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CIDADE CONSTRUÍDA

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CORREDORES E SUBÁREAS - 1 
 
 
 
Adilson Costa Macedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORREDORES E SUBÁREAS 
Como estudar a forma e projetar a cidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
ANAP 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tupã/SP 
2021 
2 
 
 
 
EDITORA ANAP 
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista 
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. 
www.editoraanap.org.br 
editora@amigosdanatureza.org.br 
 
 
 
 
 
O presente livro é de responsabilidade exclusiva do autor, quaisquer critérios legais de 
propriedade material, imaterial, conteúdo, correções de língua portuguesa, normas de 
ABNT, e fontes utilizadas para elaboração dos textos. 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
 
 
Índice para catálogo sistemático 
Brasil: Planejamento Urbano 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 3 
 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL 
 
Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada 
Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez - Universidade de La Habana, PPGG, UFGD-MS 
Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez - UFMS /Aquidauana Post doctorado 
Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg - UPC -Barcelona, Espanha 
Prof. Dr. José Seguinot - Universidad de Puerto Rico 
Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda - Universidad de Guadalajara - México 
Prof. Dr. Oscar Buitrago Bermúdez - Universidad Del Valle - Cali, Colombia 
Prof. Dr. Paulo Nuno Maia de Sousa Nossa - Universidade de Coimbra 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA NACIONAL 
 
Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota - UFGD 
Prof. Dr. Adriano Amaro de Sousa - Fatec de Itaquaquecetuba-SP 
Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE 
Prof. Dr. Alessandro dos Santos Pin -Centro Universitário de Goiatuba 
Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva 
Prof. Dr. Alexandre França Tetto - UFPR 
Prof. Dr. Alexandre Gonçalves - Faculdade IMEPAC Itumbiara 
Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa - UFVJM 
Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González - UNEMAT 
Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago - UFSC 
Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho - UFV 
Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco - CEETEPS 
Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão - UFPA 
Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida - UNESP 
Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa - IFAC 
Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE 
Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP 
Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires 
Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori - IFAL 
Prof. Dr. André de Souza Silva - UNISINOS 
Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP 
Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC 
Prof. Dr. Antonio Carlos Pries Devide - Polo Regional Vale do Paraiba - APTA/SAA 
Prof. Dr. Antonio Cezar Leal - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira - UFAM 
Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos - UPE 
Prof. Dr. Antônio Pasqualetto -PUC Goiás e IFG 
Prof. Dr. Antonio Soukef Júnior - UNIVAG 
Profa. Dra. Arlete Maria Francisco - FCT/UNP 
Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares - UFU 
Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos - Faculdade FASIPE 
Prof. Dr. Carlos Eduardo Fortes Gonzalez – UTFPR - Curitiba 
Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube 
Profa. Dra. Cássia Maria Bonifácio - UFSCar 
Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles - UPM 
Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi - UFSC 
4 
 
 
 
Profa. Dra. Cristiane Miranda Martins - IFTO 
Prof. Dr. Christiano Peres Coelho – UFJ 
Profa. Dra. Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - IFSP 
Prof. Dr. Daniel Sant'Ana - UnB 
Profa. Dra. Daniela de Souza Onça - FAED/UESP 
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva - UNESP 
Profa. Dra. Denise Antonucci - UPM 
Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno - UNITAU 
Prof. Dr. Edson Leite Ribeiro - Unieuro - Brasília / Ministério das Cidades 
Profa. Dra. Edilene Mayumi Murashita Takenaka - FATEC de Presidente Prudente 
Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - UFGD 
Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos - UNICAMP 
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Profa. Dra. Eneida de Almeida - USJT 
Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar 
Profa. Dra. Eva Faustino da Fonseca de Moura Barbosa - UEMS 
Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Iocca - UNEMAT 
Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo - Centro Universitário AGES 
Prof. Dr. Fernanda Silva Graciani - UFGD 
Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP 
Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta - UFMS 
Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos - UFMT 
Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA 
Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento - UFC 
Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior - UESPI 
Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula - UFJF 
Prof. Dr. Frederico Canuto - UFMG 
Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar 
Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto - UNESP 
Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira - UEMS 
Profa. Dra. Gelze Serrat de Souza Campos Rodrigues - UFU 
Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto - UEM 
Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo - UFMS 
Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato - UFAL 
Prof. Dr. Gilivã Antonio Fridrich – Faculdade DAMA 
Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU 
Profa. Dra. Iracimara de Anchieta Messias - FCT/UNESP 
Profa. Dra. Irani Lauer Lellis - UFOPA 
Profa. Dra. Isabel Crisitna Moroz Caccia Gouveia - FCT/UNESP 
Profa. Dra. Jakeline Aparecida Semechechem - UENP 
Profa. Dra. Jakeline Santos Cochev da Cruz 
Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr. - - Universidade BRASIL 
Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto - UEA 
Prof. Dr. João Carlos Nucci - UFPR 
Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra - UFFS 
Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria - FAAC/UNESP 
Prof. Dr. José Aparecido dos Santos - FAI 
Prof. Dr. José Mariano Caccia Gouveia - FCT/UNESP 
Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA 
Prof. Dr. Josinês Barbosa Rabelo - Centro Universitário Tabosa de Almeida 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 5 
 
 
Profa. Dra. Jovanka Baracuhy Cavalcanti Scocuglia - UFPB 
Profa. Dra. Juliana de Oliveira Vicentini 
Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro -Universidade BRASIL 
Prof. Dr. Junior Ruiz Garcia - UFPR 
Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM 
Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura - UFSCar 
Prof. Dr. Leandro Gaffo - UFSB 
Prof. Dr. Leandro Teixeira Paranhos Lopes -Universidade BRASIL 
Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki - UFU 
Profa. Dra. Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima - Universidade BRASIL 
Profa. Dra. Leonice Seolin Dias - ANAP 
Profa. Dra. Lidia Maria de Almeida Plicas - IBILCE/UNESP 
Profa. Dra. Lilian Keila Barazetti – UNOESTE 
Profa. Dra. Liriane Gonçalves Barbosa 
Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto - UFS 
Profa. Dra. Lucy Ribeiro Ayach - UFMS 
Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal - FACCAT 
Profa. Dra. Luciane Lobato Sobral - UEPA 
Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar 
Prof. Dr. Luiz Fernando Gouvêa e Silva - UFG 
Prof. Dr. Marcelo Campos - FCE/UNESP 
Prof. Dr. Marcelo Real Prado - UTFPR 
Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho - UFS 
Prof. Dr. Márcio Rogério Pontes - EQUOIA Engenharia Ambiental LTDA 
Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta - UFSC 
Profa. Dra. Maria Ângela Dias - UFRJ 
Profa. Dra. Maria Ângela Pereira de Castro e Silva Bortolucci - IAU 
Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani - UPM 
Profa. Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez - UNESP 
Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE 
Profa. Dra. Maria José Neto - UFMS 
Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi - UNESC 
Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira - UFMT 
Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira - UFCG 
Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira - UNINOVE 
Profa. Dra. Nádia Vicência do Nascimento Martins - UEPA 
Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo - UEA 
Profa. Dra. Natália Cristina Alves 
Prof. Dr. Natalino Perovano Filho - UESB 
Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres - FAU/USP 
Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira - EESC - USP 
Profa. Dra. Onilda Gomes Bezerra - UFPE 
Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA 
Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo 
Profa. Dra. Priscila Varges da Silva - UFMS 
Profa. Dra. Regina Célia de Castro Fereira - UEMA 
Prof. Dr. Raul ReisAmorim - UNICAMP 
Prof. Dr. Renan Antônio da Silva - UNESP – IBRC 
Profa. Dra. Renata Morandi Lóra - IFES 
6 
 
 
 
Profa. Dra. Renata Ribeiro de Araújo - - FCT/UNESP 
Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino - UFRGS 
Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara - UFSCar 
Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leao Braga – UFPA 
Profa. Dra. Rita Denize de Oliveira - UFPA 
Prof. Dr. Rodrigo Barchi - UNISO 
Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado - TOLEDO / Prudente Centro Universitário 
Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos - UFSC 
Prof. Dr. Rodrigo José Pisani - UNIFAL-MG 
Prof. Dr. Rodrigo Santiago Barbosa Rocha - UEPA 
Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho - UFGD 
Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo - UFMA 
Profa. Dra. Roselene Maria Schneider - UFMT 
Prof. Dr. Salvador Carpi Junior - UNICAMP 
Profa. Dra. Sandra Mara Alves da Silva Neves - UNEMAT 
Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva - FEIS/UNESP 
Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho - FEIS/UNES 
Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André - UFSCar 
Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina - Unicamp 
Profa. Dra. Simone Valaski - UFPR 
Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan - USP 
Profa. Dra. Tânia Fernandes Veri Araujo - IF Goiano 
Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT 
Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga - UNICENTRO 
Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Kanthack 
Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS 
Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira - FURG 
Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto - FCAE/UNESP 
Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior - UFCG 
Prof. Dr. Wagner de Souza Rezende - UFG 
Profa. Dra. Yanayne Benetti Barbosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este livro à minha esposa Ana Maria e a meus filhos 
Alexandre, Andrea e Augusto 
8 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 9 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À memória do meu pai, arquiteto, que me motivou para a profissão (aprendi muito com ele). 
À memória do amigo, arquiteto Joaquim Manoel Guedes Sobrinho; ele me ensinou a repensar tudo 
aquilo que se apresenta como óbvio. Tivemos bons momentos lecionando juntos, na graduação e 
na pós, tempo em que na FAUUSP os alunos eram inspirados pela ‘escola paulista’. 
Ao arquiteto-professor Gastão Santos Sales, pela amizade de nossas famílias! A troca de ideias 
sobre planejamento e projeto urbano, a parceria na busca de temas para trabalhos dos alunos; seu 
auxílio para melhorar os diagramas que faço à mão e ele os enriquece aplicando o seu talento com 
os meios digitais. 
À arquiteta-professora Maria Isabel Imbronito, por nossa amizade! Parceira na condução de 
projetos, orientar grupos de pesquisa, nas visitas com alunos para conhecer trechos da cidade e 
escrevermos juntos quando o assunto interessa aos dois. 
Não dá para esquecer o amigo, arquiteto-professor Eugênio Fernandes Queiroga; ele nunca me 
levou muito a sério e às vezes diz ‘você sempre aparece com alguma coisa diferente’. Desde a 
PUCCAMP até hoje na FAUUSP admiro seu conhecimento e seriedade. 
Foi importante compartilharmos aulas de urbanismo e me tornar amigo do arquiteto-professor 
Fábio Mariz Gonçalves, grande desenhista, idealizador de espaços da cidade para um dia se 
tornarem lugares. 
Agradeço o estímulo recebido de tantos outros colegas, na Universidade de Brasília; Universidade 
de São Paulo, na PUC-Campinas e Universidade São Judas Tadeu; nesta, o carinho dos colegas do 
programa de pós-graduação. 
Lembro da colaboração de profissionais, quando ainda estudantes, que apoiaram a ideia dos 
corredores e subáreas; Paulo Eduardo B. Gonçalves, Adriana I. de Lima, Jéssica C. G. Lorellay, 
Fernanda C. Silva, Amanda Chyoshi e o Fábio C.N. Martins. 
Bem me recordo do convívio de escritório, aprender com os colegas, participar de concursos, se 
encantar ao ver um projeto ser desenvolvido até os pormenores e depois seguir para a obra; ser 
um arquiteto! 
 
