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PDF Panorama de la seguridad alimentaria y nutricional en América Latina y el Caribe 2019 es pt

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EPISÓDIO 2 
POLÍTICAS PARA 
PROMOVER UM 
ALIMENTOS 
ADEQUADOS NA 
AMBIENTES 
COMIDA 
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O sistema alimentar é composto pelos elementos, 
atividades, produtos e resultados relacionados à 
produção, processamento, distribuição, 
preparação e consumo de alimentos. Existem três 
elementos que compõem o sistema alimentar que 
atuam como pontos de entrada e saída para a 
nutrição. Eles são 1) ocadeias de abastecimento 
alimentar, 2) ambientes alimentares e 3) 
comportamento do consumidor (HLPE, 2017) 14. 
 
Dentro do sistema alimentar, “o meio ambiente 
comida se refere ao contexto físico, econômico e 
político e sociocultural que enquadra a interação dos 
consumidores com o sistema alimentar com vistas à 
tomada de decisões sobre a aquisição, preparo e 
consumo de alimentos ”(HLPE, 2017, p. 33). 
 
Este elemento constitutivo do sistema a comida é, 
portanto, um espaço fundamental onde as opções das 
quais o consumidor tem que escolher um ou outro 
tipo de alimento. Consequentemente, são uma 
oportunidade estratégica para os Estados 
desenvolverem políticas públicas que protejam e 
promover nutrição adequada, expandindo o acesso 
físico e econômico para o qual contribuem 
alimentação saudável, melhorando o acesso e o uso 
da informação e desenvolvendo habilidades para os 
cidadãos se exercitarem o seu direito a uma 
alimentação saudável. É precisamente nos ambientes 
alimentares que a discussão e a implementação de 
novas políticas e estruturas regulatórias para 
combater a desnutrição têm proliferado mais nos 
últimos anos (ver Quadro 6). 
No mesmo quadro conceitual, o ambiente 
alimentar é composto por: 1) o disponibilidade 
e acesso físico aos alimentos; 2) acesso 
econômico ou acessibilidade aos alimentos; 3) 
promoção, publicidade e informação e 4) 
qualidade e segurança alimentar. Portanto, os 
ambientes Os alimentos são um espaço 
relevante para promover uma alimentação 
mais saudável que facilite o consumo de 
alimentos nutritivos e a melhoria dos 
padrões alimentares da população, reduzindo a 
desnutrição em todas as suas expressões 
(desnutrição, deficiência d micronutrientes, 
excesso de peso e obesidade, e doenças não 
transmissíveis relacionadas à dieta) (HLPE, 
2017). 
 
Este capítulo resume a situação na Região para 
cada uma das quatro áreas mencionadas que 
moldar os ambientes alimentares e descrever, por 
sua vez, algumas das principais políticas que os 
países da América Latina e do Caribe estão se 
desenvolvendo para enfrentar as diferentes formas 
de desnutrição. Porém, Embora não seja o objetivo 
deste documento, deve-se ter em mente que para 
avançar forma eficaz no (re) desenho de ambientes 
alimentares, também será necessário fazer 
mudanças estruturais coerentes nos outros dois 
elementos do sistema, ou seja, nos nós de 
produção, processamento e abastecimento do 
sistema agroalimentar, e nos próprios hábitos de 
consumo, num quadro de sustentabilidade e 
equidade social. 


14 O marco conceitual proposto pelo HLPE pode ser consultado 
no Anexo 2. 
EPISÓDIO 2 
POLÍTICAS PARA PROMOVER 
ALIMENTOS ADEQUADOS EM 
AMBIENTES ALIMENTARES 
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Nota
Ambiente Alimentar
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CAIXA 6 
PARLAMENTOS COM FOME ZERO 
 
 
 
Para transformar os sistemas alimentares atuais em 
sistemas mais justos, saudáveis e sustentáveis, 
políticas necessárias de Estado e um forte compromisso 
de toda a sociedade. 
 
Para Para tanto, a Resolução aprovada pela 
Assembleia Geral das Nações Unidas em 25 de 
setembro de 2015, intitulada Transformando nosso 
mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável indica que os parlamentos podem 
desempenhar um papel fundamental na promulgação 
de legislação, aprovação de orçamentos e liderança de 
processos inspeção e prestação de contas. 
 
Na mesma linha, a União Interparlamentar (UIP) 
defende que os parlamentos são a voz do povo e que sua 
função é garantir que as políticas que realizam beneficiem 
a todos, especialmente os mais vulneráveis. 
 
Na América Latina e Caribe (ALC), os poderes 
legislativos se uniram e formaram a Frente 
Parlamentar contra a Fome na América Latina e no 
Caribe. É uma rede regional que colocou em prática 
uma nova forma de desenhar políticas priorizando: 
 
1. Estabelecendo consenso e respeito pela pluralidade 
de opiniões e interesses. 
2. Parecer técnico e cientista permanente. 
3. Trabalho colaborativo entre vários atores, como 
governos, setor privado, academia e a sociedade 
civil, entre outros. 
4. Uma visão a médio e longo prazo na criação 
de novas políticas. 
5. Um diálogo permanente com o público. 
6. A Agenda 2030 como via de ação. 
 
A Frente conta com o apoio da FAO, Cooperação 
Espanhola e Agência Mexicana de Cooperação para o 
Desenvolvimento Internacional (AMEXCID). 
En em 2019, a Frente está presente em vinte e um 
países (Argentina, Barbados, Belize, Bolívia (Estado 
Plurinacional de), Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, 
Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, 
México, Nicarágua, República República Dominicana, 
Paraguai, Panamá, Peru, São Vicente e Granadinas e 
Uruguai) e em quatro parlamentos regionais (Parlamento 
Latino-Americano e Caribenho [PARLATINO], Parlamento 
do Mercosul [PARLASUR], Parlamento Andino 
[PARLANDINO] e Parlamento Centro-americano 
[PARALCEN]). 
Dee Com sua formação em 2009, essa plataforma já 
promoveu mais de vinte legislações sobre compras públicas 
da agricultura familiar, rotulagem de alimentos, redução de 
perdas e desperdícios de alimentos e merenda escolar, entre 
outros assuntos (vide Anexo 3). 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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MENSAGENS DE 
PRIORIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2,1 DISPONIBILIDADE 
E ACESSO FÍSICO A 
ALIMENTOS 
 
 
 A ALC tem comida suficiente para alimentar toda 
a sua população. O número médio atual de calorias 
disponíveis por pessoa por dia é estimado em 3.000 
calorias. 
 
 o cereal, ele açúcar, e as graxas e as óleos 
são as tré grúpias do todosmenções mais 
cabsorto em eupara morrerta regional. o 
proportunidade do energia chegando do açúcarr 
(14,2%) Seu pestava ele limitechá do 10% 
recomendado pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS). 
 
 A disponibilidade de alimentos processados e, 
principalmente, dos chamados productos 
ultraprocessados, cresceu rapidamente nos países da 
Região. Estima-se que o consumo de alimentos e 
bebidas ultraprocessados aumentou mais de 25% entre 
2000 e 2013. 
 
 o Seu permarkets e as vocêsendas do 
conveniência crescida cconsideravelmente dentro as 
últimoMais dois décadas em eupara Regiem e está 
ele diretoreu bengalaeu do venta do 
ultraprocesados. Épara é importantetante porquee 
entrada do macronutrientes do estes products são 
principalmente ele açúcarr (43%), de outross 
carboidratooidratos (25%), as graxas (27%) e, 
dentro Menos a medida, aproteínas s (5%). 
 
 Entre os fatores que limitam o acesso físico 
a uma alimentação saudável, principalmente 
para populações vulneráveis, são os chamados 
desertos alimentares e pântanos. O primeiro 
conceito refere-se à ausência ou afastamento 
comida geográfica. O segundo indica uma 
abundância relativa de produtos processados e 
ultraprocessados não recomendados como parte de 
uma dieta saudável. 
  entãopara as sistemaMais públicos do fornecemento e 
marketing do todosmenções cquão as programais de 
todosmentoria escola vocêsem em ele Panelaencial 
garantir ele Acesso para as todosmenções do eupara 
poblação com maior grados do vulnerabilidade, 
prmovendo o segurançaPapai todosmental e o quee se 
manter padrões nutricionalé adequado. 
 
 
Esta seção aborda os principais desafios que a 
Região apresenta para ter um abastecimento 
adequado de alimentos que contribuampara um 
alimentação saudável e com ambiente adequado que 
facilite o acesso físico aos mesmos. 
 
Capacidade produtiva e os mecanismos de 
marketing desenvolvidos nas últimas décadas 
podem ser suficientes para fornecer alimentos 
nutritivos para toda a população da Região. 
Conforme observado nas edições anteriores 
desta publicação, a Região tem capacidade 
produtiva suficiente para se abastecer. Na 
verdade, tornou-se uma região exportadora 
líquida de produtos agroalimentares. No 
entanto, a realidade é diferente em cada país. 
Por exemplo, no Na maioria dos territórios 
caribenhos, a produção é insuficiente e as 
importações são essencial para aumentar a 
disponibilidade de alimentos. Ao contrário, na 
América do Sul a produção excede a 
disponibilidade interna para a maioria dos 
produtos. Em vez de, Na Mesoamérica, a 
produção excede os requisitos mínimos de 
calorias apenas em alguns grupos de alimentos, 
como vegetais, frutas, açúcar e peixes (FAO, 
OPAS, UNICEF e PMA, 2018). 
 
Na Região, em média, a disponibilidade por dia por 
pessoa é superior a 3.000 calorias, mais do que o 
suficiente para atender às necesidades calorias 
individuais. Por sub-região, diferenças importantes 
são observadas entre os disponibilidade calórica 
média. Na América do Sul, são 3.025 calorias; na 
Mesoamérica, a partir de 3 011, e no Caribe, 2 781. 
Embora os países apresentem realidades 
heterogêneas, em todos eles a disponibilidade 
supera aproximadamente a 2.000 calorias por dia 
por pessoa recomendadas. 
Ao desagregar a disponibilidade calórica por tipos de 
alimentos, os grupos de alimentos são observados 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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que mais contribuem para a alimentação regional. Os 
cereais são a principal fonte de calorias da Região, 
com 35,1% das calorias por pessoa disponíveis, 
seguido por gorduras e óleos com 14,4%, e açúcar 
com contribuição de 14,2% (Figura 22). 
 
