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EPISÓDIO 2 POLÍTICAS PARA PROMOVER UM ALIMENTOS ADEQUADOS NA AMBIENTES COMIDA | 42 | O sistema alimentar é composto pelos elementos, atividades, produtos e resultados relacionados à produção, processamento, distribuição, preparação e consumo de alimentos. Existem três elementos que compõem o sistema alimentar que atuam como pontos de entrada e saída para a nutrição. Eles são 1) ocadeias de abastecimento alimentar, 2) ambientes alimentares e 3) comportamento do consumidor (HLPE, 2017) 14. Dentro do sistema alimentar, “o meio ambiente comida se refere ao contexto físico, econômico e político e sociocultural que enquadra a interação dos consumidores com o sistema alimentar com vistas à tomada de decisões sobre a aquisição, preparo e consumo de alimentos ”(HLPE, 2017, p. 33). Este elemento constitutivo do sistema a comida é, portanto, um espaço fundamental onde as opções das quais o consumidor tem que escolher um ou outro tipo de alimento. Consequentemente, são uma oportunidade estratégica para os Estados desenvolverem políticas públicas que protejam e promover nutrição adequada, expandindo o acesso físico e econômico para o qual contribuem alimentação saudável, melhorando o acesso e o uso da informação e desenvolvendo habilidades para os cidadãos se exercitarem o seu direito a uma alimentação saudável. É precisamente nos ambientes alimentares que a discussão e a implementação de novas políticas e estruturas regulatórias para combater a desnutrição têm proliferado mais nos últimos anos (ver Quadro 6). No mesmo quadro conceitual, o ambiente alimentar é composto por: 1) o disponibilidade e acesso físico aos alimentos; 2) acesso econômico ou acessibilidade aos alimentos; 3) promoção, publicidade e informação e 4) qualidade e segurança alimentar. Portanto, os ambientes Os alimentos são um espaço relevante para promover uma alimentação mais saudável que facilite o consumo de alimentos nutritivos e a melhoria dos padrões alimentares da população, reduzindo a desnutrição em todas as suas expressões (desnutrição, deficiência d micronutrientes, excesso de peso e obesidade, e doenças não transmissíveis relacionadas à dieta) (HLPE, 2017). Este capítulo resume a situação na Região para cada uma das quatro áreas mencionadas que moldar os ambientes alimentares e descrever, por sua vez, algumas das principais políticas que os países da América Latina e do Caribe estão se desenvolvendo para enfrentar as diferentes formas de desnutrição. Porém, Embora não seja o objetivo deste documento, deve-se ter em mente que para avançar forma eficaz no (re) desenho de ambientes alimentares, também será necessário fazer mudanças estruturais coerentes nos outros dois elementos do sistema, ou seja, nos nós de produção, processamento e abastecimento do sistema agroalimentar, e nos próprios hábitos de consumo, num quadro de sustentabilidade e equidade social. 14 O marco conceitual proposto pelo HLPE pode ser consultado no Anexo 2. EPISÓDIO 2 POLÍTICAS PARA PROMOVER ALIMENTOS ADEQUADOS EM AMBIENTES ALIMENTARES Melissa Realce Melissa Realce Melissa Nota Ambiente Alimentar Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 43 | CAIXA 6 PARLAMENTOS COM FOME ZERO Para transformar os sistemas alimentares atuais em sistemas mais justos, saudáveis e sustentáveis, políticas necessárias de Estado e um forte compromisso de toda a sociedade. Para Para tanto, a Resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 25 de setembro de 2015, intitulada Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável indica que os parlamentos podem desempenhar um papel fundamental na promulgação de legislação, aprovação de orçamentos e liderança de processos inspeção e prestação de contas. Na mesma linha, a União Interparlamentar (UIP) defende que os parlamentos são a voz do povo e que sua função é garantir que as políticas que realizam beneficiem a todos, especialmente os mais vulneráveis. Na América Latina e Caribe (ALC), os poderes legislativos se uniram e formaram a Frente Parlamentar contra a Fome na América Latina e no Caribe. É uma rede regional que colocou em prática uma nova forma de desenhar políticas priorizando: 1. Estabelecendo consenso e respeito pela pluralidade de opiniões e interesses. 2. Parecer técnico e cientista permanente. 3. Trabalho colaborativo entre vários atores, como governos, setor privado, academia e a sociedade civil, entre outros. 4. Uma visão a médio e longo prazo na criação de novas políticas. 5. Um diálogo permanente com o público. 6. A Agenda 2030 como via de ação. A Frente conta com o apoio da FAO, Cooperação Espanhola e Agência Mexicana de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (AMEXCID). En em 2019, a Frente está presente em vinte e um países (Argentina, Barbados, Belize, Bolívia (Estado Plurinacional de), Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, República República Dominicana, Paraguai, Panamá, Peru, São Vicente e Granadinas e Uruguai) e em quatro parlamentos regionais (Parlamento Latino-Americano e Caribenho [PARLATINO], Parlamento do Mercosul [PARLASUR], Parlamento Andino [PARLANDINO] e Parlamento Centro-americano [PARALCEN]). Dee Com sua formação em 2009, essa plataforma já promoveu mais de vinte legislações sobre compras públicas da agricultura familiar, rotulagem de alimentos, redução de perdas e desperdícios de alimentos e merenda escolar, entre outros assuntos (vide Anexo 3). PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 44 | MENSAGENS DE PRIORIDADE 2,1 DISPONIBILIDADE E ACESSO FÍSICO A ALIMENTOS A ALC tem comida suficiente para alimentar toda a sua população. O número médio atual de calorias disponíveis por pessoa por dia é estimado em 3.000 calorias. o cereal, ele açúcar, e as graxas e as óleos são as tré grúpias do todosmenções mais cabsorto em eupara morrerta regional. o proportunidade do energia chegando do açúcarr (14,2%) Seu pestava ele limitechá do 10% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A disponibilidade de alimentos processados e, principalmente, dos chamados productos ultraprocessados, cresceu rapidamente nos países da Região. Estima-se que o consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados aumentou mais de 25% entre 2000 e 2013. o Seu permarkets e as vocêsendas do conveniência crescida cconsideravelmente dentro as últimoMais dois décadas em eupara Regiem e está ele diretoreu bengalaeu do venta do ultraprocesados. Épara é importantetante porquee entrada do macronutrientes do estes products são principalmente ele açúcarr (43%), de outross carboidratooidratos (25%), as graxas (27%) e, dentro Menos a medida, aproteínas s (5%). Entre os fatores que limitam o acesso físico a uma alimentação saudável, principalmente para populações vulneráveis, são os chamados desertos alimentares e pântanos. O primeiro conceito refere-se à ausência ou afastamento comida geográfica. O segundo indica uma abundância relativa de produtos processados e ultraprocessados não recomendados como parte de uma dieta saudável. entãopara as sistemaMais públicos do fornecemento e marketing do todosmenções cquão as programais de todosmentoria escola vocêsem em ele Panelaencial garantir ele Acesso para as todosmenções do eupara poblação com maior grados do vulnerabilidade, prmovendo o segurançaPapai todosmental e o quee se manter padrões nutricionalé adequado. Esta seção aborda os principais desafios que a Região apresenta para ter um abastecimento adequado de alimentos que contribuampara um alimentação saudável e com ambiente adequado que facilite o acesso físico aos mesmos. Capacidade produtiva e os mecanismos de marketing desenvolvidos nas últimas décadas podem ser suficientes para fornecer alimentos nutritivos para toda a população da Região. Conforme observado nas edições anteriores desta publicação, a Região tem capacidade produtiva suficiente para se abastecer. Na verdade, tornou-se uma região exportadora líquida de produtos agroalimentares. No entanto, a realidade é diferente em cada país. Por exemplo, no Na maioria dos territórios caribenhos, a produção é insuficiente e as importações são essencial para aumentar a disponibilidade de alimentos. Ao contrário, na América do Sul a produção excede a disponibilidade interna para a maioria dos produtos. Em vez de, Na Mesoamérica, a produção excede os requisitos mínimos de calorias apenas em alguns grupos de alimentos, como vegetais, frutas, açúcar e peixes (FAO, OPAS, UNICEF e PMA, 2018). Na Região, em média, a disponibilidade por dia por pessoa é superior a 3.000 calorias, mais do que o suficiente para atender às necesidades calorias individuais. Por sub-região, diferenças importantes são observadas entre os disponibilidade calórica média. Na América do Sul, são 3.025 calorias; na Mesoamérica, a partir de 3 011, e no Caribe, 2 781. Embora os países apresentem realidades heterogêneas, em todos eles a disponibilidade supera aproximadamente a 2.000 calorias por dia por pessoa recomendadas. Ao desagregar a disponibilidade calórica por tipos de alimentos, os grupos de alimentos são observados EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 45 | que mais contribuem para a alimentação regional. Os cereais são a principal fonte de calorias da Região, com 35,1% das calorias por pessoa disponíveis, seguido