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PROBLEMA 1 (resolução)

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MODULO IV – SISTEMA NERVOSO 
PROBLEMA 01 
“​Da anatomia a função​” 
 
ABERTURA: 02/02 FECHAMENTO: 05/02 
 
 
 
A mãe de Murilo, 1 ano e meio de idade, com histórico de complicações na gravidez, 
procurou atendimento com neuropediatra pois a criança apresenta um desenvolvimento 
atrasado. Expõe que ele não consegue ficar sentado sem apoio, não é capaz de andar e 
vem apresentando crises epilépticas. 
Nos antecedentes há história de parto cesariano de urgência devido ao ​descolamento da 
placenta​. Murilo nasceu em morte aparente ​com APGAR de 2, 5 e 7. Permaneceu internado 
em UTI neonatal por período prolongado. Dra Nina explica que as crises ocorrem quando 
um grupamento de neurônios dispara de forma síncrona e excessiva e precisam ser 
tratadas com medicação adequada. A mãe mostrou exame de ressonância nuclear do 
encéfalo que evidenciou ampla área de hipossinal no hemisfério cerebral direito, com atrofia 
associada. 
Ao ​exame físico observou atrofia e aumento importante do tônus muscular em todo o 
hemicorpo esquerdo, sendo que o membro superior deste lado apresentava uma postura 
em flexão​. Dra Nina explica para a mãe que as dificuldades de movimentação apresentadas 
 
UNIVERSIDADE VILA VELHA – UVV 
CURSO DE MEDICINA 
por Murilo são consequências da ​lesão isquêmica que sofreu nos seus ​neurônios motores 
superiores e também da ​cicatrização na área da lesão, realizada pelas células da glia, 
denominada gliose. 
Para melhorar a funcionalidade do hemicorpo esquerdo está indicada a realização 
de ​fisioterapia e a aplicação local de toxina botulínica. Expõe que se trata de uma 
neurotoxina que atua, bloqueando a liberação do neurotransmissor acetilcolina pelos 
neurônios na junção neuromuscular onde acontece a comunicação entre os neurônios do 
sistema motor e os músculos efetores da contração (comunicação neurônio – célula 
efetora). Este bloqueio ocorre no neurônio pré-sináptico pois impede a liberação deste 
neurotransmissor na fenda sináptica, desta forma impedindo que este atue no seu receptor 
no músculo, diminuindo então, o excesso de contração muscular. 
Esclarece então que é ​necessário tratar as crises para conter os disparos 
excessivos de potenciais de ação por grupos de neurônios na região da lesão​. O tratamento 
mais indicado para as crises de João consiste no ​uso de fenobarbital​, fármaco que atua 
potencializando a via do ácido gama-aminobutírico que é o principal neurotransmissor 
inibitório assim como inibindo a via do glutamato, que é o principal neurotransmissor 
excitatório, atuando como depressor no sistema nervoso central. 
PASSO 1: Palavras desconhecidas 
APGAR: ​A escala de APGAR, também conhecida como índice ou escore APGAR, é um 
teste feito no recém-nascido logo após o nascimento que avalia seu estado geral e 
vitalidade, ajudando a identificar se é necessário qualquer tipo de tratamento ou cuidado 
médico extra após o nascimento. 
Esta avaliação é feita no primeiro minuto de nascimento e é repetida novamente 5 minutos 
após o parto, tendo em consideração características do bebê como atividade, batimento 
cardíaco, cor, respiração e reflexos naturais. 
Área de hipossinal ou hipointensa: ​Sinal de tonalidade escura, geralmente em 
imagiologia por ressonância magnética. 
Hemicorpo (dimídio): ​Diz-se do nome dado para os lados do cérebro (hemicorpo direito e 
hemicorpo esquerdo). 
Toxina butolínica: Toxina botulínica, o famoso Botox®, se origina de uma bactéria 
chamada ​Clostridium botulinum​. Essa toxina é utilizada para prevenir ou amenizar rugas e 
linhas de expressão na região dos olhos -como pés de galinha-, região da testa ou no 
espaço entre as sobrancelhas (glabela). 
Quando administrada oralmente em grandes quantidades, bloqueia os sinais nervosos do 
cérebro para o músculo, causando paralisia generalizada, chamada botulismo. No entanto, 
por injeção, em quantidades muito pequenas, em um músculo facial específico, apenas o 
impulso que orienta este músculo será bloqueado, causando o relaxamento local. Deste 
modo, a toxina botulínica atua como um bloqueio da musculatura subjacente das linhas 
indesejadas. 
 