 
 
 
Por sub-região, existem diferenças na distribuição 
da disponibilidade calórica por tipo de 
alimento e como ele evoluiu. Na Mesoamérica, a 
disponibilidade de cereais diminuiu em termos 
absolutos e relativos. No entanto, ainda representam 
40% do total de calorias disponíveis, número que 
ultrapassa o das outras duas sub-regiões (Figura 23). 
Leite 
 
e seus derivados mostram uma redução na 
contribuição para o total de calorias no Caribe, 
enquanto na Mesoamérica permanece estável e na 
América do Sul aumentou. Frutas e vegetais 
aumentaram sua participação em disponibilidade, 
especialmente no Caribe. Tanto o total de carnes 
quanto a proporção de calorias disponíveis 
aumentaram em 
Fonte: (FAO, 2019). 
AçúcarCARRO 
OUTRAS 
LEGUMINOSAS 
Óleos e 
gorduras 
lácteas 
Raices Ovos 
com 
amido 
Cereais 
Carne 
Frutas 
Vegetais 
14,4 14,2 
11,3 
35,1 4,2 
6,4 
4,1 
1,3 
1,3 
3,6 
3,9 
FIGURA 22 
DISTRIBUIÇÃO DA DISPONIBILIDADE CALÓRICA POR DIA POR PESSOA E 
TIPOS DE ALIMENTOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, 2013 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
 
 
 
 
 
FIGURA 23 
EVOLUÇÃO DA DISPONIBILIDADE CALÓRICA POR TIPO DE ALIMENTO E 
SUBREGÕES DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, 1980-2013 
 
 
 
100 
O Caribe 
100 
Mesoamérica 
100 
América do Sul 
 
808080 
 
606060 
 
404040 
 
202020 
 
0 
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 
0 
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 
0 
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 
 
Cereais 
Estado 
amiláceo 
Óleos e grasas 
leguminosas 
Açúcar 
Vegetais 
Ovos 
de 
Carnes 
Laticíni
os 
Outros 
Frutas 
 
 
 
Fonte: (FAO, 2019; DESA, 2019) 
 
 
 
todas as sub-regiões. Isso supera 12% na América 
do Sul e está perto de 8% nas outras duas sub-
regiões. As gordurase os óleos ultrapassam 15% 
na América do Sul e 12% na Mesoamérica, o que 
representa um aumento em ambos os casos, 
enquanto no Caribe ficou próximo de 13%. 
Leguminosas apresentam queda na 
Mesoamérica, enquanto no Caribe 
sua contribuição para a dieta aumentou e na 
América do Sul não variou significativamente. 
 
Embora a disponibilidade de alimentos ultrapasse 
as médias necessárias para uma pessoa levar uma 
vida saudável e ativa, o indicador de a 
disponibilidade de alimentos torna invisível sua 
fonte e grau de processamento. Isto é de particular 
relevância se levarmos em consideração que em 
nas últimas décadas, o consumo de alimentos 
processados cresceu em todo o mundo. Além disso, o 
crescimento das vendas de productos 
ultraprocessado15 assume que o consumo de calorias 
de açúcares, óleos e gorduras cresceram em 
relevância (OPAS, 2015). 
 
 
15 Produtos ultraprocessados são formulações industriais 
feitas de substâncias derivadas de alimentos ou sintetizadas a 
partir de outras fontes orgânicas. 
En deles f orm a s a t ua l , SW n inv enç ã os de eu para 
C iênc ia para e eu para a tecnologia d e a s C om ida s 
indús t ria s m oderno s. É T e termo e s us a rou d e 
Form a t opara a m pl ipara e n Am er ic para L a t ina para e e l 
Caribe, e h para fui inc lu i rou inc lus ou e n qua lquer s 
ins trum ent o s de pol í t i c opara públ i c o para c om ou SW n 
a s Guia s C om ida s Bas epara em C om ida s de Sut iã sil, 
Ec ua dor ou Urugua i .A maioria desses produtos contém 
pouco ou nenhum alimento completo. São comercializados 
prontos para comer ou para aquecer e, portanto, requerem 
pouca ou nenhuma preparação culinária (OPS, 2015). Para a 
análise da disponibilidade e acesso aos alimentos 
ultraprocessados, foi utilizada a classificação NOVA proposta por 
uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo e 
utilizada nas diretrizes alimentares brasileiras. O sistema NOVA 
classifica os alimentos de acordo com a sua natureza, finalidade 
e grau de processamento industrial e é uma das diferentes 
formas de classificá-los. Seu uso nesta análise não constitui um 
validação pela FAO (Quadro 7). 
Pp
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Evolução dos sistemas alimentares e 
maior disponibilidade de produtos 
ultraprocessados 
A rápida transformação global dos sistemas 
alimentares nos últimos três ou quatro décadas 
tem características diferentes. Uma de são a maior 
presença dos chamados productos 
ultraprocessados. Isso tem contribuído com a 
intensificação da produção e o aumento da 
produtividade, os grandes avanços na inovações 
tecnológicas no setor que têm favorecido um maior 
grau de processamento de alimentos, melhorias na 
infraestrutura e nos canais de comercialização e a 
expansão das redes de supermercados e 
lanchonetes. Essas mudanças facilitaram o 
fornecimento de produtos alimentícios e bebidas 
(como produtos processados e ultraprocessados) 
para preços relativos mais baixos (com uma vida útil 
mais longa). Mas a maior disponibilidade de 
açúcares e outros carboidratos refinados também 
desempenhou um papel (de modo que o consumo 
de grãos inteiros, legumes e tubérculos) e óleos 
vegetais processados, o aumento da produção de 
carne e disponibilidade de carnes processadas e 
produtos com grandes quantidades de açúcar, 
gordura e / ou sal / adição de sódio (Popkin & 
Reardon, 2018) (Anand, et al., 2015) (OPAS, 2015). 
 
De acordo com Popkin e Reardon (2018), as 
áreas urbanas e algumas áreas rurais do A 
região está passando por uma rápida 
transformação. Crescimento da receita, 
melhorado infraestrutura, urbanização, 
liberalização das políticas de regulação do 
mercado e ele aumento do emprego rural 
não agrícola são os principais 
impulsionadores dessa transformação do 
sistema alimentar e dos padrões alimentaresna ALC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o relatório do Lancet sobre a 
obesidade global, desnutrição e sindemia das 
mudanças climáticas (Swinburn et al., 2019) e o 
Painel Internacional de Especialistas em Sistemas 
Alimentares Sustentáveis (IPES-Food, 2017), esas 
mudanças foram parcialmente impulsionadas pela 
adoção e expansão do modelo industrial de produção 
e abastecimento agrícola baseado na concentração de 
tecnologia, a redução trabalho e na formação de 
oligopólios e oligopsonias de mercado. Além disso, à 
medida que as sociedades se tornam mais 
urbanizadas, aumentam rendimento disponível, 
tempos de viagem e a proporção de mulheres 
ocupadas, com as quais as refeições preparadas e fora 
de casa tornam-se alternativas atraente (Gracia 
Arnaiz, 2012) (Aguierre, 2016) (Moyano-
Fernández, 2018). Essas mudanças têm causou um 
aumento mais rápido no consumo de alimento 
ultraprocessados e fast food e rua nos países da Região 
em relação aos países desenvolvidos (Monteiro, 
Moubarac, Cannon, Ng, & Popkin, 2013) (Popkin & 
Reardon, 2018). A Figura 24 mostra a relação direta 
entre a porcentagem da população urbana e a venda de 
produtos ultraprocessados para alguns países da 
Região. A todos os itens acima são adicionados o 
desigualdade no acesso à terra, que intensifica a 
pobreza rural, bem como a desproporcional e porção 
desigual de áreas cultivadas destinado à produção de 
insumos básicos para produtos processados e 
ultraprocessados (óleos, farinhas, açúcar), em 
contraposição à redução das áreas destinadas à 
produção de frutas, verduras e legumes (FAO e 
OPAS, 2017). 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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Um estudo recente (OPAS, 2019) que incluiu para 
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, 
Peru e Venezuela (República Bolivariana da) 
revelaram que a energia em produtos 
ultraprocessados provém principalmente de 
carboidratos e gorduras. Especificamente, de acordo 
com este estudo, As calorias destes eram 43% do 
açúcar, 25% de outros carboidratos, 16% da gordura, 
11% da gordura saturada e apenas 5% da proteína. 
 
Mudanças no sistema alimentar também 
afetaram para as áreas rurais. Em geral, em 
mecanização da agricultura em países de renda 
média, infraestrutura melhorada estradas, 
aumento do uso de veículos motorizados, aumento do 
emprego rural não agrícola e aumento a redução de 
algumas tarefas domésticas que não são mais necessárias 
tem levado a menos atividade física, reduzindo o gasto de 
energia. Por outro lado, o aumento da receita e a presença 
de produtos submetidos a um maior grau de processamento 
levou ao consumo de comida principal. Isso aumentou o 
índice de massa corporal em áreas rurais em uma taxa mais 
alta do que em áreas urbanas, especialmente em mulheres 
(NCD-RisC, 2019). 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
0 0 
GTM CEOU BOeu CREu SOL POR EuX COeu BRPARA CHeu IRN ARG URE 
População urbAna Vent de alimentos ouultraprocessado (eixo dereto) 
Nota:O coeficiente de correlação é 
63. Fonte: (OPAS, 2015; DESA, 
2019). 
40 
 
 
30 
 
 
vi
nt
e 
 
 
10 
ci
n
q
u
e
nt
a 
100 
90 
80 
70 
60 
ci
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q
u
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a 
40 
30 
vi
nt
e 
10 
FIGURA 24 
POPULAÇÃO URBANA E VENDAS DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS EM PAÍSES SELECCIONADOS DA 
AMÉRICA LATINA E DO CARIBE 
Po
bl
aç
ão
 u
rb
an
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( 
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
CAIXA 7 
GRAU DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS DE 
ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DO NOVA 
FOOD 
 
 
 
Parparacompreender a alimentação adequada, ajuda a 
compreender quais são os vários níveis de 
processamento de alimentos e o que eles implicam. 
Embora o processamento em si não seja um problema, já 
que grande parte da comida é processada enAté certo 
ponto, é importante observar que o consumo excessivo 
de alimentos processados está substituindo as refeições 
caseiras e os alimentos frescos. Além disso, alguns 
desses produtos contêm excesso de calorias, açúcar, 
gordura e sal (FAO, 2015) (Monteiro, Cannon, Lawrence, 
da Costa Louzada, & Pereira Machado, 2019). 
Existem diferentes tipos de classificação de alimentos. 
simnPorém, o mais utilizado na ALC e na literatura científica 
é o sistema NOVA (Monteiro, Cannon, Lawrence, da Costa 
Louzada, & Pereira Machado, 2019). Este sistema agrupa os 
alimentos de acordo com sua natureza, sua finalidade e seu 
grau de processamento e compreende quatro grupos: 
 
 
1. Alimentos cru ou minimamente processado: 
são alimentos de origem vegetal (folhas, caules, 
raízes, tubérculos, frutas, nozes, sementes) ou 
de origem animal (carne ou outros tecidos e 
órgãos, ovos, leite) distribuídos logo após a 
colheita, coleta, abate ou reprodução. 
Alimentos minimamente processados são 
alimentos não processados que eles são 
alterados de tal forma que nenhuma substância 
é adicionada ou incorporada, mas isso pode 
envolver a supressão de algumas partes do 
alimento. 
 