por gorduras e óleos com 14,4%, e açúcar com contribuição de 14,2% (Figura 22). Por sub-região, existem diferenças na distribuição da disponibilidade calórica por tipo de alimento e como ele evoluiu. Na Mesoamérica, a disponibilidade de cereais diminuiu em termos absolutos e relativos. No entanto, ainda representam 40% do total de calorias disponíveis, número que ultrapassa o das outras duas sub-regiões (Figura 23). Leite e seus derivados mostram uma redução na contribuição para o total de calorias no Caribe, enquanto na Mesoamérica permanece estável e na América do Sul aumentou. Frutas e vegetais aumentaram sua participação em disponibilidade, especialmente no Caribe. Tanto o total de carnes quanto a proporção de calorias disponíveis aumentaram em Fonte: (FAO, 2019). AçúcarCARRO OUTRAS LEGUMINOSAS Óleos e gorduras lácteas Raices Ovos com amido Cereais Carne Frutas Vegetais 14,4 14,2 11,3 35,1 4,2 6,4 4,1 1,3 1,3 3,6 3,9 FIGURA 22 DISTRIBUIÇÃO DA DISPONIBILIDADE CALÓRICA POR DIA POR PESSOA E TIPOS DE ALIMENTOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, 2013 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce | 46 | EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 FIGURA 23 EVOLUÇÃO DA DISPONIBILIDADE CALÓRICA POR TIPO DE ALIMENTO E SUBREGÕES DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, 1980-2013 100 O Caribe 100 Mesoamérica 100 América do Sul 808080 606060 404040 202020 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 Cereais Estado amiláceo Óleos e grasas leguminosas Açúcar Vegetais Ovos de Carnes Laticíni os Outros Frutas Fonte: (FAO, 2019; DESA, 2019) todas as sub-regiões. Isso supera 12% na América do Sul e está perto de 8% nas outras duas sub- regiões. As gordurase os óleos ultrapassam 15% na América do Sul e 12% na Mesoamérica, o que representa um aumento em ambos os casos, enquanto no Caribe ficou próximo de 13%. Leguminosas apresentam queda na Mesoamérica, enquanto no Caribe sua contribuição para a dieta aumentou e na América do Sul não variou significativamente. Embora a disponibilidade de alimentos ultrapasse as médias necessárias para uma pessoa levar uma vida saudável e ativa, o indicador de a disponibilidade de alimentos torna invisível sua fonte e grau de processamento. Isto é de particular relevância se levarmos em consideração que em nas últimas décadas, o consumo de alimentos processados cresceu em todo o mundo. Além disso, o crescimento das vendas de productos ultraprocessado15 assume que o consumo de calorias de açúcares, óleos e gorduras cresceram em relevância (OPAS, 2015). 15 Produtos ultraprocessados são formulações industriais feitas de substâncias derivadas de alimentos ou sintetizadas a partir de outras fontes orgânicas. En deles f orm a s a t ua l , SW n inv enç ã os de eu para C iênc ia para e eu para a tecnologia d e a s C om ida s indús t ria s m oderno s. É T e termo e s us a rou d e Form a t opara a m pl ipara e n Am er ic para L a t ina para e e l Caribe, e h para fui inc lu i rou inc lus ou e n qua lquer s ins trum ent o s de pol í t i c opara públ i c o para c om ou SW n a s Guia s C om ida s Bas epara em C om ida s de Sut iã sil, Ec ua dor ou Urugua i .A maioria desses produtos contém pouco ou nenhum alimento completo. São comercializados prontos para comer ou para aquecer e, portanto, requerem pouca ou nenhuma preparação culinária (OPS, 2015). Para a análise da disponibilidade e acesso aos alimentos ultraprocessados, foi utilizada a classificação NOVA proposta por uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo e utilizada nas diretrizes alimentares brasileiras. O sistema NOVA classifica os alimentos de acordo com a sua natureza, finalidade e grau de processamento industrial e é uma das diferentes formas de classificá-los. Seu uso nesta análise não constitui um validação pela FAO (Quadro 7). Pp a rt e ( ) Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 47 | Evolução dos sistemas alimentares e maior disponibilidade de produtos ultraprocessados A rápida transformação global dos sistemas alimentares nos últimos três ou quatro décadas tem características diferentes. Uma de são a maior presença dos chamados productos ultraprocessados. Isso tem contribuído com a intensificação da produção e o aumento da produtividade, os grandes avanços na inovações tecnológicas no setor que têm favorecido um maior grau de processamento de alimentos, melhorias na infraestrutura e nos canais de comercialização e a expansão das redes de supermercados e lanchonetes. Essas mudanças facilitaram o fornecimento de produtos alimentícios e bebidas (como produtos processados e ultraprocessados) para preços relativos mais baixos (com uma vida útil mais longa). Mas a maior disponibilidade de açúcares e outros carboidratos refinados também desempenhou um papel (de modo que o consumo de grãos inteiros, legumes e tubérculos) e óleos vegetais processados, o aumento da produção de carne e disponibilidade de carnes processadas e produtos com grandes quantidades de açúcar, gordura e / ou sal / adição de sódio (Popkin & Reardon, 2018) (Anand, et al., 2015) (OPAS, 2015). De acordo com Popkin e Reardon (2018), as áreas urbanas e algumas áreas rurais do A região está passando por uma rápida transformação. Crescimento da receita, melhorado infraestrutura, urbanização, liberalização das políticas de regulação do mercado e ele aumento do emprego rural não agrícola são os principais impulsionadores dessa transformação do sistema alimentar e dos padrões alimentaresna ALC. De acordo com o relatório do Lancet sobre a obesidade global, desnutrição e sindemia das mudanças climáticas (Swinburn et al., 2019) e o Painel Internacional de Especialistas em Sistemas Alimentares Sustentáveis (IPES-Food, 2017), esas mudanças foram parcialmente impulsionadas pela adoção e expansão do modelo industrial de produção e abastecimento agrícola baseado na concentração de tecnologia, a redução trabalho e na formação de oligopólios e oligopsonias de mercado. Além disso, à medida que as sociedades se tornam mais urbanizadas, aumentam rendimento disponível, tempos de viagem e a proporção de mulheres ocupadas, com as quais as refeições preparadas e fora de casa tornam-se alternativas atraente (Gracia Arnaiz, 2012) (Aguierre, 2016) (Moyano- Fernández, 2018). Essas mudanças têm causou um aumento mais rápido no consumo de alimento ultraprocessados e fast food e rua nos países da Região em relação aos países desenvolvidos (Monteiro, Moubarac, Cannon, Ng, & Popkin, 2013) (Popkin & Reardon, 2018). A Figura 24 mostra a relação direta entre a porcentagem da população urbana e a venda de produtos ultraprocessados para alguns países da Região. A todos os itens acima são adicionados o desigualdade no acesso à terra, que intensifica a pobreza rural, bem como a desproporcional e porção desigual de áreas cultivadas destinado à produção de insumos básicos para produtos processados e ultraprocessados (óleos, farinhas, açúcar), em contraposição à redução das áreas destinadas à produção de frutas, verduras e legumes (FAO e OPAS, 2017). PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 48 | Um estudo recente (OPAS, 2019) que incluiu para Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela (República Bolivariana da) revelaram que a energia em produtos ultraprocessados provém principalmente de carboidratos e gorduras. Especificamente, de acordo com este estudo, As calorias destes eram 43% do açúcar, 25% de outros carboidratos, 16% da gordura, 11% da gordura saturada e apenas 5% da proteína. Mudanças no sistema alimentar também afetaram para as áreas rurais. Em geral, em mecanização da agricultura em países de renda média, infraestrutura melhorada estradas, aumento do uso de veículos motorizados, aumento do emprego rural não agrícola e aumento a redução de algumas tarefas domésticas que não são mais necessárias tem levado a menos atividade física, reduzindo o gasto de energia. Por outro lado, o aumento da receita e a presença de produtos submetidos a um maior grau de processamento levou ao consumo de comida principal. Isso aumentou o índice de massa corporal em áreas rurais em uma taxa mais alta do que em áreas urbanas, especialmente em mulheres (NCD-RisC, 2019). EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 0 0 GTM CEOU BOeu CREu SOL POR EuX COeu BRPARA CHeu IRN ARG URE População urbAna Vent de alimentos ouultraprocessado (eixo dereto) Nota:O coeficiente de correlação é 63. Fonte: (OPAS, 2015; DESA, 2019). 