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ARTIGO DIREITO ADMINISTRATIVO

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13
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
OS LIMITES DO PODER DE POLÍCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
JOSÉ ALDENIZIO LIMA REGO
Rio Branco/AC
2019
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
OS LIMITES DO PODER DE POLÍCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
JOSÉ ALDENIZIO LIMA REGO
Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Direito Administrativo.
Rio Branco/AC
2019
OS LIMITES DO PODER DE POLÍCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Autor[footnoteRef:1] José Aldenizio Lima Rego [1: jose.aldenizio@tjac.jus.br] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
 
RESUMO:
O presente estudo tem a estima de abordar a importância sobre os limites do poder de polícia da administração pública. A metodologia utilizada foi: pesquisas bibliográficas, jurisprudência e legislação jurídica brasileira. Inicia-se do exame do conceito legal e doutrinário do poder de polícia e depois se analisa a diferença entre poder de polícia administrativa e poder de polícia judiciária. Após, destaca-se a hipóteses de delegação e os ciclos do poder de polícia. Conclui-se ao final, destacando pontos importantes da atuação do poder de polícia e seu benefício em favor da coletividade. O poder de polícia se mostra como uma ferramenta de grande importância do Estado na sociedade atualizada e deve ser analisada a fundo sobre seus benefícios e limites para o avanço do bem-estar social.
Palavras-Chaves: Limites. Poder de Polícia. Administração Pública.
INTRODUÇÃO
É evidente que o Estado necessita atuar baseado na Supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público. Destarte, entende-se que o que for de benefício para a sociedade como um todo se sobrepõe ao interesse do particular. Nesta acepção, é imprescindível o respeito e consideração às regras constitucionais e infraconstitucionais para que prevaleça o convívio harmonioso entre os cidadãos.
Passa a existir, deste modo, o poder de polícia para limitar os direitos de liberdade ou propriedade dos particulares, em prol da coletividade em geral. Entretanto, é pertinente deixar claro que, a Administração Pública embora detenha o poder de restringir a liberdade e propriedade do particular, deve atuar em concordância com o ordenamento jurídico.
Assim sendo, foram analisados os conceitos doutrinários e também o conceito legal do Poder de Polícia, bem como os fundamentos que diferenciam o poder de polícia administrativa e polícia judiciária. Buscou-se demonstrar de maneira objetiva as conjunturas por assim dizer sobre o poder de polícia, de modo que se pode destacar a possibilidade de delegar os atos de fiscalização e consentimento pelo poder público ao particular.
Observou-se também, os aspectos relacionados à discricionariedade, ou seja, conveniência e oportunidade da administração pública e a vinculação do poder de polícia. Destaca-se ainda, o poder de polícia em sentido amplo, de maior abrangência e em sentido estrito.
De tal modo, a proposta do trabalho é demonstrar por meio de pesquisas bibliográficas jurídicas, doutrina, jurisprudência e na legislação jurídica brasileira, como se dá atuação do Poder de Polícia, são seus benefícios e os limites deste dentro da Administração Pública. Vale salientar que, esse trabalho, não visa exaurir o tema proposto, mas sim apresentar uma maior concepção da atuação da Administração Pública. Atuação essa que se dá por meio de limitações à liberdade e propriedade do particular, sob o comando de melhor interesse para a coletividade em geral.
Por fim, faz-se importantes considerações sobre o tema proposto, bem como uma breve conclusão sobre a atuação e os limites do uso do poder de polícia e seus benefícios em favor da sociedade.
1. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
De acordo com DANTAS (2019), a Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, sendo dividida em administração direta e indireta.
Administração pública é um conceito da área do direito que descreve o conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a gestão de certas áreas de uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, etc. Administração pública também representa o conjunto de ações que compõem a função administrativa.
A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos e interesses dos cidadãos que administra. Na maior parte das vezes, a administração pública está organizada de forma a reduzir processos burocráticos. Também é comum existir a descentralização administrativa, no caso da administração pública indireta, que significa que alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços.
