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Reprodução, sistema genital, ontogênese

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Hamilton Haddad Junior
Maria Aparecida Visconti
Licenciatura em ciências · USP/ Univesp
4.1 Introdução
4.2 O ciclo reprodutor feminino
4.3 O controle hormonal do ciclo reprodutor feminino
4.4 Métodos contraceptivos
4.4.1 Métodos de barreira
4.4.2 Abstinência periódica
4.4.3 Métodos hormonais
4.4.4 Métodos cirúrgicos
4.4.5 Coito interrompido
4.4.6 Dispositivos intrauterinos
4.5 Conclusão
Referências
Re
pr
od
uç
ão
, s
is
te
m
a 
ge
ni
ta
l, 
on
to
gê
ne
se4CIClO RepRODutOR feMInInO e MétODOs COntRACeptIvOs
69Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
4.1 Introdução
A produção de gametas femininos não ocorre de maneira contínua ao longo da vida repro-
dutiva da mulher, ao contrário do que ocorre com os homens. Flutuações hormonais cíclicas 
desencadeiam alterações ovarianas, responsáveis pelo desenvolvimento, amadurecimento e 
liberação de oócitos em ciclos com duração de aproximadamente 28 dias. Durante esse período, 
modificações na parede interna do útero, também estimuladas pelas flutuações hormonais, o 
preparam para uma possível gestação. As modificações uterinas provocam a menstruação quando 
não ocorre a gravidez e, por isso, podem ser chamadas de ciclo menstrual ou uterino, enquanto 
as modificações ovarianas identificam o ciclo ovariano. Tanto o ciclo menstrual quanto o ciclo 
ovariano garantem à mulher as características fisiológicas necessárias para iniciar uma gravidez; 
por isso, esse conjunto de alterações é denominado ciclo reprodutor feminino.
A regulação do ciclo reprodutivo ocorre por meio de alças de retroalimentação entre 
os hormônios secretados pelos ovários, pela hipófise e pelo hipotálamo. Suas características 
funcionais, bem como o controle de suas secreções, serão detalhadamente discutidos ao longo 
do texto. Entretanto, vale ressaltar que modificações em suas concentrações fisiológicas podem 
impedir a adequada maturação dos oócitos, inviabilizando o desenvolvimento de uma gravidez. 
Por isso, métodos contraceptivos fazem uso da administração de hormônios sexuais, impedindo 
ou dificultando o desenvolvimento do oócito, bem como a sua fertilização e implantação.
 
4.2 O ciclo reprodutor feminino
Vamos iniciar a descrição do ciclo reprodutor feminino identificando as modificações que 
ocorrem nos folículos ovarianos ao longo das três fases que dividem o ciclo: 
•	 fase folicular;
•	 ovulação;
•	 fase lútea.
A seguir, discutiremos os eventos fisiológicos característicos de cada etapa do 
ciclo reprodutor feminino, orientados por flutuações hormonais, e os possíveis 
métodos contraceptivos associados ao ciclo reprodutor.
70 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
Para compreender a fase folicular, é importante lembrar que os ovários possuem, em sua 
região cortical, diversos folículos em diferentes estágios de desenvolvimento (Figura 4.1). 
Os folículos são constituídos de oócitos em desenvolvimento, circundados por células que 
participam de sua proteção e nutrição. Essas células também secretam hormônios sexuais. Nesta 
fase, considerada a primeira fase do ciclo reprodutor, ocorre o crescimento e amadurecimento 
de alguns dos folículos ovarianos sob influência hormonal. No final deste período, que tem 
uma duração variável (em torno de dez dias a três semanas), apenas um folículo permanece se 
desenvolvendo, enquanto os demais interrompem seu desenvolvimento e sofrem morte celular, 
denominada atresia.
Após a maturação completa do folículo, ocorre a ovulação, ou seja, o rompimento do folículo 
e a expulsão do oócito. Posteriormente, inicia-se a última fase do ciclo ovariano, denominada 
fase lútea, ou fase pós-ovulatória. Neste período, as células formadoras do folículo rompido 
adquirem características bioquímicas e morfológicas necessárias para a síntese de hormônios 
que participam da preparação do endométrio para uma possível gestação. Essas células passam 
a ser chamadas de corpo lúteo. Caso o oócito liberado não seja fecundado e implantado, o 
Figura	4.1:	Ilustração da histologia do ovário, contendo folículos ovarianos em diferentes estágios de desenvolvimento. 
/ Fonte: modificado de TorTora, 2002.
71Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
corpo lúteo terá uma vida útil de 12 dias. Esta fase tem uma duração relativamente constante, 
quando comparada à fase folicular, cuja duração é bastante variável. O final da fase lútea carac-
teriza o encerramento de um ciclo reprodutor e o início do próximo.