40 30 vi nt e 10 ci n q u e nt a 100 90 80 70 60 ci n q u e nt a 40 30 vi nt e 10 FIGURA 24 POPULAÇÃO URBANA E VENDAS DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS EM PAÍSES SELECCIONADOS DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE Po bl aç ão u rb an o ( ) Ve nd as (k g / p or p es so a / an o) Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 49 | PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 CAIXA 7 GRAU DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DO NOVA FOOD Parparacompreender a alimentação adequada, ajuda a compreender quais são os vários níveis de processamento de alimentos e o que eles implicam. Embora o processamento em si não seja um problema, já que grande parte da comida é processada enAté certo ponto, é importante observar que o consumo excessivo de alimentos processados está substituindo as refeições caseiras e os alimentos frescos. Além disso, alguns desses produtos contêm excesso de calorias, açúcar, gordura e sal (FAO, 2015) (Monteiro, Cannon, Lawrence, da Costa Louzada, & Pereira Machado, 2019). Existem diferentes tipos de classificação de alimentos. simnPorém, o mais utilizado na ALC e na literatura científica é o sistema NOVA (Monteiro, Cannon, Lawrence, da Costa Louzada, & Pereira Machado, 2019). Este sistema agrupa os alimentos de acordo com sua natureza, sua finalidade e seu grau de processamento e compreende quatro grupos: 1. Alimentos cru ou minimamente processado: são alimentos de origem vegetal (folhas, caules, raízes, tubérculos, frutas, nozes, sementes) ou de origem animal (carne ou outros tecidos e órgãos, ovos, leite) distribuídos logo após a colheita, coleta, abate ou reprodução. Alimentos minimamente processados são alimentos não processados que eles são alterados de tal forma que nenhuma substância é adicionada ou incorporada, mas isso pode envolver a supressão de algumas partes do alimento. 2. Ingredientes culinários processados: são substâncias extraídas e purificado pela indústria de componentes alimentos ou obtidos da natureza. Podem ser usados conservantes, estabilizantes ou "purificadores", além de outros aditivos. 3. Alimentos processados: são feitos pela adição de sal ou açúcar (ou outro ingrediente como óleo ou vinagre) aos alimentos para torná-los mais duráveis ou modificam sua palatabilidade. Eles são derivados diretamente dos alimentos e são reconhecíveis como versões de alimentos originais. Em geral, são produzidos para serem consumidos em refeições ou pratos. Os processos incluem enlatamento e engarrafamento, fermentação e outros métodos de preservação, como salga, decapagem e cura. 4. Produtos ultraprocessados: são formulados em sua maior parte ou totalmente começando desubstâncias derivadas de alimentos ou outras fontes orgânicas. Eles geralmente contêm pouco ou nenhum alimento completo. Eles vêm embalados ou embalados e são duráveis, práticos, de marca, acessíveis, com um sabor bom ou extremamente agradável, e freqüentemente cria hábitos. Eles geralmente não são reconhecíveis como versões de alimentos, embora possam imitar sua aparência, sua forma e suas qualidades sensoriais. Muitos delesingredientes não estão disponíveis em lojas de varejo. Alguns deles são derivados diretamente de alimentos (como óleos, gorduras, amidos e açúcares) e outros são obtidos por processamento posterior de componentes alimentares, ou são sintetizados a partir de outras fontes orgânicas. Numericamente, a maioria dos ingredientes são conservantes e outros aditivos, tais como estabilizadores, emulsificantes, solventes, aglutinantes, aglutinantes, agentes de volume, adoçantes, intensificadores sensoriais, cores e sabores e auxiliares de processamento. O volume pode ser obtido adicionar ar ou água. Os produtos podem ser “fortificados” com micronutrientes, como batatas fritas e outros lanches embalados, sorvetes, chocolates, doces, biscoitos, geleias, margarinas, refrigerantes, energéticos, açucarados à base de leite e assim por diante. Nota: Parpara eeu análises de eupara disponibilidaded e acessoou se hpara usarou eeu sistemapara NÃOVAI propostopara por oun equiparou de investigaçãon de eupara Universidaded de simou Pauloou e usarpara en as guiacomida s de Brasil. Eeu sistemapara NÃOVAI classificadopara as Comidas de acordo comn eupara natureza, acabadode gradou de em processamentoou indústriaeu e es umapara de varias Maneiras de classificarr as alimentos. Svocê usa en é Te análises nou constituintee umapara validaçãon por partee de eupara FAO. Fontes: (Monteiro, Canhão, Lawrence, dpara Custopara Louzada, E Pereirpara Machado, 2019; OPS, 2015; FAOU, 2015). | 50 | Mudanças nos canais de distribuição de alimentos e no consumo de produtos ultraprocessados Canais de produção e distribuição de alimentos distribuição estão mudando. A agricultura e a produção de alimentos estão cada vez mais voltadas para o abastecimento de supermercados e mercearias. hipermercados. Este processo faz parte de uma tendência de mudanças que estão ocorrendo nos sistemas alimentares (Intini, Jacq, & Torres, 2019). Na maioria dos países da ALC, houve uma concentração de supermercados, especialmente desde os anos 2000. Redes internacionais adquiriram várias redes local e atualmente ocupa uma porção mercado (Popkin & Reardon, 2018). Embora os supermercados possam oferecer alimentos diversos, também parece haver uma relação entre a presença de supermercados e o consumo de produtos ultraprocessados. Na verdade, há evidências de que as compras de supermercado podem aumentar o proporção de compras ultraprocessadas (Asfaw, 2008; Battersby & Crush, 2014; Demoscópica e ICEI, 2017; Popkin & Reardon, 2018). No Brasil, por exemplo, alimentação processado e os produtos ultraprocessados representam 60% das vendas dos supermercados, enquanto os alimentos frescos, exceto carnes, representam apenas 12% das vendas de supermercados (Fonseca, 2016) e população compra 25% mais produtos ultraprocessados em supermercados do que em outras lojas (Machado, Claro, Canella, Sarti e Lev y, 2017). Na Guatemala, produtos ultraprocessados e processados representam 40% das calorias adquiridos em supermercados (Asfaw, 2008). Segundo estudo realizado pela OPAS (2015) em treze países da Região, o consumo de alimentos e bebidas ultraprocessadas têm crescido rapidamente. Em média, o aumento em gramas entre 2000 e 2013 foi de 26,2%. Aumentos do Uruguai se destacam e Bolívia (Estado Plurinacional da), 146,4% e 129,8%, respectivamente. Em média, o consumo diário de alimentos ultraprocessados ultrapassa 50 gramas e a das bebidas açucaradas é de 300 ml, o que soma mais de 350 gramas de produtos ultraprocessados por dia por pessoa. Os países com maior consumo por pessoa são Chile e México, com 581 e 550 gramas por dia por pessoa, respectivamente. Um novo estudo da OPAS (2019) indica que as vendas de produtos ultraprocessados são as que mais crescem na América Latina. Isso aumenta a exposição das populações a quantidades excessivas de açúcar, sódio e gordura. Também substitui os alimentos recomendados como parte de uma alimentação saudável. Além disso, o estudo projeta um aumento de cerca de 8% nas calorias ultraprocessadas vendidas em sete países da Região16 entre 2015 e 2019. Dentro Consumo do Brasil de alimentos e ingredientes não processados e minimamente procesados alimentos processados17 em domicílios foram substituídos pelo consumo de alimentos ultraprocessado. Estes últimos representam em média mais de 25% das caloriase no caso de famílias de maior renda, mais de 30% das calorias (Monteiro, Levy, Claro, de Castro, & Cannon, 2010). No mesmo país, as calorias ultraprocessadas adquiridas aumentaram de 18,7% em 1987 para 26,1% em 2003 (Monteiro, Moubarac, Cannon, Ng, & Popkin, 2013). Da mesma forma, um estudo realizado no Chile (Cediel, e outros, 2018) mostraram que os produtos alimentos ultraprocessados representam 28,6% das calorias e mais da metade do consumo de açúcar, o que significa um aumento de 5 pontos percentuais nas calorias do ultraprocessado implica um aumento de 1 ponto percentual no teor de açúcar da dieta. De acordo com o mesmo estudo, no Chile o consumo de açúcar é 57% superior à quantidade máxima de 10% recomendada pela OMS e FAO, enquanto no México 16 Os países incluídos no estudo estão Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela (República Bolivariana da), que juntos representam 80% da população regional. 17 Veja a caixa 6 para uma descrição dos graus de processamento de alimentos EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 51 | as calorias de produtos ultraprocessados representaram 29,8% em 2012. Por outro lado, o consumo de fast food18 também apresentou um aumento significativo em alguns países da Região, com um aumento de 38,9% entre 2000 e 2013, com Brasil e Peru como os maiores consumidores de fast food naquela data (OPAS, 2015). Isso é importante porque a proximidade de restaurantes de fast food está relacionada diretamente com o aumento do consumo desse tipo de alimento (Boone-Heinonen e outros, 2011; He, e outros, 2012). Globalmente, entre 2001 e 2014 a venda de produtos processados e ultraprocessados em supermercados e lojas de conveniência apresentou aumento significativo, principalmente em países de renda média alta19, pois passou de representar menos de 40% para 50% da venda de produtos processados e ultraprocessados. Em países de alta renda, o aumento é menor acelerou, mas o percentual de vendas em supermercados e lojas de conveniência é muito mais velho, e chega a 75%. Nos países de renda média-baixa, a distribuição de produtos processados e ultraprocessados em supermercados e lojas de conveniência está em níveis mais baixos, mas também apresentou aumento e sua venda por meio dessas lojas representa 30% (Global Painel sobre Agricultura e Sistemas Alimentares para Nutrição, 2016). Tudo isso mostra a relevância que os supermercados e lojas de conveniência na comercialização de alimentos ultraprocessados, pois são um importante canal de acesso para a população a esses produtos. Supermercados e lojas de conveniência ganharam relevância em detrimento de 18 O fast food é definido como um alimento que pode ser preparado de forma rápida e fácil e que é oferecido em restaurantes e cafeterias como alimento para consumo imediato ou para viagem (De Vogli, Kouvonen, & Gimeno, 2014). 