10 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 11 
 
 
SUMÁRIO 
 
PRÓLOGO .......................................................................................................... 13 
PREFÁCIO .......................................................................................................... 15 
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 21 
 
CAPÍTULO 1 
Espaço físico, o suporte das atividades humanas ............................................. 
 
 
25 
 
CAPÍTULO 2 
Forma urbana: o conceito de corredor e subárea ............................................. 
 
 
39 
 
CAPÍTULO 3 
Setores e subsetores da cidade ......................................................................... 
 
 
59 
 
CAPÍTULO 4 
Quadras, lotes e edifícios .................................................................................. 
 
 
81 
 
CAPÍTULO 5 
O traçado em retícula ....................................................................................... 
 
 
103 
 
CAPÍTULO 6 
Os grandes conjuntos habitacionais e o declínio do Moderno ......................... 
 
 
125 
 
CAPÍTULO 7 
A persistência da retícula ortogonal ................................................................. 
 
 
135 
 
CAPÍTULO 8 
Brasil, São Paulo e as retículas ortogonais ........................................................ 
 
 
143 
 
CAPÍTULO 9 
As quadras do Bairro Jardim em Santo André, SP ............................................. 
 
 
147 
 
CONCLUSÃO 
Entenda a trama da cidade para projetar suas partes ...................................... 
 
 
159 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 
 
163 
 
 
12 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 13 
 
 
PRÓLOGO 
Para formular programas e fornecer um caminho para o projeto urbano em trabalhos dos alunos 
do sétimo e oitavo semestre de Arquitetura e Urbanismo na Pontifícia Universidade Católica de 
Campinas ao final dos anos 1990 e na Universidade São Judas Tadeu de 2010 em diante, chegamos 
ao procedimento dos corredores e subáreas. Foi o resultado de um longo período de maturação 
pois, no entremeio desses trinta anos - agora estamos em 2020 - assumimos uma disciplina de 
projeto de arquitetura das edificações na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
de São Paulo, que junto aos demais compromissos como profissional arquiteto, nos desviou do foco 
de projeto na escala da cidade. Antes de 1990 foi essencial para nossa formação ter passado pelo 
Urban Design Program da Graduate School of Architecture, Harvard University (1975-77) onde 
tratamos de reunir a prática do urban design com conhecimentos de análise morfológica aplicada 
ao estudo da forma da cidade e a seu projeto. Nos anos 1980, como aluno de doutorado da 
Universidade de São Paulo e a bolsa de um ano para a Bartlett School of Architecture em Londres, 
se abriu uma oportunidade para estudar os projetos de implantação das novas universidades 
inglesas, fundadas e construídas nos anos 1960, naquela época com cerca de vinte anos da sua 
inauguração. Elas foram em maioria implantadas junto a cidades novas ou a cidades históricas; 
pensadas para fomentar a atração pelos sítios históricos e aproveitar os alojamentos de estudantes, 
que poderiam ser alugados para turistas se aproveitando do esvaziamento dos dormitórios na 
temporada de férias. Estes campi para novas universidades foram projetados por escritórios 
ingleses de renome, e conhecê-los foi muito importante para a minha tese de doutorado. 
A lembrança desses acontecimentos destaca o quanto a experiência profissional e a acadêmica se 
interligam para dar suporte a conceitos e processos relacionados à forma e ao projeto da cidade. O 
procedimento dos corredores e subáreas ora apresentado, se por um lado é bom para a análise da 
forma urbana pelo viés teórico, de outro serve como um procedimento para trabalhos profissionaisem arquitetura e urbanismo. Para tanto se somou à minha experiência a opinião experimentada e 
o estímulo vindo de professores, de profissionais urbanistas e do dia a dia da discussão com os 
estudantes sobre os seus projetos. Em 2019 concluímos três textos relatando uma maneira para 
conceituar e de proceder em trabalhos relativos à análise da forma urbana que, ao invés de 
assumirem o formato de artigos, passaram a fazer parte deste pequeno livro. Foi como um projeto 
chegando devagar aos seus pormenores, dentro da lógica de estudar a cidade por partes. 
São Paulo, novembro 2020 
14 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 15 
 
 
PREFÁCIO 
A forma urbana e o projeto. 
Dentre as falas recorrentes do Adilson Macedo, escolhemos duas que nos auxiliam nesta 
apresentação: “o arquiteto precisa andar a pé na cidade” e “o arquiteto é aquele que projeta os 
espaços”. 
Da primeira, poderíamos nos remeter ao prazer de explorar ruas e bairros, que vem aqui 
acompanhado de uma postura investigativa. Em pequenos grupos de estudo, com mapas na mão, 
percorrem-se calçadas e frentes públicas, moradias, fábricas e comércios, conjuntos urbanos, 
favelas e condomínios, vielas e grandes avenidas. Diferentes tecidos urbanos, com suas 
características espaciais, de vitalidade e de uso, proporcionam diferentes experiências. Mas andar 
a pé, para Macedo, além de descobrir lugares, implica reconhecê-los e relacioná-los a 
procedimentos mentais de análise e projeto, e recolher elementos da estrutura, da vivência e do 
caráter dos espaços para, em seguida, acioná-los junto às propostas urbanas. 
Isso nos leva à segunda recomendação: a atividade do arquiteto é o projeto. A posição firme sobre 
o escopo profissional não é ingênua pois, enquanto delimita o campo disciplinar, ao reconhecer a 
aptidão do desenho, é acompanhada do entendimento da interdisciplinaridade e do papel dos 
diferentes agentes que interagem na produção do espaço urbano e que constroem sua viabilidade. 
Assim, mostra-se uma posição capaz de fortalecer a ação do arquiteto, munindo-o para o projeto 
alinhado a procedimentos e modos de pensar a cidade enquanto uma troca de conhecimentos. A 
mesma fala indica também a valorização de um nicho de atuação: o Desenho Urbano. Associado a 
planos de transformação de grandes áreas mundo afora, este campo, enquanto dispositivo que 
gera e transfere valor, tem causado polêmicas. Contudo, a postura do autor remete às referências 
presentes desde seu Mestrado no programa de Urban Design da Universidade de Harvard, nos anos 
1970. Em Harvard, o ateliê de conclusão conduzido por Wilhelm V. Moltke, (urban planner) e os 
professores Roger Trancik (landscape design) e Michael Pittas (design implementation) envolvia 
uma parceria com a prefeitura de Cambridge, MA, e participações do coordenador do projeto então 
em curso conduzido pela municipalidade, e de representantes de diferentes grupos da comunidade 
(hotelaria, patrimônio histórico, grupos de moradia, representantes de bairro) através de charretes 
acontecidas semanalmente. O processo de trabalho compreendia reuniões para discussão com os 
diferentes atores envolvidos na produção do espaço, visando a viabilidade e adequação das 
propostas, a elaboração gráfica do projeto urbano e sua apresentação junto a estes grupos. Deste 
modo, os agentes eram identificados, as hipóteses ensaiadas e levadas à comunidade, em paralelo 
16 
 
