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FILOSOFIA DO DIREITO - PART 1 (CLAUDIA ALBAGLI)

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1 
 
 
Apresentação do curso 
A filosofia tem se mostrado uma competência 
extremamente relevante no processo de formação do 
profissional do direito num contexto em que a 
tecnologia supre determinados conhecimentos. Nessa 
perspectiva, cada vez mais é exigido do profissional que 
a sua formação transcenda um mero conhecimento de 
lei, este indivíduo tem que pensar além da caverna. 
 Hodiernamente, o direito é muito 
argumentativo. O intérprete que pode ser desde um 
advogado até um juiz é o responsável por elaborações 
e capacidades argumentativas que transcendam a mera 
aplicabilidade da lei – aplicação seca, ou dogmática -. 
Nesse prisma, a formação humanística se torna 
relevante. 
Conceito de Direito: 
É fato que a explicação sobre “O que é Direito” não 
tem uma resposta exata, e isso está ligado 
umbilicalmente ao desenvolvimento do pensamento 
jurídico, visto que este foi se modificando ao longo do 
tempo e a explicação sobre o que é direito também 
sofreu metamorfoses. O direito ele é plurívoco, porque 
não tem apenas um entendimento. As escolas que 
correspondem a esse universo são 
1- Direito como justiça (jusnaturalismo): 
A primeira definição que o direito ocidental alcança 
(referencia para o estudo da filosofia do direito). Direito 
nesse momento é um direito justo, gerando uma 
confusão entre fato e o valor porque hoje para nós o 
direito é fato/norma e a partir disso discutimos se a 
norma é justa ou não. Conquanto, nesse contexto não, 
direito é direito justo. 
 
 
Isso não se perde ao longo do tempo, ou seja, não se 
deve dizer que o conceito de justiça desaparece da 
filosofia do direito. A definição de direito como justiça é 
que irá mudar ao longo do tempo. 
Obs:. Se eu digo que direito é justiça, eu 
necessariamente estou associando a definição de direito 
a um valor porque a justiça é um valor. Não há 
uniformidade de entendimento em torno daquilo que é 
justo ou injusto. O fato de ser um valor e demandar 
uma explicação – alguém precisa dizer o que é justo - 
acabou por representar uma forma de exercício de 
poder e atuação de sentidos de justiça ao longo da 
história. 
Em todos os períodos da história os juristas irão afirmar 
que direito é justo. Contudo, o sentido de justiça não 
esteve o mesmo ao longo desse tempo justamente 
porque justiça é um valor e a possibilidade de uma 
pessoa compreender de diferentes formas esse valor, 
resulta na possibilidade de diferentes definições de 
justiça. 
Linha Histórica: 
Na antiguidade a justiça estava associada a crenças 
mitológicas para se discutir o sentido de justo. Os 
deuses eram vistos como ponto primordial, e se caso 
eles dissessem que algo era errôneo era aplicado uma 
punição a pessoa dizendo que ela tinha desacatado a 
justiça divida. Posteriormente, na história o conceito de 
justiça associa-se ao divino cristão, a lei divina. Se 
aproximando da modernidade há uma aproximação 
para a ideia racionalista. 
 O injusto é mais fácil de ser definido, sendo 
assim, se eu não consigo definir o que é justo, preciso 
ao menos falar o que é injusto porque dessa forma 
conseguiríamos excluir as situações onde não se pode 
2 
 