19 A maioria dos países da Região se enquadra nesta categoria. empresas tradicionais20, que perderam peso. Mesmo assim, eles continuam a ser uma parte importante do mercado de alimentos no paísesda região. As pequenas lojas de bairro representam pelo menos 25% das vendas de alimentos na ALC. Feiras livres e mercados centrais no Brasil e o Chile desempenham um papel relevante na comercialização de frutas, vegetais e outros produtos frescos (Ayala Ramírez & Castillo Girón, 2014; Araujo, Alves de Lima, & Macambira, 2015; Intini, Jacq e Torres, 2019). De acordo com uma análise realizada em alguns países pelo Painel Global sobre Agricultura e Sistemas Alimentares para Nutrição (2016), o canal de distribuição para a venda de produtos frescos tem apresentou poucas mudanças. Além disso, as negociações tradicionais são frequentemente relevantes para populações de baixa renda, não apenas por causa dos custos mais baixos e, em muitos casos, tamanhos mais convenientes, mas também porque representam uma importante fonte de trabalho para esses setores. Além disso, 293 mercados atacadistas foram identificados na Região, que são fundamentais para a sustentabilidade da cadeia alimentar, oferecendo diversos produtos frescos que em muitos casos são da produção local, que acomoda produtores rurais (Ayala Ramírez & Castillo Girón, 2014; Intini, Jacq, & Torres, 2019). A expansão dos supermercados e as lojas de conveniência têm um grande impacto no consumo de ultraprocessados. Mas alguns estudos mostraram que isso pode mudarse a disponibilidade de Os alimentos que contribuem para uma alimentação saudável terão um aumento nesses estabelecimentos. Além disso, mercados de produtos frescos facilmente acessíveis podem ajudar a aumentar o consumo de frutas e vegetais. Portanto, a melhoria do acesso físico a alimentos de qualidade requer intervenções tanto em supermercados e lojas de conveniência quanto em lojas tradicionais (Odoms-Young, Singleton, Springfield, McNabb, E Thompson, 2016). Outras estratégias importantes inclue 20 Mercados atacadistas, mercados públicos, pequenas lojas, lojas especializadas, feiras livres e mercados itinerantes. PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 52 | que limitam os canais de marketing. Alguns consumidores, pequenos e médios agricultores e agricultores familiares podem desenvolver mecanismos para promover um comércio mais direto e benéfico para consumidores e produtores. Modelos, por exemplo, de Agricultura Apoiada por a Comunidade é uma coligação de consumidores e produtores. Vários estudos têm mostrado que ambos podem compartilhar a visão de que modelar é um ato de transformação para um sistema alimentar mais justo, saudável, participativo e ecológico e sustentável. Da mesma forma, indicam que o sistema permite reequilibrar os poderes dando maior destaque produtores, consumidores e comunidades (Hvitsand, 2016). Também há evidências de que o consumidor aumenta a variedade e a quantidade de alimentos frescos, como frutas e vegetais (Ostrom, 2007). Da mesma forma, os produtores podem receber um preço mais alto por seus produtos e os consumidores pagam um preço mais baixo eliminando certos canais de comercialização (Brown & Miller, 2008). Desertos alimentares e pântanos. Estudos de caso na região e no mundo Uma das dificuldades que a população tem no acesso físico a alimentos frescos e nutritivos é a ausência de estabelecimentos que comercializem esse tipo de alimento ou os distância excessiva de suas casas. Isso afeta particularmente os grupos de baixa renda. Este fenômeno, para o qual A denominação de desertos alimentares está consolidada, ocorre sobretudo em zonas com infraestruturas e acessos precários, o que é exatamente onde está concentrada a população de baixa renda. Um estudo realizado no Brasil (Borges, Cabral-Miranda, & Jaime, 2018) mostra, por exemplo, que os estabelecimentos que dão produtos prioritários para ultraprocessados estão mais presentes em territórios de média e baixa renda do que aqueles que comercializam alimentos fresco e saudável. Além disso, há uma baixa densidade de estabelecimentos que oferecem refeições saudáveis, principalmente nos territórios baixa renda. Outro estudo (Duran, de Almeida, Latorre, & Jaime, 2015) realizadas no mesmo país mostraram que indivíduos de baixa renda residentes em áreas com pouco acesso a Os supermercados e feiras de hortifrutigranjeiros têm um baixo consumo habitual de frutas e vegetais. No entanto, outro estudo (Castro Junior, 2018) realizado também no Brasil revelou que o índice de massa corporal é menor em as localidades onde o ambiente alimentar é melhor. O estudo identificou que no Rio de Janeiro, localidades de baixa renda tinham com maior proporção de pontos de venda que oferecem predominantemente produtos in natura ou minimamente processados, como açougues, peixarias, quitandas e feiras. Em contraste, os bairros de alta renda tinham mais supermercados e lojas de conveniência onde eram vendidos predominantemente produtos ultraprocessados. Na Cidade do México, outra investigação (Bridle-Fitzpatrick, 2015) descobriu que Os preços dos alimentos frescos são mais altos em territórios de baixa renda. Isso representa uma desvantagem para famílias com baixa renda, pois dificulta o acesso a alimentos que contribuem para uma alimentação saudável. Além disso, predominaram os estabelecimentos de alimentos não saudáveis e fast food, bem como a exposição a lanches e bebidas açucaradas em locais baixos e médios renda. Em contraste, as famílias com alta renda tinha maior acesso a alimentação adequada e acesso limitado a alimentos menos saudáveis. O termo sobremesa de comida desapareceu evoluindo e se expandindo para Como os estudos foram realizados em países em desenvolvimento. Conforme descrito na seção anterior, a proximidade de um supermercado pode aumentar o consumo de alimentos ultraprocessados. Mas vários estudos (Bridle-Fitzpatrick, 2015) (Zhong, e outros, 2018) (Wagner, et al., 2019) mostraram que é insuficiente levar em consideração apenas o distância a estabelecimentos de alimentação como variável relevante para o acesso físico, diversidade alimentar e segurança alimentar. Para explicar a importância do acesso físico EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce Melissa Realce | 53 | aos alimentos que facilitam dietas saudáveis também foram cunhados os conceitos de oásis alimentar, que está associado à abundância de alimentos adequados, e o dos pântanos alimentares, referindo-se à abundância de alimentos inadequados para uma alimentação saudável (Wagner e outros, 2019). Pântanos de comida são ambientes escolha que também estimula fortemente o consumo de produtos ultraprocessados e onde as ações são incentivadas para gratificação imediata que, muito provavelmente, envolvem o desenvolvimento da obesidade (Yang e outros, 2012; Bridle-Fitzpatrick, 2015; Wagner e outros, 2019; Ghosh-Distidar, e outros, 2014). Do exposto e de um conjunto de estudos analisados, pode-se concluir que para melhorar o acesso físico aos alimentos que contribuem para uma alimentação saudável, os canais de distribuição devem ser levados em consideração, bem como como composição e a distribuição do sortimento nas mesmas dependências, juntamente com a receita (das famílias21 e de setores inteiros), as opções de meios de transporte, o grau de urbanização ou ruralidade, o tamanho das cidades22, a concentração dos abastecimento de alimentos, etc. (Zhong, et al., 2018; Bridle-Fitzpatrick, 2015; Duran, de Almeida, Latorre, & Jaime, 2015; Gordon-Larsen, 2014; Michimi e Wimberly, 2010; Battersby & Crush, 2014; Caspi, Sorensen, Subramaniam e Kawachi, 2012; Oxfam, 2018; Odoms-Young, Singleton, Springfield, McNabb e Thompson, 2016. Políticas para promover a disponibilidade e o acesso físico aos alimentos Existem várias opções de políticas que podem promover a disponibilidade de alimentos adequados. Por exemplo, eles podem desenvolver e 21 Em territórios urbanos de baixa renda, a diversidade da dieta não necessariamente aumenta, uma vez que há uma tendência de consumir dietas menos saudáveis e diversificadas (Battersby & Crush, 2014). 22 Aumentar a distância dos supermercados reduz as probabilidades de inclusão de frutas e vegetais na dieta, em áreas metropolitanas, mas em áreas não metropolitanas não tem impacto (Michimi & Wimberly, 2010). 