Relatório sistema tegumentar, nervoso e cardiorrespiratório

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Relatório de Laboratório de Histologia 
Sistemas nervoso, tegumentar e cardiorrespiratório 
1. Introdução 
A Histologia é o estudo da estrutura dos tecidos biológicos e das maneiras como os seus 
componentes se relacionam, tanto estrutural quanto funcionalmente, uma vez que o 
entendimento da morfologia de um tecido é indispensável para a compreensão de possíveis 
alterações na forma, que levam a modificações na função. Dessa forma, torna-se possível realizar 
diagnósticos de diversas doenças a partir de estudos comparativos entre tecidos saudáveis e 
doentes. 
As técnicas utilizadas para o estudo dos tecidos, hoje, baseiam-se no uso de microscopia de 
luz e eletrônica. Em função dos tecidos e órgãos serem tridimensionais e sólidos, normalmente 
eles não permitem a passagem e luz para a formação de uma imagem. Sendo assim, para que seja 
possível a análise em microscópios, devem ser feitos cortes histológicos que são preparados e 
colocados em lâminas de vidro. 
1.1 Sistema Nervoso 
O sistema nervoso tem como principal característica a presença de células chamadas de 
neurônios. Essas são células prolongadas e possuem são estimuladas por substâncias químicas ou 
estímulos elétricos geralmente com origem em outras células do organismo. Esses estímulos são 
impulsos nervosos, transmitidos ao longo da membrana plasmática que reveste seus 
prolongamentos, chegando às extremidades dos prolongamentos chamadas de sinapses. Nas 
sinapses esse impulso pode ser transmitido para outras células. 
Células do sistema nervoso: 
• Neurônio: os neurônios são constituídos por um corpo celular, que é também chamado de 
pericárdio, e por prolongamentos. O corpo celular é formado pelo núcleo, citoplasma 
circunjacente e membrana plasmática. Existem dois tipos de prolongamentos no neurônio: 
dendritos e axônios. Os dendritos, geralmente, são curtos e intensamente ramificados, com 
a função de receber numerosos contatos sinápticos de outros neurônios. Já o axônio, é 
geralmente único, relativamente longo e com capacidade de transporte rápido. As sinapses 
são locais de grande proximidade entre a membrana do neurônio e a superfície de outra 
célula, com especialização morfológica onde um neurônio influencia a excitabilidade de 
outro. 
• Neuroglia: podendo ser denominadas também células da glia, representa 90% das células que 
compõem o sistema nervoso. Elas são células relativamente pequenas, que exercem funções 
podendo exercer funções diferente como suporte e nutrição de neurônios, isolamentos dos 
neurônios, fagocitose e reparação do tecido nervoso. 
 
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Figura 1 - Ilustração esquemática de um neurônio (EURELL, 2012) 
Quanto a localização, o sistema nervoso pode ser classificado em: 
• Sistema nervoso central: consiste no cérebro e na medula espinhal. Nele há corpos 
celulares e prolongamentos de neurônios, além de muitas células da neuroglia. Os 
neurônios do cérebro estão concentrados no córtex cerebral e em agrupamentos de 
tamanhos variados denominados núcleos. Os órgãos do sistema nervoso central são 
revestidos por tecido conjuntivo denominados de meninge. Sua organização é de tal 
maneira que os corpos celulares dos neurônios ficam concentrados chamada de 
substância cinzenta e os prolongamentos – principalmente os axônios – se organizam 
em uma região denominada de substância branca. 
• Sistema nervoso periférico: consiste em nervos cranianos e espinhais. Os nervos 
cranianos têm origem no cérebro e se estendem pela cavidade craniana. Já os 
espinhais, tem origem na medula espinham e se estendem pelo canal vertebral. Os 
órgãos do sistema nervoso periférico são revestidos de tecido conjuntivo. 
 