A toxina botulínica age através do bloqueio da liberação desta substância pela terminação 
do nervo. Se o músculo não recebe a acetilcolina, ele não contrai. Assim, a toxina botulínica 
paralisa a musculatura, bloqueando a informação do estímulo elétrico de chegar até o 
músculo. 
Passo 2: frase resumitiva: 
A mãe de Murilo, 1 ano e meio de idade, com histórico de complicações no parto, devido ao 
descolamento de placenta e APGAR de 2, 5 e 7, procurou um neuropediatra pois a criança 
apresenta atraso no desenvolvimento e crises epilépticas, a ressonância nuclear do 
encéfalo evidenciou ampla área de hipossinal no hemisfério cerebral direito, e o exame 
físico indicou atrofia e aumento importante do tônus muscular no hemicorpo esquerdo, 
consequências da lesão isquêmica nos neurônios motores superiores e gliose, sendo 
indicado o tratamento com fisioterapia, aplicação de toxina botulínica no local e fenobarbital. 
Passo 3: Tempestade de Ideias/ Hipóteses 
1. O sistema nervoso é dividido anatomicamente em SN Central e SN Periférico. O SN 
Central é composto pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é composto 
pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O SN Periférico é composto por nervos, 
gânglios e terminações nervosas. 
2. Gânglios são aglomerados de corpos de neurônios. 
3. As células do sistema nervoso são: neurônios, células da glia (astrócito, micróglia, 
oligodendrócitos, células de Schwann). 
4. Os oligodendrócitos (SNC) e células de Schwann (SNP) são responsáveis pela 
formação da bainha de mielina. 
5. O astrócito é responsável pela nutrição, faz controle de potássio e possui função 
estrutural. O astrócito secreta substâncias e guia os neurônios para onde eles vão 
se localizar. Algumas doenças estão relacionadas à disfunção dos astrócitos. 
6. O neurônio é responsável pela transmissão de impulsos nervosos, mas para isso ele 
deve ser capaz de gerar a informação, e para isso ele sofre um diferencial no seu 
potencial de membrana. O neurônio é dividido em corpo celular, também chamado 
de pericário, dendritos e axônios. 
7. No pericário temos organelas, núcleo e a proteína carreadora. As organelas mais 
abundantes são: mitocôndrias, ribossomos, retículo endoplasmático. 
8. Os dendritos recebem o impulso nervoso e os axônios transmitem esses impulsos e 
a informação é transmitida para outra célula pelas sinapses através dos 
neurotransmissores. Acetilcolina, noradrenalina, serotonina, dopamina, ácido gama 
aminobutírico (inibitório) e glutamato são exemplos de neurotransmissores. 
9. A despolarização e a polarização participam do processo de transmissão de 
impulsos nervosos através dos neurotransmissores, e os neurônios possuem 
receptores para os neurotransmissores. 
10. O neurônio pré-sináptico é o que transmite o impulso e o pós-sináptico é o que 
recebe. A transmissão do impulso para o próximo neurônio é feita pelo 
neurotransmissor, que é liberado depois da despolarização da membrana. Esse 
neurotransmissor é recebido por um receptordo neurônio pós-sináptico. 
 
 
Passo 4: Perguntas de aprendizagem (detalhar todas as respostas) 
1. O que é o Sistema Nervoso? Quais são as suas divisões anatômicas? 
O sistema nervoso é o sistema responsável por captar, processar e gerar 
respostas diante dos estímulos aos quais somos submetidos. É devido à 
presença desse sistema que somos capazes de sentir e reagir a diferentes 
alterações que ocorrem em nossa volta e no interior do nosso corpo​. 
.suas divisões anatômicas são: 
(Machado, pag24) 
 
 
 
 
 
2. O que é o Sistema Nervoso Central e o que o compõe? 
O Sistema Nervoso Central se encontra dentro do esqueleto axial, isto é, 
cavidade craniana e canal vertebral. É nesse sistema que se encontram a 
maior parte das células nervosas, seus prolongamentos, e os contatos que 
fazem entre si. Fazem parte desse sistema o encéfalo e a medula, sendo 
que o encéfalo é ainda subdividido em tronco encefálico, cérebro e cerebelo. 
O tronco encefálico pode ainda ser composto por mesencéfalo, ponte e 
bulbo. 
Sistema Nervoso Central 
● É aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana 
e canal vertebral) 
i. Encéfalo 
● Situada dentro do crânio 
1. Cérebro 
2. Cerebelo (dorsalmente a ponte e ao bulbo) 
3. Tronco encefálico (a ponte separa o bulbo, situado 
caudalmente, do mesencéfalo, situado cranealmente) 
ii. Medula Espinhal 
● Se localiza dentro do canal vertebral 
 
 
3. O que é o Sistema Nervoso Periférico e o que o compõe? 
O Sistema nervoso Periférico é a parte do sistema que se encontra 
distribuída pelo organismo. 
 
Nervos​: Cordões esbranquiçados formados por fibras, responsáveis pela 
ligação SNC -> órgãos periféricos. 
Nervos cranianos: Encéfalo -> órgãos periféricos 
Nervos espinhais: Medula -> órgãos periféricos 
Gânglios: ​dilatações nervosas formadas por corpos de neurônios, eles 
podem ser sensitivos ou motores viscerais (SNA). Onde se encontram os 
corpos celulares. 
Terminações nervosas: ficam na extremidade das fibras constituintes dos 
nervos. Podem ser: sensitivas (aferentes) e motoras (eferentes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Quais são as células do Sistema Nervoso? 
 
 
5. Quais são as principais características e funções de cada uma dessas 
células? 
Os neurônios e as células gliais são as células que compõem o sistema 
nervoso e essas células compartilham muitas características com as células 
em geral. 
● Os ​neurônios são células altamente excitáveis, que se comunicam 
entre si ou com células efetoras (células musculares e secretoras), 
usando basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações 
do potencial de membrana. A maior parte dos neurônios possui três 
regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, 
dendritos e axônio. 
 