23 implementar políticas que promovam o acesso a recursos e insumos produtivos, capital físico, investigação e tecnologia, assistência técnica e extensão rural, financiamento e crédito, saúde animal e vegetal, desenvolvimento de cadeias produtivas e mecanismos de compras públicas. Além disso, as importações e o comércio desempenham papel fundamental na disponibilidade de produtos alimentícios, pois afetam o alimentando e a nutrição dapopulação. Se sua comercialização for facilitada, os consumidores com menor poder aquisitivo podem acessar opções básico a preços reduzidos. Já que a edição 2019 do Panorama de Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe tem como foco os ambientes alimentares, esta seção terá abordará duas opções de políticas que procuram promover a disponibilidade e o acesso físico a alimentos adequados: 1) abastecimento público e sistemas de comercialização de alimentação e 2) programas de alimentação escolar. Além disso, a disponibilidade de alimentos pode ser afetada por falhas de mercado. Estima-se que a cada ano eles são perdidos e desperdiçados 221 milhões de toneladas de alimentos da produção e varejo. Este valor representa 11,6% do que é produzido na Region23. Isso representa uma perda econômica de 20% do valor da produção anual de Região, equivalente a US $ 159 bilhões anuais. Grupos de alimentos com as perdas mais significativas são raízes e tubérculos (25%) e frutas e vegetais (21%) (FAO, 2019) (#SinDesperdicio, 2019). Os países da ALC, cientes do desafio moral, ambiental e econômico que isso significa, estão promovendo diversas medidas para avançar nas soluções. prevenção e redução (ver Caixa 8). Para aumentar a disponibilidade de alimentos que contribuam para uma alimentação saudável e para reduzir, em parte, a falta de alimentos, é necessário ter sistemas alimentares mais eficientes que incluam a prevenção em seus eixos. 23 Para o cálculo, foi utilizada a variável “Produção total” por grupo de alimentos, tomando como referência o ano de 2015 e os coeficientes de perdas globais (FAOSTAT). PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 54 | e reduzindo perdas e desperdícios da produção ao consumo. Sistemas PÚBLICO do refeições e comercialização do comida24 Na ALC existem várias políticas públicas e mecanismos de abastecimento e comercialização de alimentos, com diferentes graus de desenvolvimento, capacidade de ação e práticas. Por exemplo, países como Antígua e Barbuda, Bolívia (Estado Plurinacional da), Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago e Venezuela (República Bolivariana de) tem este tipo de sistema. Em geral, na Região, os sistemas públicos de abastecimento e comercialização de alimentos visam estabilizar o preços, incentivos à produção, gestão de estoques de alimentos, comercialização de produtos e geração de informações 25 (FAO, 2017). Os sistemas públicos de abastecimento de alimentos e comercialização têm o potencial de garantir acesso constante a alimentação da população, promovendo a segurança alimentar e a manutenção dos padrões alimentares. Esses sistemas são uma estratégia para o atendimento de grupos com 24 Conforme observado acima, como este ano o foco está nos ambientes alimentares, esta seção se concentrará em como esses sistemas podem, por meio de suprimentos públicos, melhorar a disponibilidade e o acesso físico a alimentos adequados e reduzir a falta de alimentos. 25 Preços dos produtos, análise de tendências de custos dos produtos, estatísticas de preços e safras, estimativas de safras esperadas (medidas em hectares), custos de produção agrícola, estimativas de produção, estimativas de plantio, número de fazendas , área total plantada (medida em hectares), rotas de fluxo de produção, número de produtores, número de fornecedores, comportamento do mercado, produtos armazenados e quantidade, entre outros (FAO, 2017). maiores graus de vulnerabilidade, bem como para aqueles afetados por choques econômicos, social, natural e assim por diante. Ou seja, servem para atenderpara pessoas ou grupos que não têm suas próprias capacidades para garantir um comida simples. Da mesma forma, modos de produção sustentável e fornecimento de insumos para os diversos programas de proteção alimentação social e escolar (FAO, 2017). Aqui estão alguns exemplos. Em Antigua e Barbuda, produtos de carne, frutas e vegetais cultivados localmente são oferecidos a preços acessíveis nos supermercados. Bolívia (Estado Plurinacional de) tem como estratégia o suprimento de necessidades básicas também em supermercados e em uma rede de armazéns e lojas da Empresa de Apoio para Produção de Alimentos (EMAPA) no diferentes departamentos do país e onde a população tem dificuldade de acesso mercados locais. Cuba tem armazéns comerciais atacadista, varejo e unidades gastronômicas. Por meio de sua rede de lojas BANASUPRO em todo o país, Honduras vende produtos básicos com custos diferenciados para toda a população, com atenção especial para as pessoas de menor renda. Por meio da Diconsa, o México opera a Programa de Abastecimento Rural, que possui mais de 27.000 lojas fixas e 300 móveis em todo o território nacional, 302 galpões áreas rurais e centrais, três armazéns de granéis e cerca de 4.000 veículos que trafegam por estradas e rodovias em todo o país e mais de uma dúzia de barcos e semi-caminhões, chegando às áreas remoto e de difícil acesso (Governo do México, 2019). A Nicarágua conta com postos de distribuição de alimentos da Nicaraguan Basic Food Company (ENABAS) para garantir o acesso físico aos principais productos da cesta básica a um preço inferior ao do mercado tradicional. EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 55 | República Dominicana, através da Instituto Nacional de Estabilização de Preços (INESPRE) e seus armazéns físicos, oferece produtos agrícolas a preços acessível. E os armazéns móveis populares atendem famílias com maiores graus de vulnerabilidade em áreas onde os mercados produtores não chegam (FAO, 2017). Storcksdieck, Caldeira, Gauci, Calleja e Furtado (2017) apontam que a aquisição de alimentos e os serviços públicos de alimentação, como alimentação escolar, são uma opção de políticas que podem incentivar a reformulação de alimentos e bebidas e encorajar escolhas hábitos alimentares mais saudáveis. Também o A implementação de um processo de aquisição de alimentos sensíveis à saúde melhora a qualidade nutricional dos serviços de alimentação. Também está relacionado a uma alimentação mais saudável para meninos, meninas e meninos. adolescentes, e desempenha um papel importante na obtenção de mudanças comportamentais no alimentação (Caldeira, e outros, 2017). Sistemas de abastecimento público e marketing de alimentos também pode definir padrões de qualidade para alimentos através de padrões técnicos e procedimentos de elaboração e preparação, de forma a garantir a qualidade e segurança do alimentos (FAO, 2017). Conclusões Os sistemas públicos de abastecimento de alimentos e comercialização têm potencial para melhorar a disponibilidade e ele Acesso físico para alimentos adequados e diminuir desertos alimentares. No entanto, o O desenvolvimento de sistemas alimentares inclusivos e eficientes requer sistemas e mecanismos de abastecimento que proporcionem atenção aos setores com maiores graus de vulnerabilidade no campo da produção e do consumo, e que garantam o abastecimento de alimentos em qualquer circunstância. Para isso, são necessárias políticas públicas, mecanismos e decisões que promovam o desenvolvimento dos sistemas de abastecimento e marketing alimentar mais eficiente, garantindo a disponibilidade e distribuição de alimentos para toda a população e na todo momento. Para garantir que esses sistemas promovam uma nutrição adequada, esses sistemas deve considerar os ambientes alimentares de populações aqueles que procuram servir, bem como seus padrões alimentares e buscam reduzir os desequilíbriosna disponibilidade e acesso no que diz respeito às recomendações dietéticas da população. Mudanças nas regras de oferta para facilitar o consumo são amplamente utilizadas no ambiente escolar e em programas de proteção social, mas ainda não são explorado em outros espaços26. Além disso, é necessário procurar mecanismos encurtar a cadeia de abastecimento, pois os consumidores mostraram aumentam a variedade e a quantidade de alimentos frescos, como frutas e vegetais (Ostrom, 2007). 26 Por exemplo, o Brasil, por meio da Portaria nº 1 274/2016 do Ministério da Saúde (Portaria nº 1 274/2016 do Ministério da Saúde), fornece orientações sobre alimentação adequada e saudável no ambiente de trabalho. Além disso, possui também um guia de preparo de refeições saudáveis em eventos (Guia para a preparação de refeições saudáveis em Eventos). PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 56 | BOX 8 QUADROS LEGAIS PARA A PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE PERDAS E RESÍDUOS ALIMENTARES EnNos últimos anos, na ALC, um dos espaços de trabalho mais ativos no combate às perdas e desperdícios de alimentos (FLW) tem sido a formulação de marcos legais para preveni-los e reduzi-los. Os FLWs impactam a disponibilidade local de alimentos e representam uma perda de recursos econômicos para todos os atores do sistema alimentar. Eles também são uma das fontes mais significativas de emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo (IPCC, 2019). DE ACORDO COMN ounEstudo preliminar não publicado do Development Law Service do Legal Office e do FAO Regional Group, Passando das perdas às soluções, seis países têm leis específicas sobre FLW e há cerca de 54 projetos de lei em andamento. Entre as leis aprovadas no 2019Destacam-se na Colômbia a Lei 1.990 sobre Política contra Perda e Desperdício de Alimentos e no Peru a Lei 30.988, que promove a redução e prevenção de perdas e desperdício de alimentos no Peru. Em geral, essas leis determinam qual ministério ou conselho interinstitucional é responsável implementar ações estratégicas para prevenir e reduzir PDAs. Da mesma forma, essas leis incorporam sistemas de