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AULA 05

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Geotecnia
Aula 05: Sondagens geotécnicas à percussão com coleta de
amostra indeformada
Apresentação
Abordaremos o método para a execução de sondagens geotécnicas à percussão com SPT (standard penetration test),
realizado a cada metro em terra, sobre vão livre e sobre lâmina d’água.
Apresentaremos a técnica de coleta de amostras indeformadas tipo shelby em solos compressíveis e a classi�cação
táctil-visual das amostras coletadas de solos através de sondagem à percussão com SPT.
Mostraremos como se elabora o per�l individual de sondagem e como se faz um per�l longitudinal com o resultado de
diversas sondagens.
Objetivos
Analisar a �nalidade das sondagens à percussão com ensaio SPT e da coleta de amostras indeformadas tipo shelby;
Identi�car as principais normas técnicas da ABNT relacionadas a sondagens à percussão;
Examinar a metodologia para classi�cação de amostras de solos e elaboração dos per�s individuais de sondagens,
bem como de per�s longitudinais com sondagens de uma área.
Técnicas para investigações do subsolo
Dentre as diferentes técnicas para investigações do subsolo, as sondagens à percussão mantém-se entre as mais adotadas
em obras de engenharia civil, por serem aplicadas em diversas modalidades de projetos. O método de sondagens à percussão
(standard penetration test), de acordo com dados históricos, foi introduzido em 1902 nos Estados Unidos por Charles R. Gow, e
desde então passou a ser difundido pelo mundo.
O custo de uma campanha de sondagens à percussão é variável em função das características do solo, das peculiaridades do
projeto e das dimensões da área. No entanto, costuma ser estimado pelos orçamentistas entre 1% e 2% do custo total da obra,
o que pode ser considerada uma excelente relação custo x benefício.
Não há, portanto, porque não fazer uso deste recurso de forma adequada, incrementando o projeto desde a etapa de estudos
preliminares e obtendo respaldo para toda vida útil da construção.
Dentre os objetivos de um programa de sondagens à percussão, incluem-se:
Obter informações sobre a profundidade, características geológicas e
geotécnicas dos solos, espessura e extensão de horizontes de solo que
possam interferir em projetos de fundações, cortes do terreno,
escavações de subsolos;
Fornecer subsídios aos projetos de fundações de edi�cações, pontes,
viadutos e outras estruturas;
Subsidiar com informações a ocorrência do nível do lençol freático;
Prevenir a existência de matacões e blocos de rocha;
Determinar a possível profundidade do embasamento rochoso.
Atenção
Reforçar fundações após a obra estar concluída sairá muito mais caro e trará muitos desgastes. Vale a pena não pular etapas,
nem correr riscos.
Sondagens à percussão com SPT
A programação para execução de sondagens à percussão, principalmente aquelas que se destinam a dar suporte aos projetos
de fundações prediais, devem atender à NBR 8036/1983, salvo quando os projetos forem de outras naturezas, e tiverem suas
próprias especi�cações técnicas detalhadas. Esse é o caso dos projetos de construção de barragens, portos, rodovias,
ferrovias, aeroportos etc.
Tratando-se de edi�cações, a NBR 8036/1983 determina que:
Para uma área a ser construída, projetada em planta com até 200m2, o
mínimo de duas sondagens a serem executadas;;
Áreas entre 200m2 a 400m2, o mínimo de três sondagens;
Áreas de 1200m2, uma sondagem a cada 200m2;
Área projetada em planta de 1200m2 e 2400m2, uma sondagem a cada
400m2;
Áreas projetadas em planta acima de 2400m2, �ca a critério e
responsabilidade do projetista.
Para os casos de estudo de viabilidade técnica, a NBR8036 recomenda um programa de sondagens espaçadas de até a 100
metros entre si. Convém salientar que as sugestões acima têm caráter preliminar e podem ser complementadas.
As sondagens à percussão são o método mais utilizado em obras regularizadas no Brasil. Caracterizam-se pela mobilidade no
manejo do equipamento, facilidade dos deslocamentos entre os pontos programados, e avanço relativamente rápido da
operação e da obtenção dos resultados. Além disso, fornecem resultados bastante abrangentes.
