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SÍFILIS · Definição e etiologia - infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável - não tratada evolui para estágios de gravidade acometer diversos órgãos e sistemas do corpo - Treponema pallidum - transmissão contato sexual e verticalmente p/ feto - maioria assintomática - sinais e sintomas não os percebem ou não valorizam sem saber transmitem a infecção as suas parceiras sexuais - sífilis pode evoluir formas graves sistemas nervoso e cardiovascular - gestação sífilis consequências severas (abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido (RN). · Transmissão da sífilis - transmissibilidade da sífilis maior nos estágios iniciais (sífilis primária e secundária), diminuindo gradualmente com o passar do tempo (sífilis latente recente/tardia). - maior transmissibilidade pela riqueza de treponemas nas lesões, comuns na sífilis primária (cancro duro) e secundária (lesões muco-cutâneas). - espiroquetas penetram diretamente nas membranas mucosas ou entram por abrasões na pele - gestantes, a taxa de transmissão vertical de sífilis para o feto é de até 80% intraútero e pode ocorrer durante o parto vaginal se tiver lesão sifilítica - infecção fetal é influenciada pelo estágio da doença na mãe (maior nos estágios primário e secundário) e pelo tempo em que o feto foi exposto. · Classificação clínica › Sífilis recente (primária, secundária e latente recente): até 1 ano de evolução; › Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de 1 ano de evolução. · Sífilis primária - tempo de incubação é de dez a 90 dias (média de três semanas). - úlcera rica em treponemas única, indolor, borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo (local de entrada de bactérias) = CANCRO DURO - + linfadenopatia regional - duração: 3 a 8 sems · Sífilis secundária - 6 sems a 6 meses > cicatrização do cancro - manifestações inciais até 1 ano - inicio: erupção macular eritematose (roséola) no tronco e raiz dos membros - placas mucosas, lesões acinzentadas (pouco visíveis nas mucosas) progridem p/ lesões mais evidentes, papulosas eritemato-acastanhadas (regiões genitais, plantar e palmar) - condilomas planos nas dobras mucosas (anogenital) - alopecia e madarose - sintomas inespecíficos febre baixa, mal-estar, cefaleia e adinamia. - sintomatologia desaparece em algumas semanas (falsa impressão de cura) - uveítes - neurossífilis meningovascular, com acometimento dos pares cranianos, quadros meníngeos e isquêmicos (DOENÇA NEUROLÓGICA NÃO É EXCLUSIVA DE SÍFILIS TARDIA) · Sífilis latente - não se observa nenhum sinal ou sintoma - diagnóstico: reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos. · latente recente (até um ano de infecção) · latente tardia (mais de um ano de infecção) · Sífilis terciária - 15% a 25% das infecções não tratadas, após um período variável de latência - surge entre 1 e 40 anos depois do início da infecção - inflamação da sífilis destruição tecidual - acometimento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular - gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) pele, mucosas, ossos ... desconfiguração, incapacidade e morte. · Diagnóstico · Exames diretos - pesquisa ou detecção do T. pallidum em amostras coletadas diretamente das lesões · Testes imunológicos - mais utilizados - pesquisa de anticorpos em amostras de sangue total, soro ou plasma · Treponêmicos - detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos de T. pallidum - os primeiros a se tornarem reagentes - usados como 1° teste ou complementar - 85% reagentes por toda vida msm pós tto - não indicados p/ monitoramento da resposta ao tto Teste rápido, hemaglutinação e aglutinação de partículas, FTA-Abs (imunofluorescência indireta), imunoenzimáticos (ELISA) · Não treponêmicos - detectam anticorpos anticardiolipina não específicos para os antígenos do T. pallidum. - análise qualitativa e quantitativa (amostra pura e diluída) - resultado final títulos 1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64, 1:128, 1:256, 1:512, 1:1024 - usado para o diagnóstico (como 1° teste ou teste complementar) + monitoramento da resposta ao tto e controle de cura. - queda dos títulos sucesso do tto - mais usado VDRL - falso-reagentes, ainda que raros, podem ocorrer anticorpos anticardiolipinas podem estar presentes em outras doenças. - tornam-se reagentes cerca de 1-3 semanas após o aparecimento do cancro duro - infecção for detectada nas