incentivo à doação de alimentos em boas condições para consumo humano como forma de contribuir para satisfazer as necessidades alimentares da população económicamente mais vulnerável. As frentes parlamentares contra a fome na América Latina e o Caribe trabalha para apoiar os países na adoção, regulamentação e implementação dessas leis em coordenação com instituições nacionais encarregadas de fornecer soluções para FLW. Em 2019, onze países formaram grupos de trabalho intersetoriais que analisam o propostas regulatórias e abordar outras questões, como inovação e tecnologia, bem como do estabelecimento de alianças entre o setor PÚBLICO e o privado. Essas ações devem possibilitar o cumprimento da meta 12.3 da Agenda 2030, ou seja, reduzir reduzindo pela metade o desperdício global de alimentos por pessoa no varejo e no nível do consumidor e reduzindo as perdas de alimentos nas cadeias alimentares produção e abastecimento, incluindo perdas pós-colheita. Fonte: (IPCC, 2019; FAOU, não publicado). Programas de alimentação escolar Os programas de alimentação escolar (SFPs) são a rede de segurança social mais comum no mundo (BM, 2015). Na ALC, as políticas e programas nacionais de alimentação escolar provaram ser muito eficazes para facilitar acesso físico para comida. Além disso, têm papel fundamental no combate à fome e desnutrição em todas as suas formas. Por isso, não é de estranhar que o ambiente escolar se tenha convertido em um espaço conveniente para os países da Região implementarem medidas de promoção da alimentação saudável entre os meninas, meninos e adolescentes (ver Quadro 9). Atualmente, esses programas oferecem café da manhã, almoço ou lanches para mais de 85 milhões de crianças em idade escolar na Região, com um investimento anual de aproximadamente US $ 4,3 bilhões (PMA, 2017). Eles também constituem uma política que se concentra em um grupo populacional particularmente importante, visto que a melhor nutrição para crianças, meninas e jovens dependerão de seu crescimento cognitivo e aprendizagem e, portanto, de suas opções para contribuir para o desenvolvimento de seus famílias e sociedades. Como visto nas últimas décadas, estratégias e programas de alimentação escolar bem planejados oferecem vários benefícios e um retorno sobre o investimento. em capital humano por meio de melhores resultados em saúde e educação. Ao mesmo tempo, quando vinculados à aquisição de alimentos da agricultura local e familiar, também proporcionam maior diversidade. de comida disponível na escola, e oportunidades de crescimento para mercados e economias locais. Diante dos novos desafios na Região, os SAPs evoluíram de uma estrutura principalmente de assistência alimentar | 57 | e incentivo à matrícula escolar, a serem considerados redes de segurança social para garantir direitos à alimentação e educação. Um estudo regional realizado em dezesseis países (PMA, 2017) mostraram que, em quatorze deles, a alimentação escolar já tem uma base legal sólida em leis, decretos ou na Constituição, e que mais de 90% do investimento provém dos orçamentos nacionais, que demonstra estabilidade e propriedade. A maioria dos países aplica uma abordagem universal, e a segurança alimentar e nutricional são todas metas mais importantes para programas que buscam fornecer entre 20% e 30% das necessidades nutricionais recomendadas. Da mesma forma, os países analisados procuram compre sua comida o mais localmente possível, e em treze deles frutas e vegetais frescos já são fornecidos em escalas diferentes e, em onze, alimentos fortificados e bebidas de vários tipos. Devido ao aumento do sobrepeso e da obesidade em todos os países, foram implementadas medidas para restringir o fornecimento de produtos processados e ultraprocessados. A isso se soma a necessidade de incorporar a questão da alimentação adequada de forma transversal nas escolas, considerando sua multidimensionalidade e o desenvolvimento das habilidades de autocuidado, cuidado mútuo e cuidado com o planeta em meninos e meninas. A restrição de produtos processados e ultraprocessado com quantidades excessivas de açúcar, gordura e sódio nas políticas de suprimento de comida às escolas adicionar um elemento fundamental para garantir a coerência entre um currículo que aborda o alimentação adequada e o que está no ambiente, uma vez que as crianças aprendam em todos os momentos, nas aulas e fora delas, e quanto é absorvido do que o ambiente indica com o que está disponível e o que é promovido e estimulado (ver Quadro 9). Os esforços dos países são cada vez mais direcionados para a melhor qualidade, eficácia e sustentabilidade de seus programas nacionais, e oferecem refeições nutritivas que são feitas sob medida para o diversas culturas locais e que podem ser vinculadas à agricultura e aos mercados locais (PMA, 2017). Hoje, as PCEs têm potencial para continuar a maximizar sua contribuição para a saúde e nutrição na escola, ajudando a prevenir e combater a desnutrição em todas as suas formas e promoção de hábitos alimentares saudáveis ao longo da vida. Conclusões Em uma região onde há uma carga crescente de doenças não transmissíveis (DNTs) e o problemas de desnutrição e obesidade e sobrepeso estão cada vez mais presentes, o programas de alimentação escolar representam intervenções-chave para facilitar o acesso para uma dieta saudável, reduzir a desnutrição e promover escolhas alimentares adequado para crianças e adolescentes. Da mesma forma, em comunidades com maior graus de vulnerabilidade, a alimentação escolar sensível à nutriçãopode fornecer uma fonte regular de nutrientes essenciais para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Esses tipos de programas também podem reduzir a carga de gastos das famílias, oferecendo um serviço de alimentação gratuito e universal na escola. Os programas de alimentação escolar fazem parte das redes de segurança social e podem ser usados como intervenções para responder em tempos de crise (Beazley, Solórzano e Barca, 2019). Além disso, ao vinculá- los às compras locais de alimentos, você se beneficia diretamente pequena agricultura, gerando mercados estáveis, promovendo a agricultura a transformação rural local e os sistemas alimentares locais são fortalecidos (Bundy, de Silva, Horton, Jamison, & Patton, 2018). Da mesma forma, a eficácia desses programas aumenta quando incluem um componente da educação alimentar e nutricional, é possível maximizar o alcance, eficácia, adoção, implementação e manutenção de políticas e intervenções de alimentação escolar, compreendendo e explorando os vários alternativas e abordagens para as medidas. Ou seja, é preciso que sejam consideradas como políticas complementares e sinérgicas, que atuem em várias camadas para melhorar a aceitabilidade, fidelidade, eficácia e sustentabilidade. PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 58 | BOX 9 AMBIENTES ESCOLARES PARA PROMOVER ALIMENTOS ADEQUADOS É entendido por ambientes de alimentação escolar “Todos os espaços, infraestruturas e circunstâncias dentro das instalações escolares e nas suas ambientes em que estão, eles obtêm, comprar ou consumir alimentos [...] e o conteúdo nutricional desses alimentos. O meio ambiente também inclui todas as informações disponíveis, promoção (marketing, publicidade, marcas, rótulos de alimentos, embalagens, promoções, etc.) e o preço de alimentos e produtos alimentícios ”(FAO, 2019). Atualmente, é comum para meninos, meninas e adolescentes crescem em casa em ambientes obesogênicos que promovem ganho de peso, sobrepeso e obesidade. Este é o resultado de vários processos resultantes de mudanças nos padrões alimentares, nos tipos de alimentos consumidos e sua disponibilidade, em valores sociais e normas culturais, além de atividades mais sedentárias e menos atividade física, entre outros (OPAS, 2014). Além disso, a disponibilidade de alimentos no meio ambiente, a propaganda e o exercício educacional pressão sobre certos padrões alimentares, positiva ou negativa. Meninos e meninas estão expostos a um grande volume de publicidade de produtos alimentícios que não promovem uma nutrição adequada, por meio de técnicas destinadas a persuadi-los. OUn estudo realizado em onze países1 festaou que em todos eles, mais da metade da propaganda de alimentos correspondia a produtos com altas concentrações de calorias, açúcar, gordura ou sódio. Além disso, a publicidade deste tipo de Os produtos alimentares aumentaram nos horários de pico de visualização para meninos e meninas (Kelly, et al., 2010). Uma vez que crianças e adolescentes passam uma parte importante de suas vidas nos recintos. crianças em idade escolar e que as preferências alimentares se desenvolvem em uma idade precoce e tendem a persistir ao longo da vida, é essencial implementar políticas que promovem a incorporação de hábitos saudável no ambiente escolar (Coalizão Nacional para a Prevenção da Obesidade Infantil em Meninos, Meninas e Adolescentes, 2018) (PMA, 2017). Por exemplo, uma análise focada na Guatemala (Pehlke, Letona, Hurley, & Gittelsohn, 2016) analisaram o impacto potencial do ambiente de alimentação escolar sobre a desnutrição e sobrepeso e obesidade de meninos, meninas e adolescentes com idades entre 5 e 12 nas escolas primárias baixa renda. As várias fontes de alimentos que o meio ambiente