Clique nos botões para ver as informações.
Equipe mínima: Considerando furos pouco profundos (até 15m), e sondagens a serem realizadas em terra: um sondador e
dois ajudantes. Para maior profundidade, torna-se aconselhável mais um ajudante.
Equipe 
Equipamento básico para sondagem à percussão:
Tripé para apoio com roldana, sarilho, cabo de aço e manilha; um dos apoios com degraus para acesso ao alto da
torre;
Tubos de revestimentos de aço, diâmetro mínimo 2.1/2”, seções de 1 metro;
Hastes aço diâmetro de 1”, com peças de comprimentos de 1, 2 e 3 metros, com roscas e luvas de emenda;
Peso de cravação em ferro, com 65kg e haste guia para permanecer concêntrico com a coluna de perfuração no
momento de cada impacto;
Amostrador em aço modelo Raymond bipartido, diâmetros: interno = 34,9mm e externo 50,8mm, com bico biselado
para corte do solo e válvula superior para saída d’água;
Trépano compatível com o diâmetro do revestimento;
Trado concha de 3” para início da perfuração;
Medidor de nível d’água;
Conjunto motobomba centrífuga.
Equipamento 
Tripé para apoio com roldana, sarilho, cabo de aço e manilha; um dos apoios com degraus para acesso ao alto da torre;
Tubos de revestimentos de aço, diâmetro mínimo 2.1/2”, seções de 1 metro;
Hastes aço diâmetro de 1”, com peças de comprimentos de 1, 2 e 3 metros, com roscas e luvas de emenda;
Peso de cravação em ferro, com 65kg e haste guia para permanecer concêntrico com a coluna de perfuração no
momento de cada impacto;
Amostrador em aço modelo Raymond bipartido, diâmetros: interno = 34,9mm e externo 50,8mm, com bico biselado
para corte do solo e válvula superior para saída d’água;
Trépano compatível com o diâmetro do revestimento;
Trado concha de 3” para início da perfuração;
Medidor de nível d’água;
Equipamento básico para sondagem à percussão 
Equipamento de sondagens à percussão montado para operação 
 Figura 1: Esquema da atividade de circulação d’água com o trépano.
 Figura 2 | Fonte: Forum da Construção
javascript:void(0);
Procedimento para a execução da sondagem à percussão
1ª etapa: Trabalho de campo
Inicialmente, as sondagens deverão ser locadas no campo, ou seja, suas posições em planta deverão ser transferidas para o
terreno e materializadas por piquetes numerados. As cotas de boca do furo deverão ser determinadas individualmente, de
acordo com o RN (referência de nível) adotado o�cialmente naquele canteiro de obras.
A cada metro perfurado será realizado o ensaio de SPT e a coleta de amostra do solo correspondente. O procedimento adotado
é o descrito detalhadamente na NBR 6484/2001, da ABNT, e apresentado abaixo de forma resumida.
A sondagem deve ser iniciada com o trado cavadeira perfurando até um
metro de profundidade. Nesse ponto, o trado é retirado e substituído pelo
amostrador, que é levado ao fundo do furo e mantido na vertical pela coluna
de hastes. O amostrador então é encostado no fundo do furo, e preparado
para receber os golpes do peso de cravação com 65kg, que é erguido a
75cm de altura e deixado cair em queda livre sobre o topo da coluna de
hastes, forçando a penetração gradativa do amostrador no solo a cada
queda repetida.
O avanço da sondagem entre cada ensaio de SPT deve ser feito através do uso do trépano de lavagem, em substituição ao
amostrador, alternadamente.
Figura 3: Trépano para lavagem e avanço da sondagem. (Fonte: MFRURAL)
Figura 4: Amostrador. (Fonte: MFRURAL)
Figura 5: Peso de cravação com 65kg. (Fonte: MFRURAL)
A cada metro de avanço da sondagem, deverá ser anotado o número de golpes (n) necessários para a penetração de cada um
dos três trechos sucessivos de 15cm, totalizando 45cm de penetração. Devem ser anotadas também as profundidades onde
ocorram alterações nas características dos solos.