Um indivíduo que trabalha na administração pública é conhecido como gestor público, e tem uma grande responsabilidade para com a sociedade e nação, devendo fazer a gestão e administração de matérias públicas, de forma transparente e ética, em concordância com as normas legais estipuladas. Segundo explana DANTAS (2019), quando um agente público incorre em uma prática ilegal contra os princípios da Administração Pública, ele pode ser julgado por improbidade administrativa, conforme a lei nº 8.429 de 2 de Junho de 1992.
A administração pública no Brasil já passou por três fases: a fase patrimonialista durante a era do Império, burocrática na era Vargas e gerencial fase mais recente que está sendo implementada.
1.1 Administração Pública Direta e Indireta
Segundo o que explana a doutrina DANTAS (2019) a administração pública pode ser direta ou indireta. A administração pública direta é desempenhada pelos Poderes da União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. Estes órgãos não são dotados de personalidade jurídica própria. As despesas inerentes à administração são contempladas no orçamento público e ocorre a desconcentração administrativa, que consiste na delegação de tarefas. 
A administração pública indireta é a transferência da administração por parte do Estado a outras pessoas jurídicas, sendo que essas pessoas jurídicas podem ser fundações, empresas públicas, organismos privados, etc. Neste caso ocorre a descentralização administrativa, ou seja, a tarefa de administração é transferida para outra pessoa jurídica. 
2. O PODER DE POLÍCIA
Segundo PEREIRA (2013) o poder de polícia, trata-se de atividade estatal que limita o exercício dos direitos individuais em prol do interesse coletivo.
Conceito legal (artigo 78, do Código Tributário Nacional):
“Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.
O Poder de Polícia reparte-se entre o Legislativo e Executivo,com base no princípio da legalidade, que impede que a Administração imponha obrigações ou proibições sem lei que as preveja, trata-se, portanto, de limites de atuação.
Conceito em sentido amplo: Atividade do Estado em condicionar a liberdade e a propriedade conforme os interesses coletivos.
Conceito em sentido restrito: são intervenções, geral ou abstrata, como os regulamentos, na forma concreta e específica. Ex. autorização de licenças, injunções.
 2.1 Áreas de Atuação do Poder de Polícia
Como explana, PEREIRA (2013), as áreas de atuação do Poder de Polícia se dividem em duas e vamos reporta-las, por conseguinte. Preventiva: tem por escopo impedir ações antissociais. Repressiva: punição aos infratores da lei penal.
A Polícia Administrativa atua conforme os órgãos de fiscalização atribuídos pela lei, como na área de: Saúde, Educação, Trabalho, Previdência, Assistência social. 
A Polícia Administrativa atua na forma: Preventiva (pelas polícias, civil e militar): proibindo porte de arma ou direção de veículo automotor. Repressiva: apreende arma usada indevidamente ou licença do motorista infrator; aplicando multa. A Polícia Judiciária atua na forma: Preventiva: evitando que o infrator volte a incidir na mesma infração, conforme o interesse geral. Repressiva: punindo o infrator da lei penal. 
2.2 Meios de Atuação do Poder de Polícia
Segundo explana PEREIRA (2013), os Atos Normativos: Promovidos pela lei, em que cria limites administrativos ao exercício dos direitos e das atividades individuais, estabelecendo normas gerais e abstratas às pessoas indistintamente, em idêntica situação. Disciplina a aplicação da lei aos casos concretos. Ex. Poder Executivo, quando baixa Decretos, Resoluções e Instruções.
Atos Administrativos e operações materiais. Medidas preventivas: Objetiva adequar o comportamento individual à lei. Como: fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença.
Medidas repressivas: Tem por finalidade coagir o infrator ao cumprimento da lei, como: dissolução de reunião, apreensão de mercadorias deterioradas, internação de pessoas com doença contagiosa.
2.3 Características e Atributos do Poder de Polícia
Conforme explana, PEREIRA (2013), as características e por assim dizer atributos do Poder de Polícia são; Vinculariedade: Significa que a Administração deverá agir conforme os limites estabelecidos em lei, sem qualquer possibilidade de opção. Ex. alvará de licença. 
