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Bruna Altvater Saturnino XLII 2021.1 - 1 10.05.21 Síncope DEFINIÇÃO • É um sintoma e não um diagnóstico • Perda súbita da consciência • Não há perda súbita da consciência: o AIT o Doenças psiquiátricas: síndrome de ansiedade, síndrome do pânico • Incapacidade de manter o tônus postural SEM perda da consciência o Cataplexia (atonia muscular súbita) ▪ Atonia muscular súbita que provoca queda ▪ Ausência de perda de consciência – paciente fica consciência ▪ Incapacidade de falar ou se mexer ▪ Experiencia assustadora e desagradável o Quedas o Pseudosíncope (psicogênica ou funcional) • Curta duração • Recuperação espontânea • Associada à incapacidade de manutenção do tônus postural • Secundário à hipoperfusão cerebral • Perda transitória da consciência SEM hipoperfusão cerebral pode ser: o Hipoglicemia o Epilepsia o Intoxicação Pode ou não estar associada a sinais prodrômicos Principalmente em idosos, está acompanhada de amnésia retrógrada INCIDENCIA Semelhantes nos dois sexos, e aumentam após 60-70 anos. IMPORTÂNCIA 1. Situações benignas, porém, com grande impacto na morbidade 2. Condições que antecedem a morte súbita cardíaca (MSC) AVALIAÇÃO INICIAL – EM TODOS OS PACIENTES Bruna Altvater Saturnino XLII 2021.1 - 2 ANAMNESE: ID • Idade: aumenta com o envelhecimento. HDA • Situações em que a síncope ocorre o Fatores precipitantes: dor, ansiedade, ortostase, exercício físico extremo, dor mais importante, evacuação. • Sintomas prodrômicos e duração dos pródromos: náusea, sudorese, vômito... • Relato do paciente sobre o episódio o Observações dos espectadores em relação ao evento e sinais vitais • Sintomas pós-evento: como uma fadiga importante. • Relação com refeições e atividade física HMP • Antecedentes cardiovasculares o Fatores de risco – DM, HAS, DSLP, tabagismo • Medicações de uso contínuo: podem ter uma influência importante • Doenças psiquiátricas HMF • História de síncope ou morte súbita inexplicada na família • Cardiopatias hereditárias como doenças valvares EXAME FÍSICO: • Pressão arterial e frequência cardíaca • Paciente sentado/deitado E em pé (após 3 minutos) • Ritmo cardíaco • Alterações no EF do precórdio que sugerem doença cardíaca estrutural o Sopros o Ritmo de galope o Atritos • Ausculta pulmonar: podendo sugerir embolia pulmonar, TEP. • Exame neurológico o Déficits focais Diagnostica-se a hipotensão ortostática quando a pressão arterial sistólica cai ≥ 20 mmHg ou a pressão arterial diastólica cai ≥ 10 mmHg após 3 minutos em pé. ECG • Alteração da condução intraventricular (QRS > 120ms) • Bloqueio bifacicular ou trifascicular • Bradicardia sinusal inapropriada, BSA, pausas • TVNS • Pré-excitação ventricular • Síndrome do QT longo • Síndrome de Brugada (elevação do segmento ST V1-V3) • Ondas T negativas V1-V3 + onda épsilon • Ondas Q sugerindo AEI ETIOLOGIAS • Síncope vasovagal • Síncope do seio carotídeo • Síncope situacional Bruna Altvater Saturnino XLII 2021.1 - 3 • Falência autonômica primária • Falência autonômica secundária • Induzida por drogas • Depleção de volume • Arritmias cardíacas • Doença cardíaca estrutural SÍNCOPE NEUROMEDIADA Causa mais comum de síncope em todas as idades • Causa mais comum de síncope neuromediada • Não se associada a doença neurológica ou cardiovascular • Paciente em pé ou sentado ou exposto a estresse emocional, dor, contextos médicos (ex.: coleta de sangue) o Fatores desencadeantes • Sintomas prodrômicos: diaforese, calor, náuseas, palidez, turvação visual, astenia, náuseas, cólicas • Fadiga pós-evento • História de síncopes desde a juventude é sugestiva Paciente está em pé, há redução do retorno venoso, e consequentemente redução do volume sistólico. Com