admitir um comportamento, facilitando a compreensão 
de justiça. 
Nesse cenário, passou-se a dizer que associar o direito 
com a justiça gera uma insegurança já que quem diz o 
que é justo são aqueles que detêm o poder. Isso 
ocasionaria incertezas as quais já não eram mais 
desejadas pelo direito. Com a ascensão do racionalismo 
e das escolas racionalistas do direito, procurou-se dar ao 
direito um caráter de ciência. Nas ciências humanas isso 
vem com muita força porque o que se entendia era 
que se nas ciências naturais era possível se pensar a 
partir de leis e formulas que induziam ao mesmo 
entendimento, as ciências humanas também tinham que 
buscar isso para que obtivessem o status de ciência. 
2- Direito como norma (positivismo jur) 
O movimento de racionalização do direito culmina nas 
chamadas codificações (surgimento dos códigos do 
direito) que é o primeiro passo para o positivismo 
jurídico. 
Positivistas: buscam excluir a dimensão valorativa do 
direito porque acham que isso relativiza o direito. 
Nesse contexto também temos o surgimento do 
estado moderno, resultando no surgimento do PODER 
LEGISLATIVO: no momento em que este poder é 
identificado como o conformador da norma e o 
individuo passa a ter uma personificação de quem vai 
elaborar essa norma. Antes do poder legislativo havia 
vários poderes legislativos porque dentro do sistema 
feudal o senhor é quem fazia sua lei. Havia uma 
pluralidade de fontes do direito e com a formação do 
Estado Moderno há a eliminação dessa pluralidade e 
uma concentração das fontes do direito no Estado que 
tem entre os seus poderes, o PODER LEGISLATIVO. 
Com isso, nós passamos a ter o conceito de direito 
como norma – embora não seja o mesmo que lei. A lei 
é o formado pelo qual a norma pode ser veiculada, 
portanto, eu posso ter uma lei que não tenha nenhuma 
norma. Assim como é possível se ter uma lei com cem 
artigos e três normas, ou uma lei com dez artigos e 
apenas vinte normas. O FATO DE SER LEI OU DE TER 
UM DETERMINADO NÚMERO DE ARTIGOS NÃO 
SIGNIFICA QUE CADA UM DESSES ARTIGOS 
CORRESPONDE A UMA NORMA. PRECISAMOS 
LEMBRAR QUE NORMA É UMA PRESCRIÇÃO DE 
CONDUTA: se um artigo de lei não prescreve conduta 
não tem norma. Também se pode ter uma 
portaria/resolução que prescreva normas, ex:. Quem 
determina o que são substancias entorpecentes é o 
Ministério da Saúde. Essa portaria tem caráter 
normativo e é a partir dela que podemos definir quem 
pode ou não ser preso por tráfico de entorpecentes. 
Lei conceitual: lei que define apenas conceitos 
orçamentários e não normatiza uma conduta. 
 
3- 
Direito como cultura:(culturalismo) 
Consoante aos culturalistas, não é possível pensar a 
norma jurídica apartada da realidade cultural. A norma 
jurídica é uma consequência prática da existência de 
uma cultura social. Para os culturalistas o direito é antes 
de tudo, um objeto cultural. Determinadas normas 
jurídicas só de justificam mediante a realidade cultural 
de uma sociedade. Os culturalistas farão essa associação 
entre direito e cultura se valendo de uma análise 
profunda da dimensão cultural, e irão recorrer a bases 
filosóficas que explicam o que é essa cultura para dizer 
que direito é cultura – baseada em valor -. 
A norma é consequência daquilo que a sociedade 
valora como certo ou errado. 
4- 
Direito como linguagem (pós positivismo) 
A associação do direito e da linguagem, relacionado ao 
pós-positivismo, obtém como contexto o predomínio 
da concepção positivista. 
3 
 
Após o fim das duas grandes guerras, formou-se uma 
reflexão sobre o real papel do direito: se o direito 
consiste em seguir a norma, ou proteger o homem. O 
direito desloca-se da questão do pensamento 
normativo e passa a focar mais na defesa do homem e 
na medida em que o pós-positivismo agrega essa 
vertente de proteção ao ser humano, utiliza como 
princípio, a norma prescritiva de uma conduta, para 
justamente sancionar o homem. Hoje em dia, a partir 
de um discurso principiológico, já são possíveis 
exceções que visem proteger a dignidade do homem. 
Jusnaturalismo cosmológico: Platão, Aristóteles, 
Epicurismo, Estoicismo 
Ideia de existência de um direito natural que advém da 
natureza das coisas e é eminente à existência humana. 
Um exemplo é disso é o direito à vida. A proteção do 
direito à vida já é da própria natureza das coisas. 
Características: 
 Defesa de um direito inato. 
 Perenidade do direito, ou seja, permanência, 
imutabilidade. Se há um direito natural, ele permanece 
sempre. 
 Noção de universalidade. O direito natural é 
universal, válido em qualquer lugar do mundo. Num 
contexto eurocêntrico, essa visão também era uma 
forma de dominação, à medida que oseuropeus 
estavam impondo suas ideias ao resto do mundo. 
 Fundamento metafisico: a premissa é algo que 
não seja material e sim metafisico; Cosmos, Deus. 
 Baseado em valores: a base do jusnaturalismo é 
uma justificativa valorativa que é a justiça. 
 