As ​células gliais são ​menos excitáveis​, mas suas membranas contêm 
proteínas transportadoras que facilitam a entrada de íons, bem como 
proteínas que removem moléculas neurotransmissoras. 
● Também temos as ​células de Schwann e os ​oligodendrócitos​, cuja 
principal função é fornecer um material isolante que permita a rápida 
condução de sinais elétricos ao longo do axônio, no caso a bainha de 
mielina. Essas células produzem finas camadas de mielina que se 
enrolam muitas vezes em volta do axônio. A mielina do SNC é 
produzida pelos ​oligodendrócitos e é semelhante, mas não idêntica, 
à mielina produzida no SNP pelas ​células de Schwann​. 
● Outra célula da glia é o ​astrócito, que possui formato estrelado e é 
encontrado em todas as áreas do encéfalo. Constituem cerca de 
metade do número de células do encéfalo. Desempenham papéis 
importantes na ​nutrição dos neurônios e na r​egulação das 
concentrações de íons e de neurotransmissores no espaço 
extracelular​. 
● Funções dos astrócitos: 
● Tem importante função de sustentação e isolamento de neurônios. 
● Função neuronal, uma vez que participam do controle dos níveis de potássio 
extraneuronal. 
● Contribuem para a recaptação de neurotransmissores, em especial o 
glutamato, cujo excesso é toxico para os neurônios. 
● É o principal sítio de armazenagem de glicogênio no SNC, havendo 
evidências de que podem liberar glicose pelos neurônios. 
● No caso de lesões do tecido, os astrócitos ativados aumentam localmente e 
ocupam áreas lesadas à maneira de cicatriz. 
● Em caso de degeneração axônica, adquirem função fagocítica nas sinapses, 
ou seja, qualquer botão sináptico em degeneração é fagocitado por astrócitos. 
● Secretam fatores neurotróficos essenciais para a sobrevivência e manutenção 
de neurônios. 
● As ​células do epêndima (ou ependimárias) e do ​plexo coróide são 
derivadas do neuroepitélio imaturo e produzem o líquido 
cerebrospinal. O epêndima, uma única camada de células cubóides 
ciliadas, recobre todos os ventrículos encefálicos, ajudando a mover o 
líquido cerebrospinal (LCS) através do sistema ventricular. Em vários 
locais nos ventrículos laterais e no quarto ventrículo, o epêndima é 
contínuo com células do plexo coróide, as quais ​recobrem os finos 
vasos sanguíneos que se projetam para o interior dos ventrículos. 
Essas células epiteliais do plexo coróide filtram o plasma do sangue e 
secretam este ultrafiltrado como LCS. 
● As ​células da micróglia no encéfalo originam-se da medula óssea. 
Distintamente dos neurónios, astrócitos e oligodendrócitos, as ​células 
da micróglia não pertencem à linhagem neuroectodérmica. Em vez 
disso, elas derivam da medula óssea. Elas entram no SNC durante o 
desenvolvimento e estão presentes em todas as regiões do encéfalo 
durante toda a vida. Suas funções não são bem compreendidas, 
embora elas provavelmente desempenhem um importante papel na 
 
vigilância imunológica no SNC, sendo destinadas a reagir contra 
invasores estranhos e realizar fagocitose. 
 
 
Ângelo Machado: Neuroanatomia Funcional. 3 a Edição 
Kandell capítulos: Tipos celulares do sistema nervoso 
6. Quais são os tipos de neurônios? 
● Neurônios motores​: controlam órgãos efetores, tais como glândulas 
exócrinas e endócrinas e fibras musculares. 
● Neurônios sensoriais​: recebem estímulos sensoriais do meio 
ambiente e do próprio organismo. 
● Interneurônios​: estabelecem conexões entre outros neurônios → 
circuitos complexos. 
 
 
 
 
 
 
Neurônios são classificados como ​unipolares​, ​bipolares ou ​multipolares​, de acordo com 
o número de processos que se originam do corpo celular. 
Células unipolares têm um único processo originado da célula. Diferentes segmentos 
servem como superfícies receptoras ou terminais de liberação e são características do 
sistema nervoso de invertebrados. 
Células bipolares têm dois tipos de processos que são especializados funcionalmente. O 
dendrito recebe sinais elétricos, e o axônio os transmite para outras células. 
Células pseudounipolares são variantes das células bipolares que transmitem informação 
somatossensorial para a medula espinal. Durante o desenvolvimento, os dois processos da 
célula bipolar embrionária se fundem e emergem do corpo celular como um único processo 
que tem dois segmentos funcionalmente distintos.Ambos os segmentos funcionam como 
axônios: um se estende para a periferia (pele ou músculo), e o outro, para o centro da 
medula espinal. Tem um segmento distal (na ponta tem o receptor em contato com aperiferia) e o prolongamento proximal que entra na medula. 
Células multipolares têm um único axônio e muitos dendritos. Elas são o tipo de neurônio 
mais comum no sistema nervoso de mamíferos. Três exemplos ilustram a grande 
diversidade dessas células: os neurônios motores espinhais inervam as fibras dos músculos 
esqueléticos: as células piramidais têm um corpo celular aproximadamente triangular; os 
dendritos emergem tanto do ápice (dendritos apicais) quanto da base (dendritos basais). As 
células piramidais são encontradas no hipocampo e por todo o córtex cerebral. As células 
de Purkinje do cerebelo são caracterizadas por uma árvore dendrítica rica e extensa, que 
acomoda uma enorme aferência sináptica. 
 