isso, há aumento do tônus simpático, FC e RVP. Mas, alguns indivíduos essa redução do volume sistólico resulta em um aumento da contratilidade do VE, mas ele está mais vazio, e isso estimula mecanorreceptores que suplanta o vasorreflexo e há um aumento do tônus parassimpático (vagal) e ocorre redução da FC. Paradoxalmente, ocorre inibição simpática fazendo com que ocorra vasodilatação diminuindo ainda mais o retorno venoso. • Hipersensibilidade do seio carotídeo o Pausa > ou = 3 segundo dos batimentos cardíacos e/o diminuição da PAS > ou = 50 mmHg quando da estimulação do seio carotídeo → síncope • Mais frequente em idosos • Tratamento realizado com marcapasso • Associação com uma ação específica – tosse, grito, deglutição, evacuação, micção, levantamento de peso HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA • Posição supina → posição ortostática • Deslocamento de sangue MMII o Necessidade de ajustes compensatórios imediatos • Anormalidades no SNA o Incapacidade de elevar a RVP ao assumir a posição ortostática • Queda da PAS > 20 mmHg ou PAD > 10 mmHg ao assumir a posição ortostática Bruna Altvater Saturnino XLII 2021.1 - 4 Situações: Falência autonômica primária • Atrofia de múltiplos sistemas • Doença de Parkinson Falência autonômica secundaria • Diabetes • Insuficiência cardíaca • Uremia Induzida por drogas • Diuréticos • Anti-hipertensivos Depleção de volume • Hemorragia aguda • Diarreia • Vômitos • Insuficiência adrenal SÍNCOPE CARDÍACA: Arritmias • Bradiarritmias o Com condução AV preservada o Com bloqueio AV • Taquiarritmias Doença estrutural • Valvopatias – estenose aórtica • Cardiomiopatia hipertrófica • Menos comuns: embolia pulmonar, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco, etc. Características sugestivas: • Idade > 60 anos • Sexo masculino • Presença de doença cardíaca conhecida • Pródromos breves • História familiar de morte súbita precoce (< 50 anos) BRADICARDIAS • Doença do nó sinusal • Doença no sistema de condução AV TAQUIARRITMIAS • Supraventriculares • Ventriculares Bruna Altvater Saturnino XLII 2021.1 - 5 AVALIAÇÃO INICIAL • Tilt-test ou teste de inclinação • Massagem do seio carotídeo • Ecocardiograma transtorácico o Identificação de doença estrutural e alterações na hemodinâmica cardíaca o Útil também para estratificação de risco • Holter 24 horas o Achados clínicos ou ECG sugestivos de síncope arrítmica • Teste ergométrico o Síncope relacionada ao esforço • Estudo eletrofisiológico – invasivo • Outros: RM cardíaca, angioTC das coronárias, angioTC de tórax, cineangiocoronariografia AVALIAÇÃO DO RISCO DE MORTE SÚBITA: Escore de Oesil: 1 ponto: • ECG anormal • História previa de doença cardiovascular • Ausência de pródromos • Idade > 65 anos Alto risco > ou = 3 Escore de EGSYS: • Palpitação antes da síncope = 4 • ECG anormal e/ou cardiopatia estrutural = 3 • Síncope durante esforço = 3 • Síncope na posição supina = 2 • Presença de pródromos autonômicos = -1 • Fatores predisponentes e/ou precipitantes = -1 Pontuação > ou = 3 alto risco CASOS CLINICOS CASO 1 Masculino, 67 anos, 1 evento de síncope sentado na mesa do almoço, há 6 meses, durou 30 segundos, recuperação, sem confusão mental. IAM há 3 anos. ECG com onda Q invertida V1-V4. EcoTT acinesia apical, FE 55%. • Escore de OESIL: 4 pontos • Mortalidade em 1 ano: 29% CASO 2 Masculino, 17 anos, 4 eventos de síncope em pé nos últimos 6 meses (2 ao levantar à noite para urinar e 2 ao sair do carro em parada após longa viagem), durante entre 10 segundos a 5 minutos de perda de consciência, recuperação total, sem confusão mental e com sensação de fadiga. ECG normal. • Escore de OESIL: 0 ponto • Mortalidade em 1 ano: 0%
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