Em seguida, são somados os golpes necessários para a penetração dos primeiro e segundo segmentos de 15cm, e dos
segundo e terceiro15cm, como mostra o quadro-exemplo a seguir:
Quadro esquemático da coletânea dos dados de uma sondagem à percussão - Boletim de campo
Sondagem nº Cota: Local
Cliente: Golpes para penetração do
amostrador
Soma dos
golpes
Gráfico Descrição do material
N.A.
(m)
Amostra Prof N: 1ºs
15cm
N: 2ºs
15cm
N: 3ºs
15cm
1ºs +
2ºs
2ºs +
3ºs
(2ºs +
3ºs)
observações
1 1,0 3 4 6 7 10
2 2,0 3 6 7 10 13 0,00 - solo artificial: aterro
3 3,0 5 5 8 10 13
4,65 4 4,0 7 9 11 16 20 4,00 - Areia média e grossa com
conchas, cinza
5 5,0 8 14 17 22 31
6 6,0 10 14 17 24 31 5,20 - Areia siltosa variegada (solo
residual)
7 8,0 15 19 20 34 39
8 8,0 15 19 20 34 39
9 9,0 16 21 25 37 46
10 10,0 19 22 30 41 52
11 11,0 25 8/4 - 33/4 - 11,19m - Impenetrável à percussão -
Término
- - -
- - -
Ocorre com frequência em camadas de solos compressíveis argilas orgânicas muito moles; por exemplo, a penetração do
amostrador padrão pode ocorrer simplesmente com o apoio do peso da coluna de hastes, ou apenas com o apoio do peso de
cravação – sem que sejam erguidos os 75 cm.
O primeiro caso pode ser anotado da seguinte forma: 0/68 signi�ca que não houve utilização do peso para cravação do
amostrador em 68cm do solo. Bastou o peso do conjunto de hastes. Ou P/55, que signi�ca que o peso de cravação
simplesmente apoiado fez com que a composição penetrasse 68cm no solo, sem necessitar erguê-lo e deixando-o cair em
queda livre.
A etapa referente à cravação do amostrador padrão será interrompida antes dos 45cm previstos de penetração sempre que:
A
num dos três segmentos de 15cm do total de45cm forem
ultrapassados 30 golpes;
B
um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a
cravação;
 
C
não se observar avanço do amostrador padrão durante a
aplicação de cinco golpes sucessivos do martelo.
É normal não ocorrer, no desenvolvimento de uma sondagem, a penetração exata do amostrador para o total de 45cm, ou para
cada um dos segmentos de 15cm esperados. Nesse caso é aceito registro do número de golpes empregados para uma
penetração imediatamente superior a 15cm, registrando-se o comprimento penetrado: 4/20 (quatro golpes para a penetração
de 20cm).
Atenção
Certi�car-se sempre da elevação do peso de cravação até a altura de 75cm marcada na haste-guia, e garantir que a queda seja
livre.
Sondagens à percussão sobre lâminas d’água
A mobilidade do equipamento de sondagem à percussão o torna bastante funcional e e�caz na execução destas atividades
sobre lâminas d’água, desde que dentro de certas condições operacionais.
Se as sondagens forem executadas sobre plataformas �xas, as manobras serão mais simpli�cadas e seguras, pois não
ocorrerão tantos riscos relativos ao estado de mar e ventos que podem comprometer a segurança do equipamento e da
própria equipe. Entretanto, se for adotada uma plataforma �utuante, será necessária uma equipe de sondadores experientes e
quali�cados em serviços embarcados, sabendo lidar com as condições adversas de mar e ventos, bem como saber adotar
estratégicas operacionais de segurança e�cazes.
Saiba mais
1 - Quando se utiliza plataforma �xa apoiada no leito marinho, não há necessidade de correlacionar o fundo do mar com a
variação da maré para determinação da cota de cada amostra. Nesse caso, em acordo formal com o projetista, poderá ser
considerado o fundo do mar (leito marinho como zero da sondagem), pois nem o piso da plataforma e nem o fundo do mar
mudarão de cota em relação ao nível do mar.