Paralelamente às alterações ovarianas, ocorrem as alterações uterinas, que constituem o ciclo 
uterino ou menstrual, onde podemos identificar a:
•	 menstruação;
•	 fase proliferativa;
•	 fase secretória.
A menstruação marca o início do ciclo reprodutor por ser facilmente identificada e 
correspondente ao início da fase folicular nos ovários. A descamação do endométrio – ou 
seja, a menstruação – é causada pela atresia do corpo lúteo, que tem papel fundamental na 
manutenção das células endometriais. Sua duração pode variar em torno de três a sete dias, 
sendo o fluxo menstrual bastante específico para cada mulher. Após a menstruação, as células 
endometriais começam a se proliferar, reconstituindo a camada celular perdida durante a 
descamação do endométrio. Esta fase, denominada fase proliferativa, coincide com o período 
final da fase folicular dos ovários. Após a ovulação, inicia-se a fase secretória uterina, em que 
as células endometriais depositam lipídeos e glicogênio para o fornecimento de energia para 
uma possível gestação. Além disso, ocorre o crescimento de novos vasos sanguíneos nessa região. 
 Quando ocorre a atresia do corpo lúteo – finalizando a fase lútea e iniciando a fase foli-
cular nos ovários – ocorrem também o fim da fase secretória uterina e o início de uma nova 
menstruação, caracterizando o começo de um novo ciclo reprodutor.
Podemos notar que existe correspondência entre os eventos uterinos e ovarianos do ciclo 
reprodutor feminino. A relação entre os ciclos se dá pelo controle hormonal a que estão 
submetidos os ciclos ovariano e uterino. Essa relação é essencial para que uma eventual gestação 
se estabeleça, uma vez que o útero deve estar em condições adequadas para receber um embrião 
logo após a ovulação, o que possibilitará a fecundação. Vamos agora compreender o controle 
hormonal do ciclo reprodutor feminino e sua influência sobre o organismo feminino.
72 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
4.3 O controle hormonal do ciclo 
reprodutor feminino
Os principais hormônios envolvidos no controle do ciclo reprodutor feminino são:
•	 Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH);
•	 Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH);
•	 Estrógeno e Progesterona.
O GnRH é secretado pelo hipotálamo e estimula a secreção dos hormônios FSH e LH – também 
chamados gonadotrofinas – pela hipófise anterior (Figura 4.2). O FSH estimula as células da 
granulosa do folículo ovariano (Figura 4.3) a secretar estrógenos, enquanto o LH estimula as células 
da teca (Figura 4.3) a secretar androgênios, que serão convertidos em estrógenos e progesterona 
nas células vizinhas. O Gráfico 4.1 mostra-nos a flutuação na secreção desses hormônios ao longo 
do ciclo reprodutor feminino, relacionando-a com os eventos que ocorrem no útero e nos ovários. 
Figura	4.2:	Esquema do controle da secreção 
hormonal por retroalimentação negativa e positiva. 
/ Fonte: modificado de SilverThorn, 2010.
Figura	4.3:	Ilustração dos folículos ovarianos com 
detalhe para as células da granulosa e da teca. / Fonte: 
modificado de SilverThorn, 2010.
73Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
Veremos agora o controle intrínseco dessas secreções hormonais em detalhes e suas conse-
quências fisiológicas emcada fase do ciclo reprodutor.
Podemos observar que, no final do ciclo reprodutor, ocorre um aumento na secreção das 
gonadotrofinas pela hipófise anterior. Esse aumento é responsável pelo recrutamento de 
folículos ovarianos, que darão início à sua maturação sob influência do FSH, o que caracteriza 
a fase folicular. O crescimento dos folículos provoca um aumento na secreção de hormônios 
Gráfico	4.1:	Flutuações hormonais ao longo do ciclo reprodutor feminino e os eventos uterinos e ovarianos 
relacionados. / Fonte: modificado de SilverThorn, 2010.
74 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
esteroides pelas células foliculares. Neste período, o aumento gradual de estrógeno é bastante 
evidente, principalmente na fase folicular tardia. O aumento de estrógeno inibe a secreção de 
FSH e LH, bem como de GnRH, por mecanismos de retroalimentação negativa (Figura 4.2). 
A diminuição da secreção de LH e FSH impede o recrutamento de novos folículos no mesmo 
ciclo. Entretanto, apesar da diminuição principalmente de FSH, permanece o aumento na 
secreção de estrógenos, controlada por uma alça de retroalimentação positiva, em que os estró-
genos estimulam a secreção de mais estrógenos pelas células da granulosa (Figura 4.2). 
Por volta do 6º dia da fase folicular, um dos folículos 
torna-se dominante, interrompendo o crescimento dos 
demais folículos recrutados. Isso ocorre por meio da secre-
ção de um hormônio chamado inibina, que também inibe 
a secreção de FSH pela hipófise anterior (Figura 4.4). 