Fases do Jusnaturalismo 
Cosmológico: século IV a.c. – século V d.c. Leis eternas 
e imutáveis que regem o funcionamento do cosmos 
Teológico: Século V d.c. – século XV ou XVIII d.c. 
Período jusnaturalista em que a ideia de direito natural 
está associada ao Deus cristão. Costumeiramente 
associa-se que essa fase surge com a queda do 
império romano do ocidente. Há a identificação da 
igreja como centralização de poder na Europa. As 
populações que estavam regidas sobre o domínio do 
império romano, acabavam se acostumando frente a 
estabilidade que o império representava. O 
jusnaturalismo teológico é resultado dos desprocessos 
que ocorre na Europa. A igreja ainda representa uma 
potencia muito grande. 
Racionalista: século XV ou XVIII – Século XIX. Direito 
natural baseado na razão humana. 
Moderno: segunda metade do século XX. Objetivando 
evitar os acontecimentos de regimes totalitaristas. Não 
é algo que persevera. 
Continuação da fase Cosmológica 
Sócrates: 
Legado não escrito. É a eterna busca do 
conhecimento, e há uma dúvida com o método. 
Sócrates foi condenado uma ameaça ao governo e foi 
condenado a morte. 
Platão: 
Predestinado a exercer um cargo político em Atenas, 
após a morte considerada injusta de Sócrates, desiste 
da vida política e adapta-se a vida filosófica, de forma a 
distribuir o pensamento de Sócrates pelo mundo. 
Acreditava que a filosofia era algo necessário como a 
educação para a política. 
O idealismo platônico (mundo das idéias x mundo 
sensível): para Platão era preciso se desvincular das 
coisas terrenas, pare aproximar-se do inteligível, das 
coisas primeiras. 
4 
 
 
- a filosofia como educação para a política: A filosofia 
seria justamente o caminho, o exercício de 
desvinculação desse mundo, desse plano. 
O mito da caverna: Platão traz com essa alegoria que o 
rompimento com as sombras da caverna, você alcança 
a luz e consegue reconhecer a realidade como uma 
realidade de sobras que obtém como principal objetivo 
o alcance da luz. Platão utiliza dessa metáfora para 
exemplificar essa corrente com o mundo do sensível: 
apenas formas distorcidas. O objetivo de transcender as 
sombras lhe conduziria a luz. A idéia de retorno é a 
necessidade de reproduzir, contribuir para que outros 
também tenham a oportunidade de alcançar essa luz. 
“Só se pode ser racional na realidade prática mediante 
o domínio do outro”. Vivemos a época da alteridade. 
Estamos incluindo a vida do outro, esse exercício de 
ensinar o outro, incentivá-lo é uma forma de propagar 
a oportunidade de evoluir-se.. 
Sentido de Justiça para Platão 
Platão é idealista. Não há na leitura de Platão uma 
definição recortável sobre justiça, pois os 
conhecimentos estão misturados – Platão fala de 
educação, ética, justiça, dentre outros. Não existe um 
livro para cada uma dessas abordagens. Haveria justiça 
desde que houvesse bem estar/bem comum para a 
sociedade. Entretanto, isso está atrelado ao conceito de 
governo ideal, pois era preciso um estado que 
assegurasse a ação coletiva – ideia de não haver uma 
imposição de vontade - para que a partir disso se 
atingisse o bem comum. A noção de Platão de 
república ideal: primeiro um governo que assegure a 
unidade e os fins do Estado – Estado sem ruptura, pois 
um bom Governo tem metas a serem alcançadas -, 
proteção do Estado pelas leis e forças: ou seja, a 
legislação não era apenas um instrumento de 
ordenação do Estado mas também uma forma de 
 