 
2 - Quando se utiliza plataforma �utuante há necessidade de fazer a leitura da maré periodicamente durante a sondagem,
considerando a régua de maré mais próxima da área – geralmente em cada porto. Nesse caso, obviamente o fundo do mar
mantém-se numa cota estável, mas o piso da plataforma �utuante manter-se-á em constante variação de cota de acordo com o
horário e a maré.
 
3 - As marés têm diferentes comportamentos, em diferentes regiões e em diferentes fases das lua, em função da atração
gravitacional que temos com nosso satélite.
 Fonte: INPE
Observem como são diferentes os comportamentos das marés numa mesma data, em regiões distintas do País:
Dia 01/10/2019 Porto de Belém Dia 01/10/2019 Porto do Rio de Janeiro
Horário Metros Horário Metros
00:32 3,5 03:45 1,3
08:39 0,1 11:19 0,2
13:11 3,5 16:02 1,1
20:43 0,3 16:02 0,3

 Figura 6: Execução de sondagem à percussão com plataforma
Cabe ressaltar que, durante a execução de sondagens no mar, deverá ser observada e considerada a variação da maré local.
Para tanto, deve ser instalada nas proximidades (caso não haja) uma régua de marés onde se fará a leitura periódica da sua
variação e a devida correlação, até o término das operações.
No apoio logístico é indispensável uma embarcação à propulsão que atenda às demandas de transporte das equipes,
deslocamentos de equipamentos, e a logística em geral, incluindo as situações de emergência.
2ª etapa: Laboratório e escritório
As amostras coletadas deverão ser acondicionadas em recipientes adequados e identi�cadas por etiquetas escritas com tinta
indelével, constando:
A
Nome da obra ou projeto;
 
 
 
B
Endereço;
 
 
 
C
Numeração da sondagem;
 
 
 
D
Numeração e profundidade da amostra e números de golpes e
respectivas penetrações do amostrador.
As amostras coletadas deverão ser imediatamente acondicionadas em recipientes herméticos que acolham volume su�ciente
de material para classi�cação ou qualquer outra necessidade, e guardadas em caixas identi�cadas.
Em seguida, boletins com as classi�cações e observações devem ser feitos em laboratório, e deverão passar pela revisão de
um geólogo ou engenheiro de solos. Uma vez aprovado o conjunto de boletins de sondagens daquela obra, os mesmos serão
levados para desenho e apresentação �nal.
Devem ser observados na classi�cação parâmetros como a granulometria de acordo com a NBR 7181/81; se há plasticidade
(comum nas argilas); a cor; e a gênese (origem): solos residuais; solos coluvionares, aluvionares, �uviais ou marinhos; aterros e
outras observações.
A classi�cação granulométrica dos solos, com vistas a projetos de fundações, deve atender à NBR 7250/82, como mostra a
tabela a seguir:
 Figura 7: Tabela de compacidade e consistência dos solos, conforme o SPT.
(1) As expressões empregadas para a classi�cação da compacidade das areias (fofa, compacta, etc.) referem-se à
deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações, e não devem ser confuncidas com as mesmas
denominações empregadas para a designação da compacidade relativa das areias ou para a situação perante o índice de
varios críticos, de�nidos na Mecânica dos Solos.
 Tensões admissíveis em solos arenosos a partir do resultado do SPT. (Fonte: Prospecção Geotécnica do Subsolo)
Solo Índice de resistência à penetração N Designação (1)
Areia e siltes arenosos
4 Fofa (o)
5 a 8 Pouco compacta (o)
9 a 18 Medianamente compacta (o)
19 a 40 Compacta (o)
40 Muito compacta (o)
Areia e siltes argilosos
2 Muito mole
3 a 5 Mole
6 a 10 Média (o)
11 a 19 Rija (o)
19 Dura (o)
≤
>
≤
>
Segundo esta norma, na classi�cação de solos através da sua granulometria para �ns de fundações empregam-se os termos
compacidade, para areias e siltes arenoso, e consistência, para argilas e siltes argilosos.
As expressões empregadas para a classi�cação da compacidade das areias (fofa, compacta etc.) referem-se à
deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações.