 
7. Quais são os componentes do neurônio (tudo o que tem no pericário, 
axônio, organelas mais abundantes…)? 
 
 
 
Desenho esquemático de um neurônio motor, mostrando o corpo celular, dendritos e o 
axônio que, após o segmento inicial, apresenta bainha de mielina, formada por célula de 
Sxhwann. O axônio, após ramificações, termina em placas motoras nas fibras musculares 
esqueléticas; em cada placa motora, observam-se vários botões sinápticos. 
Corpo celular: Contém núcleo e citoplasma, com as organelas citoplasmáticas usualmente 
encontradas em outras células. O núcleo é geralmente vesiculoso, com um ou mais 
nucléolos evidentes. Mas encontram-se também neurônios com núcleos densos, como é o 
caso dos núcleos dos grânulos do córtex cerebelar. O citoplasma do corpo celular recebe o 
nome de pericário. No pericário, salientam-se a riqueza em ribossomas, retículo 
endoplasmático granular e agranular e aparelho de Golgi, ou seja, as organelas envolvidas 
em síntese de proteínas. Mitocôndrias, abundantes e geralmente pequenas, estão 
distribuídas por todo o pericário, sobretudo ao redor dos corpúsculos de Nissl. Microtúbulos 
e microfilamentos de actina são idênticos aos de células não neuronais, mas os filamentos 
intermediários (de 8 μma 11 μm de diâmetro) diferem, por sua constituição bioquímica, dos 
das demais células; são específicos dos neurônios, razão pela qual são denominados 
neurofilamentos. 
O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as 
proteínas neuronais, bem como pela maioria dos processos de degradação e renovação de 
constituintes celulares. Inclusive de membranas. As funções de degradação justificam a 
riqueza em lisossomas, entre os quais os chamados grânulos de lipofucsina. Estes são 
corpos lisossômicos residuais que aumentam em número com a idade. 
Os ribossomos podem concentrar-se em pequenas áreas citoplasmáticas, onde ocorrem 
livres ou aderidos a cisternas do retículo endoplasmático. Em consequência, na microscopia 
óptica veem-se grumos basófilos, conhecidos como corpúsculos de Nissl ou substância 
cromidial. ​Mitocôndrias, abundantes e geralmente pequenas, estão distribuídas por todo o pericário, 
sobretudo ao redor dos corpúsculos de Nissl. 
Dendritos: Geralmente são curtos (de alguns micrômetros a alguns milímetros de 
comprimento), ramificam-se profusamente, à maneira de galhos de uma árvore, originando 
dendritos de menor diâmetro, e apresentam as mesmas organelas do pericário. 
Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do 
potencial de repouso da membrana que se propagam em direção ao corpo do neurônio e 
deste em direção ao cone de implantação do axônio. 
Axônio: A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que 
se origine do corpo ou de um dendrito principal em região denominada cone de 
implantação, praticamente desprovida de substância cromidial 
O citoplasma dos axônios contém microtúbulos, neurofilamentos, microfilamentos, retículo 
endoplasmático agranular, mitocôndrias e vesículas. Os axônios, após emitir número 
variável de colaterais, geralmente sofrem arborização terminal. Através dessa porção 
terminal, estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras, 
músculos e glândulas. 
 
Em alguns neurônios especializados em secreção seus axônios se prolongam até próximo a 
capilares sanguíneos para captação do produto de secreção liberado, em geral, um 
polipeptídeo. 
Referência: Machado- 3ª ed- pág 22 
 
 
8. Onde são produzidos os neurotransmissores e como eles são 
transportados? 
Alguns neurotransmissores completam a sua síntese no interior das vesículas, mas 
outros são levados ao interior delas por moléculas transportadoras embutidas na 
membrana vesicular, com domínios voltados para fora e outros voltados para dentro. 
Essas moléculas transportadoras verdadeiramente “agarram” os 
neurotransmissores, “jogando-os” para dentro da vesícula. 
Os neuropeptídeos são sintetizados a partir de proteínas precursoras, e 
transportados dentro de grânulos até o terminal, onde são armazenados e liberados 
quando necessário. Após a ação sináptica difundem-se e são depois inativados por 
degradação. 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Pág. 120 a 122) 
 
9. Como se dá o transporte de substâncias dentro do neurônio, do corpo 
até o axônio (dica de palavras: microtúbulos e microfilamentos)? 
Os microtúbulos fornecem essencialmente uma trilha estável na qual organelas 
específicas podem se mover através de motores moleculares. 
As moléculas motoras para o transporte anterógrado (em direção à extremidade 
positiva dos microtúbulos) são as cinesinas e uma variedade de proteínas 
relacionadas a elas. 
Por não conter ribossomos, os axônios são incapazes de sintetizar proteínas. 
Portanto, toda proteína necessária à manutenção da integridade axônica, bem como 
às funções das terminações axônicas, deriva do pericário. Por outro lado, as 
terminações axônicas necessitam também de organelas, como mitocôndrias e 
retículo endoplasmático agranular. Assim, é necessário um fluxo contínuo de 
substâncias solúveis e de organelas, do pericário à terminação axônica. Para 
renovação dos componentes das terminações, é imprescindível o fluxo de 
substâncias e organelas com sentido oposto, ou seja, em direção ao pericário. Esse 
movimento de organelas e substâncias solúveis através do axoplasma é 
denominado fluxo axoplasmático. Há dois tipos de fluxo, que ocorrem paralelamente: 
fluxo axoplasmático anterógrado​, em direção à terminação axônica, e ​fluxo 
axoplasmático retrógrado​, em direção ao pericário. As terminações axônicas têm 
capacidade endocítica. Tal propriedade permite a captação de substâncias tróficas, 
 
como os fatores de crescimento de neurônios, que são carreadas até o corpo celular 
pelo fluxo axoplasmático retrógrado. A endocitose e o transporte retrógrado explicam 
também por que certos agentes patogênicos, como o vírus da raiva e toxinas, 
podem atingir o sistema nervoso central, após captação pelas terminações axônicas 
periféricas. 
(MACHADO, Neuroanatomia Funcional, Cap. 3, Pág. 34) 
 
10. Quais são as propriedades específicas do neurônio (mudar o potencial 
de membrana, gerar potencial de ação)? 
Excitabilidade 
Capacidade de responder a estímulos com mudanças na diferença de potencial 
elétrico através da membrana celular. 
 