fases tardias (títulos baixos - <1:4 por meses ou anos) VDRL baixo: › Infecção recente; › Estágios tardios da infecção (sífilis tardia); › Casos de pessoas adequadamente tratadas que não tenham atingido a negativação pode ser temporário ou persistente = cicatriz sorológica. · Escolha dos testes - iniciar a investigação por um teste treponêmico, preferencialmente o teste rápido (primeiro a ficar reagente) · Tratamento de sífilis - benzilpenicilina benzatina medicamento de escolha para o tratamento de sífilis - única droga com eficácia documentada durante a gestação - opções p/ não gestantes doxiciclina e ceftriaxona SÓ em conjunto com acompanhamento clínico e laboratorial - tto imediato após 1 teste reagente p/ sífilis (treponemico ou não treponemico) - gestantes, vitimas de vionecia sexual, chance de perda de seguimento, sinais e sintomas de sífilis 1ª ou 2ª, sem diagnóstico prévio de sífilis - tto com apenas um teste reagente para sífilis não exclui a necessidade de realização do 2° teste, monitoramento laboratorial e tto das parcerias sexuais - aplicação via IM, ventro glútea (livre de vasos e nervos importantes) - benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e eficaz p/ o tto adequado das gestantes. - Qualquer outro tto realizado durante a gestação tto não adequado da mãe RN será notificado como sífilis congênita e submetido a avaliação clínica e laboratorial · Reação de Jarish-Herxheimer - evento durante as 24 horas após a 1ª dose de penicilina, nas fases 1ª ou 2ª. - exacerbação das lesões cutâneas – eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, que regridem espontaneamente após 12 a 24 hrs - controlada com o uso de analgésicos simples - IMPORTANTE !!! fazer distinção com qds de alergia a penicilina (urticária e exantema pruriginoso) - Gestantes que apresentam essa reação risco de trabalho de parto prematuro (liberação de prostaglandinas em altas doses). - caso a gestante não seja tratada adequadamente para sífilis risco de abortamento ou morte fetal é maior que os riscos potenciais da reação · Segurança penicilina - possibilidade de reação anafilática à administração de benzilpenicilina benzatina é de 0,002% - descartar o diagnóstico de alergia à sífilis incluem reação anafilática prévia e lesões cutâneas graves, como síndrome de Stevens-Johnson - anamnese: 1) você se lembra dos detalhes da reação? 2) há quantos anos a reação ocorreu? 3) como foi o tratamento? 4) qual foi o resultado? 5) por que você recebeu penicilina? 6) você já fez algum tratamento com antibióticos depois desse evento? 7) quais foram esses medicamentos (lembrar que medicamentos como a ampicilina, a amoxicilina e as cefalosporinas são exemplos de drogas derivadas da penicilina)? 8) você já fez uso de penicilina ou de seus derivados após esse evento que você acha que foi alergia à penicilina? · Monitoramento - o seguimento do paciente, os testes não treponêmicos (ex.: VDRL/ RPR) devem ser realizados mensalmente nas gestantes e, no restante da população (incluindo PVHIV), a cada três meses até o 12o mês do acompanhamento do paciente (3, 6, 9 e 12 meses) - monitoramento deve ser realizado com teste não treponêmico e, sempre que possível, com o mesmo método diagnóstico · Resposta imunológica - é indicação de sucesso de tto a ocorrência de diminuição da titulação em 2 diluições dos testes não treponêmicos em até 3 meses e 4 diluições até 6 meses, com evolução até a sororreversão (teste não treponêmico não reagente) - resposta imunológica adequada, utiliza-se o teste não treponêmico não reagente ou uma queda natitulação em 2 diluições em até 6 meses para sífilis recente e queda na titulação em duas diluições em até 12 meses para sífilis tardia - persistência de resultados reagentes em testes não treponêmicos após o tto adequado e com queda prévia da titulação em pelo menos duas diluições, quando descartada nova exposição de risco durante o período analisado = “cicatriz sorológica” (serofast) e não caracteriza falha terapêutica. · Reativação ou reinfecção › Ausência de redução da titulação em duas diluições no intervalo de seis meses (sífilis recente, primária e secundária) ou 12 meses (sífilis tardia) após o tratamento adequado (ex.: de 1:32 para >1:8; ou de 1:128 para >1:32); OU › Aumento da titulação em duas diluições ou mais (ex.: de 1:16 para 1:64; ou de 1:4 para 1:16); OU › Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos.
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