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Increasing beef production could lower greenhouse gas emissions in Brazil if decoupled from deforestation Aumentar a produção de carne poderia reduzir a emissão de gases do efeito estufa no Brasil se dessassociado do desmatamento Isabela Bessa, Maria Carolina Landim, Maria Eduarda Oliveira, Natiane Viana, Thaís Cancela Autores: • R. de Oliveira Silva (School of Mathematics, The University of Edinburgh; Research Division, SRUC) • L. G. Barioni (Embrapa Agriculture Informatics) • J. A. J. Hall (School of Mathematics, The University of Edinburgh) • M. Folegatti Matsuura (Embrapa Environment) • T. Zanett Albertini (Luiz de Queiroz College of Agriculture) • F. A. Fernandes (Embrapa Pantanal) • D. Moran (Research Division, SRUC) Ideia central Foi desenvolvido um modelo matemático para analisar as emissões de gasses de efeito estufa em duas formas diferentes de produção no Cerrado brasileiro, de acordo com vários cenários de demanda de mercado O Modelo Matemático • Modelo de programação linear (“Methods and Supplementary Methods”); • Representa a produção de carne (pecuária bovina) sujeita a diferentes cenários de demanda de mercado e de tipos de pastagem; • Combina variáveis econômicas e bioeconômicas; • Leva em consideração a relação entre demanda de carne do mercado, intensificação da produção, desmatamento, e a dinâmia de reposição de carbono ao solo; • Estima: emissão de gases causadores de efeito estufa (incluindo as emissões pelos próprios animais), mudanças no índice de carbono orgânico no solo (SOC), perda de biomassa devido a desmatamento, dentre outros; • Indica como as taxas de desmatamento influenciam na intensidade da emissão de gases causadores de efeito estufa. Os modelos de produção comparados: CLD e DLD CLD: Coupled livestock-deforestation DLD: Decoupled livestock-deforestation A taxa de desmatamento está diretamente relacionada à demanda na produção, ou seja, quanto maior o tamanho do rebanho, maior a área que será desmatada. A taxa de desmatamento não está relacionada à demanda na produção, ou seja, o aumento do tamanho do rebanho não requer o desmatamento de novas áreas. A estratégia de produção do CLD baseia-se na expansão de terras. Foram usados, então, parâmetros comparativos do método de produção de 1970. Quando a demanda de mercado aumenta, é necessário o desmatamento e ocupação de novas terrras para aumentar a produção. Por outro lado, quando a demanda de mercado diminui, a produção diminui, reduzindo os gases emitidos pelo gado e o desmatamento é o mínimo possível. A estratégia de produção do DLD, por outro lado, baseia-se no melhoramento de pastagens, recuperação do solo, fertilização, mecanização, dentre outros. O aumento da produção não requer o desmatamento de novas áreas. Neste caso, o aumento na emissão de gases estufa se deve basicamente à emissão pelos animais do rebanho. Além disso, as pastagens de raízes profundas aumentam a captação de CO2 atmosférico e a concentração do carbono orgânico no solo. Por outro lado, uma diminuição na demanda do mercado, e uma consequente produção menor, levam a um aumento na emissão dos gases de efeito estufa. Num sistema de alta produtividade, baixa demanda reduz os incentivos financeiros para manter a pastagem de alta qualidade, a pastagem degrada, causando perda de matéria orgânica e de carbono orgânico no solo. DBAU: baseline demand (demanda base) Broiler meat: carne de frango Pasture: pastagem Fertilizer: fertilizante Inputs and services LCA (life cycle assessment): insumos e serviços de manutenção do ciclo Deforestation: desmatamento Change in emissions: mudança nas emissões Conclusão: no método CLD, ocorre uma pequena diminuição nas emissões de gases efeito estufa em cenários de baixa demanda de mercado. Com o aumento da demanda, ocorre aumento considerável nas emissões, principalmente devido ao desmatamento DBAU: baseline demand (demanda base) Broiler meat: carne de frango Pasture: pastagem Fertilizer: fertilizante Inputs and services LCA (life cycle assessment): insumos e serviços de manutenção do ciclo Deforestation: desmatamento Change in emissions: mudança nas emissões Conclusão: no método DLD, ocorre aumento nas emissões em cenários de baixa demanda de mercado. Por outro lado, aumento na demanda de mercado leva a uma considerável diminuição nas emissões, devido principalmente à pastagem de raízes profundas. Análise da intensidade das emissões Branco: emissão devido a degradação do solo, perda de carbono orgãnico no solo, nitrificação do solo Cinza: emissão devido ao desmatamento Preto: insumos, operações agrícolas, fertilizantes, sementes, maquinário, entre outros BAU: demanda base Emissions intensity: intensidade das emissões em Kg de CO2 por Kg de CWE CWE: equivalente a peso de carcaça Então qual é o melhor método de produção? Parâmetro K Foi criado no modelo matemático o “parâmetro K”. Esse parâmetro representa a variação (em porcentagem) da área de pastagem em relação a mudanças na demanda. Ele serve para analisar a relação entre a demanda de mercado e o desmatamento. Em 1970, K era aproximadamente 0,4, ou seja, para cada 1% de variação na demanda de mercado, a área de pastagem precisava ser aumentada em 0,4%. No método CLD, foi utilizado K=0,4. No método DLD, K tende a ser 0. DBAU: baseline demand (demanda base) Broiler meat: carne de frango Pasture: pastagem Fertilizer: fertilizante Inputs and services LCA (life cycle assessment): insumos e serviços de manutenção do ciclo Deoforestation: desmatamento Change in emissions: mudança nas emissões Método de produção ideal: quando K=0,1. Nesse cenário intermediário, 10% do aumento da produção deve-se ao desmatamento e 90% deve-se ao melhoramento das pastagens, fertilização, recuperação do solo, dentre outros. Análise crítica • As análises levam em conta a emissão relativa de gases de efeito estufa (a emissão por kg de CWE - equivalente a peso de carcaça). • O estudo foi feito baseado no modelo de produção e no ecossistema do Cerrado brasileiro, e não deve ser aplicado indiscriminadamente a outros locais. Devem ser levadas em consideração as características geográficas, sociais, econômicas, de ecossistema, clima, entre outros. • Algumas situações no modelo matemático não aconteceriam na realidade. Por exemplo: o desmatamento nunca vai ser zero; a reposição de carbono ao solo tem um limite de saturação; existe um limite para o aumento na produtividade sem aumentar o desmatamento; entre outros. • Apesar de não ser mencionado no artigo, melhoramento da pastagem também diminui a quantidade de metano emitida pelo gado. • O artigo não menciona o melhoramento genético, que aumenta a conversão alimentar pelo rebanho e diminui o tempo de engorda até o abate. • O melhoramento de pastagem diminui os gastos do produtor com outros tipos de alimentação, como o concentrado e a silagem. Perguntas? OBRIGADA
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