 
 
as negociações para definir as bases para a criação de uma empresa capaz de implantar o projeto 
no prazo estimado. 
Também é usual a posição do arquiteto Macedo pelo aprofundamento do programa de 
necessidades, condição fundamental para a sustentação dos projetos urbanos que, segundo ele, 
não sobrevivem do desejo de estudantes e arquitetos por espaços livres públicos, mas do 
entrosamento entre o espaço, demandas (reais e propostas) e os meios de implementação, 
incluindo o diálogo com o poder público. Se a clareza sobre a importância do programa de 
necessidades aprofundou-se no Ateliê de Desenho Urbano em Harvard, esteve ainda presente em 
pelo menos três experiências profissionais: os projetos para a Faculdade de Tecnologia, Faculdade 
de Ciências da Saúde, e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de Brasília, cujo 
financiamento foi do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que exigiu a discriminação 
rigorosa dos equipamentos, laboratórios e espaços do edifício. A atenção para as particularidades 
programáticas teve origem em trabalhos desenvolvidos no escritório do arquiteto Joaquim Guedes, 
reconhecido estudioso das minúcias do programa. Assim, Macedo aciona todo o tempo a sua 
experiência em projeto de edifícios e transporta o projeto urbano para uma escala menos abstrata, 
baseada na necessidade de desenhar espaços urbanos adequados em escala e propósitos, que não 
correspondam a um urbanismo de prancheta e tampouco se restrinjam a um planejamento 
baseado em números. 
O pensamento do autor também incluiu, nas últimas décadas, temas ligados à qualidade do 
ambiente construído e ao desenho voltado a um desenvolvimento sustentável e equilibrado, cuja 
agenda foi organicamente incorporada aos processos de pensar o desenho urbano e que, hoje, se 
tornam parte fundamental das suas preocupações. 
Na base de todo este pensamento, contudo, como professor o autor insiste no estudo dos 
elementos urbanos como fundamento analítico para a compreensão das áreas de projeto. Com 
uma visão sistemática da forma, fornecida pela Morfologia Urbana, e na busca por compreender 
relações subjacentes que orientem o projeto, Macedo ampliou o leque dos conceitos clássicos 
adotados pelos autores consagrados neste campo de conhecimento (rua, quadra, lote, edifício, 
malha, traçado). O que se apresenta neste livro resulta de longa reflexão sobre como se aproximar 
da problemática da forma urbana, e em desvendar as estruturas que relacionam os elementos e as 
áreas urbanas entre si. Do aprofundamento metodológico, aperfeiçoado em sala de aula da 
Graduação e em pesquisas na Pós-Graduação, destaca-se a estratégia depurada pelo professor para 
entendimento da forma urbana que chamou de Corredores e Subáreas. 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 17 
 
 
Este livro, há tempos, existia como um projeto, no qual Macedo pretendia expor essa contribuição 
ao pensamento da cidade. Ele costuma dizer que primeiro esboçou a abordagem dos Corredores e 
Subáreas no projeto para Barão Geraldo, em Campinas, desenvolvido na década de 1990 em 
convênio entre a PUC-Campinas, a Unicamp e a Prefeitura de Campinas. A área foi objeto dos 
estúdios de urbanismo no Curso de Graduação da PUC-Campinas, enfrentada junto aos estudantes 
com a colaboração de diversos colegas docentes. Portanto, na ocasião do desenvolvimento do 
plano para Barão Geraldo, já havia certo conhecimento acumulado sobre a área devido aos 
inúmeros trabalhos de campo. Foi durante este projeto que uma visão acerca da forma urbana, 
subdividida por partes, tomou corpo: o caminho do projeto traçou também o método de 
Corredores e Subáreas. 
Houve um tempo em que Macedo questionava se o procedimento de análise urbana por 
Corredores e Subáreas teria o estatuto de “método”. Pretendo, com as devidas desculpas por 
adentrar um assunto que mereceria julgamento mais capacitado, me aventurar na questão. A 
etimologia informa que método é o caminho que leva a determinado fim. Relacionam-se, então, 
caminho e fim: o primeiro é a sequência concatenada de procedimentos, ações, providências; o 
segundo coloca-se como um estado ou condição a atingir que, vislumbrada de antemão, interage 
com a sucessão e implementação de tais procedimentos. 
Podemos indagar inicialmente sobre a finalidade da abordagem por Corredores e Subáreas. O que 
se pretende obter, ou como a análise por Corredores e Subáreas nos ajuda a compreender a cidade? 
Interações entre elementos naturais, construídos, atividades e pessoas constituema cidade, 
havendo de se considerar certo nível de reciprocidade entre o espaço construído e as forças que o 
promovem, habitam, comercializam, transformam. Os limiares desta teia dinâmica (de eventos, 
forças, fatos urbanos, pessoas, tempo) são impossíveis de definir. A aplicação dos procedimentos 
de leitura através de Corredores e Subáreas permite delimitar áreas ou setores de estudo e 
compreendê-los segundo algumas relações funcionais. O método proposto pelo autor é, de certa 
maneira, um ponto de partida a-escalar, com base na função relativa dos elementos que interagem 
na cidade, para pensar limites práticos de análise e projeto. A conveniência está em suplantar 
divisões administrativas, métricas ou históricas e buscar uma constituição própria e orgânica dos 
tecidos, segundo a qual as partes se diferenciam conforme sua participação no conjunto, através 
da compreensão da organização dos vetores de movimentos, dos fluxos e das áreas que se 
disponibilizam em seus interstícios. 
18 
 
 
 
A denominação de cada parte (Corredores, Subáreas e demais termos) é entendida como um 
conceito, enquanto enunciado complexo, passível de definição e capaz de ser manobrado de modo 
compacto pelo pensamento e pelo projeto. 
Em Corredores e Subáreas, o papel relativo das partes do tecido urbano não é definido por um 
aspecto isolado – o uso, o traçado, o arcabouço físico. Quanto aos Corredores, pesa-lhes em grande 
medida um trajeto-base, elemento vital no espaço urbano, que pode vir a ser ou não uma via de 
fluxo. Contudo, este eixo-trajeto deve ser compreendido apenas quando associado aos atributos 
que o constituem. A compreensão plena do conceito de Corredor tem nuances: i) como parte de 
uma rede: que pontos conecta, que acessos e fluxos permitem, que infraestruturas/elementos 
naturais carrega consigo, que tipo de ligação e de barreira proporciona; ii) enquanto meio: como 
se comporta, como se utiliza; iii) enquanto espaço: como se caracteriza, que elementos o compõem 
- calhas, infraestruturas, espaços livres, lotes e edifícios lindeiros e as frentes públicas. O Corredor, 
assim compreendido, jamais se restringe à rua, é bem mais um subsistema complexo, cuja 
existência é condicionada pelo todo: pelo espaço que ocupa, por sua extensão, por sua condição 
de passagem e por tudo o que agrega. O conceito de Corredor fundamenta-se na própria ideia de 
que existem pontos longínquos, ao longo ou ao fim de uma extensão, que se pretende conectar, 
alimentar, atravessar ou atingir. 
As regiões que se formam entre os Corredores são as Subáreas. Estas são acessadas, alimentadas e 
drenadas pelos Corredores, estabelecendo com eles uma relação intrínseca. Mas sua condição de 
não-passagem determina outros ritmos e vocações. O entendimento da Subárea como um todo é 
um interessante recurso para pensar a qualidade de vida nestas porções do território e para sugerir 
propostas de projetos urbanos que busquem sua melhoria, manutenção ou transformação. Assim, 
Corredores e Subáreas são subsistemas que ocorrem nas cidades e cuja existência convém 
reconhecer, pois os mesmos podem ser reforçados ou desmantelados pela ação de planejamento. 
Identificar estes elementos no tecido urbano ou, conforme as palavras do autor, compreender a 
cidade por partes para a ação do projeto, é a finalidade deste método. 
Ainda na verificação do estatuto de método, o segundo ponto a responder é se os procedimentos 
de análise através dos Corredores e Subáreas são claros e mensuráveis, o que levaria a uma ampla 
aplicação. Com esta preocupação, Macedo desenvolveu pesquisas ao longo dos anos com 
estudantes de Graduação e Pós-Graduação. Além de aprimorar a definição teórica dos elementos, 
percebe-se nas pesquisas do Grupo de Pesquisa Arquitetura da Cidade (GPAC) a tentativa 
recorrente de identificar e hierarquizar os tipos de Corredor (que atravessam, que distribuem) e de 
compreendê-los graficamente e quantitativamente, estabelecendo um sistema de representações. 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 19 
 
 
Como bem explica o autor, o papel dos Corredores e Subáreas altera-se em função do recorte e da 
escala enfrentados, de modo que o procedimento permanece aberto a adequações para cada caso 
em que for aplicado, e sujeito a interpretações e variações no tempo. Ao longo dos anos, o processo 
de leitura urbana foi aplicado a diferentes áreas nos ateliês de Urbanismo na Graduação da 
Universidade São Judas Tadeu, tornando-se uma prática constante nos estudos realizados nesta 
disciplina. Também na Pós-Graduação e em pesquisas de Iniciação Científica foram enfrentadas 
diferentes áreas com o objetivo de verificar sua validação. 
Além do entendimento e relação das partes da cidade, conforme o procedimento de Corredores e 
Subáreas, outros elementos investigados pelo autor contribuem para a leitura das áreas urbanas e 
estabelecem relação direta com o Desenho Urbano. São eles: os traçados e malhas que pautam o 
desenvolvimento dos tecidos, e o entendimento da quadra enquanto unidade fundamental na 
escala do desenho urbano. Macedo dedica especial atenção ao aprofundamento das retículas 
ordenadoras dos tecidos urbanos e às tipologias de quadras, temas abordados nos capítulos finais 
deste livro. 
Assim, com empenho no campo da pesquisa e sempre visando uma aplicação prática em projeto, 
Macedo publica suas considerações sobre o método dos Corredores e Subáreas e outros 
ensinamentos que compõem este livro, e nos deixa sua valiosa contribuição sobre o tema do 
projeto urbano e da leitura da cidade. 
 