Figura 2 - Ilustração da substância cinzenta e branca (JUNQUEIRA, 2008) 
 
 
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1.2 Sistema tegumentar 
O tegumento é composto por pele e anexos (pelos, unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e 
mamárias), sendo o maior sistema de órgãos o corpo. A pele é formada por epiderme e derme, 
contundo, dependendo da espessura da epiderme, a pele pode ser ainda classificada em fina ou 
espessa. Geralmente, a pele espessa é encontrada sobre a superfície dorsal do corpo e nas 
superfícies laterais dos membros. Apresenta-se mais delgada na superfície ventral do corpo e nas 
mediais dos membros. Já a pele fina é encontrada no restante do corpo. 
Epiderme: é um epitélio escamoso estratificado queratinizado derivado do ectoderma e 
consiste na camada mais externa. Nas regiões em que há densidade de pelos, a epiderme é fina. 
Já nas regiões em que não há tanto pelo ela é mais espessa. Durante seu desenvolvimento pode 
se tornar especializada, formando apêndices cutâneos como pelos, glândulas sudoríparas e 
sebáceas, órgãos digitais, penas, chifres e glândulas especializadas. Além disso, ela apresenta 
quatro ou cinco camadas, denominadas estratos, estando na seguinte ordem partindo da derme 
para a superfície: basal, espinhosa, granulosa, lucida (apenas na pele espessa) e córnea. 
Derme: também chamada de cório, é encontrada abaixo da membrana basal. Ela é formada 
por duas camadas: derme papilar e derme reticular. A primeira é formada por tecido conjuntivo 
frouxo, sendo mais superficial, enquanto a segunda por tecido conjuntivo denso, sendo mais 
profunda. A derme apresenta vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículo piloso, glândulas 
sebáceas e sudoríparas. 
 
Figura 3 - Camadas da pele 
(disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/camadas-pele.htm) 
 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/camadas-pele.htm
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1.3 Sistema cardiorrespiratório 
O sistema cardiorrespiratório tem como sua principal função proporcionar a condução e troca 
de gases respiratórios entre o organismo e o ambiente. Além disso, suas outras funções são: 
fonação, olfato, termorregulação, manutenção do equilíbrio ácido-básico e defesa. Ele pode ser 
dividido em três porções; condutora, transitória e respiratória. A porção condutora tem como 
função a umidificação, aquecimento e purificação, ou seja, ela conduz o ar e o deixa apropriado 
para as trocas que irão ocorrer. Essa porção é composta pelas cavidades nasais, oro, nasofaringe, 
laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. A porção transitória é constituída por bronquíolos 
respiratórios enquanto a porção respiratória é constituída por ductos alveolares, sacos alveolares 
e alvéolos, proporcionando as trocas gasosas. De forma a assegura a passagem de ar continua, na 
porção condutora, a parede é constituída por cartilagem, tecido conjuntivo e tecido muscular liso, 
proporcionando uma boa estrutura, flexibilidade e extensibilidade. 
 
Figura 4 - Divisões do aparelho respiratório (JUNQUEIRA, 2008) 
2. Objetivo 
Analisar as lâminas, previamente preparadas, da medula espinhal, pele fina e pulmão e 
identificar as características desses tecidos através da imagem gerada no microscópio ótico. 
3. Material 
• Microscópio óptico 
• Lâmina 1: medula espinhal 
• Lâmina 2: pele de cachorro 
• Lâmina 3: pulmão 
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4. Desenvolvimento 
• Lâmina 1: medula espinhal 
Essa lâmina é a secção transversal através de uma medula espinhal, que faz parte do sistema 
nervoso central. 
 
 
Figura 5 - Medula espinhal 
Podem ser observadas duas regiões distintas na Figura 5: substância cinzenta (SC) e substância 
branca (SB). A substancial cinzenta, em forma de H, circunda o orifício central que é o canal 
medular, onde passa o liquor (líquido cerebrospinal). Além disso, também é possível observa o 
nervo espinhal e a meninge - camada externa a substância branca. 
 