2. Ingredientes culinários processados: 
são substâncias extraídas e purificado 
pela indústria de componentes alimentos 
ou obtidos da natureza. Podem ser 
usados conservantes, estabilizantes ou 
"purificadores", além de outros aditivos. 
 
3. Alimentos processados: são feitos pela adição 
de sal ou açúcar (ou outro ingrediente como 
óleo ou vinagre) aos alimentos para torná-los 
mais duráveis ou modificam sua palatabilidade. 
 
Eles são derivados diretamente dos 
alimentos e são reconhecíveis como 
versões de alimentos originais. Em geral, 
são produzidos para serem consumidos em 
refeições ou pratos. Os processos incluem 
enlatamento e engarrafamento, 
fermentação e outros métodos de 
preservação, como salga, decapagem e 
cura. 
 
4. Produtos ultraprocessados: são formulados 
em sua maior parte ou totalmente começando 
desubstâncias derivadas de alimentos ou 
outras fontes orgânicas. Eles geralmente 
contêm pouco ou nenhum alimento 
completo. Eles vêm embalados ou embalados 
e são duráveis, práticos, de marca, acessíveis, 
com um sabor bom ou extremamente 
agradável, e freqüentemente cria hábitos. 
Eles geralmente não são reconhecíveis 
como versões de alimentos, embora 
possam imitar sua aparência, sua forma e 
suas qualidades sensoriais. Muitos 
delesingredientes não estão disponíveis em lojas 
de varejo. Alguns deles são derivados diretamente 
de alimentos (como óleos, gorduras, amidos e 
açúcares) e outros são obtidos por processamento 
posterior de componentes alimentares, 
ou são sintetizados a partir de outras 
fontes orgânicas. Numericamente, a 
maioria dos ingredientes são conservantes 
e outros aditivos, tais como estabilizadores, 
emulsificantes, solventes, aglutinantes, 
aglutinantes, agentes de volume, adoçantes, 
intensificadores sensoriais, cores e sabores e 
auxiliares de processamento. O volume pode 
ser obtido adicionar ar ou água. Os produtos 
podem ser “fortificados” com 
micronutrientes, como batatas fritas e outros 
lanches embalados, sorvetes, chocolates, 
doces, biscoitos, geleias, margarinas, 
refrigerantes, energéticos, açucarados à base 
de leite e assim por diante. 
 
 
Nota: Parpara eeu análises de eupara disponibilidaded e acessoou se hpara usarou eeu sistemapara NÃOVAI propostopara por oun equiparou de 
investigaçãon de eupara Universidaded de simou Pauloou e usarpara en as guiacomida s de Brasil. Eeu sistemapara NÃOVAI classificadopara as Comidas 
de acordo comn eupara natureza, acabadode gradou de em processamentoou indústriaeu e es umapara de varias Maneiras de classificarr as 
alimentos. Svocê usa en é Te análises nou constituintee umapara validaçãon por partee de eupara FAO. 
Fontes: (Monteiro, Canhão, Lawrence, dpara Custopara Louzada, E Pereirpara Machado, 2019; OPS, 2015; FAOU, 2015). 
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Mudanças nos canais de distribuição de 
alimentos e no consumo de produtos 
ultraprocessados 
Canais de produção e distribuição de alimentos 
distribuição estão mudando. A agricultura e a 
produção de alimentos estão cada vez mais 
voltadas para o abastecimento de supermercados e 
mercearias. hipermercados. Este processo faz parte 
de uma tendência de mudanças que estão 
ocorrendo nos sistemas alimentares (Intini, Jacq, & 
Torres, 2019). 
 
Na maioria dos países da ALC, houve uma 
concentração de supermercados, especialmente 
desde os anos 2000. Redes internacionais 
adquiriram várias redes local e atualmente 
ocupa uma porção mercado (Popkin & 
Reardon, 2018). 
 
Embora os supermercados possam oferecer 
alimentos diversos, também parece haver uma 
relação entre a presença de supermercados e o 
consumo de produtos ultraprocessados. 
Na verdade, há evidências de que as compras de 
supermercado podem aumentar o proporção de 
compras ultraprocessadas (Asfaw, 2008; Battersby 
& Crush, 2014; Demoscópica e ICEI, 2017; Popkin & 
Reardon, 2018). No Brasil, por exemplo, 
alimentação processado e os produtos 
ultraprocessados representam 60% das vendas dos 
supermercados, enquanto os alimentos frescos, 
exceto carnes, representam apenas 12% das vendas 
de supermercados (Fonseca, 2016) e população 
compra 25% mais produtos ultraprocessados em 
supermercados do que em outras lojas 
(Machado, Claro, Canella, Sarti e Lev y, 2017). 
Na Guatemala, produtos ultraprocessados e 
processados representam 40% das calorias 
adquiridos em supermercados (Asfaw, 2008). 
 
Segundo estudo realizado pela OPAS (2015) 
em treze países da Região, o consumo 
de alimentos e bebidas ultraprocessadas têm 
crescido rapidamente. Em média, o aumento 
em gramas entre 2000 e 2013 foi de 26,2%. 
Aumentos do Uruguai se destacam e Bolívia 
(Estado Plurinacional da), 146,4% e 129,8%, 
respectivamente. Em média, o consumo 
diário de alimentos ultraprocessados 
ultrapassa 50 gramas e a das bebidas 
 
 
 
açucaradas é de 300 ml, o que soma mais de 350 
gramas de produtos ultraprocessados por dia por 
pessoa. Os países com maior consumo por pessoa são 
Chile e México, com 581 e 550 gramas por dia por 
pessoa, respectivamente. 
 
Um novo estudo da OPAS (2019) indica que 
as vendas de produtos ultraprocessados são 
as que mais crescem na América Latina. 
Isso aumenta a exposição das populações a 
quantidades excessivas de açúcar, sódio e gordura. 
Também substitui os alimentos recomendados 
como parte de uma alimentação saudável. 
Além disso, o estudo projeta um aumento de cerca 
de 8% nas calorias ultraprocessadas vendidas em 
sete países da Região16 entre 2015 e 2019. 
 
Dentro Consumo do Brasil de alimentos e 
ingredientes não processados e minimamente 
procesados alimentos processados17 em 
domicílios foram substituídos pelo consumo de 
alimentos ultraprocessado. Estes últimos 
representam em média mais de 25% das 
caloriase no caso de famílias de maior renda, mais 
de 30% das calorias (Monteiro, Levy, Claro, de 
Castro, & Cannon, 2010). No mesmo país, as calorias 
ultraprocessadas adquiridas aumentaram de 18,7% 
em 1987 para 26,1% em 2003 (Monteiro, Moubarac, 
Cannon, Ng, & Popkin, 2013). 
 
Da mesma forma, um estudo realizado no Chile 
(Cediel, e outros, 2018) mostraram que os produtos 
alimentos ultraprocessados representam 28,6% das 
calorias e mais da metade do consumo de açúcar, 
o que significa um aumento de 5 pontos percentuais 
nas calorias do ultraprocessado 
implica um aumento de 1 ponto percentual no teor de 
açúcar da dieta. De acordo com o mesmo estudo, no 
Chile o consumo de açúcar é 57% superior à 
quantidade máxima de 10% recomendada pela OMS e 
FAO, enquanto no México 
16 Os países incluídos no estudo estão Argentina, Brasil, 
Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela (República 
Bolivariana da), que juntos representam 80% da população 
regional. 
17 Veja a caixa 6 para uma descrição dos graus de 
processamento de alimentos 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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as calorias de produtos ultraprocessados 
representaram 29,8% em 2012. 
 
Por outro lado, o consumo de fast food18 
também apresentou um aumento significativo em 
alguns países da Região, com um aumento de 38,9% 
entre 2000 e 2013, com Brasil e Peru como os maiores 
consumidores de fast food naquela data (OPAS, 
2015). Isso é importante porque a proximidade de 
restaurantes de fast food está relacionada 
diretamente com o aumento do consumo desse tipo 
de alimento (Boone-Heinonen e outros, 2011; He, e 
outros, 2012). 
 