Maria Isabel Imbronito 
Janeiro 2021 
 
20 
 
 
 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 21 
 
 
INTRODUÇÃO 
Do cotidiano de viver e observar como o espaço físico se comporta face ao modo como é utilizado; 
de um procedimento sem apego a cientificidade no sentido de buscar apoio em diversos autores; 
passamos a considerar como as vias que atravessam trechos grandes da cidade delimitam setores, 
e, quando se somam a elas as faixas lindeiras de lotes, o sistema como um todo constituirá um 
corredor. Corredores que se interceptam de uma maneira orgânica, como células deixando um 
miolo, núcleo este que chamamos de subárea. Este entendimento será ampliado e mais bem 
descrito no correr do texto como um processo caracterizado por deduções sucessivas; ou, uma 
atitude investigativa aplicada sobre as vias, quadras, lotes e edifícios - VQLE - que constituem os 
elementos primordiais do tecido urbano. 
Adotamos um setor para estudo localizado no distrito da Mooca, São Paulo; vizinho ao Centro pelo 
quadrante Leste, típico das transformações que o tecido da cidade vem sofrendo. E, para associar 
argumentos de reforço às nossas ideias sobre a forma urbana, recorremos a informações 
bibliográficas no campo da morfologia e do projeto urbano. Agora exposto de maneira sucinta, este 
será o assunto central da nossa investigação, na procura de elucidar quais são os procedimentos 
para identificar um setor, caracterizar os corredores, as subáreas e os elementos básicos que 
desenham a forma da cidade. Trata-se igualmente da persistência histórica do traçado ortogonal 
das quadras e a sua relação com a forma orgânica da cidade que cresce enfrentando declives e 
aclives, sujeita ao parcelamento do solo e à vontade ou às possibilidades das pessoas, quanto a 
seus interesses de proprietários da terra. A descoberta desse procedimento de análise da forma 
nos motivou a tratar do ideário do espaço, da mobilidade e dos tipos construídos da cidade como 
elementos físicos e daí vem uma aproximação com o campo da morfologia urbana. 
Vivemos em um mundo onde o conhecimento tende a ser transdisciplinar, e residimos em um país 
de desigualdades sociais, fato que se reflete na qualidade dos espaços urbanos. Por justas razões 
se explica porque tantos colegas sensíveis a tais questões, se dedicam à disciplina de planejamento 
urbano e regional, que tem a multidisciplinaridade comocaracterística fundamental, onde o 
arquiteto pode explorar sua sensibilidade e motivação quanto à questão socioeconômica, e optar 
por raciocínio transdisciplinar. Tendência que destacamos por estar relacionada com as 
especificidades do vocabulário técnico não só do arquiteto, mas, de profissionais de outras áreas 
de conhecimento afins com o urbanismo. Desta maneira, decidimos iniciar com ponderações sobre 
as palavras ou expressões utilizadas no dia a dia, que assumem um sentido próprio dependendo do 
campo disciplinar, em particular neste trabalho restrito a configuração física dos espaços. 
22 
 
 
 
Sobre o estudo da cidade, existem mal-entendidos quanto a semântica de algumas palavras, em 
decorrência de significados que elas têm para diferentes áreas de pesquisa. Modo geral o interesse 
vai para as maneiras de utilizar os espaços, os acontecimentos que ali se realizam, sua história e, 
não muito para o projeto da cidade como uma construção. Pode- se dizer que determinado espaço 
foi projetado a partir de um programa prevendo certa gama de atividades e quando construído 
passa a atender tais requisitos de maneira satisfatória ou não. Quando inaugurado, o espaço poderá 
ser considerado um ‘lugar’ interessante, e isto se deve à maneira pela qual as pessoas o ocuparam 
e passaram a interagir satisfatoriamente com ele. Neste sentido, o ‘espaço para as pessoas’ deve 
ser estudado por determinado conjunto de disciplinas. Existem no Brasil espaços abaixo do nível 
mínimo de habitabilidade que são chamados de ‘lugares’ devido a suas relações de sociabilidade, 
por sua capacidade de coesão social. São estudados por determinado grupo de disciplinas devido a 
emergência para a obtenção de um abrigo melhor, e se vislumbra que estes espaços um dia, possam 
se desenvolver realmente como lugares de boa qualidade ambiental. 
Estas são nossas razões como arquiteto para investigar a cidade pelos seus elementos físicos e 
deixar como pano de fundo as disciplinas que cercam os acontecimentos públicos, o contexto 
cultural, socioeconômico e político. Daí o cuidado que passamos ter com o emprego das palavras. 
Em razão dos significados a elas atribuídos - capítulo 1 - começamos por elucidar sua semântica de 
uso corrente no estudo do espaço físico, entendido como o suporte das atividades humanas. Em 
seguida referimo-nos a outras palavras, usuais no universo interdisciplinar do projeto urbano, mas, 
cuidando quanto a possíveis incompreensões ao serem aplicadas no estudo do espaço em si. 
O primeiro capítulo se inicia pelas palavras frequentes em nosso trabalho diário e utilizadas para 
expressar os elementos componentes da forma urbana; por exemplo: corredor, subárea, barreira, 
área protegida, além de outros familiares no campo do urbanismo. A elucidação de algumas 
palavras ou expressões, por exemplo, ‘área protegida’, acontecerá conforme o texto evoluir. 
O capítulo 2 - conceito de corredor e de subárea - trata do estudo da forma da cidade pelo 
referencial teórico e a experiência de observar os elementos urbanos: via-V; quadra-Q; lote-L e 
edifício-E, como espaço físico. Aos elementos VQLE se acrescentam dois componentes, o corredor 
- C e a subárea - S, cuja configuração física decorre dos quatro outros. 
No capítulo 3 são tratados os conceitos de setor e subsetor, como eles são considerados neste 
modo proposto de estudar a cidade. Sua importância se refere à divisão que fazemos da cidade por 
partes, por princípio não tendo que coincidir com os limites oficiais, fornecidos pelo órgão de 
planejamento urbano municipal. 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 23 
 
 
O capítulo 4 faz referência às vias locais, às quadras, aos lotes e edifícios. O conceito adotado sobre 
os elementos urbanos é aplicado ao espaço do distrito da Mooca, um tecido tradicional da cidade. 
A investigação se fez com apoio em três subsetores, selecionados para explorar as características 
de cada elemento e nos levou a verificação que as quadras e os lotes dos subsetores da malha 
tradicional são bastante flexíveis quanto à possibilidades de rearranjo dos lotes e a substituição das 
edificações neles existentes por outras contemporâneas, seja por intervenções parciais ou pela 
alteração de até uma quadra inteira, no caso dos condomínios fechados. 
Nos quatro capítulos iniciais se procura estabelecer os fundamentos da análise da cidade através 
dos corredores e subáreas, aplicado a um setor de tecido tradicional, o distrito da Mooca. Em 
paralelo se experimentou o procedimento ao selecionar temas para o trabalho dos alunos, 
compatíveis com os pressupostos da pesquisa em andamento e no contexto do programa de 
iniciação científica e de mestrado da Universidade São Judas Tadeu. Isto nos deu a chance de 
estudar partes do tecido da cidade, junto com os alunos e colegas parceiros, no desenvolvimento 
da disciplina de graduação. São oportunidades que vimos tendo para conhecer a cidade e observar 
o tipo de quadra que chamamos de tradicional, em formato de polígono, com maior frequência 
retangulares e área em torno de um hectare. 
No capítulo 5, comentamos projetos que são referência, onde aparece material relativo ao formato 
das quadras retangulares e sua história. 
No capítulo 6, repassamos conceitos relativos ao Urbanismo Moderno. Os grandes conjuntos 
habitacionais e o seu declínio. Continuamos no capítulo 6, explorando a persistência da retícula 
ortogonal, em tecidos decorrentes de projetos cuja história é recente, onde as preocupações com 
o patrimônio, o ambiente e a sustentabilidade se colocam no primeiro lugar em discussões com a 
comunidade. 
No capítulo 7 retornamos ao Brasil, São Paulo, à retícula ortogonal e a nossa história voltada para 
o tema da quadra tradicional. Comentamos sobre a forma de algumas cidades, como preparo para 
se desenvolver um estudo de caso sobre a quadra tradicional. 
No capítulo 8, desenvolvemos abordagem pela leitura das vias que atravessam e das que 
distribuem, sobre as quadras do Bairro Jardim, em Santo André, São Paulo. Mostrar como acontece 
no tempo a ocupação de uma quadra típica; a lógica da transformação gradual de uma quadra 
tradicional. 
Na Conclusão reforçamos a importância da quadra nos traçados urbanos, como se faz o apoio ao 
desenho de trechos da cidade, mesmo onde as partes planas são menores. Elas se ajustam às 
pequenas declividades e a trechos íngremes, por partes, até onde é ainda possível lotear. Este tipo 
24 
 
 
 
de traçado atende a um leque muito grande de tendências conceituais sobre o projeto da cidade, 
suas quadras, a dimensão dos lotes e suas edificações; a complexidade volumétrica que 
espontaneamente emerge. 
Na redação não utilizamos notas de rodapé ou fim. A bibliografia segue as normas e está reunida 
ao final do texto. As figuras estão numeradas por um sistema binário que indica o capítulo e o 
número da figura, por exemplo: 5-12, quer dizer capítulo 5, figura 12. Às duas pequenas tabelas 
que aparecem no texto foram formatadas como figuras e assim numeradas. 
 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 25 
 