A relação entre o índice de resistência à penetração obtida no SPT com as tensões admissíveis dos solos arenosos e argilosos
pode ser deduzida através dos quadros a seguir:
Areia Nº. de Golpes SPT Tensão Admissível (kg/cm2)
Fofa 4 1,0
Pouco compacta 5 - 10 1,0 - 2,0
Medianamente compacta 11 - 30 2,0 - 4,0
Compacta 31 - 50 4,0 - 6,0
Muito compacta (o) 50 6,0
≤ <
> >
 Tensões admissíveis em solos argilosos a partir do resultado do SPT. (Fonte: Prospecção Geotécnica do Subsolo)
Argila Nº. de Golpes SPT Tensão Admissível (kg/cm2)
Sapara Quadrada Sapara ContínuaMuito mole 2 0,30 0,22
Mole 3 - 4 0,33 - 0,60 0,22 - 0,45
Média 5 - 8 0,60 - 1,20 0,45 - 0,90
Rija 9 - 15 1,20 - 2,40 0,90 - 1,80
Muito rija 16 - 30 2,40 - 4,80 1,80 - 3,60
Dura 30 4,80 3,60
≤ < <
> > >
Per�l individual de sondagem
Após concluída cada sondagem à percussão, e tendo sido realizada a sua classi�cação táctil-visual, deverá ser providenciado o
formato �nal de apresentação através do per�l individual de cada furo de sondagem. Cada empresa especializada de
sondagens tem seu impresso padronizado de acordo com a NBR 64684/2001, que apresenta, além do endereço da obra,
identi�cação do contratante, número da sondagem, coordenadas ou locação em planta, e nivelamento em relação ao RN
determinado.
Uma classi�cação táctil visual dos solos é complementada com o grá�co correspondente ao SPT e com presença de nível
d’água, como mostra o modelo a seguir:
 Figura 8: Perfil individual de uma sondagem à percussão
Per�l longitudinal de sondagens à percussão
Trata-se de um dado opcional e complementar, que consiste na construção de per�l longitudinal englobando algumas
sondagens que encontram-se num mesmo alinhamento. É uma ferramenta que permite uma visão de conjunto numa área
ampla que estiver sendo investigada, contribuindo com dados adicionais mais completos e con�áveis aos projetistas.
Pode ser observado na Figura 11 um per�l longitudinal que exibe em corte o resultado de quatro sondagens e alguns
deslocamentos motivados pela presença de obstáculo identi�cado como provável matacão. Mostra-se mais clara a
distribuição dos horizontes sondados, bem como características similares entre as sondagens nas suas diversas
profundidades.
Dica
É interessante observar que a sondagem SP4 foi interrompida em terreno impenetrável à percussão aos seis metros de
profundidade, destoando das características das demais sondagens próximas. Por garantia, foram realizados dois
deslocamentos, a saber: As sondagens SP4A e Sp4B, que foram esclarecedoras.
Estes dois deslocamentos atingiram respectivamente as profundidades de 6,20m (SP4A) e 20,0metros (SP4B), o que
demonstra, através do segundo deslocamento, que realmente havia um obstáculo ao prosseguimento da sondagem, e que não
era um horizonte contínuo. Possivelmente tratava-se de um matacão rochoso com dimensões métricas.
Amostras indeformadas
Na superfície do terreno, as amostragens mais usuais são que se coletam através de blocos moldados in loco, e as que se
retiram através de cilindros e anéis biselados – suas ponteiras tem efeito cortante. Funciona cravando-se o cilindro que tem a
extremidade em formal de bisel.
A coleta de amostras indeformadas é possível durante a execução de sondagens à percussão desde que devidamente
programadas e de acordo com a natureza dos solos que ocorrerem no decorrer das sondagens, e sem presença do lençol
freático. Em geral, é recomendável que esta amostragem se inicie após a conclusão de um furo piloto na área.
Qualquer que seja a modalidade de coleta a ser adotada deve-se preservar a
integridade das amostras e suas características naturais, entre as quais sua
umidade natural, com recomendação que se faça uso imediato de câmara
úmida.
