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Transcrição aula 2.3 – Rinite alérgica e Rinossinusite – Abordagem terapêutica das rinossinusites O objetivo deste vídeo é apresentar a abordagem terapêutica da rinite alérgica e rinossinusite. Começamos com uma questão: Qual a base do tratamento das rinossinusites? O tratamento não farmacológico da rinite alérgica deve abranger: a educação e orientação quanto à doença. O uso correto das medicações inalatórias e capacidade de distinção entre medicações de manutenção como os corticoides intranasais, e de alívio como os anti- histamínicos. A orientação a parar de fumar. A perda de peso quando estiver indicado e a prevenção do sobrepeso e obesidade. A adoção de hábitos de vida saudáveis incluindo a realização de atividade física. O tratamento inclui ainda o controle ambiental. E a necessidade de reduzir a exposição a fatores desencadeantes de forma individualizada levando em consideração a história do paciente: Assim o indivíduo deve evitar a exposição a ácaros, mofo, odores fortes, e poluição atmosférica. A base do tratamento farmacológico são os anti-histamínicos H1 orais e os corticoides intranasais. Na Rinite Intermitente Leve recomenda-se um anti-histamínico H1 oral como a loratadina 10 mg 1 comprimido ao dia ou a dexclorfeniramina 2 mg 1 comprimido a cada 8 horas. Na Rinite intermitente moderada a grave recomenda-se um Corticoide inalatório nasal como a beclometasona 50 mcg 1 a 2 doses/narina a cada 12 horas. Na Rinite persistente leve recomenda-se um Anti-histamínico H1 oral. Na Rinite persistente moderada a grave recomenda-se um Corticoide tópico nasal. É recomendável o tratamento por pelo menos 60 dias. Reavaliação após uma semana de tratamento; se necessário, acrescentar anti- histamínico H1 oral (nas doses acima citadas) e/ou curso breve de corticoide oral (prednisona ou prednisolona na dose média de 40 a 60 mg/dia para adultos durante três a sete dias). O tratamento adjuvante da rinite alérgica deve ser realizado com: Lavagem nasal com solução salina isotônica como a solução fisiológica a 0,9% que pode ser empregada no tratamento dos sintomas nasais agudos e crônicos. Têm a capacidade de aliviar a irritação tecidual, umidificar a mucosa e auxiliar na remoção de secreções, aliviando temporariamente a obstrução nasal e melhorando o olfato. Os descongestionantes tópicos nasais como a epinefrina, a nafazolina e a oximetazolina quando usados por tempo prolongado causam obstrução nasal por efeito rebote, sendo chamada de “rinite medicamentosa”. Assim, para o alívio rápido da obstrução nasal, eles podem ser usados no máximo por cinco dias. Nas rinossinusites infecciosas a limpeza e desobstrução dos seios paranasais e a erradicação do agente etiológico são os principais objetivos do tratamento. O resfriado comum que é uma rinossinusite de origem viral é uma doença autolimitada e requer apenas tratamento de suporte. No tratamento de suporte podem ser empregados: os antitérmicos e analgésicos como por exemplo o paracetamol e a dipirona aliviam a dor e a febre. Deve ser orientado o aumento da ingestão hídrica, inalação de vapor e a lavagem nasal com solução salina são medidas satisfatórias como tratamento auxiliar da grande maioria das doenças das vias aéreas, sem os riscos potenciais e inconveniências do uso de drogas, além da comodidade e do baixo custo. Soluções salinas isotônicas (0,9%) de uso tópico são seguras e auxiliam na desobstrução nasal. As soluções salinas hipertônicas (até 3%) aumentam a frequência do batimento ciliar e reduzem o edema da mucosa nasal, favorecendo o transporte mucociliar e diminuindo a obstrução nasal. São úteis na melhora dos sintomas em pacientes com sinusite recorrente. Continuando o tratamento da rinossinusite, os descongestionantes tópicos podem ser usados ocasionalmente em adultos, porém o uso por mais de três dias deve ser evitado pelo risco de rinite química Descongestionantes sistêmicos, por via oral, parecem trazer algum benefício para adultos. Corticoides sistêmicos podem ser criteriosamente prescritos quando há atopia e edema importante da mucosa nasal. Preferencialmente, não devem ser prescritos por mais de sete dias. Corticoides tópicos, em spray nasal, trazem pequeno benefício comprovado no alívio dos sintomas da rinossinusite aguda. Os mucolíticos tem o objetivo principal de modificar a consistência das secreções do aparelho respiratório, facilitando seu transporte e eliminação, porém não parecem trazer vantagens quando comparados à ingestão hídrica adequada e ainda podem ter efeitos colaterais como broncoespasmo. Estudos de revisões sistemáticas mostraram que a suplementação de vitamina C não traz benefícios para a prevenção ou a redução dos sintomas de rinossinusite. O uso de antibióticos na rinossinusite bacteriana tem por objetivos a erradicação da bactéria do local da infecção, a diminuição na duração dos sintomas, prevenção de complicações e da cronicidade do processo. O tratamento com antibiótico por via oral deve durar até cinco a sete dias após a melhora dos sintomas, o que, em média, corresponde ao total de 10 a 14 dias A escolha do antibiótico é empírica, baseada nos agentes etiológicos mais prováveis em cada situação. A primeira escolha pode ser a amoxicilina 500 mg de 8 em 8 horas, mas se pode optar por outro antibiótico da lista como amoxicilina com betalactâmico, cefalosporina de segunda geração, macrolideo, sulfa, ou levofloxacino. Voltando à questão inicial: Qual a base do tratamento das rinossinusites? A base do tratamento da rinite alérgica é a educação e orientação quanto à doença, mais o uso correto das medicações inalatórias. Enquanto o tratamento das rinossinusotes virais a orientação quanto a benignidade e autolimitação, sendo o tratamento basicamente de suporte. Já na rinossinusite bacteriana o emprego de antibiótico adequado junto ao tratamento de suporte é fundamental. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Doenças respiratórias crônicas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea : queixas mais comuns na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. DUNCAN BB, Schimdt MI, Giugliani ER. Medicina ambulatorial: condutas clínicas na atenção primária. Porto Alegre. Artes Médicas, 4ª ed., 2013.
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