compreende foram exploradas da merenda escolar, ou seja, os quiosques ou cabines dentro das escolas, comida trazida de casa, comida comprada na rua e alimentação fornecida pela escola por meio do programa de alimentação escolar (lanche). De acordo com o estudo, as várias fontes geralmente fornecem produtos de alta encalorias e açúcar, apesar do aumento das taxas de sobrepeso e obesidade. Portanto, o ambiente seria propício para a transição de extremo de desnutrição ao extremo de sobrepeso e obesidade. Mancipe et al. (2015) realizaram uma revisão de diferentes tipos de intervenções nas escolas, como a promoção da disponibilidade de alimentos que facilitem dietas mais saudáveise estratégias para apoiar as escolhas alimentares mais adequadas, de atividade física e mudanças no meio ambiente, entre outras, realizadas em alguns países da América Latina para prevenir o excesso de peso e obesidade infantil em escolares de 6 a 17 anos. A pesquisa descobriu que intervenções mistas, que combinam medidas de educação nutricional, atividade física, mudanças nutricionais o as políticas institucionais são eficazes na prevenção do sobrepeso e da obesidade em crianças em idade escolar. Além disso, a incorporação de conteúdo em alimentos deve ser considerada saudável e a promoção da saúde desde a formação de professores e no currículo dos alunos. Várias medidas foram implementadas na ALC para melhorar os ambientes alimentares EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 59 | BOX 9 (CONTINUAÇÃO) escola, através de mecanismos obrigatórios ou voluntários. Países como Brasil, Chile, Costa delicioso, Equador, Jamaica, México, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai têm padres obrigatório para alimentos disponíveis nas escolas, incluindo restrições a produtos alimentícios que não promovam um alimentação adequada. Além disso, Chile, Costa Rica, Equador, Jamaica, Trinidad e Tobago e Uruguai tem regulamentos obrigatórios de publicidade o marketing de alimentos em estabelecimentos escolares e na Bolívia (Estado Plurinacional da), Brasil, Colômbia, Costa Rica, Eeu Salvador, Granada, México, Paraguai e Peru estabelecer diretrizes ou padrões de nutrição na alimentação escolar. Massri, Sutherland, Kallestal e Peña (2019) avaliou o impacto da Lei 20.606 / 2012 na composição dos alimentos e sua publicidade, o quee proíbe a venda de alimentos e bebidas com alto teor calórico, açúcar e gordura saturada nas escolas, na disponibilidade de alimentos e bebidas com alto teor de nutrientescríticas vendidas em quiosques de escolas públicas em Santiago do Chile. O estudo constatou que, com a implementação da Lei, a disponibilidade de alimentos e bebidas ricas em calorias, açúcar e gordura foi reduzida lotado nos quiosques da escola. Os alimentos que ultrapassaram os limites estabelecidos diminuíram de 90% em 2014 para 15% em 2016. Da mesma forma, observou que produtos sólidos reduziram conteúdos de calorias, açúcar, gordura saturada e sódio. Em relação aos produtos líquidos, eles reduziram delesconcentrações de calorias, açúcar e gordura saturada, enquanto o sódio aumentou. Isso se deve às mudanças na composição nutricional dos as produtos alimentares ricos em calorias, gordura saturada, açúcar e sódio. No entanto, um relatório da UNICEF (2015) descobriu que escolas no México, Costa Rica e Argentina promovem e anunciam alimentos e bebidas que não atendem critérios nutricionais estabelecidos. Nos países avaliadas, a promoção e a publicidade são realizadas através de cartazes, vending machines de alimentos ou bebidas, produtos e embalagens em quiosques escolares, suprimentos ou itens fornecidos gratuitamente por empresas e atividades escola patrocinada por empresas. Além disso, observou-se que 58% das escolas possuíam quiosquesou vendedores ambulantes e 25% tinham ALGUNSN tipo depromoção e publicidade de alimentos ou bebidas. Existem diferentes oportunidades para os governos locais, tanto municipais, estaduais e provinciais, também adotam legislação e ações para proteger e promover o meio ambiente alimentar escola adequada. Dependendo dos padrões legais nacionais, os estadose os municipios pode restringir o marketing e a publicidade de alimentos não saudáveis não apenas dentro escolas, mas também em áreas próximas. Eles também podem intensificar a inclusão desses tópicos no currículo escolar para promover autonomia e pensamento crítico nos alunos (IDEC, 2018). 1 Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos da América, Grécia, Itália, Suécia e Reino Unido. Fonte: (FAOU, 2019; OPS, 2014; aliançan Nacionaleu parpara Evitar eupara Obesod Infantieu en Crianças, Garotinhas e Adolescentes, 2018; WFP, 2017; Pehlke, letão, Hurley, E Gittelsohn, 2016; Mancipe, e outras, 2015; Massri, Sutherland, Kallestal, E Dor, 2019; UNICEF, 2015; IDEC, 2018). PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 60 | UMA deueta o quee encontra com as rrequisitos de nutrientidades custariam 3,4 vezes euou o quee custaria umapara deueta o quee atende ape nas aos requis itos de energia BOX 10 FECHANDO A FALHA DE NUTRIENTES NO EQUADOR: O PAPEL DO ACESSO FÍSICO E ECONÔMICO A ALIMENTOS NUTRICIONAIS ASSOCIADO À SITUAÇÃO NUTRICIONAL DO PAÍS A desnutrição em todas as suas formas (desnutrição, deficiência de micronutrientes, sobrepeso e obesidade) representa um dos desafios mais importantes no Equador. As instituições governamentais que compõem a estratégia intersetorial Misión Ternura, com apoio técnico do Programa Alimentar Mundial (PMA) no país, iniciaram a análise Fechando a Lacuna de Nutrientes entre abril e setembro de 2018 para estimar o custo de um dieta nutritiva e o papel do acesso físico e econômico associada à situação nutricional do país, produção e consumo de alimentos. Os resultados confirmaram que, embora a produção de alimentos é suficiente no Equador, a comida não é muito diversificada e de baixa qualidade nutricional como consequência de uma limitação acesso a uma dieta variada por a população (custo) e o desconhecimento sobre hábitos alimentares nutritivos e saudáveis que lhes permitam suprir as necessidades diárias. Custo de uma dieta que atende às necessidades de energia em comparação com uma dieta nutritiva no Equador, 2018 10 8,6 8 6 4 2,5 2 0 Dieta o quee encontra com necessidades de energia (média n / Dprofiss ional justa) Dieta nutritiva * */ Se réferoz para umapara dietapara o quee cobre solicitaçãos de energiapara, proteínapara, 9 vitaminas e 4 mineiroales Estimando uma dieta nutritiva modelada para uma família de cinco membros custaria em média $ 8,60 por dia em em comparação com US $ 2,50 para uma dieta que atenda às necessidades de energia. Cada um deles representa 75 e 250 USD por mês, respectivamente. Considere que o salário base unificado para 2019 é igual a 394 USD. A análise também revela que o custo de uma dieta adequada para meninas adolescentes, mulheres lactantes e mulheres grávidas é maior em comparação com outros membros da família, o que mostra a dificuldade econômica para atender às necessidades nutricionais desses grupos vulneráveis. EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 C us to d iár io e m US D | 61 | PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 BOX 10 (CONTINUAÇÃO) Proporção do custo familiar de alimentos por tipo de membro para uma família de cinco pessoas no Equador, 2018 19 6 8 28 39 Menina ou menino de 3 a 36 meses Adolescente Homem Menina ou menino de 3 a 5 anos Mulher lactantee O impacto que as possíveis interações das intervenções da Missão A ternura pode ter custo e acesso a alimentos nutritivos para diferentes indivíduos, bem como para a casa. Foi considerado que O estudo Closing the Nutrient Gap tem o potencial de facilitar uma maior compreensão dos diferentes contextos de desnutrição no país, e mostrar com evidências o que intervenções que poderiam contribuir para melhorar o acesso a alimentos nutritivos a nível nacional e provincial em diferentes setores e grupos de interesse. Eeu A análise e os resultados deste estudo permitiram influenciar as políticas públicas no âmbito da estratégia governamental de Ternura Missionária. Isso visa fortalecer o investidon das políticas públicas e seu impacto no acesso a uma dieta nutritiva pelas famílias e seus membros. É importante destacar a intersetorialidade por meio das intervenções social, cujos elementos-chave são a promoção de hábitos alimentares saudáveis, com foco em que respeitem os padrões culturais que favorecem o empoderamento e, consequentemente, a mudança social e comportamental dos população, priorização de usuários de serviços prestados pelo Estado e na melhoria do acesso a dietas nutritivas que afetam a adoção de boas práticas alimentares em todo o família, especialmente quando intervém durante os primeiros mil dias de vida de meninas e meninos (incluindo amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida e uma alimentação suplemento complementar adequado e seguro a partir do sexto mês, acompanhado de amamentação até os dois anos de idade). E continuando com uma dieta e nutrição, de acordo com o requisitos de cada idade, até 5 anos ao longo da vida (Secretaria Técnica do All a Life Plan, 2018). Fonte: (WFP, 2018; secretáriopara Técnicopara doeu Plan Todpara umapara Tempo de vida, 2018). | 62 | MENSAGENS DE PRIORIDADE 2,2 ACESSO