São usuais as coletas de amostras indeformadas em solos de baixa
resistência, e a necessidade de que sejam preservadas suas características
naturais até a execução dos ensaios programados. Incluem nesses solos as
argilas e argilas siltosas muito moles e moles, principalmente.
Para os solos mais granulares, a possibilidade de êxito na moldagem e no próprio ensaio já é considerada mais difícil nessa
metodologia de sondagem.
Abaixo da superfície são mais correntes as coletas com uso do amostrador de camisa parede �na, tipo shelby, que se adequa
mais a argilas moles e médias.
Para a amostragem indeformada de argilas moles, siltes argilosos e areias, a recomendação é o amostrador de pistão
estacionário do tipo osterberg, cuja cravação se faz por acionamento hidráulico, até quando o tubo estiver ocupado pela
amostra. Nesse momento, aplica-se uma torção su�ciente nas hastes para efetuar o corte na amostra.
Entendendo melhor a questão dos solos compressíveis
Há um caso clássico que ocorre na cidade litorânea de Santos, no Estado de São Paulo, onde dezenas de prédios construídos a
partir da década de 1950 passaram a apresentar desvios crescentes de verticalidade. Alguns deles, chegando a quase 1,5
metros do topo em relação à base.
Observem as fotos a seguir referentes ao bairro chamado Ponta da Praia.
 Figura 9: Prédios “tortos” - Ponta da Praia, Santos, SP. (Fonte: UOL)
Uma equipe de consultores foi contratada para avaliar o problema da inclinação dos prédios, e con�rmou a suspeita de que a
construção se apoiava numa espessa camada de argila orgânica (sedimentos marinhos), de consistência mole e muito mole.
Nesses prédios, segundo foi apurado, houve a opção por fundações diretas ao invés da alternativa recomendável que seriam
fundações profundas - estacas assentes em terreno de alta resistência, situados a cerca de 50 a 60 metros de profundidade.
De acordo com esses dados, e avaliando simplesmente as consequências, sem entrar no mérito das possíveis
responsabilidades, eis as questões que se colocam:
Faltaram estudos geotécnicos adequados para o cálculo das fundações?
O que levou a construírem tantos prédios com fundações inadequadas?
O fato é que mais de 50 anos já se passaram e muito dinheiro foi gasto em soluções “reparadoras”. Com isso, os imóveis
desvalorizaram-se muito. Além disso, há a questão da insegurança que a situação passa aos moradores.
Precauções sugeridas
Reconhecer previamente o subsolo onde se realizará qualquer tipo de construção é bem mais do que simplesmente cumprir
uma obrigação: É uma necessidade extrema.
Cada projeto apresenta, de modo geral, particularidades próprias que poderão interferir na interação estrutura x características
do terreno, que devem ser avaliadas cuidadosamente.
Di�cilmente a economia com investigações geotécnicas ou fundações traz
vantagens duradouras.
Atividade
1. As descrições de solos abaixo, consideram amostras de sondagens à percussão sob o ponto de vista de deformabilidade e
resistência relacionadas às fundações. Assinale aquela que se apresenta em não conformidade com os termos relacionados à
compacidade ou consistência dos solos:
a) argila siltosa cinza clara, rija.
b) Percebendo a clareza que o conceito oferece para informar uma mensagem.
c) silte argiloso marrom, mole.
d) areia fina siltosa, cor variegada, pouco compacta.
e) silte arenoso, marrom, compacto.
2. As sondagens à percussão são muito importantes e úteis na fase de projeto de fundações de edi�cações. Sobre os dados que
podem ser fornecidos pelas sondagens, as a�rmações a seguir são válidas, exceto:
a) Informações sobre a ocorrência do nível do lençol freático.
b) Prevenir sobre a possibilidade da ocorrência de matacões ou blocos.
c) Subsídios aos projetos de fundações de edificações e outras estruturas.
d) Definir a espessura do embasamento rochoso.
e) Dar subsídios para escavação de subsolos em projetos de edificações.