Condutibilidade 
Conduz ao longo do axônio a mudança do potencial elétrico até o terminal axônicopara que ocorra a transmissão sináptica; 
Os neurônios são especialmente dotados da capacidade de se comunicarem de 
modo ​preciso e rápido com outras células em locais distantes do corpo. Essa 
capacidade é proporcionada devido ao ​arranjo estrutural do neurônio​, que é a 
base para a sinalização neuronal unidirecional. Além disso, eles são ​elétrica e 
químicamente excitáveis​. A membrana celular do neurônio contém ​proteínas 
especializadas​, canais iônicos e receptores, que facilitam o fluxo de íons 
inorgânicos específicos, redistribuindo a carga e criando correntes elétricas que 
alteram a voltagem através da membrana. A mudança de voltagem gera, no axônio, 
uma ​onda de despolarização na forma de ​potencial de ação​, promovendo a 
sinalização​. 
O neurônio é composto pelo dendrito, corpo celular e axônio. 
(ERIC R. KANDEL, Princípios da Neurociência, Cap. 4) 
 
11. Caracterize o potencial de ação. 
O que caracteriza o neurônio não é o potencial de repouso que, afinal, existe em todas as 
células vivas do reino animal e do reino vegetal. É o potencial de ação (PA), um sinal 
elétrico muito rápido e de natureza digital, como o que os computadores produzem. Como 
nos computadores, o PA confere ao neurônio a capacidade de transmitir informação, já que 
o número de sinais emitidos em cada momento pode ser variado proporcionalmente a 
estímulos vindos de fora, ou mesmo a estímulos gerados dentro do neurônio. 
Hodgkin e Huxley observaram que, em condições de repouso, seus aparelhos de registro 
mostravam um potencial de repouso constante de -70 mV. Quando aplicavam um estímulo 
 
elétrico à membrana, ocorria uma variação súbita e passageira desse valor, o potencial da 
membrana aproximava-se de zero rapidamente e o ultrapassava, tomando-se positivo em 
aproximadamente 40 a 50 mV. Essa fase foi chamada de despolarização. Em seguida, a 
despolarização parava e o potencial da membrana retomava rapidamente a um valor 
próximo ao de repouso, essa fase foi chamada repolarização. Concluiu-se que a fase de 
despolarização do PA era causada por uma súbita abertura dos canais de sódio 
dependentes de voltagem, que permitia um caudaloso movimento dos íons Na+ para dentro 
do axônio durante menos de 1 milissegundo. Os canais de Na+, então, tornavam-se 
inativos, o que fazia cessar em alguns milissegundos a corrente de sódio. A fase de 
repolarização do PA, entretanto, é mais rápida que a diminuição do fluxo de Na+. A 
explicação é que entra em cena o potássio, cujos canais dependentes de voltagem se 
abrem um pouco depois que os do sódio. A saída de K+ restaura a polaridade da 
membrana para os níveis de repouso, mas durante um certo tempo ela permanece 
inexcitável, incapaz de gerar outros PAs. Essa fase inexcitável chama-se período refratário, 
e deve-se ao fato de que, após se abrirem, os canais iônicos passam ao estado inativo ou 
refratário, e não ao estado de repouso. Mais tarde os canais voltam ao estado de repouso, e 
a membrana do axônio torna-se outra vez excitável. Além disso, a bomba de Na+/K+ 
encarrega-se de restaurar o gradiente eletroquímico original. 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 3, Pág. 91 a 93) 
 
12. O que são as sinapses? 
A ​sinapse é a unidade processadora de sinais do sistema nervoso. Trata-se da 
estrutura microscópica de contato entre um neurônio e uma célula efetora, podendo 
ser um outro neurônio, músculo ou glândula, através da qual se dá a transmissão de 
mensagens entre as duas. 
 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 4, Pág. 121) 
 
13. Quais são os tipos de sinapses? Cite exemplos. 
 
 
 
 
As ​sinapses elétricas são empregadas principalmente para enviar sinais de 
despolarização rápidos e estereotipados. Em contrapartida, as sinapses 
químicas são capazes de uma sinalização mais variável e, assim, podem 
produzir comportamentos mais complexos. Essas sinapses podem mediar 
tanto ações excitatórias quanto inibitórias nas células pós-sinápticas e 
produzem mudanças elétricas nas células pós-sinápticas que duram de 
milissegundos a muitos minutos. As ​sinapses químicas também servem 
para amplificar os sinais neuronais; assim, mesmo um pequeno terminal 
nervoso pré-sináptico pode alterar a resposta pós-sináptica de células 
grandes. 
Referencia: Kandel pág 157 
 
Quando a ultraestrutura das sinapses foi analisada com a utilização da 
microscopia eletrônica, foi possível identificar que as sinapses químicas e 
elétricas possuem estruturas diferentes. Nas sinapses químicas, os 
neurónios pré e pós-sinápticos são completamente separados por um espaço 
pequeno, chamado de fenda sináptica; não há continuidade entre o 
citoplasma de uma célula e o da célula seguinte. Em contrapartida, na 
sinapse elétrica, as células pré e pós-sinápticas comunicam-se por meio de 
canais especiais, os canais de junção comunicante (gap-junction channels), 
que diretamente conectam o citoplasma das duas células. 
Referencia: Kandel pág 158 
Quanto à morfologia e ao modo de funcionamento, reconhecem-se dois tipos 
de sinapses: sinapses elétricas e sinapses químicas. 
 