Discricionariedade, que é quando a lei deixa certa margem de liberdade de apreciação quanto ao motivo ou o objeto, devendo a Administração decidir qual o melhor momento de agir, o meio de ação adequado, qual a sanção cabível prevista na norma. Ex. alvará de autorização. 
Autoexecutoriedade, que é ato de agir da Administração com os próprios meios, executando suas decisões sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Compele a Administração materialmente o administrado, por meios diretos de coação. Ex. dissolve uma reunião, apreende mercadorias, interdita uma fábrica.
Coercibilidade que se trata de uma imposição coativa das medidas adotadas pela Administração. 
Indelegabilidade, que é uma atividade típica estatal, sendo que somente o Estado pode exercer, envolvendo o exercício de prerrogativas próprias do poder público, como repressão, que não podem ser exercidas por um particular, exceto quando este esteja investido legalmente por via de cargo público.
3. FUNDAMENTAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA
O poder de polícia administrativa se fundamenta no princípio da predominância do interesse público sobre o do particular, dando a Administração Pública uma posição de supremacia sobre os particulares. De acordo com SILVA (2009), a supremacia esta, que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades, revelando-se nos mandamentos constitucionais e nas normas de ordem pública, em favor do interesse social.
O poder que a atividade da polícia administrativa expressa é o resultado da sua qualidade de executora das leis administrativas. Para exercer estas leis, a Administração não pode deixar de exercer sua autoridade indistintamente sobre todos os cidadãos que estejam sujeitos ao império destas leis. Daí manifesta-se na Administração uma supremacia geral.
O prazo prescricional para aplicação de sanção é de 5 (cinco) anos, podendo ser interrompido ou suspenso, conforme o caso (Lei n. 11.941/09).
Cabe a polícia administrativa, manutenção da ordem, vigilância, e proteção da sociedade, assegurando os direitos individuais e auxiliando a execução dos atos e decisões da justiça.
A atividade da polícia administrativa é multiforme. A polícia precisa intervir sem restrições no momento oportuno, motivo pelo qual certa flexibilidade ou a livre escolha dos meios é inseparável da polícia administrativa.
3.1 Polícia Administrativa e Polícia Judiciária
Importante salientar que o poder de polícia exercido pelo Estado pode incidir tanto na área administrativa quanto na área judiciária. PATAKI (2016) explana que a doutrina costuma apontar como diferença o fato da polícia administrativa ter caráter preventivo, pois tem por objeto impedir ações antissociais, e a polícia judiciária ter caráter repressivo, pois tem por objeto punir os infratores da lei penal.
Muito se confunde o Poder de Polícia Supremacia do interesse público com o Poder da Polícia Corporações da área de Segurança Pública. Pois bem, de uma forma geral, o Poder de Polícia Limitação Administrativa é considerado mais abrangente do que o Poder da Polícia Administrativa e Judiciária. 
O Poder de Polícia Administrativa atua de forma preventiva quando emite portarias, regulamentos, com a finalidade de adequar horários de festas, de funcionamento de estabelecimentos, dentre outros. 
Exerce sua função de forma repressiva quando, dispersa multidões que não observam a lei, apreende materiais irregulares para a venda. Também atua fiscalizando quando, inspeciona produtos para o consumo, vistoria de automóveis, com o intuito de prevenir danos às pessoas.
Portanto, a Polícia Administrativa tem como função específica, exercer atividades de natureza tipicamente administrativa, fazendo valer o que já está legalmente previsto. Dessa maneira, aplica na prática a supremacia do interesse público no caso concreto, ou seja, atua quando há a necessidade de restringir os direitos de liberdade e propriedade do particular. 
4. LIMITES DO PODER DE POLÍCIA
De acordo com PEREIRA (2013), os limites do Poder de Polícia, são aqueles impostos pela lei, como: Competências, forma, fins: não eliminam direitos individuais, motivo, objeto. Proporcionalidade dos meios aos fins: exigência em relação a limitação ao direito individual e o prejuízo ao ser evitado.
Necessidade: tem por fito evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações ao interesse público. Eficácia: medida adequada para impedir dano ao interesse coletivo.