Figura 6 - zoom substância branca e cinzenta 
A substância cinzenta é constituída por corpos celulares neuronais, células gliais e neurópilos. Os 
pontos mais escuros são os corpos celulares, enquanto os pontos pequenos representam o núcleo 
das células gliais. 
A substância branca é formada por acúmulos densos de axônios mielinizados. Uma vez que a 
mielina é rica em lipídeos,ela não cora na técnica histológica, dessa forma, apresenta-se como 
SC 
SB 
SC 
SB 
Canal medular 
Nervo espinhal 
SC 
SB 
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círculos brancos, sendo em seu interior mostrado o axônio como um ponto mais escuro. 
• Lâmina 2: pele fina 
Essa lâmina é a pele fina de um cachorro. Podem ser observadas nela a epiderme (EP) e derme 
(D). E epiderme é caracterizada por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado, 
enquanto a derme é caracterizada por tecido conjuntivo frouxo – superficial - e tecido 
conjuntivo denso – mais profundo, sendo o limite entre essas duas camadas pouco distinto. 
 
Figura 7 - Folículo piloso 
Na Figura 7 é possível observar o anexo cutâneo folículo piloso, como um canal “mergulhado” na 
derme, e o pelo (estrutura amarela). 
 
Figura 8 - Glândulas sebáceas e sudoríparas 
Na Figura 8 é possível observar dois tipos de glândulas cutâneas: sebáceas e sudoríparas. 
As glândulas sebáceas são glândulas exócrinas acenosas ramificadas, tendo um aspecto de cacho 
de uva, de aspecto maciço e claro. É possível observar o limite das celular, o citoplasma claro, com 
núcleo redondo e central. 
As glândulas sudoríparas são glândulas exócrinas tubulosas enoveladas, com uma só camada de 
células e com passagem de luz. 
EP 
D 
Pelo 
Canal – folículo piloso 
Glândula sebácea 
Glândula sudorípara 
EP 
D 
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• Lâmina 3: pulmão 
 
Figura 9 - Estruturas condutoras de ar e sangue 
Na Figura 9 é possível observar as estruturas responsáveis pela condução de ar (brônquios e 
bronquíolos) e sangue (artéria e veia) no sistema cardiorrespiratório. 
Os brônquios possuem em seu revestimento tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico, tecido 
muscular liso em espiral, glândulas mucosas ou mistas e cartilagem hialina. 
Os bronquíolos possuem em seu revestimento tecido epitelial colunar ou cuboide e musculo liso 
em espiral. Não apresenta glândulas e nem cartilagem. 
As artérias e veias são revestidas epitélio simples pavimentoso e músculo liso. Contudo, as veias 
também possuem tecido conjuntivo. 
 
Figura 10 - Pleura e alvéolos 
Na Figura 10 é possível observar a pleura que reveste os pulmões. Ela é constituída de mesotélio 
e conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. 
Os alvéolos são espaços delimitados por epitélio simples pavimentoso, formado pelos 
pneumócitos do tipo I e II. Os pneumócitos do tipo I são células pavimentosas, em que sua 
espessura fina facilitam a difusão do O2 para o sangue, enquanto os pneumócitos do tipo II são 
células cubicas, onde seus corpos lamelares são constituídos basicamente de fosfolipídios, 
Artéria 
Brônquio 
Veia 
Bronquíolo 
Pleura 
Alvéolos 
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reduzindo a tensão superficial interalveolar, impedindo o rompimento do alvéolo. 
5. Bibliografia 
EURELL, J. A.; FRAPPIER, BRIAN L. Histologia veterinária de Dellmann. Tradução: 
Fernando Gomes do Nascimento, v. 6, 2012. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Texto e Atlas. 11ª edição. Rio de 
Janeiro: Guanabara, 2008.