Sinapes elétricas: Elas existem, por exemplo, no centro respiratório situado 
no bulbo e permitem o disparo sincronizado dos neurônios aí localizados, 
responsáveis pelo ritmo respiratório. Ao contrário das sinapses químicas, as 
sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a comunicação entre os 
neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos. 
Sinapses químicas: Nos vertebrados, a grande maioria das sinapses 
interneuronais e todas as sinapses neuroefetuadoras são sinapses químicas, 
ou seja, a comunicação entre os elementos em contato depende da liberação 
de substâncias químicas, denominadas neurotransmissores. 
Referência: Machado- 3ª ed pág 24 
 
A região de contato especializada entre dois neurônios em uma sinapse elétrica 
é chamada de junção comunicante (​gap junction​) , que são estruturas proteicas 
especializadas que conduzem a corrente iônica da célula pré-sináptica para a 
célula pós -sináptica. Tem um largo diâmetro, o que permite que íons 
inorgânicos, moléculas orgânicas pequenas e marcadores experimentais, como 
corantes fluorescentes, passem de uma célula à outra. 
Essas junções comunicantes exercem um papel na função e nas doenças gliais. 
A transmissão por sinapses elétricas é extremamente rápida porque resulta na 
passagem direta de corrente entre as células. 
As junções comunicantes são encontradas entre as células gliais, bem como 
entre os neurónios. Na glia, essas junções mediam comunicações tanto 
intercelulares como intracelulares. 
 
 
 
 
 
14. Como ocorre a transmissão nas sinapses químicas (detalhar toda 
hipótese 10)? 
 
 
 
 
 
 
Sinapse elétrica: Nessas sinapses, as membranas plasmáticas dos 
neurônios envolvidos entram em contato em pequena região onde o espaço 
entre elas é de apenas 2 μm a 3 μm. No entanto, há acoplamento iônico, isto 
é, ocorre comunicação entre os dois neurônios, através de canais iônicos 
concentrados em cada uma das membranas em contato. Esses canais 
projetam-se no espaço intercelular, justapondo-se de modo a estabelecer 
comunicações intercelulares que permitem a passagem direta de pequenas 
moléculas,como íons, do citoplasma de uma das células para o da outra 
(Figura 3.7). Tais junções servem para sincronizar a atividade de grupos de 
 
neurônios. Elas existem, por exemplo, no centro respiratório situado no bulbo 
e permitem o disparo sincronizado dos neurônios aí localizados, 
responsáveis pelo ritmo respiratório. Ao contrário das sinapses químicas, as 
sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a comunicação entre os 
neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos. 
Quando o impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica, origina 
pequena alteração do potencial de membrana capaz de abrir canais de cálcio 
sensíveis à voltagem, o que determina a entrada desse íon. O aumento de 
íons cálcio na membrana pré-sináptica provoca uma série de fenômenos. 
Alguns deles culminam com a fusão de vesículas sinápticas com a 
membrana pré-sináptica, e subsequente processo denominado exocitose. 
Para evitar o aumento da quantidade de membrana pré-sináptica pela 
exocitose, ocorre o fenômeno oposto, a endocitose, que internaliza a 
membrana sob a forma de vesículas, as quais podem ser reutilizadas. Por 
meio da exocitose ocorre a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica 
e sua difusão, até atingir seus receptores na membrana pós-sináptica. Um 
receptor sináptico pode ser, ele próprio, um canal iônico, que se abre quando 
o neurotransmissor se liga a ele (canal sensível a neurotransmissor). Um 
canal iônico deixa passar predominantemente, ou exclusivamente, um dado 
íon. Se esse íon normalmente ocorrer em maior concentração fora do 
neurônio, como o Na+ e o CI-, há entrada. Se sua concentração for maior 
dentro do neurônio, como no caso do K+, há saída. Tais movimentos iônicos 
modificam o potencial de membrana, causando uma pequena 
despolarização, no caso de entrada de Na+, ou uma hiperpolarização, no 
caso de entrada de CJ (aumento das cargas negativas do lado de dentro) ou 
de saída de ~ (aumento das cargas positivas do lado de fora). 
Exemplificando, o receptor A do neurotransmissor GABA é ou está acoplado 
a um canal de cloro. Quando ativado pela ligação com GABA, há passagem 
de CI para dentro da célula, com hiperpolarização (inibição). Já um dos 
receptores da acetilcolina, o chamado receptor nicotínico, é um canal de 
sódio. Quando ativado, há entrada de Na+ com despolarização (excitação). 
Esses receptores, que se abrem para passagem de íons quando um 
neurotransmissor se liga a eles, são chamados ionotrópicos. Mas existem 
também receptores metabotrópicos, que se combinam com o 
neurotransmissor, dando origem a uma série de reações químicas que 
resultam na formação, no citoplasma do neurônio pós-sináptico, de uma nova 
molécula, chamada segundo mensageiro, que levará a modificações na 
célula pós-sináptica. Resultando, por exemplo, na abertura ou fechamento de 
canais iônicos. Cada neurônio pode receber de 1.000 a l 0.000 contatos 
sinápticos em seu corpo e dendritos. Os potenciais graduáveis pós-sinápticos 
excitatórios e inibitórios devem ser somados ou integrados. A região 
integradora desses potenciais é o cone de implantação do axônio ou está 
próxima dele. Se na zona gatilho chegar uma voltagem no limiar de 
excitabilidade do neurônio, como uma despolarização de 15 mV, gera-se um 
potencial de ação que segue pelos axônios. 
Referência: Machado- 3ª ed, pág 27 e 28 
 