Globalmente, entre 2001 e 2014 a venda de produtos 
processados e ultraprocessados em supermercados e 
lojas de conveniência apresentou aumento 
significativo, principalmente em países de renda 
média alta19, pois passou de representar menos de 
40% para 50% da venda de produtos processados e 
ultraprocessados. Em países de alta renda, o 
aumento é menor acelerou, mas o percentual de 
vendas em supermercados e lojas de conveniência 
é muito mais velho, e chega a 75%. Nos países de 
renda média-baixa, a distribuição de produtos 
processados e ultraprocessados em supermercados 
e lojas de conveniência está em níveis mais baixos, 
mas também apresentou aumento e sua venda por 
meio dessas lojas representa 30% (Global 
Painel sobre Agricultura e Sistemas Alimentares 
para Nutrição, 2016). Tudo isso mostra a relevância 
que os supermercados e lojas de conveniência na 
comercialização de alimentos ultraprocessados, 
pois são um importante canal de acesso para a 
população a esses produtos. 
Supermercados e lojas de conveniência ganharam 
relevância em detrimento de 
 
18 O fast food é definido como um alimento que pode ser 
preparado de forma rápida e fácil e que é oferecido em 
restaurantes e cafeterias como alimento para consumo 
imediato ou para viagem (De Vogli, Kouvonen, & Gimeno, 
2014). 
19 A maioria dos países da Região se enquadra nesta 
categoria. 
empresas tradicionais20, que perderam peso. 
Mesmo assim, eles continuam a ser uma parte 
importante do mercado de alimentos no 
paísesda região. As pequenas lojas de bairro 
representam pelo menos 25% das vendas de 
alimentos na ALC. Feiras livres e mercados 
centrais no Brasil e o Chile desempenham um 
papel relevante na comercialização de frutas, 
vegetais e outros produtos frescos (Ayala 
Ramírez & Castillo Girón, 2014; Araujo, Alves 
de Lima, & Macambira, 2015; Intini, Jacq e 
Torres, 2019). De acordo com uma análise 
realizada em alguns países pelo Painel Global 
sobre Agricultura e Sistemas Alimentares para 
Nutrição (2016), o canal de distribuição para a 
venda de produtos frescos tem apresentou 
poucas mudanças. Além disso, as negociações 
tradicionais são frequentemente relevantes para 
populações de baixa renda, não apenas por causa 
dos custos mais baixos e, em muitos casos, 
tamanhos mais convenientes, mas também 
porque representam uma importante fonte de 
trabalho para esses setores. Além disso, 293 
mercados atacadistas foram identificados na 
Região, que são fundamentais para a 
sustentabilidade da cadeia alimentar, oferecendo 
diversos produtos frescos que em muitos casos são 
da produção local, que acomoda produtores rurais 
(Ayala Ramírez & Castillo Girón, 2014; Intini, Jacq, 
& Torres, 2019). 
A expansão dos supermercados e as lojas de conveniência têm um 
grande impacto no consumo de ultraprocessados. Mas alguns 
estudos mostraram que isso pode mudarse a disponibilidade de 
Os alimentos que contribuem para uma 
alimentação saudável terão um aumento nesses 
estabelecimentos. Além disso, mercados de 
produtos frescos facilmente acessíveis podem 
ajudar a aumentar o consumo de frutas e vegetais. 
Portanto, a melhoria do acesso físico a alimentos de 
qualidade requer intervenções tanto em 
supermercados e lojas de conveniência quanto em 
lojas tradicionais (Odoms-Young, Singleton, 
Springfield, McNabb, E Thompson, 2016). 
Outras estratégias importantes inclue 
20 Mercados atacadistas, mercados públicos, pequenas 
lojas, lojas especializadas, feiras livres e mercados 
itinerantes. 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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que limitam os canais de marketing. Alguns 
consumidores, pequenos e médios agricultores e 
agricultores familiares podem desenvolver 
mecanismos para promover um comércio mais 
direto e benéfico para consumidores e 
produtores. Modelos, por exemplo, de 
Agricultura Apoiada por a Comunidade é uma 
coligação de consumidores e produtores. Vários 
estudos têm mostrado que ambos podem 
compartilhar a visão de que modelar é um ato de 
transformação para um sistema alimentar mais 
justo, saudável, participativo e ecológico e 
sustentável. Da mesma forma, indicam que o 
sistema permite reequilibrar os poderes 
dando maior destaque produtores, 
consumidores e comunidades (Hvitsand, 2016). 
Também há evidências de que o consumidor 
aumenta a variedade e a quantidade de alimentos 
frescos, como frutas e vegetais (Ostrom, 2007). Da 
mesma forma, os produtores podem receber um 
preço mais alto por seus produtos e os 
consumidores pagam um preço mais baixo 
eliminando certos canais de comercialização 
(Brown & Miller, 2008). 
 
Desertos alimentares e pântanos. Estudos 
de caso na região e no mundo 
Uma das dificuldades que a população tem no 
acesso físico a alimentos frescos e nutritivos é a 
ausência de estabelecimentos que comercializem 
esse tipo de alimento ou os distância excessiva de 
suas casas. Isso afeta particularmente os grupos 
de baixa renda. Este fenômeno, para o qual A 
denominação de desertos alimentares está 
consolidada, ocorre sobretudo em zonas com 
infraestruturas e acessos precários, o que é 
exatamente onde está concentrada a população 
de baixa renda. 
 
Um estudo realizado no Brasil (Borges, 
Cabral-Miranda, & Jaime, 2018) mostra, por 
exemplo, que os estabelecimentos que dão 
produtos prioritários para ultraprocessados estão 
mais presentes em territórios de média e baixa 
renda do que aqueles que comercializam 
alimentos fresco e saudável. Além disso, há uma 
baixa densidade de estabelecimentos que 
oferecem refeições saudáveis, principalmente nos 
territórios baixa renda. Outro estudo (Duran, 
de 
Almeida, Latorre, & Jaime, 2015) realizadas no 
mesmo país mostraram que indivíduos de baixa 
renda residentes em áreas com pouco acesso a 
Os supermercados e feiras de hortifrutigranjeiros 
têm um baixo consumo habitual de frutas e 
vegetais. No entanto, outro estudo (Castro 
Junior, 2018) realizado também no Brasil revelou 
que o índice de massa corporal é menor em as 
localidades onde o ambiente alimentar é melhor. 
O estudo identificou que no Rio de Janeiro, 
localidades de baixa renda tinham com maior 
proporção de pontos de venda que oferecem 
predominantemente produtos in natura ou 
minimamente processados, como açougues, 
peixarias, quitandas e feiras. Em contraste, os 
bairros de alta renda tinham mais supermercados 
e lojas de conveniência onde eram vendidos 
predominantemente produtos ultraprocessados. 
 
Na Cidade do México, outra investigação (Bridle-Fitzpatrick, 2015) 
descobriu que Os preços dos alimentos frescos são mais altos em 
territórios de baixa renda. Isso representa uma desvantagem para 
famílias com baixa renda, pois dificulta o acesso a alimentos que 
contribuem para uma alimentação saudável. Além disso, 
predominaram os estabelecimentos de alimentos não saudáveis e 
fast food, bem como a exposição a lanches e bebidas açucaradas 
em locais baixos e médios renda. Em contraste, as famílias com 
alta renda tinha maior acesso a alimentação adequada e acesso 
limitado a alimentos menos saudáveis. 
 
O termo sobremesa de comida desapareceu evoluindo e se 
expandindo para Como os estudos foram realizados em 
países em desenvolvimento. Conforme descrito na seção 
anterior, a proximidade de um supermercado pode 
aumentar o consumo de alimentos ultraprocessados. Mas 
vários estudos (Bridle-Fitzpatrick, 2015) (Zhong, e outros, 
2018) (Wagner, et al., 2019) mostraram que é 
insuficiente levar em consideração apenas o 
distância a estabelecimentos de alimentação 
como variável relevante para o acesso físico, 
diversidade alimentar e segurança alimentar. 
 
Para explicar a importância do acesso físico 
 
 
 
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aos alimentos que facilitam dietas saudáveis também 
foram cunhados os conceitos de oásis alimentar, que 
está associado à abundância de 
alimentos adequados, e o dos pântanos alimentares, 
referindo-se à abundância de alimentos inadequados 
para uma alimentação saudável (Wagner e outros, 
2019). Pântanos de comida são ambientes escolha que 
também estimula fortemente o consumo de produtos 
ultraprocessados e onde as ações são incentivadas para 
gratificação imediata que, muito provavelmente, 
envolvem o desenvolvimento da obesidade (Yang e 
outros, 2012; Bridle-Fitzpatrick, 2015; Wagner e outros, 
2019; Ghosh-Distidar, e outros, 2014). 
 
Do exposto e de um conjunto de estudos 
analisados, pode-se concluir que para 
melhorar o acesso físico aos alimentos que 
contribuem para uma alimentação saudável, os 
canais de distribuição devem ser levados em 
consideração, bem como como composição e a 
distribuição do sortimento nas mesmas 
dependências, juntamente com a receita (das 
famílias21 e de setores inteiros), as opções de 
meios de transporte, o grau de urbanização ou 
ruralidade, o tamanho das cidades22, a 
concentração dos abastecimento de alimentos, 
etc. (Zhong, et al., 2018; Bridle-Fitzpatrick, 2015; 
Duran, de Almeida, Latorre, & Jaime, 2015; 
Gordon-Larsen, 2014; Michimi e Wimberly, 2010; 
Battersby & Crush, 2014; Caspi, Sorensen, 
Subramaniam e Kawachi, 2012; Oxfam, 2018; 
Odoms-Young, Singleton, Springfield, McNabb e 
Thompson, 2016. 
 
Políticas para promover a disponibilidade e 
o acesso físico aos alimentos 
Existem várias opções de políticas que podem 
promover a disponibilidade de alimentos 
adequados. Por exemplo, eles podem desenvolver 
e 
21 Em territórios urbanos de baixa renda, a diversidade da 
dieta não necessariamente aumenta, uma vez que há uma 
tendência de consumir dietas menos saudáveis e 
diversificadas (Battersby & Crush, 2014). 
22 Aumentar a distância dos supermercados reduz as 
probabilidades de inclusão de frutas e vegetais na dieta, em 
áreas metropolitanas, mas em áreas não metropolitanas 
não tem impacto (Michimi & Wimberly, 2010). 
23 implementar políticas que promovam o acesso a 
recursos e insumos produtivos, capital físico, 
investigação e tecnologia, assistência técnica e 
extensão rural, financiamento e crédito, saúde 
animal e vegetal, desenvolvimento de cadeias 
produtivas e mecanismos de compras públicas. 
Além disso, as importações e o comércio 
desempenham papel fundamental na 
disponibilidade de produtos alimentícios, pois 
afetam o alimentando e a nutrição dapopulação. 
Se sua comercialização for facilitada, os 
consumidores com menor poder aquisitivo podem 
acessar opções básico a preços reduzidos. 
 
Já que a edição 2019 do Panorama de 
Segurança Alimentar e Nutricional na 
América Latina e Caribe tem como foco os 
ambientes alimentares, esta seção terá 
abordará duas opções de políticas que procuram 
promover a disponibilidade e o acesso físico a 
alimentos adequados: 1) abastecimento público e 
sistemas de comercialização de alimentação e 2) 
programas de alimentação escolar. 
 
