lei. Contudo, esse inciso não pode ser aplicado de forma indiscriminada. Ainda que a petição 
contenha erros simples ou alguns trechos pouco claros, isso não constitui motivo suficiente ao 
indeferimento. Apenas quando a petição for ininteligível ou incompreensível é possível que o juiz 
faça uso desse artigo. A própria lei apresenta os casos em que a petição inicial será considerada 
inepta:
a ) quando lhe faltar causa de pedir ou pedido; 
b) quando o pedido for indeterminado, salvo nos casos em que a lei permite o pedido genérico; 
c) quando a conclusão da peça não decorrer logicamente da narrativa dos fatos; 
d) quando contiver pedidos incompatíveis entre si. 
2. Quando a parte for manifestamente ilegítima: como se sabe, as partes que com-
põem um processo são autor (quem move a ação) e réu (contra quem é movida). Quanto à 
possibilidade de indeferimento da petição inicial por ilegitimidade das partes, o que ocorre é o 
seguinte: o réu pode alegar ser parte ilegítima ou não ser a pessoa que deu causa ao prejuízo 
sofrido pelo autor, ocasião em que o juiz concederá ao autor o prazo de 15 (quinze) dias para al-
terar a petição inicial e corrigir a indicação do réu (art. 338 do CPC). Sendo o autor a parte ilegíti-
ma, é comum que ocorra a extinção do processo.
3. Quando o autor carecer de interesse processual: para que o autor comprove o inte-
resse processual, é preciso demonstrar que, sem o processo e o exercício da jurisdição pelo juiz, 
sua pretensão não seria satisfeita. Assim, se o juiz verificar que o autor não defendeu que este 
é o meio adequado e apto à promoção de suas pretensões, pode ocorrer o indeferimento da 
inicial.
4. Quando não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 do CPC: o primeiro artigo 
diz respeito ao advogado que postula em causa própria, devendo observar os requisitos formais 
constantes da lei, e o segundo reforça o que já havíamos discutido: o juiz deve oportunizar às 
partes a chance de consertar os equívocos por meio de emenda, em se tratando de vícios saná-
veis. Não procedendo dessa forma, o juiz deve indeferir a petição inicial. 
O art. 330, em seu §2º, ainda determina que o autor, nas ações que tenham por objeto a 
revisão de obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, deve 
indicar especificamente sobre quais destas obrigações recai a discussão que deseja instaurar 
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com o processo, bem como os valores incontroversos do débito, sob pena de inépcia da 
petição inicial. Ainda, no §3º, há o dever de pagamento desse valor incontroverso no tempo e 
modo anteriormente contratados. Contudo, atenção! Isso não significa que o valor controverso 
(aquele que será discutido no processo) pode deixar de ser pago! 
O artigo 331 do CPC prescreve que o recurso cabível contra a sentença de indeferimento da 
petição inicial é a apelação, sendo facultado ao juiz a retratação no prazo de 5 (cinco) dias. 
Não havendo retratação, o juiz ordenará a citação do réu para responder ao recurso, e NÃO 
para apresentar contestação (perceba que, com a sentença, o feito já foi extinto). Caso o 
tribunal reforme a sentença, ou seja, entenda que não se tratava de caso de indeferimento 
da petição inicial e que o processo deveria seguir seu fluxo normalmente, o prazo para a 
contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, nos termos do art. 334 do 
CPC (audiência de conciliação ou mediação).
Improcedência liminar do pedido
A improcedência liminar do pedido está prevista no art. 332 do CPC e diz respeito às situações 
nas quais o pedido é julgado improcedente sem a citação do réu. Mas o que isso quer dizer? 
Basicamente, isso significa que haverá uma decisão de mérito sem que haja contestação do 
réu, ou seja, o juiz decidirá o teor do processo sem ouvir o que a parte contrária tema dizer. 
Por ser uma decisão definitiva, é apta à formação de coisa julgada e também pode ser objeto 
de ação rescisória. 
A improcedência liminar do pedido se dá nas causas que dispensem a fase instrutória (ou 
seja, não seria preciso realizar a produção de provas) e ocorre nas hipóteses em que o pedido 
apresentado pelo autor contrariar: a) enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou 
do Superior Tribunal de Justiça; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivo; c) entendimento firmado 
em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência 
(IAC); e d) enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
A doutrina apresenta uma flexibilização dessas hipóteses aduzindo que a improcedência 
liminar do pedido também pode ocorrer quando o pedido do autor contrariar: 1) um precedente 
oriundo ou não do julgamento repetitivo ou de IAC, enunciada ou não sua ratio em súmula; 2) 
jurisprudência firmada em IRDR ou em IAC. Vale ressaltar que esse entendimento da doutrina 
não é pacífico porque vai de encontro à ideia do CPC de permitir que haja a improcedência 
liminar do pedido apenas nos casos em que houver jurisprudência realmente consolidada, 
por meio dos mecanismos de precedentes ofertados pelo CPC. 