 
CAPÍTULO 1 
Espaço físico, o suporte das atividades humanas 
Refletir sobre o espaço natural e o transformado, o chão onde se vive e se convive no campo e na 
cidade, onde se constroem os abrigos para atividades das pessoas e se erguem monumentos, se faz 
necessário para explicar o procedimento de análise através dos corredores e subáreas. 
Desenvolvem-se conceitos e a verificação deles amplia o entendimento sobre o espaço físico, gera 
um referencial de tipos para o projeto urbano. Na cidade existente acontece uma adição ou 
substituição de tipos construídos, mas, por princípio se considera para estudo o espaço físico 
encontrado hoje. Eles resultaram da paisagem natural, rural e urbana modificadas pela ação 
humana no decorrer do tempo. Nas cidades se encontram incontáveis tipos de espaços 
estabelecidos para atender as necessidades das pessoas, livresou construídos, subdivididos e 
organizados por agentes controladores como o testemunho de programas urbanísticos e 
arquitetônicos representativos da história de cada lugar. A questão do controle influi nas opções 
para novas demandas por espaços no tempo, sendo uma noção importante, bem definida pelo 
arquiteto-professor N. J. Habraken, no livro The structure of the ordinary, publicado no ano de 1998. 
São suas estas palavras traduzidas do idioma inglês: 
Anteriormente, ao observar as configurações ativas e os níveis definidos 
por elas, examinamos o comportamento das configurações sob controle 
dos agentes, em vez de estudá-las diretamente. Ao observar o controle do 
espaço, tentaremos limitar nossa observação a partes materiais que 
representam os agentes que atuam sobre elas. O território será, portanto, 
reconhecido como um espaço no qual somente determinados itens 
podem entrar. A capacidade de mover coisas materiais através das 
fronteiras é o teste final do controle territorial (HABRAKEN, 2000, p.127). 
No texto do professor importa a ideia de considerar ‘as partes materiais que representam os 
agentes que agem sobre elas’. O que vem de encontro ao estudo do espaço por partes como 
fazemos, através do conhecimento do arcabouço físico de setores da cidade, esperando assim 
contribuir para o elenco da multidisciplinaridade formada em conjunto com os demais saberes 
interessados nos estudos de Urbanismo. 
Nosso chão, natural ou urbanizado, o território, o espaço físico que tentamos compreender se 
encontra no município de São Paulo e na sua região metropolitana. Aspecto que interage com a 
compreensão dos tecidos urbanos e a tipologia, sendo referência a linha de pesquisa inaugurada 
pelo geógrafo-professor Michael R.G. Conzen, que nos anos 1930 iniciou o estudo de parcelas 
selecionadas do tecido urbano da cidade de Alnwick, na Inglaterra. Desde então se formou um 
26 
 
 
 
grupo de profissionais ingleses e alemães precursores do que evoluiu sob o título de morfologia 
urbana. Conzen é a nossa referência histórica e hoje a multidisciplinaridade aponta para outros 
campos do conhecimento a que também tratam das cidades além da geografia e a história; como 
a cartografia, sociologia, economia, política, engenharia, arqueologia, estatística, biologia, ecologia 
e psicologia, entre outras. Elas cumprem os seus propósitos e ampliam os estudos urbanos 
materializados pela arquitetura como a arte de construir, que gera a espacialidade para os 
universos multi e transdisciplinar (CONZEN, 1969). 
O pensar e o fazer em arquitetura são aqui direcionados para o estudo dos tipos de elementos 
urbanos encontrados em contextos diversos. Destarte, junto às outras disciplinas a contribuição da 
Arquitetura da Cidade está em estudar os tipos físicos de apoio aos demais conhecimentos que 
completam o painel da dinâmica social. Segundo esta ótica, a nossa investigação se utilizou desde 
o início de um repertório livre para nominar os vocábulos empregados, mas, ao redigir se observou 
que nos confundimos com seus significados e a força com que a semântica das palavras varia entre 
as áreas de conhecimento. Assim, veio o interesse de especular sobre qual seria um vocabulário 
adequado ao estudo do espaço através de sua forma física, decorrente de projetos desenhados no 
passado e aqueles do tempo presente. Foram selecionadas algumas palavras e se procurou o 
melhor sentido delas, o que melhor se adequasse ao estudo do espaço físico e outras que poderiam 
ser evitadas, devido a possível má compreensão quanto ao seu significado. Desta forma são 
apresentadas as palavras que se tornaram usuais em nossos textos e algumas outras que 
procuramos evitar, apesar de serem sugestivas e frequentes sobre questões afeitas ao urbanismo. 
Para validar o significado de palavras ou expressões aqui adotadas apresentamos as que na 
linguagem corrente se identificam com a análise da configuração física da cidade. Iniciamos pelas 
já citadas - parágrafos acima - e se espera que as explicações facilitem o leitor, em particular quanto 
aos conceitos de via, corredor, subárea e suporte físico, no modo que empregamos os vocábulos. 
Palavras associadas a configuração física dos elementos urbanos 
Inicialmente se definem as palavras associadas a conceitos que serão explorados no livro. 
Espaço físico: Entende-se o espaço físico como a superfície da Terra recortada pelos fluxos de 
pessoas e cargas que se acomodam ou perpassam os obstáculos da paisagem natural, o relevo e os 
cursos de água. O espaço natural se transforma em decorrência do movimento do planeta Terra e 
da ação humana, nosso assunto específico de interesse. Considera-se o espaço físico natural uma 
dada superfície de cobertura das diferentes camadas de subsolo, de onde resulta um relevo 
aproximadamente plano ou acidentado: planície, aclive, declive, encosta, várzea e curso de água. 
Configuração de hoje que resultou de modificações graduais desde muitos séculos. 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 27 
 
 
O estudo do espaço físico natural ou modificado pelas pessoas é assunto do campo da geografia 
física, segue para a geografia humana e avança para os estudos de planejamento e arquitetura da 
paisagem e um rol de outros saberes científicos. A base de nosso trabalho é o espaço natural 
alterado pelos humanos, como na geografia física, com atenção aos tipos de segmentação por 
partes e os tipos de arranjo dos espaços e maneiras de construir introduzidas pelas pessoas. 
Segmentações devidas ao ajuste às condições naturais, a ação humana, de interesses ou de 
conquistas à força. Das reconfigurações decorrem os elementos primordiais para a maneira de 
analisar que utilizamos. 
Estrutura: O vocábulo ‘estrutura’ é aplicado para a forma física do tecido urbano, sistema de 
transportes e redes de infraestrutura. Para buscar outros significados se destaca o livro ‘Usos e 
sentidos do termo estrutura’, onde o sociólogo - professor Roger Bastide comenta o emprego do 
vocábulo em diversas disciplinas e suas variações dentro de um mesmo grupo disciplinar. O 
professor considera que: 
[...] nenhuma ciência conseguiu realizar progressos substanciais sem 
dispor de um vocabulário técnico perfeito. E é a própria história das 
diversas ciências que revela - como diz Guilbaud a respeito das 
matemáticas – a passagem progressiva do uso dos termos de seu sentido 
corrente ao jargão científico (BASTIDE, 1971, p. 109). 
A expressão ‘estrutura urbana’ procuramos usar pouco em nossos escritos, pois é natural entendê-
la no sentido da tensão social, política e econômica relativa à ocupação do espaço pelas pessoas e 
nosso propósito se prende às características em si dos espaços. 
Via: As vias estão entre os principais elementos que contribuem para a análise do espaço físico, 
rural e urbano. Sempre presentes e imbricadas aos elementos da paisagem são as faixas por onde 
as pessoas e as cargas circulam na cidade e no campo. Para efeito de análise da forma da cidade 
através dos corredores e subáreas e para sua aplicação nos projetos urbanos classificamos as vias 
em três tipos: vias que atravessam, vias que distribuem e vias locais. As vias que atravessam são as 
que perfazem grandes trajetos como as rodovias e as vias que cortam setores da cidade. Elas têm 
características próprias em relação a quantidade de faixas de rolamento (largura, tráfego de 
veículos, pavimentação), canteiros, iluminação, vegetação, sinalização e tipos de veículos que por 
elas circulam; para construção requerem uma engenharia especializada. As vias que distribuem 
como o nome sugere, fazem as ligações dentro de um setor; modo geral ligam duas vias que 
atravessam e quando se tratar de um setor pequeno, nesta escala poderão interagir como se 
fossem vias que atravessam, para efeito de estudo. As vias locais saem das que distribuem e levam 
aos pontos de interesse da vizinhança. Todas elas têm fortes requisitos técnicose a 
28 
 
 
 
interdisciplinaridade de seus traçados afeta em especial a arquitetura da cidade e a engenharia, 
resultantes das etapas anteriores dos trabalhos relativos a planejamento, plano e projeto urbano. 
Quadra: No dicionário Houaiss há diversos significados para a palavra quadra: ‘estrofe que contém 
quatro versos’; ‘uma quadra em jogos de cartas’, ‘distância da calçada entre duas esquinas’, 
‘quadrado’ e outros. Expressões que levam a pensar em uma forma ortogonal, sem citar a quadra 
no contexto da malha urbana. Abre-se assim a liberdade para nossa definição: ‘a quadra é uma 
fração do tecido urbano ladeada por vias compondo um polígono regular ou não, com sua forma 
ajustada ao relevo do terreno onde esteja assente’. O perímetro da quadra é definido pelo 
alinhamento dos lotes que faceiam a calçada e por onde normalmente se dá o acesso a ele. O 
tamanho das quadras varia conforme o propósito do loteador - responsável pelo primeiro traçado 
- quanto à dimensão dos lotes, em atenção a propósitos de comercialização ou institucionais de 
interesse público ou privado, respeitada a legislação vigente. A quadra pode ser caracterizada por 
um único lote voltado para as calçadas que fazem seu entorno, destinado a uma edificação especial 
pública, privada ou ser toda ela uma praça pública. 
Lote: O lote como fração de um processo de loteamento responde ao objetivo do primeiro loteador 
da quadra. Define-se o pequeno lote idealizado em geral para uso residencial e os lotes maiores 
para instituições, indústrias e diferentes formas de uso misto ou não. Em São Paulo, como apoio à 
moradia operária próximo a plantas industriais, se costumava oferecer lotes de até três e meio por 
vinte metros como modulação para casas em fileira e lotes maiores de esquina. Também usual e 
mais razoável eram os lotes de dez metros de largura, com a alternativa de serem repartidos em 
dois, chegando às construções no alinhamento frontal do lote e mais tarde, por lei, haver o recuo 
de cinco metros de frente. Abriu-se uma oportunidade para haver um jardim na frente das casas 
dos bairros residenciais, mas, isto levou estes espaços a serem o lugar para o carro e de coberturas 
leves, contrárias à qualidade ambiental do cômodo de frente, modo geral a sala de estar. 
Edifício: os edifícios são construções implantadas em lotes da cidade e respondem a programas 
arquitetônicos cuja demanda se originou do interesse de pessoas. Pode ser representativo de um 
indivíduo, uma família, uma comunidade ou outro grupo social. Isto vem seguindo uma longa linha 
de tempo representada pela história das nações. Os edifícios representam a sociedade, os costumes 
destes tempos que ficaram para trás e do que acontece hoje. No Brasil esta história é curta, 
quinhentos anos apenas, contados a partir dos colonizadores portugueses - sem considerar a 
cultura indígena - em uma experiência que aos poucos adquiriu um sentido local. Construíram-se 
edifícios e os programas para eles se diversificaram, participam de espaços urbanos e os sítios de 
alguns deles, hoje em dia são anotados como patrimônio histórico. 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 29 
 