Além disso, a disponibilidade de alimentos pode 
ser afetada por falhas de mercado. Estima-se que 
a cada ano eles são perdidos e desperdiçados 
221 milhões de toneladas de alimentos da 
produção e varejo. Este valor representa 11,6% 
do que é produzido na Region23. Isso 
representa uma perda econômica de 20% do 
valor da produção anual de Região, 
equivalente a US $ 159 bilhões anuais. Grupos de 
alimentos com as perdas mais significativas são 
raízes e tubérculos (25%) e frutas e vegetais 
(21%) (FAO, 2019) (#SinDesperdicio, 2019). Os 
países da ALC, cientes do desafio moral, 
ambiental e econômico que isso significa, estão 
promovendo diversas medidas para avançar nas 
soluções. prevenção e redução (ver Caixa 8). 
Para aumentar a disponibilidade de alimentos que 
contribuam para uma alimentação saudável e para 
reduzir, em parte, a falta de alimentos, é necessário 
ter sistemas alimentares mais eficientes que incluam 
a prevenção em seus eixos. 
23 Para o cálculo, foi utilizada a variável “Produção total” por 
grupo de alimentos, tomando como referência o ano de 
2015 e os coeficientes de perdas globais (FAOSTAT). 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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e reduzindo perdas e desperdícios da produção ao 
consumo. 
 
Sistemas PÚBLICO do refeições e 
comercialização do comida24 
Na ALC existem várias políticas públicas e 
mecanismos de abastecimento e comercialização de 
alimentos, com diferentes graus de 
desenvolvimento, capacidade de ação e práticas. 
Por exemplo, países como Antígua e Barbuda, 
Bolívia (Estado Plurinacional da), Brasil, Chile, 
Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, 
Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, 
Panamá, Paraguai, República Dominicana, São 
Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago e 
Venezuela (República Bolivariana de) tem este tipo 
de sistema. 
 
Em geral, na Região, os sistemas públicos de 
abastecimento e comercialização de alimentos 
visam estabilizar o preços, incentivos à produção, 
gestão de estoques de alimentos, comercialização de 
produtos e geração de informações 25 
(FAO, 2017). 
 
Os sistemas públicos de abastecimento de 
alimentos e comercialização têm o potencial de 
garantir acesso constante a alimentação da 
população, promovendo a segurança alimentar 
e a manutenção dos padrões alimentares. Esses 
sistemas são uma estratégia para o atendimento 
de grupos com 
 
 
24 Conforme observado acima, como este ano o foco está 
nos ambientes alimentares, esta seção se concentrará em 
como esses sistemas podem, por meio de suprimentos 
públicos, melhorar a disponibilidade e o acesso físico a 
alimentos adequados e reduzir a falta de alimentos. 
25 Preços dos produtos, análise de tendências de custos dos 
produtos, estatísticas de preços e safras, estimativas de safras 
esperadas (medidas em hectares), custos de produção agrícola, 
estimativas de produção, estimativas de plantio, número de 
fazendas , área total plantada (medida em hectares), rotas de 
fluxo de produção, número de produtores, número de 
fornecedores, comportamento do mercado, produtos 
armazenados e quantidade, entre outros (FAO, 2017). 
maiores graus de vulnerabilidade, bem como 
para aqueles afetados por choques econômicos, 
social, natural e assim por diante. Ou seja, 
servem para atenderpara pessoas ou grupos que 
não têm suas próprias capacidades para garantir um 
comida simples. 
 
Da mesma forma, modos de produção sustentável e fornecimento 
de insumos para os diversos programas de proteção alimentação 
social e escolar (FAO, 2017). 
Aqui estão alguns exemplos. 
 
 Em Antigua e Barbuda, produtos de carne, 
frutas e vegetais cultivados localmente são 
oferecidos a preços acessíveis nos 
supermercados. 
 Bolívia (Estado Plurinacional de) tem como 
estratégia o suprimento de necessidades 
básicas também em supermercados e em uma 
rede de armazéns e lojas da Empresa de Apoio 
para Produção de Alimentos (EMAPA) no 
diferentes departamentos do país e onde a 
população tem dificuldade de acesso mercados 
locais. 
 Cuba tem armazéns comerciais atacadista, varejo e unidades 
gastronômicas. 
 Por meio de sua rede de lojas BANASUPRO em 
todo o país, Honduras vende produtos básicos 
com custos diferenciados para toda a população, 
com atenção especial para as pessoas de menor 
renda. 
 Por meio da Diconsa, o México opera a 
Programa de Abastecimento Rural, que possui 
mais de 27.000 lojas fixas e 300 móveis em todo 
o território nacional, 302 galpões áreas rurais e 
centrais, três armazéns de granéis e cerca de 
4.000 veículos que trafegam por estradas e 
rodovias em todo o país e mais de uma dúzia de 
barcos e semi-caminhões, chegando às áreas 
remoto e de difícil acesso (Governo do México, 
2019). 
 A Nicarágua conta com postos de distribuição de 
alimentos da Nicaraguan Basic Food Company 
(ENABAS) para garantir o acesso físico aos 
principais productos da cesta básica a um preço 
inferior ao do mercado tradicional. 
 
 
 
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 República Dominicana, através da 
Instituto Nacional de Estabilização de 
Preços (INESPRE) e seus armazéns físicos, 
oferece produtos agrícolas a preços 
acessível. E os armazéns móveis populares 
atendem famílias com maiores graus de 
vulnerabilidade em áreas onde os mercados 
produtores não chegam (FAO, 2017). 
 
Storcksdieck, Caldeira, Gauci, Calleja e Furtado 
(2017) apontam que a aquisição de alimentos 
e os serviços públicos de alimentação, como 
alimentação escolar, são uma opção de 
políticas que podem incentivar a reformulação de 
alimentos e bebidas e encorajar escolhas 
hábitos alimentares mais saudáveis. Também o 
A implementação de um processo de aquisição de 
alimentos sensíveis à saúde melhora a qualidade 
nutricional dos serviços de alimentação. 
Também está relacionado a uma alimentação 
mais saudável para meninos, meninas e 
meninos. adolescentes, e desempenha um 
papel importante na obtenção de mudanças 
comportamentais no alimentação (Caldeira, e 
outros, 2017). 
 
Sistemas de abastecimento público e 
marketing de alimentos também pode definir 
padrões de qualidade para alimentos através de 
padrões técnicos e procedimentos de elaboração 
e preparação, de forma a garantir a qualidade e 
segurança do alimentos (FAO, 2017). 
 
Conclusões 
Os sistemas públicos de abastecimento de alimentos 
e comercialização têm potencial para melhorar a 
disponibilidade e ele Acesso físico para alimentos 
adequados e diminuir desertos alimentares. No 
entanto, o O desenvolvimento de sistemas 
alimentares inclusivos e eficientes requer sistemas e 
mecanismos de abastecimento que proporcionem 
atenção aos setores com maiores graus de 
vulnerabilidade no campo da produção e do 
consumo, e que garantam o abastecimento de 
alimentos em qualquer circunstância. 
Para isso, são necessárias políticas públicas, 
mecanismos e decisões que promovam o 
desenvolvimento dos sistemas de abastecimento e 
marketing alimentar mais eficiente, garantindo a 
disponibilidade e distribuição de alimentos para 
toda a população e na todo momento. 
 
Para garantir que esses sistemas promovam 
uma nutrição adequada, esses sistemas deve 
considerar os ambientes alimentares de 
populações aqueles que procuram servir, bem 
como seus padrões alimentares e buscam 
reduzir os desequilíbriosna disponibilidade e 
acesso no que diz respeito às recomendações 
dietéticas da população. Mudanças nas regras 
de oferta para facilitar o consumo são 
amplamente utilizadas no ambiente escolar 
e em programas de proteção social, mas ainda 
não são explorado em outros espaços26. 
 
Além disso, é necessário procurar mecanismos 
encurtar a cadeia de abastecimento, pois os 
consumidores mostraram aumentam a variedade 
e a quantidade de alimentos frescos, como frutas e 
vegetais (Ostrom, 2007). 
 
 
 
 
 
 
26 Por exemplo, o Brasil, por meio da Portaria nº 1 274/2016 
do Ministério da Saúde (Portaria nº 1 274/2016 do Ministério da 
Saúde), fornece orientações sobre alimentação adequada e 
saudável no ambiente de trabalho. Além disso, possui também 
um guia de preparo de refeições saudáveis em eventos (Guia 
para a preparação de refeições saudáveis em Eventos). 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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BOX 8 
QUADROS LEGAIS PARA A PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE PERDAS E RESÍDUOS 
ALIMENTARES 
 
 
 
EnNos últimos anos, na ALC, um dos espaços de 
trabalho mais ativos no combate às perdas e desperdícios 
de alimentos (FLW) tem sido a formulação de marcos legais 
para preveni-los e reduzi-los. Os FLWs impactam a 
disponibilidade local de alimentos e representam uma 
perda de recursos econômicos para todos os atores do 
sistema alimentar. Eles também são uma das fontes mais 
significativas de emissões de gases de efeito estufa em todo 
o mundo (IPCC, 2019). 
DE ACORDO COMN ounEstudo preliminar não publicado 
do Development Law Service do Legal Office e do FAO 
Regional Group, Passando das perdas às soluções, seis 
países têm leis específicas sobre FLW e há cerca de 54 
projetos de lei em andamento. Entre as leis aprovadas no 
2019Destacam-se na Colômbia a Lei 1.990 sobre Política 
contra Perda e Desperdício de Alimentos e no Peru a Lei 
30.988, que promove a redução e prevenção de perdas e 
desperdício de alimentos no Peru. Em geral, essas leis 
determinam qual ministério ou conselho interinstitucional é 
responsável implementar ações estratégicas para 
prevenir e reduzir PDAs. Da mesma forma, essas leis 
incorporam 
sistemas de incentivo à doação de alimentos em boas 
condições para consumo humano como forma de 
contribuir para satisfazer as necessidades alimentares da 
população económicamente mais vulnerável. 
As frentes parlamentares contra a fome na 
América Latina e o Caribe trabalha para apoiar os 
países na adoção, regulamentação e implementação 
dessas leis em coordenação com instituições nacionais 
encarregadas de fornecer soluções para FLW. 
Em 2019, onze países formaram grupos de 
trabalho intersetoriais que analisam o propostas 
regulatórias e abordar outras questões, como 
inovação e tecnologia, bem como do 
estabelecimento de alianças entre o setor 
PÚBLICO e o privado. Essas ações devem possibilitar o 
cumprimento da meta 12.3 da Agenda 2030, ou seja, 
reduzir reduzindo pela metade o desperdício global de 
alimentos por pessoa no varejo e no nível do 
consumidor e reduzindo as perdas de alimentos nas 
cadeias alimentares produção e abastecimento, 
incluindo perdas pós-colheita. 
 