proteção, e uso de recursos para a manutenção da 
unidade da pólis do Estado. 
Aristóteles 
Escreve sobre física, questões sobre a natureza, dentre 
outros temas. Foi discípulo de Platão e o único dos 
pensadores que não é Ateniense. Seu pensamento é 
diferente do de Platão, pois sua teoria é empirista, 
voltada para a prática. Bem ao contrário de Platão ele 
não estava preocupado com a dimensão ideal, e sim 
real, ou seja, aquilo que ocorre efetivamente na pólis. 
Ele tem a característica de definir conceitos – ao falar 
sobre um termo, ele define-o - para a partir disso 
desenvolver o seu pensamento. Para ele, o saber 
teorético são as formas de saber que independem da 
vontade humana, ex: eventos da natureza. 
O saber teorético: conhecimento que independe da 
vontade humana, a relação de causa e efeito não 
depende do homem, ex: fenômenos da natureza. O 
saber prático depende da vontade humana, formas de 
conhecimento que só existem porque o homem 
produz. 
Dentro do saber prático temos: 
Praxis- Tudo aquilo que é resultado da existência 
humana e do conhecimento humano e que uma vez 
produzido e exteriorizado não se separa do homem. 
Técnica- Tomemos como exemplo: o computador que 
você está utilizando não se sabe quem o criou, mas ele 
existe, por ter sido criado por alguém que se informou 
para isso. O pensamento ganhou vida prática. 
Política vs Ética 
Política diz respeito ao individuo com a sociedade em 
que ele está incluso. Enquanto a ética é a ação do 
sujeito dentro da perspectiva do próprio sujeito. EX:. 
5 
 
Fulano é muito ético – o adjetivo ético diz respeito ao 
indivíduo. Assim, o conceito de politica diz respeito 
sempre ao coletivo, e o da ética sempre ao individual. 
Para Aristóteles a existência humana é teleológica – 
voltada a fins, e uma vez que observados podemos 
identificar se o indivíduo é social ou não -. Durante 
muito tempo a sua ideia de que o fim do homem é 
viver em sociedade permanece e é constatada com 
Hobbes e dirá que só há como o individuo viver em 
sociedade se houver alguém para gerir essa sociedade 
(autoridade, regras e leis), pois contrário, haverá a luta 
do homem com o próprio homem. Para Aristóteles o 
que move o indivíduo é a felicidade – alcançada através 
da ação virtuosa -. Um homem virtuoso age de maneira 
equilibrada. Ele ainda mencionará a dialética da 
potencialidade: o indivíduo trás consigo potencialidades 
que poderão ou não ser desenvolvidas na vida em 
sociedade. Isso depende do ambiente que ele está 
inserido – se o ambiente é favorável ou não para ele 
desenvolver essas potencialidades. 
Alma vegetativa: apenas existem e não encontram 
condições para desenvolver as suas potencialidades. 
Sensível: existe e sente, consegue dar um passo 
adiante. 
Racional: existem, sentem e pensam. 
Obs: A felicidade é o que move a ação humana, e é a 
finalidade última. Vale ressaltar que o conceito de 
felicidade não está relacionado ao que entendemos 
hoje, mas sim à PLENITUDE. Para se alcançar essa 
felicidade era através da ação virtuosa. 
COM BASE NESSAS DEFINIÇÕES, PARA 
ARISTÓTELES NUMA SOCIEDADE NEM TODOS OS 
INDIVÍDUOS CONSEGUEM ALCANCAR O PROCESSO 
DE SOCIALIDADE. 
Para Aristóteles justiça é a maior virtude, pois simboliza 
equilíbrio. A justiça sintetiza a noção do justo meio. É 
difícil reconhecermos o conceito de justiça, pois é difícil 
vislumbrar esse equilíbrio. Para ele justiça é alteridade 
(capacidade de olhar o outro e a sua singularidade e 
perceber o diferente) + equidade (concretização da 
igualdade no sentido de equilíbrio é a capacidade na 
ausência da norma, aplicar a igualdade em caso 
concreto). 
Ele distingue a justiça entre: total ou geral – noção de 
justiça pensada para os indivíduos enquanto seres 
sociais e para com a sua comunidade, JUSTIÇA COMO 
ALGO QUE ALCANCA A TODOS. – e particular – 
pensada na relação de sujeito para sujeito -. 
Ele ainda diferencia a justiça particular entre justiça 
distributiva que é a noção de distribuir 
proporcionalmente a cada individuo aquilo que lhe cabe 
dentro de um contexto em durante o século você 
receberia na proporção do que você fazia. A justiçacorretiva é voltada ao restabelecimento de condições 
que foram quebradas, e que pode ser por ação 
involuntária – um dos particulares não gostaria de estar 
na relação, ex: crime - ou voluntária – as duas partes 
desejam estar na relação, ex: contrato de aluguel. 
Conquanto, se uma delas descumprir o acordo a justiça 
vem para corrigir. 
Epicurismo 
O principal pensador será epicuro que dirá que o que 
move o mundo é o prazer - O prazer como dimensão 
a pautar as ações humanas. O homem busca o prazer 
e evita a dor. Da dimensão individual de justiça a 
dimensão coletiva de justiça, assim, se o homem 
alcança esse prazer ele tende a refletir no outro. 
Estoicismo 
Antigo ou Ético: se encontra após o apogeu Ateniense, 
se dedica as questões do homem como um ser social, 
ético e político. 
6 
 