3. Sobre o ensaio realizado em sondagem à percussão, conhecido como standard penetration test (SPT), assinale o procedimento
correto de acordo com a NBR 6484/2001:
a) Realiza-se através da queda livre de um peso de 75kg caindo de uma altura de 65cm, conta-se o número de golpes do peso necessário
para a cravação de três segmentos consecutivos de 15cm da coluna de hastes..
b) Realiza-se através da queda livre de um peso de 65kg caindo de uma altura de 65cm, conta-se o número de golpes do peso necessário
para a cravação de três segmentos consecutivos de 15cm da coluna de hastes.
c) Realiza-se através da queda livre de um peso de 65kg caindo de uma altura de 75cm, conta-se o número de golpes do peso necessário
para a cravação de três segmentos consecutivos de 15cm da coluna de hastes.
d) Realiza-se através da queda livre de um peso de 65kg caindo de uma altura de 75cm, conta-se o número de golpes do peso necessáriopara a cravação de três segmentos consecutivos de 25cm da coluna de hastes.
e) Realiza-se através da queda livre de um peso de 75kg caindo de uma altura de 65cm, conta-se o número de golpes do peso necessário
para a cravação de três segmentos consecutivos de 25cm da coluna de hastes.
4. Sobre o per�l geotécnico longitudinal, é correto dizer que:
a) É uma forma de avaliar individualmente cada sondagem à percussão realizada numa mesma área.
b) Devem ser analisadas somente as camadas de solos arenosos num perfil geotécnico longitudinal, devido às suas características.
c) Devem ser analisadas em conjunto somente as camadas de solos argilosos num perfil longitudinal, devido às suas características.
d) É uma forma apropriada para a análise ampla do subsolo de uma área, pois faz uso de todas as informações disponíveis sobre o
subsolo numa determinada área.
e) Todas as demais respostas estão corretas.
5.Durante a realização de uma sondagem à percussão no mar sobre plataforma �utuante, selecione abaixo a opção que
corresponde a um fator de grande importância na execução da atividade e na interpretação dos resultados:
a) considerar a direção dos ventos predominantes.
b) considerar a direção da corrente marinha.
c) considerar a variação das marés locais.
d) considerar as dimensões da plataforma flutuante.
e) todas as demais respostas estão corretas.
Notas
Referências
ABNT. Catálogo. Associação Brasileira de Normas Técnicas Disponível em:https://www.abntcatalogo.com.br/. Acesso em 12
out. 2019.
ABNT. Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos – NBR 6484/2001. Associação Brasileira de Normas
Técnicas. Disponível em:https://engenhariacivilfsp.�les.wordpress.com/2014/11/SPT-metodo_de_ensaio_nbr_6484.pdf. Acesso
em 14 nov. 2019.
ABNT. Identi�cação e descrição de amostras de solo - NBR 7250/1982. Disponível em://licenciadorambiental.com.br/wp-
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Acesso em 17 out.
ABNT. Programação de sondagem de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios - NBR 8636/1983.
Disponível em:https://engenhariacivilfsp.�les.wordpress.com/2014/11/SPT-metodo_de_ensaio_nbr_6484.pdf.Acesso em 14
out. 2019.
LIMA, M.J.C.P.A. Prospecção Geotécnica do Subsolo. Rio de Janeiro: Livros Técnicos Cientí�cos, 1979.
MOTTA, Rafael. Prédios tortos de Santos (SP) terão de apresentar laudo de segurança. UOL Notícias. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/05/27/predios-tortos-de-santos-sp-terao-de-apresentar-laudo-de-
seguranca.htm.Acesso em 12 out. 2019.
NBR 9820:1997: Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos de sondagens. Investigação
geotécnica e parâmetros para fundações. Disponível em://www.ufjf.br/nugeo/�les/2017/07/GEF03-
Investiga%C3%A7%C3%A3o-Geot%C3%A9cnica-e-Par%C3%A2metros-para-Funda%C3%A7%C3%B5es-2018.pdf. Acesso em 14
out. 2019.
NOVO Milênio. Prédios inclinam mais que Pisa... e caem! Disponível em://www.novomilenio.inf.br/santos/h0236j.htm. Acesso
em 11 out. 2019.
Próxima aula
Sondagens rotativas;
Sondagens tipo “mistas”;
Coleta de amostras indeformadas.
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