 
 O processo para edificar as cidades e os edifícios passaram a ter regulamentos oficiais e este é um 
belo tema da história. Importante, do qual vamos utilizar apenas o que está presente ou muito 
evidente na configuração dos trechos da cidade que estudamos. São diretrizes para recuos, 
gabaritos, coeficiente de aproveitamento do lote e taxa de ocupação do terreno, tendo por 
referência o município de São Paulo. 
Corredor: O deslocamento de pedestres e veículos acontece em espaços ou faixas que são as vias, 
se somando quando existem às faixas de domínio das linhas de infraestrutura. No tecido da cidade 
estas faixas de espaço público associadas às vias que atravessam ou vias que distribuem ocupam 
uma fração significativa do todo. No corredor, os lotes das quadras voltados para a via que o 
identifica em geral se diferenciam, pelo uso, ocupação e valor dos imóveis, daqueles voltados para 
a via de trás. Em nosso trabalho se considera que a via e o eventual caminho paralelo de 
infraestrutura mais as faixas laterais de lotes formam um corredor. 
Nos espaços abertos, nas reservas verdes e de ocupação rural consideramos que os cursos de água, 
linhas de eletrificadas, oleodutos e as estradas formam corredores cuja largura se define em função 
das faixas de domínio estabelecidas para cada uma delas. Segundo o DNIT, Departamento Nacional 
de Infraestrutura de Transportes: 
define-se como faixa de domínio a base física sobre a qual assenta uma 
rodovia, constituída pelas pistas de rolamento, canteiros, obras-de-arte, 
acostamentos, sinalização e faixa lateral de segurança, até o alinhamento 
das cercas que separam a estrada dos imóveis marginais (DNIT, 2009, p. 
11). 
Fora do perímetro de um aglomerado urbano considera-se o corredor apenas pela faixa de domínio, 
mantida a hierarquia oficial de estradas principais e vicinais. 
Subárea: Os corredores se interceptam e definem uma linha poligonal acompanhando os fundos 
dos lotes. Esta linha forma o perímetro de um fragmento ou miolo do tecido urbano, formado pelas 
vias, quadras, lotes e edificações situadas dentro deste perímetro. A fração da cidade assim 
identificada se chama de subárea. Analisar os tecidos urbanos através dos corredores e subáreas 
nos levou a desenvolver o conceito como um procedimento de trabalho aplicado, o cerne da análise 
da forma urbana como aqui se propõe. Os conceitos e procedimentos para a aplicação se faz de 
acordo com os elementos básicos do parcelamento: via, quadra, lote e edifício. 
Setor: Seja devido aos acidentes do espaço natural (cursos de água, relevo, reservas verdes) ou dos 
caminhos abertos pelas pessoas, o espaço físico se apresenta entrecortado em inúmeras partes. 
Nas cidades se utilizam maior número de subdivisões devido a necessidade de ocupar frações 
menores, mescladas por dois tipos de domínio, o público e o privado. Na análise que fazemos do 
30 
 
 
 
espaço físico se utilizam duas formas para se delimitar um setor: pelo eixo das vias de contorno 
(sempre que existam) ou pelo alinhamento das quadras em ambos os lados, deixando a via em 
separado. Considerar o sistema viário em separado facilita o cálculo métrico da área das vias no 
setor e na cidade e permite aferir a metragem efetiva das vias do setor em apreço. Facilita também 
para se aferir o quantitativo de espaços públicos e privados dentro do quadro geral da distribuição 
de áreas por setor. 
Na determinação dos setores importa se entender as vias que atravessam e as vias que distribuem 
como o principal suporte da divisão da cidade em partes. Suporte no sentido de organizar os 
corredores e subáreas até as menores partes. Suporte é nossa referência para a explicação do 
traçado da cidade tradicional (São Paulo) por uma trama que gera os corredores que atravessam e 
distribuem. As vias e mesmo os corredores a elas associados criam um sistema de suportes. A ideia 
de suporte vem do professor Habraken que recomenda aos projetistas de grandes conjuntos 
urbanos: 
Ao projetar estruturas de suporte em um determinado padrão, ele pode 
organizar a cidade como uma rede de planos de construção relacionados 
entre si e estabelecer escala e extensão, determinar espaços fechados, 
delinear áreas verdes, contextualizar edifícios independentes e chegar a 
conclusões sobre principais linhas de desenvolvimento (HABRAKEN, 2011, 
p.26). 
O professor cita ‘linhas de desenvolvimento’ como o alinhamento das edificações assentes em vias 
públicas ou caminhos principais para pedestres, de onde tiramos a referência para considerar os 
corredores que atravessam e distribuem definidos como ‘suportes’ formando a trama delimitadora 
dos setores na cidade. Outro aspecto pertinente é visualizar nos setores a faixa lindeira às vias que 
atravessam e distribuemcujos lotes tendem a ter maior valor devido seu potencial para oferecer 
atividades de uso misto. Por outro lado, seguindo a ideia das faixas como suporte de características 
da urbanização, inspirado em Habraken, são importantes os espaços controlados pelas diretrizes 
para o recuo de frente e de fundo dos prédios, obrigatória por força das diretrizes urbanísticas 
quando estabelecidas pela legislação municipal. 
Área protegida: É uma expressão usada para identificar um setor que contenha uma ou mais 
subáreas e tenha potencial para se desenvolver através de um projeto urbano. Reportemo-nos às 
faixas formadas pelos corredores e neles o sistema de vias, depois a faixa lindeira de lotes voltados 
para a via principal, a que define o corredor. Em seguida se considera a faixa de lotes mais interna 
voltados para as vias que formam, ou têm potencial para formar um anel de circulação interno. Ela 
tem a característica de ser uma via aproximadamente paralela a via do corredor que forma um anel 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 31 
 
 
interno responsável pela distribuição do fluxo motorizado para as vias locais. Entre a via do corredor 
e a distribuidora interna existem as quadras que acompanham o anel, com a peculiaridade do 
renque de lotes com frente para o corredor ter maior visibilidade pelos passantes, maior 
valorização comercial e por isso procurados para atividades mistas em oposição ao outro voltado 
para o anel interno onde o uso misto se houver, será mais rarefeito. A faixa de lotes internos em 
setores centrais da cidade, pode ser atrativa tanto para comércio, serviços, residências ou 
institucionais de porte menor que os do corredor e às vezes servir como entrada de serviço para 
estacionamento dos estabelecimentos de grande porte instalados em um lote com duas frentes (a 
do corredor e a da via traseira). Pode-se dizer que o anel de quadras perimetrais do setor forma 
uma faixa de transição - buffer zone - protegendo o miolo, em geral de predominância residencial: 
a ‘ilha de tranquilidade’ dita por alguns urbanistas. Este tópico se relaciona ao potencial para 
desenvolvimento de lugares urbanos significativos e será desenvolvido mais adiante. 
Divisa: Disputas entre as nações, grupos sociais e indivíduos por territórios conduziram ao 
estabelecimento de fronteiras separando os interesses dos agrupamentos humanos, ela pode ser 
um rio ou outro elemento natural; pode ser um muro separando partes de um país ou um país de 
outro e pode ser uma cerca entre dois lotes de moradia, em uma tranquila área de vizinhança. 
Modo geral esta linha, a divisa. Decorre de tratados entre nações e estados, nos municípios separa 
rural e urbano e nestes domínios a divisa é uma linha que define espaços físicos com escrituras 
diferentes. A divisão entre propriedades é descrita textualmente com base em levantamento 
planialtimétrico, e comprovada pela escritura pública do lote que descreve as interfaces das 
parcelas contíguas. Para o desdobramento dos estudos nos campos do urbanismo e da arquitetura 
se faz importante o conceito de divisa como a linha que separa fisicamente dois espaços; elas 
demarcam propriedades diferentes. 
No estudo da forma urbana a linha de divisa entre lotes, a divisa do lote com a via pública e a divisa 
de fundo, são constantes que se manifestam para formar a quadra. Por outro lado, existem linhas 
decorrentes de diretrizes urbanísticas devidas ao plano da cidade que funcionam como divisas para 
novos projetos, como é o caso da obrigatoriedade de haver cinco metros de recuo frontal para as 
construções em quase toda a cidade de São Paulo. Ela define uma faixa de transição público-
privado ou vice-versa assente em terreno privado e influi na configuração da cidade. É o tipo mais 
elementar de uma divisa que não concerne a propriedade do solo. Em São Paulo existem outras 
regulações como esta que não são divisas de propriedades, mas regulam o projeto urbano. 
Tipo: No estudo da cidade ao utilizar conceitos de análise da forma urbana, se mantém como o 
objeto principal a configuração que o espaço adquire em cada momento da história. Isto permite a 
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identificação dos tipos físicos que pontuam fases possíveis de resgatar até hoje; para o estudo dos 
elementos urbanos, dos setores da cidade e seus edifícios. Assim, será possível gerar subsídios 
programáticos para os projetos urbanos e de arquitetura contemporânea com respeito ao tecido 
tradicional. O estudo de tipos se detém na configuração da cidade atual mas, deve passar por 
aqueles elementos urbanos que resistiram ao tempo e são referência para as proposições do 
urbanismo e da arquitetura contemporânea. Segundo o arquiteto-professor Aldo Rossi, elementos 
urbanos pontuais que deram origem a centralidades, hoje os chamamos de elementos primários; 
são os monumentos ou pequenas partes do tecido com forte caráter de absorção do interesse da 
população. Uma outra categoria são os trechos urbanizados, em geral áreas residenciais 
configuradas pela repetição de tipos elementares que formam um tecido, ROSSI, 1966. 
Se considerarmos a conceituação de Rossi como a visão de um intelectual europeu emitida há cerca 
de cinquenta anos atrás e a compararmos com o que a arquiteta-professora Brenda C. Scheer 
escreve no livro The evolution of urban form: typology for planners and architects, podemos 
concluir pela atualidade de Rossi. 
Esses europeus viam o projeto tipológico como um método para acabar 
com a individualidade excessiva que perturba a continuidade das cidades. 
Eles também o viam como um método de alinhar a arquitetura 
contemporânea à natureza específica e única de diferentes culturas, que 
naturalmente desenvolveram diferentes formas e tipos urbanos ao longo 
do tempo (SCHEER, 2016, p.49). 
A professora complementa, postulando sobre a atualidade quanto a explorar o critério tipológico 
em projetos, recomendado pelos colegas europeus, como uma crítica direta ao Moderno, o qual se 
transformou em uma expressão internacional estereotipada. Isto é bem colocado e se pode dizer 
que a valorização dos tecidos tradicionais ainda passeia pelo pensamento de muitos arquitetos, 
particularmente os que tratam de projetos urbanos como urban design. 
Substituição: É a ação de substituir; trocar; colocar algo ou alguém no lugar de outra coisa ou 
pessoa, segundo o dicionário Houaiss. Em matemática se aplica quando da troca de variáveis em 
uma função de variáveis múltiplas. Em arquitetura e urbanismo a ação de substituir se relaciona a 
mudança das características de um espaço para outro como consequência das necessidades das 
pessoas e consequente alteração do espaço físico e de sua configuração volumétrica. Isto acontece 
pela ação de substituir por completo e com frequência acontece pela demolição do imóvel pré-
existente (replacement); anexar a construção existente uma nova parte justaposta ou separada da 
parte principal ou modificar as características de um imóvel sem alterar seu volume anterior (fazer 
uma reforma como é usual em pequenas construções). No espaço físico da cidade a substituição se 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 33 
 