Outro caso em que o juiz pode determinar a improcedência liminar do pedido está previsto no 
art. 332, §1º, do CPC, e refere-se à hipótese em que for constatada decadência ou prescrição 
do direito do autor. Essa decisão também analisa o mérito do processo, sendo prolatada na 
forma de sentença, e contra ela também cabe apelação (sendo que, neste caso, também 
será possível o juízo de retratação em 5 dias). Se houver retratação, o juiz determinará o 
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prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver, determinará a citação 
do réu para que apresente contrarrazões ao recurso de apelação no prazo de 15 dias. Caso 
não se interponha apelação, o réu apenas será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
Além disso, o juiz pode dar uma decisão de improcedência liminar parcial do pedido. Assim, 
em uma ação que possua cumulação de pedidos, o juiz pode entender que uma parte deles 
é objeto de rejeição liminar e, apenas quanto a ela, julgar parcialmente o mérito (art. 356 do 
CPC). Dessa decisão, cabe o recurso de agravo de instrumento (art. 356, §5º do CPC). 
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6. Audiência de Conciliação e Mediação
Atualmente, existe uma tendência mundial, sobretudo nos ordenamentos jurídicos, em apoiar 
meios alternativos de resolução de conflitos, de forma a buscar soluções mais duradouras e, 
por vezes, mais rápidas que aquelas ofertadas pelo Judiciário. Nesse contexto, o novo CPC 
trouxe a audiência de conciliação e mediação para ofertar aos jurisdicionados uma resposta 
satisfatória logo no início do processo. 
O artigo 334 prevê que se a petição inicial preencher os requisitos essenciais que já estudamos 
e também não se tratar de caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência 
de conciliação e mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo o réu ser citado 
com pelo menos 20 dias de antecedência. Depois de citado, pelo menos nos dez dias que 
antecedem a audiência marcada, o réu deve se manifestar sua opção em realizá-la ou não 
(art. 334, §5º do CPC). 
Apesar de as partes poderem manifestamente expressar o desinteresse por essa audiência 
e ela também ser vedada em alguns casos (art. 334, §4º do CPC), em regra, ela é obrigatória. 
Isso porque, como vimos, seu escopo é alcançar a celeridade processual e enfatizar os meios 
alternativos de resolução de conflitos. 
Existe, entretanto, uma discussão na doutrina sobre esse tema. A literalidade do art. 334, 
§4º, inciso I, do CPC, determina que a audiência não será realizada se ambas as partes de 
manifestarem expressamente contra a autocomposição. Mas e se só uma parte se manifestar 
contra? Ocorre mesmo assim? Pois bem, parte da doutrina entende que a audiência deveria se 
realizar ainda assim, pois a interpretação gramatical do diploma exige que essa manifestação 
venha de ambos os lados. Ademais, essa interpretação favorece a ideia de priorizar a resolução 
alternativa de litígios. Contudo, outra parcela da doutrina entende que um dos aspectos 
da autocomposição é exatamente o voluntarismo, motivo por que não há sentido algum e 
obrigar uma das partes (a que se manifestou em sentido contrário) a comparecer à audiência 
de conciliação e mediação. 
Sobre o procedimento, é importante ressaltar que o conciliador e o mediador exercem papéis 
diferentes na condução das audiências. O conciliador busca o consenso entre os litigantes 
e tem uma postura positiva, não necessariamente parcial, sugerindo soluções possíveis para 
ambas as partes. Nesse caso, é preferível que não haja vínculo anterior entre elas (art. 165, 
§2º do CPC). Já o mediador busca o consenso entre os litigantes de forma mais coadjuvante, 
induzindo que as partes encontrem uma solução de forma conjunta, sem sua intervenção 
nesse sentido. Aqui, o Código determina que a mediação será utilizada preferencialmente 
nos casos em que houver prévio contato entre as partes (art. 165, §3º do CPC). Assim, um 
conflito que surge após um acidente de trânsito entre desconhecidos pode ser objeto de 
conciliação, enquanto uma briga de vizinhos ou de família pode perfeitamente ser resolvida 
em audiência de mediação. É muito importante guardar essas diferenças! 
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Ademais, é possível que haja mais de uma audiência destinada à mediação e à conciliação, 
mas a segunda sessão não pode exceder dois meses da data de realização da primeira, e só 
acontecerá se for realmente necessário (art. 334, §2º do CPC). 
O art. 334, §7º, do CPC, apresenta uma novidade bem interessante: é possível a realização 
dessa audiência por meio eletrônico! Dá pra perceber que o CPC estimulou bastante esse 
meio alternativo de resolução de conflitos, não é? 
E o que acontece se alguma das partes não comparecer à audiência de conciliação ou 
e mediação de forma injustificada? O art. 334, §8º, do CPC, prescreve essa ausência é 
considerada um ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 
dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor 
da União ou do Estado. 
Por fim, alguns detalhes procedimentais relevantes: 1) as partes devem estar acompanhadas 
de seu advogado ou defensor, sendo possível a constituição de representante, desde que 
com poderes para negociar (art. 334, §§ 9º e 10º do CPC); 2) havendo acordo, seu teor será 
reduzido a termo e homologado por sentença (art. 334, §11º do CPC); 3) havendo mais de uma 
audiência na mesma pauta, deve haver um limite mínimo de 20 minutos entre elas.
E o que acontece com o processo se a parte não comparecer ou se não houver acordo? O 
art. 335, I, do CPC, determina que o réu deverá apresentar contestação no prazo de 15 dias, 
contados da data da última audiência.
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