Médio ou eclético: Fase com filósofos mais ecléticos e 
menos rígidos, fase de maior diversidade. 
Novo ou religioso: Influencia da religião nos filósofos. 
Marco Túlio Cícero – Lei Universal ou reta razão – 
razão do homem voltado ao que é correto. Formulou 
conceitos como o de direito das gentes e direito civil. 
Jusnaturalismo Teológico 
Contribuição da moral cristã 
A Igreja foi muito importante para a formação do 
conhecimento A igreja passa a representar o maior 
poder determinando os governos das populações locais 
– a ideia de poder político estava associada à ideia de 
poder religioso -. A igreja estende esse poderio para o 
âmbito econômico – se não pertence a ninguém, 
pertence a Deus. Como a igreja era representante de 
Deus na terra, tudo que ela dissesse que queria, 
pertencia a ela. Não era possível contestar dogmas da 
igreja, e quando isso começa a acontecer, inicia-se as 
guerras. 
Nessa fase do jusnaturalismo teológico temos uma 
Igreja com grande influência que dizia que todas as 
pessoas eram iguais perante a Deus. A igreja dirá 
também que todos podiam, contanto que tivesse fé. 
Assim, não dependia mais do Estado, e sim do indivíduo. 
Igreja tinha muita importância, de forma que para 
alguém ter poder, por exemplo, virar rei, precisava do 
apoio da Igreja. A questão econômica começa a ser 
tratada de forma religiosa com o discurso de que “se 
não é de ninguém, é de Deus”. Igreja também tinha 
poder social, pois começou a determinar os costumes 
sociais, o que perdura até a atualidade. A noção de 
família é um exemplo disso. No campo da ciência, a 
Igreja também foi muito importante, à medida que as 
primeiras instituições de ensino eram da Igreja. Os 
centros de conhecimento da época eram as 
universidades, que eram da Igreja. 
Verticalização da justiça: Com o jusnaturalismo teológico 
a noção de justiça passa a ser vista entre o homem e 
Deus, pois é essa relação que definirá se sou ou não 
justa – a igreja tem o poder deter para si o poder de 
interpretar a justiça de Deus. Ao mesmo tempo em 
que a igreja diz que aos olhos de Deus somos todos 
iguais, ela também cria um instrumento de poder sobre 
os indivíduos. Na prática, o sentido de justiça era dito 
pela igreja e pelo papa. 
Os conceitos serão moralizados, pois a igreja com o 
jusnaturalismo teológico despolitizou os conceitos e 
moralizaos, ex: virtude – deixa de ser o modo que 
você age em sociedade e passa a ser a forma que 
você se comporta perante os mandamentos divinos, 
não pensamos em virtude como conceito político e sim 
como conceito moral. 
Outros conceitos 
Livre arbítrio: o indivíduo escolhe se vai agir ou não de 
acordo com as leis de Deus, havendo consequências. A 
igreja dirá que todos os homens são livres (livre 
arbítrio), mas você pode escolher pecar ou não, no 
momento que age em conformidade ou em 
contraposto a vontade divina. Hoje, no direito temos 
uma ideia semelhante quando falamos de 
responsabilidade civil ou penal – se sua liberdade 
trouxer consequências deletérias para o outro, você 
responde de alguma forma. Em ambos, há a ideia de 
que o excesso de uso de liberdade é coibida pelo 
direito: se atingir o património do outro ou provoque 
dano num bem material ou imaterial do outro. Na 
prática, nem sempre o direito consegue limitar essa 
liberdade, pois a dinâmica social é maior e ágil. O medo 
desses conceitos estão associados a culpa ou medo do 
julgamento 
Dever: cumprimento da lei de Deus. 
7 
 