Destarte explana FREITAS (2015), que é evidente a comprovação da importância do papel do poder de polícia na sociedade. Principalmente na sociedade moderna, na qual vivemos, pois revela vários fatores que podem ser prejudiciais ao interesse público, como o respeito à função social da propriedade particular, seja urbana ou rural, o respeito às questões ambientais etc., entretanto, este poder não poder ser utilizado de forma indiscriminada, muito pelo contrário, o poder de polícia deve ser limitado de forma a ser usado de maneira justa, proporcional e coerente aos seus objetivos.
É importante salientar que o principal limitador do poder de polícia é a lei, pois embora, como visto, seja um poder eminentemente discricionário, isto não autoriza a Administração a extrapolar aquilo que a lei autoriza e em alguns casos incorrer em excesso ou desvio de poder.
Destarte, temos que o aparato jurídico que disponibilizamos deve ser utilizado de modo a frear qualquer tentativa de avançar e extrapolar daquilo que a lei permite e considera razoável. Assim sendo, o administrador deve estar adstrito a vontade da lei, já que sua legalidade é diferente da legalidade dos particulares, pois enquantoque os particulares podem fazer tudo aquilo que não está proibido em lei, a Administração Pública só pode fazer o que estar permitido em lei, daí temos a adstrição à lei.
Além do sentido da legalidade, podemos trazer mais dois aspectos limitadores ao poder de polícia: a moralidade e a proporcionalidade. Ainda como explana, FREITAS (2015), a moralidade, por si só, já representa um limitador natural das ações dos homens. Sendo assim, ao atuar com poder de polícia, o administrador deve agir de forma moral, que abarca a conduta de probidade administrativa. Por isso, a conduta do agente ao exteriorizar o poder de polícia deve ser manifestada de forma proba, ou seja, moral, de modo a atuar com equidade. 
No que tange a proporcionalidade, o poder de polícia deve se manifestar de modo a respeitar os limites da precisão e da adaptação. Deste modo, há uma formidável explanação de José dos Santos Carvalho Filho (2009, p.80):
“O princípio da proporcionalidade deriva, de certo modo, do poder de coerção de que dispõe a Administração ao praticar atos de polícia. Realmente, não se pode conceber que a coerção seja utilizada indevidamente pelos agentes administrativos, o que ocorreria, por exemplo, se usada onde não houvesse necessidade. Em virtude disso, tem a doutrina moderna mais autorizada erigido à categoria de princípio necessário à legitimidade do ato de polícia a existência de uma linha proporcional entre os meios e os fins da atividade administrativa. ”
A performance do poder de polícia quando não implica respeita os seus limites, acaba se transformando em um grande vilão para o interesse público, pois retira a eficiência e a confiança dada a um instrumento de limitação legitimado por sua condição de priorizar o coletivo versus o individual.
Mais um limitador do poder de polícia tem a ver com a finalidade, ou seja, o seu intuito de atuação. Neste sentido, o poder de polícia está restringido em função de atender ao interesse público. Neste caso, a autoridade que não visa o interesse público na utilização do poder de polícia está afrontando um de seus limites e poderá acarretar em consequências civis, penais e administrativas. 
Após essa análise dos limites de atuação do poder de polícia, notamos que deve haver uma adequação entre os direitos individuais assegurados na Carta Magna e o interesse da coletividade ajustado por uma boa atuação da Administração Pública.
Pois o cidadão concede parcela de seus direitos visando que o Estado lhe ofereça em troca garantias como segurança, ordem, higiene, bem-estar, entre outros. Sendo assim, o uso dos direitos individuais continua normal, embora relativizado em algumas circunstâncias em prol do social, porém estas restrições não autorizam nenhum tipo de abuso pela Administração Pública.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A globalização e o novo modelo de governo em que se busca uma otimização de tempo, uma qualificação de agentes e de modelo administrativo e uma liberalidade que leva ao desapego a burocracia que antes era base para o serviço público nos leva a ver que não se faz mais necessário.