 
As vesículas sinápticas aglomeram-se em regiões especializadas da 
membrana pré-sináptica, chamadas de zona ativa, que são os locais de 
liberação dos neurotransmissores. Durante o potencial de ação pré-sináptico, 
abrem-se canais de Ca2+ dependentes de voltagem nas zonas ativas, 
permitindo a entrada de Ca2+ no terminal pré-sináptico. O aumento da 
concentração de Ca2+ intracelular desencadeia uma reação bioquímica que 
leva as vesículas a se fundirem com a membrana pré-sináptica e a liberarem 
neurotransmissor na fenda sináptica, um processo denominado exocitose. As 
moléculas do transmissor então se difundem pela fenda sináptica e se ligam 
a seus receptores na membrana celular pós-sináptica. Isso, por sua vez, 
ativa os receptores, levando à abertura ou ao fechamento de canais iónicos. 
O fluxo iônico resultante altera a condutância da membrana e, assim, o 
potencial da célula pós-sináptica. 
Referencia: Kandel pág 163 
Existem duas classes principais de receptores sinápticos: (1) ionotrópicos, 
que são canais iônicos dependentes de ligantes; e (2) metabotrópicos, cujos 
efeitos sobre o neurônio pós-sináptico são produzidos indiretamente por meio 
de uma proteína intracelular chamada proteína G, ou através de ação 
enzimática intracelular efetuada pelo próprio receptor. 
15. Como se encerra a transmissão sináptica? 
A ​recaptação é possível porque a membrana dos terminais pré-sinápticos 
frequentemente possui ​proteínas transportadoras específicas para os 
neurotransmissores e neuromoduladores que produz​. Além disso, também os 
astrócitos possuem moléculas transportadoras para certos neurotransmissores, 
particularmente os excitatórios, como ó glutamato e o aspartato, mas também os 
inibitórios, como o GABA e a glicina. Esse mecanismo, na verdade, constitui um 
importante mecanismo de proteção contra os efeitos tóxicos (chamados 
excítotóxicos) dos aminoácidos excitatórios, cuja ação descontrolada, como ocorre 
lia epilepsia, pode levar à morte neuronal. Além disso, não há dúvida de que a 
remoção desses neurotransmissores da fenda sináptica pelos astrócitos, em 
condições normais, desempenha uma função moduladora da transmissão sináptica, 
conferindo a essas células gliais um papel importante também no processamento da 
informação neural. As moléculas transportadoras pertencem a uma mesma família, 
utilizam ATP para sua atividade e dependem da presença de cátions para funcionar. 
A recaptação dos neuromediadores é um mecanismo muito frequentemente 
influenciado por drogas de vários tipos, e essa é a base molecular de suas ações 
maléficas ou benéficas. 
O segundo mecanismo de desligamento sináptico é o da ​degradação enzimática​, 
utilizado em sinapses colinérgicas, aminérgicas, histaminérgicas e peptidérgicas. Os 
peptídeos neuromoduladores, de ações sinápticas lentas e difusas, difundem-se 
lateralmente e são degradados por peptidases presentes no espaço extracelular, 
mas não localizadas especificamente nas sinapses. Além disso, os peptídeos não 
são recaptados, porque as membranas do neurônio, mesmo as dos grânulos de 
 
secreção, não possuem moléculas transportadoras específicas para eles. Essas 
características reforçam a natureza moduladora desses compostos. 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 4, Pág. 137 a 139) 
16. Qual a importância de encerrar a transmissão sináptica? 
Caso não houvesse o encerramento da transmissão sináptica, o neuromediador 
permaneceria na fenda sináptica durante longos períodos, ligado ao receptor, e só 
lentamente, por difusão lateral, seria eliminado da fenda. Ocorreria permanência das 
ações sinápticas, seguida de dessensibilização dos receptores. Um mecanismo tão 
ágil e sofisticado no ligar seria lento e ineficaz no desligar. 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 4, Pág. 137 e 138) 
 
A remoção detransmissores da fenda nos tempos adequados é crucial à 
transmissão sináptica. Se as moléculas de transmissor liberadas em uma ação 
sináptica permanecessem na fenda após a liberação, isso iria impedir o surgimento 
de novos sinais. A sinapse iria se tornar refratária, principalmente em razão da 
dessensibilização dos receptores, resultante da exposição contínua ao transmissor 
Referência: Kandell pág 269 
17. O que são os neurotransmissores? 
Um ​neurotransmissor pode ser definido como uma substância que é liberada por 
um neurônio e que afeta um alvo específico de determinada maneira. Um alvo pode 
ser tanto um neurônio quanto um órgão efetor, como um músculo ou uma glândula. 
Assim como outros conceitos operacionais em biologia, o conceito de 
neurotransmissor não é preciso. Neurotransmissores são multiformes, lembrando 
outros agentes liberados em muitos aspectos e, ainda assim, diferenciando-se 
quanto ao sítio de ação e as circunstâncias. Os neurotransmissores costumam agir 
em alvos que estão próximos ao local de liberação, enquanto os hormônios são 
liberados na corrente sanguínea para agirem em alvos distantes. 
18. Quais são os principais neurotransmissores, suas funções e onde estão 
localizados? 
Alguns dos mais conhecidos são: acetilcolina, norepinefrina, epinefrina, histamina, ácido 
gama-aminobutírico (GABA), glicina, serotonina e glutamato. 
Acetilcolina 
É liberada em todas as junções neuromusculares dos vertebrados por neurônios motores 
espinais. No sistema nervoso vegetativo, ela é o neurotransmissor de todos os neurônios 
pré-ganglionares e dos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos. É o principal 
neurotransmissor do sistema ativador reticular que modula o alerta, o sono, a vigília e outros 
aspectos críticos da consciência humana. 
Transmissores do tipo catecolamina (dopamina, noradrenalina e adrenalina) 
 