ECONÔMICO A ALIMENTOS O poder de compra é um fator determinante na escolha da quantidade, qualidade e diversidade dos alimentos consumidos pela população. Portanto, a renda familiar e o preço dos alimentos influenciam o tipo de dieta que eles escolhem. En ALC se Assistirn placas de Parerio de possor Eu adquiri tiva en as ÚLTIMO 5 anos. Mais preocupante é o aumento da pobreza extrema desde 2014, o que indica que a população enfrenta dificuldades de acesso a um cesta básica que cobre suas necessidades alimentares básicas. Maior renda está associada a maior qualidade e diversidade de dietas, ou seja, maior consumo de frutas e vegetais. e peixes. Da mesma forma, nos países de alta renda há uma menor contribuição dos cereais como fonte de calorias, assim como uma maior contribuição das carnes e laticínios. Dietas saudáveis com alta densidade de micronutrientes tendem a ter um custo maior por caloria do que dietas com alimentos menos saudáveis, processados e com alta densidade calórica. Além disso, tem tendeu a aumentar a diferença de preço entre os produtos que contribuem para uma alimentação saudável e os que não o fazem. Isso significa que é mais fácil para as famílias terem acesso a alimentos com contribuições nutricionais relativamente pequenas e com alto teor calórico, não recomendados para uma dieta saudável. O desenvolvimento das economias está associado ao maior consumo de alimentos, mas seu efeito sobre o consumo de alimentos mais nutritivos é heterogêneo. Como resultado, pode-se perceber que, à medida que aumenta a renda por pessoa, o problema da subnutrição tende a diminuir, enquanto os problemas de sobrepeso e obesidade tendem a aumentar. Impostos e subsídios que promovem uma nutrição adequada podem ser políticas fiscais importantes para reduzir o consumo de alimentos ricos em nutrientes essenciais e combater o sobrepeso e a obesidade e doenças não transmissíveis (DCNT). Além disso, aspolíticas e programas de proteção social permitem melhorar o acesso de grupos populacionais com maiores graus de vulnerabilidade aos alimentos e com potencial de melhoria. sua nutrição. A renda das famílias e o custo dos alimentos determinam em grande parte o quantidade, variedade e qualidade dos alimentos que as pessoas acessam. Em outras palavras, o poder de compra das famílias influencia seu capacidade de atender às necessidades calóricas e nutricionais para manter uma vida saudável e ativa. Portanto, aumentos na renda familiar podem melhorar o acesso a alimentos seguros e nutritivos. Pelo contrário, alto níveis ou mudanças abruptas nos preços dos alimentos podem afetar a quantidade e a qualidade da dieta a que uma determinada família tem acesso. Esta seção concentra a análise no evolução da renda familiar e nos preços dos alimentos nos últimos anos. Começa com uma análise da população em situação de extrema pobreza por ser a mais sensível em suas possibilidades de acesso aos alimentos para sua baixa renda. Em seguida, é feita uma reflexão sobre a importância da renda para determinar o tipo de alimentação atual da população da Região. Deterioração da capacidade de acesso econômico aos alimentos na Região De acordo com a definição da CEPAL, a pobreza medida extrema através da receita monetária é entendida como uma condição em que a renda familiar é insuficiente para adquirir uma cesta básica que permita o atendimento das necessidades nutricionais, ou seja, o mínimo de calorias para uma vida saudável e ativa. Segundo a CEPAL (2019), a pobreza extremo na Região tem mostrado uma tendência EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 | 63 | PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 FIGURA 25 POBREZA E EXTREMA POBREZA NA AMÉRICA LATINA, EM MILHÕES DE PESSOAS, 2002-2018 300 250 226 185 174 182 184 182 200 150 100 cinquenta 0 20022008201220142015201620172018e Pobreza extremo Pobreza e: Valor estimado. Fonte: (CEPAL, 2019; CEPAL, 2019) em alta nos últimos cinco anos (Figura 25). De acordo com as últimas estimativas, 10,2% do a população regional vive em extrema pobreza, ou seja, 63 milhões de pessoas. Este nível mostra uma deterioração das condições da população da região desde 2014, ano em que a pobreza extrema atingiu o seu ponto mais baixo nas últimas duas décadas com uma taxa de 7,8%, equivalente a para 46 milhões de pessoas. Como resultado, o número de pessoas em extrema pobreza é maior do que seu Nível de 2002. Da mesma forma, a pobreza geral (que considera que o acesso econômico a serviços e bens básicos, além de alimentos) também aumentou nos últimos anos. Assim como a pobreza extrema, a pobreza na Região atingiu seu nível mais baixo em 2014, para posteriormente reverter essa tendência. Entre 2014 e 2018, a taxa de pobreza aumentou cerca de dois pontos percentuais e chegou a 29,6%, o que significa que o número de pobres na Região passou de 164 milhões para 182 milhões. Essa deterioração é explicada pelo desempenho econômico da ALC. Desde 2014, a Região relatou uma desaceleração significativa no crescimento econômico, até que contraiu durante 2015 e 2016, principalmente devido a para a queda no preço das commodities escolas primárias que afetaram especialmente a América do Sul28. Desde então, a recuperação tem sido lenta. Estima-se que durante 2018 o produto interno bruto (PIB) tenha crescido apenas 1,2% e em 2019 espera-se uma taxa de crescimento de 1,7%. Tem levou ao aumento do desemprego (que ultrapassa 9% nos últimos 2 anos) e da participação do emprego informal, o que limita a renda das famílias e as expõe a condições mais precárias (CEPAL, 2019a) (CEPAL, 2019b) (FAO , FIDA, OMS, UNICEF e PMA, 2019). 28 Para obter mais detalhes sobre dependência de commodities, crescimento econômico, pobreza e segurança alimentar e nutricional, revise o Capítulo 2 do Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2019 (FAO, IFAD, OMS, UNICEF e PMA, 2019 ) 164 46 47 52 166 ci n q u e nt a 60 63 62 57 M ilh õe s d e pe ss oa s | 64 | EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 FIGURA 26 RELAÇÃO ENTRE A UNDERNESS E A TAXA INTERNACIONAL DE POBREZA EXTREMA, MEDIDA A USD 1,90 POR DIA POR PESSOA, TAXAS MÉDIAS (), 2010-2018 cinquenta Haiti 40 30 vinte Nicaragu ensepara República Dominicanopara Paraguai Bolívia (EP) Guatemala Honduras R2 = 0,5 10 Panamá O salvador Perú Equador Colômbia 5 Chile Custopara delicios o Mexical 2.5510204080 Pobreza extremo medida por ele Bank Mundoao (< 1,90 USD / diapara) ( ) (Escala logarítmica) Nota: Eeu análises incluídoe para 91 paíss e excluire para as o quee temn umapara taspara de desnutridon Menosr para 2,5. A taxa internacional de pobreza refere-se à média para o período 2010-2017 e para desnutrição, período 2010-2018. Fonte: Elaboraçãon própriopara para Eu deixeir de factos de (BM, 2019; FAOU, 2019). É importante notar que a pobreza e sua As consequências não afetam a todos da mesma forma, pois alguns grupos são especialmente vulneráveis. Segundo estimativas da CEPAL, a pobreza nas áreas rurais da Região é de 46,4% (20 pontos percentuais a mais do que a pobreza urbana) e a pobreza extrema é de 20,8%, três vezes maior do que nas áreas urbanas. Também o A pobreza afeta 51% das famílias indígenas na Região, enquanto a pobreza extrema nos povos indígenas é de 19,1%, o dobro da pobreza e da pobreza extrema nas famílias não indígenas. indígenas, respectivamente. Enquanto isso, a pobreza também atinge mais as mulheres, com um índice de feminilidade de pobreza de 1,13 e feminilidade de extrema pobreza de 1,16 (CEPAL, 2019). Isso implica que os problemas associados à pobreza, como desnutrição e fome, são maiores nesses grupos mais vulneráveis do que as médias nacionais e regional29 (FAO, OPAS, UNICEF e PMA, 2018). Nesse cenário de deterioração das perspectivas econômicas e aumento da pobreza, espera-se que a subnutrição também tenha aumentado desde meados da década (ver capítulo 1). Isso se deve à estreita relação entre pobreza extrema e fome. A Figura 26 apresenta esta relação medida a partir de 29 Para uma análise mais ampla das desigualdades sociais nos sistemas alimentares da região, ver Panorama da segurança alimentar e nutricional na América Latina e no Caribe 2018. Pr ev al ên ci a d e su b ali m en ta nd o ( ) (E sc a la lo g a rít m ic a ) | 65 | da linha de pobreza internacional30. Como esperado, há uma correlação positiva entre os dois, tanto global quanto regionalmente, já que ambos buscam refletir a capacidade das pessoas de ter acesso a alimentos suficientes para cobrir suas necessidades alimentares mínimas (FAO, IFAD, WHO, UNICEF e WFP, 2019) Diferenças dentro ele Acesso econômico para a alimentos DE ACORDO nível do entrada do as casas Além da renda familiar, os preços são um elemento-chave que determina o tipo de dieta que as famílias escolhem. Estudos têm mostrado que dietas saudáveis e ricas em nutrientes, frutas e vegetais tendem a ser mais caras do que dietas com alto teor calórico, processados e menos saudáveis (Jones, Conklin, Suhrcke, & Monsivais, 2014; Wiggins & Keats, 2015; Drewnowski, The cost of US foods as related to their nutritive value, 2010; FAO e OPS, 2017; Hall e outros, 2019 ; Lee, Raslton e Truby, 2011). Por exemplo, no Reino Unido, foi mostrado que uma cesta de alimentos saudáveis é três vezes mais cara
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