 
refere a abertura de vias, alargamentos, prover espaços para o transporte público ou o redesenho 
para acomodar ciclovias ou melhorar os espaços para pedestres e a substituição de elementos da 
infraestrutura urbana ou predial por outra atualizada. Devido a este conteúdo não utilizamos como 
alternativa para ‘substituição’ a palavra ‘transformação’, pois isto pode confundir conceitos 
circunstanciados ao espaço físico, a outros de natureza interdisciplinar, por exemplo, das ciências 
sociais cuja ênfase se direciona aos modos das pessoas se apropriarem dos espaços. A realidade, o 
caminhar da vida levam ao processo de retroalimentação efetivado pelo ato de idealizar espaços, 
construir, ocupar, estabelecer necessidades e substituí-los. 
Configuração física: Entende-se como a forma pela qual o espaçose apresenta hoje. Em especial 
comparado a datas do passado, todas elas de interesse para a pesquisa. A configuração de hoje 
resulta das mutações que ocorreram desde outras épocas, devido às razões explicadas por 
disciplinas como a geografia (física e social), história, sociologia, economia e outras. 
O espaço se modifica em tempo mais curto no caso de seu proprietário decidir renovar em função 
de demandas atuais, ou se altera radicalmente por uma situação de catástrofe ou demolição do 
imóvel para construir outro maior no mesmo terreno ou pela junção de vários lotes. A pesquisa 
sobre a forma urbana se desenvolve com base no retrato atual das mudanças de configuração dos 
espaços, atentos para as regulações urbanísticas que nele influem e são provenientes da sociedade 
onde se desenvolvem. 
Palavras associadas ao espaço apropriado pelas pessoas: 
No tópico 1 para indicar a configuração espacial como uma entidade física foram selecionadas doze 
palavras ou expressões. Para o tópico 2 foram selecionadas apenas cinco palavras de uso corrente 
na literatura sobre as formas de apropriação do espaço ocupado e controlado pelas pessoas. São 
frequentemente utilizadas nos relatos que envolvem o uso social do espaço, que no Brasil envolve 
urbanistas, planejadores urbanos e arquitetos para citar apenas as áreas afins. Há locais que podem 
abrigar mais coisas que pessoas, como os setores para indústrias e serviços da cidade ou mesmo 
em áreas de uso misto, onde pode se localizar um galpão para depósito contendo uma quantidade 
de coisas que demanda uma área muito maior que aquela da administração. O exemplo do galpão 
pode não ser o melhor, mas, ele serve como contraponto para outro, referente ao espaço da cidade 
para as pessoas, que é o mote atual dos projetos urbanos e reflete acertadamente a preocupação 
de Jan Gehl com a sociabilidade e a saúde da população (GEHL, 2013). 
Fizemos a primeira menção ao lugar das coisas para referenciar o planejamento urbano como a 
ferramenta do urbanismo que vai estar presente na organização das cidades e abrange todos seus 
segmentos. Seja nos lugares da cidade ou em um edifício há um ciclo que retroalimenta o uso e a 
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ocupação dos espaços devido às necessidades humanas. É um processo infinito gerador de 
transformações do que as pessoas pretendem frente aos espaços existentes e a necessidade-
vontade de construir elementos novos. As transformações decorrentes do planejado pelas pessoas 
induzem a substituição do existente por algo novo, uma reforma ou uma nova construção. 
Compreender as substituições dos elementos urbanos de uma cidade com o passar do tempo, 
implica em considerar os construtos como entidades independentes: o programa arquitetônico e o 
projeto elaborado na sua época, por decisão de pessoas, em contraste com a decisão atual para 
substituir os espaços antigos por novos. 
O estudo do espaço em si, serve a intenção de ocuparmo-nos com os tipos físicos como foco de 
pesquisa, conscientes de que quando os espaços foram ocupados, passado o tempo (às vezes pouco 
tempo), virão novas necessidades e alterações dos elementos urbanos: substituições, quando se 
tratar alterações físicas e transformações, ditas para o espaço ocupado socialmente. Os estudos 
atuais decorrentes da justa preocupação com as pessoas e o ambiente, o campo, a cidade e o verde, 
e, a sustentabilidade do ecossistema, sugerem fortemente a temática de como as pessoas vivem 
na cidade. Atraem a atenção de profissionais de diversos campos, pois este estudo além da 
importância tem alta visibilidade. Com certeza nos envolve também e daí optarmos pelo 
entendimento de como se delineia e constrói o espaço físico como o invólucro (enclosure) dos 
lugares urbanos (chão, fachadas, volumes, tipos edificados) e o entendimento de como servem para 
construir a cidade. O arquiteto-professor Carlos D. Coelho, diretor do Forma Urbis Lab da Faculdade 
de Arquitetura da Universidade de Lisboa, deixa isto bem claro quando se refere ao tecido urbano 
e o entendimento da forma, 
A indissociabilidade de seus componentes remete a conceito de tecido 
para a realidade concreta e tridimensional, cujo desmembramento em 
qualquer sistema analítico e parcelar só pode ser realizado com o intuito 
de identificar os seus diversos elementos ou facilitar a sua leitura 
(COELHO, 2012, p.14). 
Nossa disposição maior é para reforçar o conhecimento dos tipos de elementos urbanos e entender 
a cidade através do estudo localizado de seus setores, cuja identidade é reforçada pelos corredores 
onde se desenvolvem os fluxos e se implantam a maioria das edificações responsáveis pela atração 
das atividades básicas de apoio às pessoas. Entre as palavras empregadas para referenciar apenas 
o espaço físico e podem ser incompreendidas, comentamos as que empregamos com maior 
frequência, como: 
Território: O chão do planeta Terra está subdividido entre áreas de preservação e áreas socialmente 
ocupadas, os territórios. Habitados ou não, isolados ou em conjunto, os territórios formam 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 35 
 