 
Fonte: (IPCC, 2019; FAOU, não publicado). 
 
 
 
Programas de alimentação escolar 
Os programas de alimentação escolar (SFPs) são 
a rede de segurança social mais comum no 
mundo (BM, 2015). Na ALC, as políticas e 
programas nacionais de alimentação escolar 
provaram ser muito eficazes para facilitar 
acesso físico para comida. Além disso, têm papel 
fundamental no combate à fome e desnutrição em 
todas as suas formas. Por isso, não é de estranhar 
que o ambiente escolar se tenha convertido em um 
espaço conveniente para os países da Região 
implementarem medidas de promoção da 
alimentação saudável entre os meninas, meninos e 
adolescentes (ver Quadro 9). 
 
Atualmente, esses programas oferecem café da 
manhã, almoço ou lanches para mais de 85 milhões 
de crianças em idade escolar na Região, com um 
investimento anual de aproximadamente US $ 4,3 
bilhões (PMA, 2017). Eles também constituem uma 
política que se concentra em 
 
um grupo populacional particularmente 
importante, visto que a melhor nutrição para 
crianças, meninas e jovens dependerão de seu 
crescimento cognitivo e aprendizagem e, portanto, 
de suas opções para contribuir para o 
desenvolvimento de seus famílias e sociedades. 
Como visto nas últimas décadas, estratégias e 
programas de alimentação escolar bem planejados 
oferecem vários benefícios e um retorno sobre o 
investimento. em capital humano por meio de 
melhores resultados em saúde e educação. Ao 
mesmo tempo, quando vinculados à aquisição de 
alimentos da agricultura local e familiar, também 
proporcionam maior diversidade. de comida 
disponível na escola, e oportunidades de 
crescimento para mercados e economias locais. 
 
Diante dos novos desafios na Região, os SAPs 
evoluíram de uma estrutura principalmente de 
assistência alimentar 
| 57 | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e incentivo à matrícula escolar, a serem 
considerados redes de segurança social para 
garantir direitos à alimentação e educação. 
Um estudo regional realizado em dezesseis 
países (PMA, 2017) mostraram que, em quatorze 
deles, a alimentação escolar já tem uma base legal 
sólida em leis, decretos ou na Constituição, e que 
mais de 90% do investimento provém dos 
orçamentos nacionais, que demonstra estabilidade 
e propriedade. A maioria dos países aplica uma 
abordagem universal, e a segurança alimentar e 
nutricional são todas metas mais importantes para 
programas que buscam fornecer entre 20% e 30% 
das necessidades nutricionais recomendadas. 
Da mesma forma, os países analisados procuram 
compre sua comida o mais localmente possível, e 
em treze deles frutas e vegetais frescos já são 
fornecidos em escalas diferentes e, em onze, 
alimentos fortificados e bebidas de vários tipos. 
 
Devido ao aumento do sobrepeso e da obesidade 
em todos os países, foram implementadas 
medidas para restringir o fornecimento de 
produtos processados e ultraprocessados. 
A isso se soma a necessidade de incorporar a 
questão da alimentação adequada de forma 
transversal nas escolas, considerando sua 
multidimensionalidade e o desenvolvimento das 
habilidades de autocuidado, cuidado mútuo e 
cuidado com o planeta em meninos e meninas. 
A restrição de produtos processados e 
ultraprocessado com quantidades excessivas 
de açúcar, gordura e sódio nas políticas de 
suprimento de comida às escolas adicionar um 
elemento fundamental para garantir a coerência 
entre um currículo que aborda o alimentação 
adequada e o que está no ambiente, uma vez que as 
crianças aprendam em todos os momentos, nas 
aulas e fora delas, e quanto é absorvido do que o 
ambiente indica com o que está disponível e o que é 
promovido e estimulado (ver Quadro 9). 
 
Os esforços dos países são cada vez mais 
direcionados para a melhor qualidade, eficácia 
e sustentabilidade de seus programas 
nacionais, e oferecem refeições nutritivas que 
são feitas sob medida para o diversas culturas 
locais e que podem ser vinculadas à 
agricultura e aos mercados locais (PMA, 2017). 
Hoje, as PCEs têm potencial para continuar a 
maximizar sua contribuição para a saúde e 
nutrição na escola, ajudando a prevenir e 
combater a desnutrição em todas as suas formas e 
promoção de hábitos alimentares saudáveis ao longo 
da vida. 
 
Conclusões 
Em uma região onde há uma carga crescente de 
doenças não transmissíveis (DNTs) e o problemas de 
desnutrição e obesidade e sobrepeso estão cada vez 
mais presentes, o programas de alimentação escolar 
representam intervenções-chave para facilitar o 
acesso para uma dieta saudável, reduzir a 
desnutrição e promover escolhas alimentares 
adequado para crianças e adolescentes. 
Da mesma forma, em comunidades com maior 
graus de vulnerabilidade, a alimentação escolar 
sensível à nutriçãopode fornecer uma fonte regular 
de nutrientes essenciais para o desenvolvimento de 
crianças e adolescentes. 
 
Esses tipos de programas também podem reduzir 
a carga de gastos das famílias, oferecendo um 
serviço de alimentação gratuito e universal na 
escola. Os programas de alimentação escolar 
fazem parte das redes de segurança social e 
podem ser usados como intervenções para 
responder em tempos de crise (Beazley, 
Solórzano e Barca, 2019). Além disso, ao vinculá-
los às compras locais de alimentos, você se 
beneficia diretamente pequena agricultura, 
gerando mercados estáveis, promovendo a 
agricultura a transformação rural local e os 
sistemas alimentares locais são fortalecidos 
(Bundy, de Silva, Horton, Jamison, & Patton, 
2018). 
 
Da mesma forma, a eficácia desses programas 
aumenta quando incluem um componente 
da educação alimentar e nutricional, é possível 
maximizar o alcance, eficácia, adoção, 
implementação e manutenção de políticas e 
intervenções de alimentação escolar, 
compreendendo e explorando os vários 
alternativas e abordagens para as medidas. Ou seja, é 
preciso que sejam consideradas como políticas 
complementares e sinérgicas, que atuem em 
várias camadas para melhorar a aceitabilidade, 
fidelidade, eficácia e sustentabilidade. 




PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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















BOX 9 
AMBIENTES ESCOLARES PARA PROMOVER ALIMENTOS ADEQUADOS 
 
 
 
É entendido por ambientes de alimentação escolar 
“Todos os espaços, infraestruturas e circunstâncias dentro 
das instalações escolares e nas suas ambientes em que 
estão, eles obtêm, comprar ou consumir alimentos [...] e o 
conteúdo nutricional desses alimentos. O meio ambiente 
também inclui todas as informações disponíveis, 
promoção (marketing, publicidade, marcas, rótulos 
de alimentos, embalagens, promoções, etc.) e o preço 
de alimentos e produtos alimentícios ”(FAO, 2019). 
Atualmente, é comum para meninos, meninas e 
adolescentes crescem em casa em ambientes 
obesogênicos que promovem ganho de peso, 
sobrepeso e obesidade. 
Este é o resultado de vários processos resultantes de 
mudanças nos padrões alimentares, nos tipos de 
alimentos consumidos e sua disponibilidade, em 
valores sociais e normas culturais, além de atividades 
mais sedentárias e menos atividade física, entre 
outros (OPAS, 2014). 
Além disso, a disponibilidade de alimentos no 
meio ambiente, a propaganda e o exercício 
educacional pressão sobre certos padrões 
alimentares, positiva ou negativa. 
Meninos e meninas estão expostos a um grande 
volume de publicidade de produtos alimentícios 
que não promovem uma nutrição adequada, por 
meio de técnicas destinadas a persuadi-los. 
OUn estudo realizado em onze países1 festaou que em 
todos eles, mais da metade da propaganda de alimentos 
correspondia a produtos com altas concentrações de 
calorias, açúcar, gordura ou sódio. Além disso, a 
publicidade deste tipo de Os produtos alimentares 
aumentaram nos horários de pico de visualização 
para meninos e meninas (Kelly, et al., 2010). 
Uma vez que crianças e adolescentes passam uma 
parte importante de suas vidas nos recintos. 
crianças em idade escolar e que as preferências 
alimentares se desenvolvem em uma idade precoce 
e tendem a persistir ao longo da vida, é essencial 
implementar políticas que promovem a incorporação 
de hábitos 
saudável no ambiente escolar (Coalizão Nacional para a 
Prevenção da Obesidade Infantil em Meninos, Meninas 
e Adolescentes, 2018) (PMA, 2017). 
Por exemplo, uma análise focada na Guatemala 
(Pehlke, Letona, Hurley, & Gittelsohn, 2016) 
analisaram o impacto potencial do ambiente de 
alimentação escolar sobre a desnutrição e sobrepeso e 
obesidade de meninos, meninas e adolescentes com 
idades entre 5 e 12 nas escolas primárias baixa renda. 
As várias fontes de alimentos que o meio ambiente 
compreende foram exploradas da merenda escolar, 
ou seja, os quiosques ou cabines dentro das escolas, 
comida trazida de casa, comida comprada na rua e 
alimentação fornecida pela escola por meio do 
programa de alimentação escolar (lanche). 
De acordo com o estudo, as várias fontes geralmente 
fornecem produtos de alta encalorias e açúcar, apesar do 
aumento das taxas de sobrepeso e obesidade. Portanto, o 
ambiente seria propício para a transição de extremo de desnutrição ao 
extremo de sobrepeso e obesidade. 
Mancipe et al. (2015) realizaram uma revisão 
de diferentes tipos de intervenções nas escolas, 
como a promoção da disponibilidade de 
alimentos que facilitem dietas mais saudáveise 
estratégias para apoiar as escolhas alimentares mais 
adequadas, de atividade física e mudanças no meio 
ambiente, entre outras, realizadas em alguns países da 
América Latina para prevenir o excesso de peso e 
obesidade infantil em escolares de 6 a 17 anos. A 
pesquisa descobriu que intervenções mistas, que 
combinam medidas de educação nutricional, atividade 
física, mudanças nutricionais o as políticas 
institucionais são eficazes na prevenção do sobrepeso e 
da obesidade em crianças em idade escolar. Além disso, 
a incorporação de conteúdo em alimentos deve ser 
considerada saudável e a promoção da saúde desde a 
formação de professores e no currículo dos alunos. 
Várias medidas foram implementadas na ALC para 
melhorar os ambientes alimentares 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
| 59 | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOX 9 
(CONTINUAÇÃO) 
 