Serotonina 
A serotonina e as catecolaminas noradrenalina e dopamina estão envolvidas na depressão, um 
importante transtorno do humor. É encontrado nos núcleos da rafe do tronco encefálico e 
distribuído amplamente pelo encéfalo e pela medula espinhal. 
Obs.: As medicações antidepressivas inibem a recaptação da serotonina, da noradrenalina e da 
dopamina, aumentando a magnitude e a duração da ação desses transmissores, o que, por sua 
vez, leva a mudanças na sinalização e na adaptação celular. 
Histamina 
Atua quando liberada por mastócitos na reação inflamatória e no controle da vasculatura, do 
musculo liso e das glândulas exócrinas. Esta concentrada no hipotálamo, um dos centros de 
controle da secreção de hormônios. 
Aminoácidos transmissores 
O GABA está presente em altas concentrações em todo sistema nervoso central, sendo 
também detectável em outros tecidos. Ele é utilizado como neurotransmissor por uma classe 
de neurônios inibitórios na medula espinhal. No encéfalo, o GABA é o principal 
neurotransmissor de vários neurônios e interneurônios inibitórios, como neurônios espinhosos 
médios do estriado, interneurônios estriatais, células em cesto cerebelares e hipocampais, 
células de Purkinje do cerebelo, células granulares do bulbo olfatório e células amácrinas da 
retina. 
Trifosfato de adenosina (ATP) e adenosina 
Glutamato 
Principal neurotransmissor excitatório 
GABA 
Principal neurotransmissor inibitório 
(ERIC R. KANDEL, Princípios de Neurociência, Pág. 261) 
 
 
 
 
19. O que é o potencial pós-sináptico excitatório? 
Os receptores sinápticos não são tão seletivos para o íon que atravessará a 
membrana quanto os canais iônicos dependentes de voltagem. Por isso é comum a 
passagem de íons diferentes através do mesmo receptor. Se predominar o fluxo de 
Na+ (de fora para dentro da célula), a ligação do mediador com o receptor provoca 
uma despolarização da membrana pós-sináptica c o receptor é então dito 
despolarizante ou excitatório, porque a despolarização aproxima a membrana do 
neurônio pós-sináptico do limiar de disparo de potenciais de ação. O potencial 
sináptico correspondente é chamado potencial pós-sináptico excitatório (PPSE). 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 4, Pág. 129) 
20. O que é o potencial pós-sináptico inibitório? 
Em contraste, se predominar o fluxo de Cl- (também de fora para dentro da célula), 
ou de K ' (de dentro para fora), a reação ligante-receptor provoca uma 
hiperpolarização e o receptor é então chamado hiperpolarizante ou inibitório, porque 
a hiperpolarização afasta o neurônio pós-sináptico do limiar, tornando mais difícil o 
aparecimento de PAs. O potencial hiperpolarizante chama-se potencial pós-sináptico 
inibitório (PPSI). 
(ROBERTO LENT, Neurociência Celular, Cap. 4, Pág. 129) 
 
 
21. Como esses potenciais se somam? 
SOMA TEMPORAL 
Quando a mesma fibra pré-sináptica dispara potenciais de ação em rápida 
sucessão, os potenciais se somam 
 
SOMA ESPACIAL 
Quando dois ou mais sinais de entrada pré-sinápticos são simultâneos, seus 
potenciais individuais se somam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guia do Tutor 
 
1.​ ​Objetivo Principal do Problema: 
 
O primeiro problema do módulo IV tem o objetivo principal de fornecer ao aluno do segundo 
período de medicina uma visão geral da organização do Sistema Nervoso: quais são seus 
componentes e quais são os fundamentos do seu funcionamento, divisões macroscópicas 
do sistema nervoso central e periférico. 
 
 
Referências mínimas: 
 
 
1. Ângelo Machado: Neuroanatomia Funcional. 3 a Edição 
·​ ​Capitulo 2 
·​ ​Capítulo 3: ​ Tecido Nervoso 
 
2. Kandell capítulos: Tipos celulares do sistema nervoso- capítulo 4 ​As células do 
sistema nervoso 
Sinapses – capítulo 8 ​Visão geral da Transmissão sináptica 
Capitulo 12 ​Liberação de neurotransmissores 
Capitulo 13 ​Neurotransmissores 
 
3. ​LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de 
Neurociência. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. 
Capítulo 3 ​As unidades do sistema nervoso 
 
Capitulo 4 ​Os chips neurais 
 
4. Guyton & HALL: Tratado de fisiologia médica. 12ed. 2011. 
Achei bem ruim essa parte no Guyton! 
. ​Capítulo 45​: Organização do sistema nervoso central, funções básicas das sinapses e 
neurotransmissores.

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