 
superfícies de diferentes dimensões, caracterizadas por divisas precisas que são controladas por 
alguma entidade de interesse coletivo ou por um indivíduo. Da região ao quarteirão na cidade, as 
subdivisões do espaço físico estão sujeitas a alguma forma de controle. Agora ensaiamos nossa 
definição para território como: o espaço físico subdividido em partes e socialmente ocupado. Com 
isto se subentende as formas de posse pelas pessoas e o direito de propriedade, como mostra a 
história e se encaixa no conteúdo do campo do planejamento urbano e regional. O Território possui 
tantos significados que sua definição ocupou alguns parágrafos do livro escrito pelo geógrafo-
professor Milton Santos ‘A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção’ (SANTOS, 1996). 
Por sua vez, o advogado-professor David Delaney (2005) no livro Territory a short introduction, do 
qual traduzimos um pequeno trecho, mostra as nuances entre diferentes maneiras de entender o 
território. 
Como sugerem as breves observações que apresentei até agora, território 
é um elemento extremamente complexo e muitas vezes altamente 
ambíguo da vida social, relacionamentos e interações. 
Consequentemente, a melhor maneira de esclarecer o funcionamento 
prático da territorialidade é inicialmente dar complexidade ao nosso 
entendimento do senso comum... Territórios são criações humanas de 
cunho social (DELANEY, 2005 p.53). 
O sistema de controle sobre o território se subdivide segundo a propriedade de cada parte e para 
este assunto importa a classificação proposta pelos arquitetos-professores Christopher Alexander 
e Serge Chermayeff, no livro ‘Community and privacy’, 1963. Eles tratam da linha divisória 
entre domínios, o público e o privado. Entende-se por domínio o poder de controle sobre a 
propriedade de determinado espaço, pode ser uma entidade, um grupo de pessoas ou uma pessoa 
física. Utilizando o conceito de formas de controle sobre os espaços da cidade os autores fazem 
uma classificação em seis categorias: urbano-público, urbano semipúblico, grupal público, grupal-
privado, família-privado e individual-privado. As seis categorias definidas por Alexander e 
Chermayeff abrangem desde o espaço aberto para todos como uma praça pública, até aquele 
bastante individual que é o quarto de dormir (ALEXANDER et al, 1963). 
Limite: Para os limites de glebas, seja na escala territorial ou na interurbana, se descreve no cartório 
de registro de imóveis uma linha de divisa. Na escala de um território, por exemplo, um município 
a linha oficial de divisa pode ser referenciado pelas pessoas independentemente de seu registro, 
citando-a de modo informal como se fosse o curso de um rio ou a cumeada de uma cadeia de 
montanhas. Torna-se comum dizer que “o município, ou minha fazenda, se limita com o vizinho por 
tal rio”. Existem oslimites entre propriedades, limites para a subdivisão de um município em 
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distritos e subdistritos, linha que necessariamente não indica a subdivisão que a população utiliza 
para separar seu bairro. Um bairro pode ter a indicação de seus limites por vias públicas e por 
outros elementos urbanos, como atribuído pela população local, e, dependendo da descrição do 
interlocutor o limite do bairro poderá variar. 
A literatura recente sobre o espaço para as pessoas trabalha com a ideia de limiar que fica associada 
a transição de um espaço público para o privado. São os espaços de transição entre os domínios, 
presentes nos edifícios e nas cidades. O arquiteto-professor Hermann Hertzberger explica e mostra 
exemplos destas relações, no seu livro Lições de Arquitetura (HERTZBERGER, 1996). 
Na década atual a preocupação com a qualidade dos espaços para a convivência das pessoas tomou 
força e o livro ‘A cidade ao nível dos olhos: lições para os plinths’, atesta bem tal tendência (GLASER 
et al, 2015). 
Lugar: O espaço físico vazio é algo à espera de gente para ocupá-lo, pessoas e coisas. Ele encontrará 
a razão de existir quando as pessoas se apropriarem dele. Abrigando as pessoas, o espaço poderá 
ser um lugar e corresponder a um caráter próprio, o genius loci. Christian Norberg Schulz através 
de princípios fenomenológicos nos orienta: 
De maneira geral, pode-se dizer que alguns fenômenos formam um 
‘ambiente’ para outros. Um termo concreto para falar ambiente é ‘lugar’. 
Na linguagem comum diz-se que que atos e acontecimentos ‘têm lugar’. 
Na verdade, não faz o menor sentido imaginar um acontecimento sem 
referência a uma localização. É evidente que o lugar faz parte da 
existência. Então, o que se quer dizer com a palavra ‘lugar’? É claro que 
nos referimos a algo mais do que uma localização abstrata (SCHULZ, 1976, 
In NESBITT, 2006, p.454). 
Ao planejar e projetar, o urbanista e o arquiteto podem (deveriam) se imbuir da responsabilidade 
e conceber espaços que facilitem acontecer a magia de se tornarem lugares, os espaços para as 
pessoas. 
Permanência: O passado tem força de persistência no presente, contribui com o legado de 
experiências que nas cidades se demonstra pelo traçado, pelos monumentos e pela configuração 
do tecido urbano que, mesmo alterado, demonstra sua origem. O arquiteto-professor Sérgio 
Barreiros Proença afirma: 
Cada elemento urbano tem um traçado específico conformado por 
múltiplas ações e acontecimentos no longo tempo de criação da cidade. 
Assim, apesar de cada traçado corresponder a uma evolução morfológica 
singular, é possível não só deduzir uma ordem existente em áreas da 
cidade onde é aparentemente menos evidente, como também concluir 
que a ordem existente é até bastante clara e baseada em códigos de 
 CORREDORES E SUBÁREAS - 37 
 
 
composição de fácil dedução. A possibilidade de permanecer confere ao 
espaço a possibilidade de em época futura marcar um período do 
passado. Ser objeto de referência histórica quando for incorporado a um 
novo projeto em qualquer tempo futuro (PROENÇA, 2013, In COELHO 
2013, p.36). 
Enquanto trabalhamos no campo de análise da forma das edificações e seu projeto, a 
interdisciplinaridade flui na direção das engenharias e ao se falar das pessoas envolvidas, os seus 
interesses permanecem centrados no significado para a comunidade que a edificação deverá ter. 
No caso do estudo do espaço urbano a discussão se complica, na medida que tantas outras 
expertises são solicitadas e as discussões passam a envolver um leque de muitos atores: da 
arquitetura e engenharia até as ciências sociais, econômicas, da ecologia e do ambiente. 
No Brasil se deve considerar as dificuldades para o trabalho integrado entre o poder público e os 
demais setores da comunidade que deveriam ser parceiros efetivos e isto não acontece devido a 
centralidade de poder existente em nosso país e a falta de confiança entre um lado e o outro, 
exacerbada pela desonestidade da maioria dos políticos. Isto leva a um quadro de haver no 
Urbanismo ótimos trabalhos de planejamento, como o Estatuto das Cidades e, para ficar neste 
exemplo, sua aplicação no município de São Paulo através dos dispositivos sofisticados instituídos 
pelo plano diretor de desenvolvimento integrado de 2014. Na prática sobressaem os controles 
oficiais, particularmente a força do zoneamento e a dificuldade de se realizarem planos parciais 
para áreas bem delimitadas e projetos urbanos, com a participação em pé de igualdade entre os 
parceiros; onde as decisões e os recursos financeiros deveriam ser equitativos para o sucesso do 
plano urbanístico. 
Talvez pela dificuldade em São Paulo de se implementar projetos como urban design e, pelo tipo 
da formação de arquiteto que guardamos, nossa linha de pesquisa na universidade se situou no 
estudo dos elementos urbanos, pelo lado morfológico. Vem daí a escolha do nome de nosso time 
de investigação, Grupo de Pesquisa Arquitetura da Cidade, GPAC, à luz do aprendizado devido ao 
arquiteto-professor Aldo Rossi, através do seu livro A arquitetura da cidade. Nele o ideário da ‘área-
estudo’, de espaços que se repetem em relação a outros diferenciados na trama urbana e o 
conceito de tipo, são ensinamentos básicos (ROSSI, 1966). Finalmente, outro aspecto importante 
da pesquisa sobre os elementos urbanos e que resultou dela, foi a procura de uma linguagem 
própria, sem misturar termos que desviassem o foco para além do estudo da forma urbana, assim 
garantindo a independência deste estudo. Por atraente que fosse, up-to-date, trans e 
interdisciplinar, nosso cuidado sempre foi para que não nos perdêssemos em significados que nos 
levassem a pensar ter capacidade para invadir outras áreas de conhecimento. 
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 CORREDORES E SUBÁREAS - 39 
 
 
CAPÍTULO 2 
Forma urbana, conceito de corredor e de subárea 
Apresentamos um modo de estudar a forma da cidade tendo por referência conhecimentos 
teóricos e a experiência de observar o espaço dos elementos urbanos VQLE - via, quadra, lote, 
edifício - como lugares onde as pessoas vivem e convivem. Procuramos entender os espaços 
andando pela área de interesse para uma pesquisa ou projeto, fora os demais recursos existentes 
nas atividades de escritório. O que contribuiu para se agregar aos elementos básicos do estudo da 
morfologia urbana dois componentes, o corredor (C) e a subárea (S), configurações que resultam 
deles e da pretensão de ampliar o estudo da forma dos tecidos tradicionais. Desde a região até o 
setor urbano se aplica ao espaço físico a ideia de corredor e subárea. Conceitos relacionados a uma 
organização física que cresce e se subdivide em partes, seja por ações imediatas ou pela 
substituição dos construtos ao longo do tempo. Para explicar a ideia evolutiva do todo através das 
partes se adota o formato descritivo, quase didático, possível de ser utilizado em aulas de projeto 
urbano na universidade ou em trabalhos profissionais. 
Nossa investigação se desenvolve na região de São Paulo, onde são utilizados os critérios relativos 
ao conhecimento do espaço físico por partes. Foram selecionados trechos do tecido urbano para 
análise e aplicados procedimentos do estudo da arquitetura da cidade segundo o arquiteto, ou seja, 
procurar base conceitual que permita com segurança se dar o passo além quanto a invenção de 
novos tipos e diretrizes urbanísticas (MACEDO, 2016). 
Influem nesta maneira de estudar a cidade os conceitos do arquiteto-professor Kevin Lynch sobre 
a imageabilidade e legibilidade dos espaços (LYNCH, 1960); as críticas expressas de modo 
inconteste pela jornalista-socióloga Jane Jacobs feitas ao urbanismo e arquitetura moderna 
(JACOBS, 1961) e, a formulação conceitual, introduzida pelo matemático-arquiteto Christopher 
Alexander baseada em uma linguagem de padrões (ALEXANDER, 1977). 
São também utilizados no estudo dos corredores e subáreas, conceitos