 
 
escola, através de mecanismos obrigatórios ou 
voluntários. Países como Brasil, Chile, Costa 
delicioso, Equador, Jamaica, México, Peru, Trinidad e 
Tobago e Uruguai têm padres obrigatório para 
alimentos disponíveis nas escolas, incluindo 
restrições a produtos alimentícios que não 
promovam um alimentação adequada. Além disso, 
Chile, Costa Rica, Equador, Jamaica, Trinidad e 
Tobago e Uruguai tem regulamentos obrigatórios 
de publicidade o marketing de alimentos em 
estabelecimentos escolares e na Bolívia (Estado 
Plurinacional da), Brasil, Colômbia, Costa Rica, 
Eeu Salvador, Granada, México, Paraguai e Peru 
estabelecer diretrizes ou padrões de nutrição na 
alimentação escolar. 
Massri, Sutherland, Kallestal e Peña (2019) 
avaliou o impacto da Lei 20.606 / 2012 na 
composição dos alimentos e sua publicidade, 
o quee proíbe a venda de alimentos e bebidas com alto 
teor calórico, açúcar e gordura saturada nas escolas, na 
disponibilidade de alimentos e bebidas com alto teor de 
nutrientescríticas vendidas em quiosques de escolas 
públicas em Santiago do Chile. O estudo constatou que, 
com a implementação da Lei, a disponibilidade de 
alimentos e bebidas ricas em calorias, açúcar e gordura foi 
reduzida lotado nos quiosques da escola. Os alimentos 
que ultrapassaram os limites estabelecidos diminuíram 
de 90% em 2014 para 15% em 2016. Da mesma forma, 
observou que produtos sólidos reduziram conteúdos de 
calorias, açúcar, gordura saturada e sódio. Em relação aos 
produtos líquidos, eles reduziram 
delesconcentrações de calorias, açúcar e gordura 
saturada, enquanto o sódio aumentou. Isso se deve às 
mudanças na composição nutricional dos as produtos 
alimentares ricos em calorias, gordura saturada, açúcar e 
sódio. 
No entanto, um relatório da UNICEF (2015) 
descobriu que escolas no México, Costa Rica e Argentina 
promovem e anunciam alimentos e bebidas que não 
atendem critérios nutricionais estabelecidos. Nos países 
avaliadas, a promoção e a publicidade são realizadas 
através de cartazes, vending machines de 
alimentos ou bebidas, produtos e embalagens em 
quiosques escolares, suprimentos ou itens fornecidos 
gratuitamente por empresas e atividades escola 
patrocinada por empresas. Além disso, observou-se 
que 58% das escolas possuíam quiosquesou 
vendedores ambulantes e 25% tinham ALGUNSN tipo depromoção e publicidade de alimentos ou bebidas. 
Existem diferentes oportunidades para os governos locais, tanto 
municipais, estaduais e provinciais, também adotam legislação e 
ações para proteger e promover o meio ambiente alimentar escola 
adequada. Dependendo dos padrões legais nacionais, os 
estadose os municipios pode restringir o marketing e a 
publicidade de alimentos não saudáveis não apenas dentro 
escolas, mas também em áreas próximas. Eles 
também podem intensificar a inclusão desses 
tópicos no currículo escolar para promover 
autonomia e pensamento crítico nos alunos (IDEC, 
2018). 
 
 
 
 
1 Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos da América, Grécia, Itália, Suécia e Reino Unido. 
Fonte: (FAOU, 2019; OPS, 2014; aliançan Nacionaleu parpara Evitar eupara Obesod Infantieu en Crianças, Garotinhas e Adolescentes, 2018; 
WFP, 2017; Pehlke, letão, Hurley, E Gittelsohn, 2016; Mancipe, e outras, 2015; Massri, Sutherland, Kallestal, E Dor, 2019; UNICEF, 2015; IDEC, 
2018). 
 
 
 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
| 60 | 
UMA deueta o quee encontra com as rrequisitos de 
nutrientidades custariam 3,4 vezes euou o quee custaria 
umapara deueta o quee atende ape nas aos requis itos de energia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOX 10 
FECHANDO A FALHA DE NUTRIENTES NO EQUADOR: 
O PAPEL DO ACESSO FÍSICO E ECONÔMICO A ALIMENTOS NUTRICIONAIS ASSOCIADO À 
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DO PAÍS 
 
 
 
A desnutrição em todas as suas formas (desnutrição, 
deficiência de micronutrientes, sobrepeso e obesidade) 
representa um dos desafios mais importantes no Equador. 
As instituições governamentais que compõem a estratégia 
intersetorial Misión Ternura, com apoio técnico do 
Programa Alimentar Mundial (PMA) no país, iniciaram a 
análise Fechando a Lacuna de Nutrientes entre abril e 
setembro de 2018 para estimar o custo de um dieta 
nutritiva e o papel do acesso físico e econômico 
associada à situação nutricional do país, produção e 
consumo de alimentos. 
Os resultados confirmaram que, embora a produção de 
alimentos é suficiente no Equador, a comida não é 
muito diversificada e de baixa qualidade nutricional 
como consequência de uma limitação acesso a uma 
dieta variada por a população (custo) e o 
desconhecimento sobre hábitos alimentares nutritivos 
e saudáveis que lhes permitam suprir as necessidades 
diárias. 
 
Custo de uma dieta que atende às necessidades de energia em comparação com uma dieta nutritiva no 
Equador, 2018 
 
 
10 
 
 
8,6 
8 
 
6 
 
4 
2,5 
2 
 
0 
Dieta o quee encontra com 
necessidades de energia (média n / 
Dprofiss ional justa) 
 
Dieta nutritiva * 
*/ Se réferoz para umapara dietapara o quee cobre solicitaçãos de energiapara, proteínapara, 9 vitaminas e 4 mineiroales 
 
Estimando uma dieta nutritiva modelada para uma 
família de cinco membros custaria em média $ 8,60 
por dia em em comparação com US $ 2,50 para uma 
dieta que atenda às necessidades de energia. Cada um 
deles representa 75 e 250 USD por mês, 
respectivamente. Considere que o salário base 
unificado para 2019 é igual a 394 
USD. A análise também revela que o custo de 
uma dieta adequada para meninas adolescentes, 
mulheres lactantes e mulheres grávidas é maior em 
comparação com outros membros da família, o que 
mostra a dificuldade econômica para atender às 
necessidades nutricionais desses grupos vulneráveis. 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
C
us
to
 d
iár
io
 e
m
 
US
D
 
| 61 | 
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
BOX 10 
(CONTINUAÇÃO) 
 
 
 
 
 
Proporção do custo familiar de alimentos por tipo de membro para uma família de cinco 
pessoas no Equador, 2018 
 
 
 
 
19 6 
8 
 
 
 
 
28 
39 
 
 
 
 
Menina ou menino de 3 a 
36 meses Adolescente 
Homem 
Menina ou menino de 
3 a 5 anos Mulher 
lactantee 
 
 
O impacto que as possíveis interações das 
intervenções da Missão A ternura pode ter custo e 
acesso a alimentos nutritivos para diferentes 
indivíduos, bem como para a casa. Foi considerado 
que O estudo Closing the Nutrient Gap tem o potencial 
de facilitar uma maior compreensão dos diferentes 
contextos de desnutrição no país, e mostrar com 
evidências o que intervenções que poderiam 
contribuir para melhorar o acesso a alimentos 
nutritivos a nível nacional e provincial em diferentes 
setores e grupos de interesse. 
Eeu A análise e os resultados deste estudo permitiram 
influenciar as políticas públicas no âmbito da estratégia 
governamental de Ternura Missionária. Isso visa 
fortalecer o investidon das políticas públicas e seu 
impacto no acesso a uma dieta nutritiva pelas famílias 
e seus membros. É importante destacar a 
intersetorialidade por meio das intervenções 
social, cujos elementos-chave são a promoção de 
hábitos alimentares saudáveis, com foco em que 
respeitem os padrões culturais que favorecem o 
empoderamento e, consequentemente, a mudança 
social e comportamental dos população, priorização de 
usuários de serviços prestados pelo Estado e na 
melhoria do acesso a dietas nutritivas que afetam a 
adoção de boas práticas alimentares em todo o família, 
especialmente quando intervém durante os primeiros 
mil dias de vida de meninas e meninos (incluindo 
amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses 
de vida e uma alimentação suplemento complementar 
adequado e seguro a partir do sexto mês, acompanhado 
de amamentação até os dois anos de idade). E 
continuando com uma dieta e nutrição, de acordo com o 
requisitos de cada idade, até 5 anos ao longo da vida (Secretaria 
 Técnica do All a Life Plan, 2018). 
 
Fonte: (WFP, 2018; secretáriopara Técnicopara doeu Plan Todpara umapara Tempo de vida, 2018). 
| 62 | 
MENSAGENS DE 
PRIORIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2,2 ACESSO ECONÔMICO 
A ALIMENTOS 
 
 
 O poder de compra é um fator determinante na 
escolha da quantidade, qualidade e diversidade 
dos alimentos consumidos pela população. 
Portanto, a renda familiar e o preço dos alimentos 
influenciam o tipo de dieta que eles escolhem. 
 
 En ALC se Assistirn placas de Parerio de 
possor Eu adquiri tiva en as ÚLTIMO 5 anos. 
Mais preocupante é o aumento da pobreza extrema 
desde 2014, o que indica que a população enfrenta 
dificuldades de acesso a um cesta básica que cobre 
suas necessidades alimentares básicas. 
 
