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Atividades Discursiva - Direito Administrativo 1

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Curso: Direito Disciplina: Direito Administrativo I 
Aluno: Carlos Edmar Carvalho de Paula Semestre: 5º 
 
 
Atividade Discursiva (Proposta): 
"Como todo acontecimento de largo impacto, a pandemia na saúde mundial já ganhou sigla de identificação (Covid-
19) que lhe conferiu vida própria, relevante e conhecida ao ponto de lhe dispensar de qualquer apresentação. Ainda que 
não tenhamos precisão quanto ao alcance dos impactos sociais, econômicos e mesmo políticos oriundos da pandemia, 
temos todos a certeza de que serão profundos e duradouros. Entretanto, neste breve ensaio pretendo refletir a respeito 
das repercussões da situação de emergência no Direito Administrativo, notadamente diante das muitas referências em 
discussões travadas com o auxílio de instrumentos tecnológicos que nos permitem superar a distância física e alcançar a 
imensidão do mundo virtual. Não há dúvidas a respeito da importância desse ramo do conhecimento jurídico no momento 
em que se trata de disciplinar a resposta do Estado, por meio dos órgãos e entidades que compõem a Administração 
Pública, no gerenciamento de uma situação de emergência que exige ações variadas e coordenadas, com o uso de 
recursos públicos e com vistas à proteção do interesse público." 
(MOTTA, Fabrício. O Direito Administrativo continua vivo durante a pandemia. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2020-abr-23/interesse-publico-direito-administrativo-continua-vivo-durante-pandemia 
- Acesso em: 04 ago. 2020). 
Considerando o contexto apresentado explique, de maneira fundamentada, no que consiste o Poder de Polícia no 
âmbito do Direito Administrativo brasileiro. Justifique sua resposta. 
 
 
Texto: 
O Poder de Polícia no âmbito da Administração Pública 
 
É sabido que o Estado, em seu primórdio, surge por meio da reunião de particulares que, por vontade coletiva, cria 
tal figura, concedendo-lhe poderes, entre eles o administrativo, afim de que fossem garantidos aos governados direitos 
fundamentais, tais como a vida, segurança e propriedade. É com a evolução do Estado, isto é, a instituição pública a 
serviço da coletividade que surgem as diversas necessidades de disciplinar as relações sociais, obviamente, com o intuito 
de preservar a ordem pública. 
Tendo em vista a ideia de Estado supramencionada e a estabilidade das relações sociais é que se manifestam os 
poderes administrativos como ferramentas que, acima de tudo, aspiram o interesse coletivo. Dentre esses poderes, 
encontra-se o poder de polícia, cujo fundamento se baseia no princípio da supremacia do interesse público. Isto significa 
que, quando o Estado intervê em certa situação de desarmonia social, fazendo o uso deste poder, ele impõe restrições 
ao interesse do particular em favor do interesse da coletividade. Segundo Hely Lopes Meirelles: “Poder de Polícia é a 
faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso, o gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. O Poder de polícia é o mecanismo de frenagem de que 
dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual” (MEIRELLES, 1999, p.115). 
É evidente que o mencionado poder não deve ser exercido, se não quando atenda os interesses sociais ou os 
interesses do próprio Estado. Todavia, desde que desempenhado por órgão competente, dentro dos limites previstos em 
lei e, imperiosamente, observado o devido processo legal, de outro modo, caracterizar-se-á, entre outras possíveis 
irregularidades, o desvio de poder. 
No que tange a suas principais prerrogativas, o poder de polícia pode se dar de forma discricionária, estas são 
situações em que a norma jurídica permite lacunas para certas liberdades que, mediante o interesse público necessitam 
ser coibidas. Por outro lado, nas situações em que a lei prevê claramente as soluções, o poder de polícia se apresenta de 
forma vinculativa. A autoexecutoriedade é outra prerrogativa desse poder. Como o próprio nome pressupõe, diz respeito 
a imediata execução de seus atos praticados, sem necessitar de manifestação judicial. A coercibilidade é uma de suas 
prerrogativas mais importantes, pois, evidencia a imperatividade dos atos desse poder, obrigando o particular a atender 
o comando da Administração Pública, mediante limitação de sua liberdade de atuação, caracterizando uma obrigação de 
não fazer. Entretanto, as ações do poder de polícia têm limites. A Administração Pública não pode exceder os princípios 
normativos, o ordenamento jurídico como um todo, muito mesmo a direitos fundamentais constitucionais. Dessa forma, 
princípios como o da proporcionalidade, razoabilidade e legalidade impõe fortes demarcações à atuação deste poder. 
Conclui-se que o poder de polícia é uma ferramenta de relevante importância para que a Administração Pública 
exerça suas atividades, fiscalizar, controlar ou restringir o uso de bens, ou ainda, o exercício de direitos do particular em 
prol dos interesses da coletividade. 
https://www.conjur.com.br/2020-abr-23/interesse-publico-direito-administrativo-continua-vivo-durante-pandemia

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