O trabalho demonstrou como se dá a atuação do poder de polícia. Restou evidenciado o entendimento pacífico, tanto por parte da doutrina como da legislação em geral que, o interesse geral deve prevalecer sobre o interesse individual. Dessa forma, verificou-se que é inerente ao poder de polícia a discricionariedade, como regra, de modo que é desnecessária autorização judicial para a imposição de obrigação de fazer ou não fazer ao particular.
Sobre o conceito de Poder de Polícia, há um empenho da doutrina em proporcionar um mais perfeito e apropriado entendimento sobre o tema, mesmo tendo previsão legal do conceito de poder de polícia. 
Importante destacar também, as fases ou ciclos de polícia. Ressaltou-se que, embora seja do poder público o monopólio de intervir na esfera privada das pessoas, é possível a delegação de atos de fiscalização e consentimento, ao particular. Busca-se dessa forma, o melhor cumprimento por parte dos particulares de regras impostas pelo poder de polícia, trazendo assim, benefícios para o maior número de pessoas possível.
O poder de polícia é de suma importância para manter a harmonia social, uma vez que seu objetivo maior é zelar pelo bem-estar social, de forma que dispõem de mecanismos para garantir que tal fundamento seja respeitado, e da mesma forma existem dispositivos que asseguram os limites dessa discricionariedade de maneira a não permitir o abuso dos atos praticados, sendo assim uma vez que o interesse particular comprometer o bom andamento das relações sociais surge então o poder dever da administração intervir e se necessário for usar dos meios coercitivos para estabelecer a harmonia.
Para concluir o presente trabalho, se pode afirmar que a atuação do Poder de Polícia é de fundamental importância sob o ponto de vista de que o interesse da coletividade em geral deve prevalecer sobre o individual, trazendo com isso, benefícios ao convívio social. Contudo, vale frisar que, não há que se falar em arbitrariedade no uso do poder de polícia, mas sim, em atuar em consonância com os princípios e fundamentos constitucionais, bem como da legislação vigente. Nessa linha, garante-se a ordem e a paz social tão almejada entre todos. 
Tendo em vista a problemática apresentada, bem como o exposto no artigo cientifico de uma forma simples e coesa, faz surgir à necessidade de algumas respostas. 
Para concluir, é pertinente perceber que o Estado só tem a crescer, economicamente, satisfatoriamente e politicamente quando cumprido a eficiência, vez que estamos tratando de serviços essenciais para a coletividade, que necessitam de presteza e rapidez para sua efetivação eficaz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988).  Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Acesso em 29 de set 2019.
BRASIL. Lei nº 8.429 de 2 de Junho de 1992. Lei de Improbidade Administrativa. Acesso em 29 set. 2019
BRASIL. Lei n° 5.172 de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. Acesso em: 01 out. 2019.
CARVALHO, José dos Santos Filho. Manual de direito administrativo. 21. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris: 2009.
DANTAS, Tiago. Administração Pública; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/politica/administracao-publica.htm. > Acesso em 02 de out de 2019.
FREITAS, karina Costa. Limites ao poder de polícia. Revista Jurídica Conteúdo Jurídico 2015. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/44214/limites-ao-poder-de-policia>. Acesso em 02 out. 2019.
LAURO, Eleandro José. A Atuação do Poder de Polícia. Revista Jurídica Âmbito Jurídico, 2019. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/a-atuacao-do-poder-de-policia/>. Acesso em 30 set. 2019.
PATAKI, Arion Alvaro. Poder de Polícia - Breves considerações sobre o exercício do poder de polícia pela Administração Pública em prol dos interesses da coletividade. Revista Jurídica Direitonet. 2009. Disponível em:< https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2649/Poder-de-Policia. > Acesso em 01 de out. 2019
PEREIRA, Luiz Fernando. Poder de polícia no Direito Administrativo brasileiro: breves noções. Revista Jurídica jusbrasil. 2013. Disponível em <https://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/111870316/poder-de-policia-no-direito-administrativo-brasileiro-breve-nocoes>. Acesso em 02 out. 2019.
SILVA, Flavia Martins André, O poder de polícia. Revista Jurídica Direitonet. 2009. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2634/O-poder-de-policia>. Acesso em 30 set 2019.

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