 Maior renda está associada a maior 
qualidade e diversidade de dietas, ou seja, 
maior consumo de frutas e vegetais. 
e peixes. Da mesma forma, nos países de alta 
renda há uma menor contribuição dos cereais 
como fonte de calorias, assim como uma maior 
contribuição das carnes e laticínios. 
 
 Dietas saudáveis com alta densidade de 
micronutrientes tendem a ter um custo maior por 
caloria do que dietas com alimentos menos 
saudáveis, processados e com alta densidade 
calórica. Além disso, tem tendeu a aumentar a 
diferença de preço entre os produtos que 
contribuem para uma alimentação saudável e os 
que não o fazem. Isso significa que é mais fácil 
para as famílias terem acesso a alimentos com 
contribuições nutricionais relativamente 
pequenas e com alto teor calórico, não 
recomendados para uma dieta saudável. 
 
 O desenvolvimento das economias está associado 
ao maior consumo de alimentos, mas seu efeito sobre 
o consumo de alimentos mais nutritivos é 
heterogêneo. Como resultado, pode-se perceber que, 
à medida que aumenta a renda por pessoa, o 
problema da subnutrição tende a diminuir, enquanto 
os problemas de sobrepeso e obesidade tendem a 
aumentar. 
 Impostos e subsídios que promovem uma 
nutrição adequada podem ser políticas fiscais 
importantes para reduzir o consumo de alimentos 
ricos em nutrientes essenciais e combater o 
sobrepeso e a obesidade e doenças não 
transmissíveis (DCNT). 
 
Além disso, aspolíticas e programas de proteção 
social permitem melhorar o acesso de grupos 
populacionais com maiores graus de vulnerabilidade 
aos alimentos e com potencial de melhoria. 
sua nutrição. 
 
A renda das famílias e o custo dos alimentos 
determinam em grande parte o quantidade, 
variedade e qualidade dos alimentos que as 
pessoas acessam. Em outras palavras, o poder 
de compra das famílias influencia seu 
capacidade de atender às necessidades 
calóricas e nutricionais para manter uma vida 
saudável e ativa. Portanto, aumentos na renda 
familiar podem melhorar o acesso a alimentos 
seguros e nutritivos. Pelo contrário, alto níveis 
ou mudanças abruptas nos preços dos 
alimentos podem afetar a quantidade e a 
qualidade da dieta a que uma determinada 
família tem acesso. 
 
Esta seção concentra a análise no evolução da 
renda familiar e nos preços dos alimentos nos últimos 
anos. Começa com uma análise da população em 
situação de extrema pobreza por ser a mais 
sensível em suas possibilidades de acesso aos 
alimentos para sua baixa renda. Em seguida, é 
feita uma reflexão sobre a importância da renda 
para determinar o tipo de alimentação atual da 
população da Região. 
 
Deterioração da capacidade de acesso 
econômico aos alimentos na Região 
De acordo com a definição da CEPAL, a pobreza 
medida extrema através da receita monetária é 
entendida como uma condição em que a renda 
familiar é insuficiente para adquirir uma cesta 
básica que permita o atendimento das necessidades 
nutricionais, ou seja, o mínimo de calorias para 
uma vida saudável e ativa. 
 
Segundo a CEPAL (2019), a pobreza extremo na 
 Região tem mostrado uma tendência 
 
 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
 
 
 
 
FIGURA 25 
POBREZA E EXTREMA POBREZA NA AMÉRICA LATINA, EM MILHÕES DE PESSOAS, 2002-2018 
 
 
 
300 
 
 
250 
226 
 
 
 
185 
 
 
 
174 
 
 
 
182 
 
 
184 
 
 
182 
 
200 
 
150 
 
100 
 
cinquenta 
 
0 
20022008201220142015201620172018e 
Pobreza extremo Pobreza 
 
 
 
e: Valor estimado. 
Fonte: (CEPAL, 2019; CEPAL, 2019) 
 
 
 
 
 
 em alta nos últimos cinco anos (Figura 25). 
De acordo com as últimas estimativas, 10,2% do 
a população regional vive em extrema pobreza, 
ou seja, 63 milhões de pessoas. Este nível 
mostra uma deterioração das condições da 
população da região desde 2014, ano em que a 
pobreza extrema atingiu o seu ponto mais baixo 
nas últimas duas décadas com uma taxa de 7,8%, 
equivalente a para 46 milhões de pessoas. Como 
resultado, o número de pessoas em extrema pobreza 
é maior do que seu Nível de 2002. 
 
Da mesma forma, a pobreza geral (que considera que 
o acesso econômico a serviços e bens básicos, além de 
alimentos) também aumentou nos últimos anos. 
Assim como a pobreza extrema, a pobreza na Região 
atingiu seu nível mais baixo em 2014, para 
posteriormente reverter essa tendência. Entre 2014 e 
2018, a taxa de pobreza aumentou cerca de dois 
pontos percentuais e chegou a 29,6%, o que significa 
que o número de pobres na Região passou de 164 
milhões para 182 milhões. 
Essa deterioração é explicada pelo desempenho 
econômico da ALC. Desde 2014, a Região relatou 
uma desaceleração significativa no crescimento 
econômico, até que contraiu durante 2015 e 2016, 
principalmente devido a para a queda no preço das 
commodities escolas primárias que afetaram 
especialmente a América do Sul28. Desde então, a 
recuperação tem sido lenta. 
Estima-se que durante 2018 o produto interno bruto 
(PIB) tenha crescido apenas 1,2% e em 2019 espera-se 
uma taxa de crescimento de 1,7%. Tem levou ao 
aumento do desemprego (que ultrapassa 9% nos 
últimos 2 anos) e da participação do emprego 
informal, o que limita a renda das famílias e as expõe a 
condições mais precárias (CEPAL, 2019a) (CEPAL, 
2019b) (FAO , FIDA, OMS, UNICEF e PMA, 2019). 
 
28 Para obter mais detalhes sobre dependência de 
commodities, crescimento econômico, pobreza e segurança 
alimentar e nutricional, revise o Capítulo 2 do Estado da 
Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2019 (FAO, 
IFAD, OMS, UNICEF e PMA, 2019 ) 
164 
46 47 52 
166 
ci
n
q
u
e
nt
a 
60 63 62 57 
M
ilh
õe
s d
e 
pe
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oa
s 
| 64 | 
 
EPISÓDIO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2019 
 
 
 
 
 
FIGURA 26 
RELAÇÃO ENTRE A UNDERNESS E A TAXA INTERNACIONAL DE POBREZA EXTREMA, MEDIDA A USD 
1,90 POR DIA POR PESSOA, TAXAS MÉDIAS (), 2010-2018 
 
 
cinquenta Haiti 
 
40 
 
30 
 
 
vinte 
Nicaragu
ensepara 
 
 
República 
Dominicanopara 
Paraguai 
 
Bolívia (EP) 
 
Guatemala 
 
 
 
 
Honduras 
R2 = 
0,5 
10 
Panamá O salvador 
Perú 
Equador 
 
 
Colômbia 
 
 
5 
 
 
Chile 
Custopara 
delicios
o 
 
 
Mexical 
 
 
2.5510204080 
Pobreza extremo medida por ele Bank Mundoao (< 1,90 USD / diapara) ( ) (Escala logarítmica) 
 
Nota: Eeu análises incluídoe para 91 paíss e excluire para as o quee temn umapara taspara de desnutridon Menosr para 2,5. A taxa internacional de 
pobreza refere-se à média para o período 2010-2017 e para desnutrição, período 2010-2018. 
Fonte: Elaboraçãon própriopara para Eu deixeir de factos de (BM, 2019; FAOU, 2019). 
 
 
 
É importante notar que a pobreza e sua 
As consequências não afetam a todos da mesma 
forma, pois alguns grupos são especialmente 
vulneráveis. Segundo estimativas da CEPAL, a 
pobreza nas áreas rurais da Região é de 46,4% (20 
pontos percentuais a mais do que a pobreza urbana) 
e a pobreza extrema é de 20,8%, três vezes maior do 
que nas áreas urbanas. Também o A pobreza afeta 
51% das famílias indígenas na Região, enquanto a 
pobreza extrema nos povos indígenas é de 19,1%, o 
dobro da pobreza e da pobreza extrema nas famílias 
não indígenas. indígenas, respectivamente. 
Enquanto isso, a pobreza também atinge mais as 
mulheres, com um índice de feminilidade de 
pobreza de 1,13 e feminilidade de extrema pobreza 
de 1,16 (CEPAL, 2019). Isso implica que os 
problemas associados à pobreza, como desnutrição 
e fome, são maiores nesses grupos mais vulneráveis do que 
as médias nacionais e regional29 (FAO, OPAS, UNICEF e 
PMA, 2018). 
 
Nesse cenário de deterioração das perspectivas 
econômicas e aumento da pobreza, espera-se que a 
subnutrição também tenha aumentado desde 
meados da década (ver capítulo 1). Isso se deve à 
estreita relação entre pobreza extrema e fome. A 
Figura 26 apresenta esta relação medida a partir de 
 
29 Para uma análise mais ampla das desigualdades sociais 
nos sistemas alimentares da região, ver Panorama da 
segurança alimentar e nutricional na América Latina e no 
Caribe 2018. 
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| 65 | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
da linha de pobreza internacional30. Como 
esperado, há uma correlação positiva entre os dois, 
tanto global quanto regionalmente, já que ambos 
buscam refletir a capacidade das pessoas de ter 
acesso a alimentos suficientes para cobrir suas 
necessidades alimentares mínimas (FAO, IFAD, 
WHO, UNICEF e WFP, 2019) 
 
Diferenças dentro ele Acesso econômico 
para a alimentos DE ACORDO nível do 
entrada do as casas 
Além da renda familiar, os preços são um 
elemento-chave que determina o tipo de dieta 
que as famílias escolhem. Estudos têm mostrado 
que dietas saudáveis e ricas em nutrientes, frutas 
e vegetais tendem a ser mais caras do que dietas 
com alto teor calórico, processados e menos 
saudáveis (Jones, Conklin, Suhrcke, & Monsivais, 
2014; Wiggins & Keats, 2015; Drewnowski, The 
cost of US foods as related to their nutritive 
value, 2010; FAO e OPS, 2017; Hall e outros, 2019 
; Lee, Raslton e Truby, 2011). Por exemplo, no 
Reino Unido, foi mostrado que uma cesta de 
alimentos saudáveis é três vezes mais cara

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