Intenção: a Igreja levava em consideração o que era 
pensado. Por exemplo, mesmo que não se 
concretizasse os pensamentos “impuros” já eram 
recriminados. Essa noção também está presente no 
direito atual, como na noção de culposo e doloso. Essa 
noção de intenção também é capturada pelo direito, 
embora a intenção que a igreja trabalha não seja a 
mesma do direito. Hoje, há crime culposo e doloso – se 
tinha intenção ou se não tinha intenção e produziu 
resultado. 
Existiam dois movimentos filosóficos: a patrística e a 
escolástica. 
Patrística 
Apogeu do poder da Igreja. Foi um movimento 
formado por padres e um momento de afirmação dos 
dogmas da Igreja – pleno poder da igreja. 
Confusão entre Igreja e Estado. O chefe de Estado era 
representante da Igreja. 
Escolástica 
Cisma do Oriente: Igreja se divide entre apostólica 
romana e ortodoxa. 
Houve a fusão entre Fé + razão, pois, discurso do 
medo não estava funcionando, então precisou criar 
outra forma de controle. 
Reformas protestantes. 
Tribunal da Santa Inquisição: tribunal de julgamento para 
aqueles que desatendiam a fé. Na prática, este 
representou um instrumento de perseguição a todos 
aqueles que não eram católicos. 
JUS NATURALISMO TEOLÓGICO: SANTO TOMAS E 
SÃO TOMAS DE AQUINO 
 Santo Agostinho 
Expoente da Patrística. 
Século VIII. 
Tinha uma vida profana, e entrou para vida religiosa 
tardiamente, aos 32 anos. 
Filósofo maniqueísta- observa o mundo a partir de 
contrários. 
Neoplatonismo- releitura da filosofia de Platão. Mundo 
das ideias e mundo sensível. 
Igreja resistente a aceitar filosofia. 
Santo Agostinho traz a filosofia de Platão para visão 
religiosa. 
O mundo sensível e o mundo inteligível viram Cidade 
de Deus X Cidade dos homens. 
Cidade de Deus é o reino dos céus, o paraíso, para 
onde as pessoas vão se forem boas. Cidade dos 
homens é o mundo pagão, a Terra. 
Traz a ideia de Platão quando fala em dois mundos, o 
ideal e o real, suscetível aos pecados. 
A novidade de Santo Agostinho é trazer a fé como 
meio para chegar à Cidade de Deus, agindo de acordo 
com a religião para alcançar o mundo ideal. 
O conceito de justiça vem do bem, das três virtudes da 
Igreja: caridade, fé e esperança. 
A justiça seria a caridade, o amor. Enxergar o outro 
como meu semelhante. Agir de acordo com a lei de 
Deus. 
Diferença entre lex aeterna X lex naturale 
Jusnaturalismo presente- não havia lei humana. 
Europa desestrutura por conta da queda do império 
romano, sendo a lei positivada quase inexistente. 
Lex aeterna (lei eterna) – lei de Deus que rege o 
universo. Deus criou o mundo, manifestação da vontade 
8 
 
divina na existência do universo. Própria existência do 
mundo. 
Lex naturale (lei natural) - manifestação da existência 
de Deus nos humanos. Nós somos imagem e 
semelhança de Deus. Pessoas é personificação da 
vontade divina. Humanos são expressão de Deus. Rei 
representante de Deus na terra é um exemplo, ele 
podia fazer tudo dizendo que era a vontade de Deus. 
São Tomás de Aquino 
Expoente da Escolástica. 
Século XIV. 
Filósofo mais estudado fora da Igreja. 
Neoaristotélico. 
Trazer Aristóteles era algo revolucionário, pois tinha 
sido proibida a leitura dele. 
Ele associa a fé e a razão. 
Traz o homem na sua dimensão de mundo. 
Visão empírica. 
Homem virtuoso é aquele que age de acordo com a fé 
(as três virtudes: caridade, fé e esperança). 
Essa visão se assemelha mais à atualidade. 
Classificação das leis em: eterna, divina, natural e 
humana. 
Lei eterna: mesma ideia de Santo Agostinho. Própria 
existência do mundocomo expressão de Deus. 
Lei divina: sagradas escrituras, ou seja, tradução 
acessível ao homem da lei eterna. Ex.: evangelho. 
Lei natural: mesmo de Santo Agostinho. Homem como 
imagem e semelhança de Deus. 
Lei humana: lei positivada. Torna-se a tese fundamental 
do jusnaturalismo: a lei humana tem que estar de 
acordo com a lei de Deus, a lei natural. 
Hierarquia entre as leis: leis de Deus > leis humanas. 
Uma forma de controle da Igreja. 
A Igreja reproduziu essa ideia até onde pôde. 
Ápice do pensamento da Igreja. 
Apogeu filosófico da Igreja. 
Igreja lida por quem não fazia parte dela. 
Posteriormente, a Escolástica de São Tomás de Aquino 
será chamada de “Primeira Escolástica”. 
O pensamento brasileiro até o século XIX é muito 
influenciado pela Segunda Escolástica. 
Jusnaturalismo teológico 
Jusnaturalismo teológico é o ápice do jusnaturalismo. 
Pontos positivos: parte doutrinária espiritual da Igreja. 
Todos iguais perante Deus, fraternidade e solidariedade. 
Questão da dignidade humana. Conceito de família, livre 
arbítrio, deveres, etc. 
Pontos negativos: marcas da violência. Principalmente, a 
Santa Inquisição, não só pelas mortes, mas também o 
sistema de provas e torturas como forma de fazer a 
pessoa confessar/delatar. O dogmatismo, ou seja, 
verdades inquestionáveis, também foi algo negativo, já 
que esses dogmas eram impostos à sociedade, de 
maneira violenta, não permitindo discordâncias ou 
questionamentos. 
Continação da fase racionalista 
René Descartes 
9 
 
Laicização do Estado – ele passa a ser laico. Há a 
secularização do direito e a divisão entre igreja e 
estado. 
Avanço das ciências humanas – homem volta a ser o 
centro = antropocentrismo. 
Contrato social = estado original fictício no qual os 
indivíduos estabelecem acordos sobre direitos e 
deveres. O conceito de contrato social pressupõe o 
consenso. Ressalta-se que esse consenso é temporário 
pois para que este ocorra é necessário a ausência de 
coerção/ 
Autores contratualistas 
Natureza Humana genuinamente social – Locke 
Natureza Humana individualista – Hobbes e Rossrau 
John Locke (1632-1704) 
Sua obra é voltada para uma classe dominante, com 
alto poder aquisitivo e que não fazia parte da 
monarquia. Seu pensamento terá repercussão para 
além do continente europeu, principalmente nos EUA, 
influenciando no seu processo de independência. 
O homem tinha natureza social e nessa natureza estava 
o poder político como expressão da vontade humana. 
O direito natural é inato, você não nasce com ele, mas 
o adquire, o assimila. Uma vez assimilado, você se torna 
proprietário desse direito natural, por isso a ideia de 
“cidadão proprietário”. 
Defesa do direito de resistência – por trás desse direito 
está o conceito de cidadão-proprietário, pois o cidadão 
é o primeiro detentor do direito, sendo assim, ele pode 
se opor ao Estado, ele pode resistir isso quando houver 
um abuso de poder por parte do Estado. 
Defesa do direito de propriedade – está relacionada a 
posse pelo resultado do trabalho, do esforço. 
 
Thomas Hobbes 
Rompimento com a herança, tradição aristotélica. Ele 
dizia que o homem não é um ser para viver em 
sociedade e que se fossemos largados a própria sorte 
e sem nenhum tipo de intervenção, a tendência seria o 
conflito, pois o homem é egoísta por natureza. 
Estado por convenção – O Estado surge para 
assegurar o bem comum, para que não haja o conflito. 
Justiça = fidelidade ao Estado 
Defesa do positivismo = defesa do monismo jurídico 
Defesa do soberanismo = defesa de um Estado 
absoluto. 
Rosseau 
A natureza humana é movida por sentimentos e não 
pela razão, o homem é movido por suas paixões. 
Cessão da liberdade para a formação do contrato social 
– devido à natureza movida por paixões, torna-se 
necessária a criação de um Estado. Dessa forma, isso 
gera uma liberdade proporcionada pela segurança do 
Estado (garantia das liberdades civis) – liberdades 
previstas pela lei e limitadas. 
Conceito de vontade geral = expressão do princípio da 
maioria, apesar de existirem formas para contemplar a 
minoria sempre prevalecia a vontade da maioria.

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