A diminuição de FSH, associada à secreção de inibina, causa 
a parada no crescimento dos demais folículos, fazendo com 
que, em geral, apenas um folículo ovule a cada ciclo.
Durante a primeira metade da fase folicular ocorre a 
menstruação uterina, que dura em torno de cinco a sete dias. 
Esse fluxo menstrual uterino é composto de 50 a 150 ml 
de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do 
endométrio. A menstruação é causada pela diminuição 
dos hormônios estrógeno e, principalmente, progeste-
rona (no final da fase lútea). Essa diminuição estimula a 
liberação de prostaglandinas, que causarão constrição das 
arteríolas uterinas do endométrio, privando-o de oxigênio. Com isso, ocorre a morte das células 
endometriais e a posterior descamação, chamada de menstruação. O fluxo menstrual é elimi-
nado da cavidade uterina através do colo e da vagina. Após o final da menstruação, inicia-se a 
fase proliferativa no útero, quando o aumento do estrógeno secretado pelos folículos estimula 
nova proliferação celular no endométrio. Além disso, ocorre o aumento da vascularização do 
endométrio e de seu suprimento de nutrientes e oxigênio. O aumento de estrógenos também 
causa a secreção de muco claro e viscoso pelas glândulas mucosas do colo do útero. Essa se-
creção facilita a relação sexual e a entrada de espermatozoides na cavidade uterina em um 
Figura	4.4:	Esquema do controle da secreção 
hormonal por retroalimentação negativa e positiva. 
/ Fonte: modificado de SilverThorn, 2010.
75Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
período próximo à ovulação, propiciando uma possível fertilização. A detecção do muco e suas 
características viscosas são utilizadas por algumas mulheres para identificar o seu período fértil 
próximo à ovulação. Neste período, o muco possui uma viscosidade que permite sua distensão 
por alguns milímetros (Figura 4.5).
Ao longo do desenvolvimento folicular ocorre o acúmulo de líquido dentro de uma cavidade 
folicular denominada antro. Esse líquido contém hormônios e enzimas necessárias para a ovulação. 
Pouco antes da ovulação, o aumento progressivo de estrógeno atinge um limiar, e passa a estimular 
a secreção de GnRH, antes inibida por este mesmo hormônio. Ou seja, o controle do estrógeno 
sobre a secreção de GnRH passa a ser uma retroalimentação positiva (Gráfico 4.1). Dessa forma, 
o aumento de estrógeno leva ao aumento de GnRH, o que causa uma rápida elevação na secreção 
de LH, conhecido como o pico do LH. Este pico de LH é o causador do final da maturação do 
oócito e sua ovulação, que ocorre entre 16 e 24 horas após o pico.
Quando o folículo se encontra maduro, ele secreta uma enzima denominada colagenase, res-
ponsável por separar as células foliculares. Isso causa uma reação inflamatória na superfície dos 
folículos, que leva à migração de leucócitos e liberação de prostaglandinas. As prostaglandinas 
causam a contração de células musculares no ovário, contribuindo para a ruptura do folículo em 
sua região mais frágil. Dessa maneira, o oócito e as células granulares agregadas serão expulsos 
do folículo, juntamente com o líquido antral (Figura 4.6). O oócito será transportado pela 
tuba uterina, onde poderá ser fecundado.
Figura	4.5:	Fotografia do colo do útero contendo muco cervical à esquerda e fotografia ilustrativa da distensão do muco à direita. 
/ Fonte: modificado de aireS, 2012.
76 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
Após a ovulação, as células foliculares restantes se transformarão em células lúteas sob a 
influência do LH. Essas células, denominadas corpo lúteo, apresentam características secretoras 
importantes para o desenvolvimento da fase lútea, bem como para a manutenção do primeiro 
trimestre de uma eventual gestação. Para isso, armazenam lipídeos e glicogênio, que serão im-
portantes fontes de nutrição e energia para o embrião em desenvolvimento, além de secretar 
quantidades crescentes de progesterona. Com isso, os níveis de progesterona sobem durante 
a fase lútea, enquanto os níveis de estrógeno descem, apesar de ele ainda continuar sendo 
secretado pelo corpo lúteo. A duração do corpo lúteo na ausência de uma gestação é de 12 dias, 
com poucas variações. Por isso, a variação na duração de diferentes ciclos ocorre por causa das 
variações na fase folicular (Figura 4.7).
Figura	4.6:	Ilustração do rompimento folicular e expulsão do oócito envolto por células da 
granulosa. / Fonte: modificado de TorTora, 2002.
Figura	4.7:	Ilustração de ciclos reprodutores feminino com diferentes durações. / Fonte: modificado de aireS, 2012.
77Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
Os níveis de GnRH, bem como de FSH e LH, diminuem durante a fase lútea, pois suas secreções 
estão sendo inibidas pela presença da progesterona, do estrógeno e da inibina lútea (Figura 4.8). 
Assim, neste período não são recrutados novos folículos, uma vez que o organismo feminino está se 
preparando para uma possível gestação.
Podemos considerar a progesterona como o principal hormônio da 
fase lútea. Seus efeitos causam o contínuo crescimento do endométrio, 
onde as glândulas endometriais se enrolam e novos vasos são formados, 
além do depósito de lipídeos e glicogênio já mencionado. Também 
causam o espessamento do muco secretado pelas glândulas do colo do 
útero. Esse espessamento provoca a formação de um tampão no colo do 
útero, que impede a entrada de microrganismos, assim como de novos es-
permatozoides. Portanto, o útero encontra-se protegido para desenvolver 
uma possível gestação. 
Quando ocorrem a fecundação e a implantação do embrião no útero pre-
parado, células endometriais se modificam e iniciam a secreção do hormônio 
gonadotrofina coriônica humana (hCG), que sustenta a presença do corpo 
lúteo. Isso faz com que o corpo lúteo permaneça íntegro, secretando seus hor-
mônios durante o primeiro trimestre gestacional. Entretanto, na ausência da 
gestação, o corpo lúteo vai degenerar após 12 dias 
de sua formação. Consequentemente, ocorre a queda na secreção de 
estrógeno e principalmente de progesterona, que tem função funda-
mental na manutenção do endométrio. A queda na progesterona causa 
vasoconstrição na camada superficial do endométrio, levando ao déficitde oxigênio e de nutrientes para as células endometriais, que morrem e 
descamam dois dias após a degeneração do corpo lúteo, formando a 
menstruação. O início de uma nova menstruação caracteriza o fim da 
fase lútea e o início de um novo ciclo reprodutor. Além disso, a queda 
de progesterona e estrógeno no final do ciclo libera a hipófise anterior 
e o hipotálamo de sua inibição, aumentando a secreção de GnRH, FSH 
e LH, que participam do recrutamento de novos folículos para o início 
de um novo ciclo (Figura 4.9 e Gráfico 4.1).
Figura	4.8:	Esquema 
do controle da secreção 
hormonal por retroalimen-
tação negativa. 
/ Fonte: modificado de 
SilverThorn, 2010.
Figura	4.9:	Esquema da secreção 
hormonal presente no final do 
ciclo reprodutor feminino. / Fonte: 
modificado de SilverThorn, 2010.
78 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
Resumindo o que discutimos até agora, a Figura 4.10 mostra uma síntese do controle hor-
monal do ciclo reprodutor por mecanismos de retroalimentação positiva e negativa. Eles deter-
minam modificações temporalmente precisas para que a ovulação ocorra no momento em que as 
demais condições do organismo feminino estejam adequadas para receber a implantação de um 
futuro embrião. Além disso, podemos destacar a predominância de estrógeno na primeira metade 
do ciclo e da progesterona na segunda metade.
Figura	4.10:	Resumo do controle hormonal ao longo do ciclo reprodutor feminino por meio de retroalimentação. 
/ Fonte: modificado de SilverThorn, 2010.
79Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
Modificações nas concentrações adequadas desses hormônios podem dificultar e, até mesmo, 
impedir a ovulação, a fecundação ou a implantação. Por essa razão, podem ser utilizadas como 
métodos contraceptivos. Veremos agora os principais métodos contraceptivos existentes.
4.4 Métodos contraceptivos
Os métodos contraceptivos têm como objetivo evitar o risco de uma gestação não planejada. 
Para a mulher, esses avanços garantiram grande liberdade para a sua inserção no mercado de 
trabalho, para o seu comportamento sexual, bem como para o planejamento familiar. Hoje, 
existem diversos métodos contraceptivos, que podemos dividir em:
•	 métodos de barreira;
•	 abstinência periódica;
•	 métodos hormonais;
•	 métodos cirúrgicos;
•	 coito interrompido;
•	 dispositivos intrauterinos.
4.4.1 Métodos de barreira
Os métodos de barreira têm como finalidade impedir a entrada de espermatozoides na 
cavidade uterina por meio de barreiras físicas. Esses métodos apresentam a vantagem de proteger 
os indivíduos do contágio de doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, e também pela 
facilidade de uso com planejamento a curto prazo, se constituem em um dos métodos mais 
utilizados em todo o mundo. 
A eficácia de cada um deles é bastante variável, sendo um dos motivos de 
escolha entre eles. Além disso, a fase reprodutiva do indivíduo e também as 
características fisiológicas individuais devem ser levadas em conta na escolha 
do método. Por isso, a orientação médica individual é fundamental desde o 
início da vida sexual ativa.
80 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
A barreira contraceptiva utilizada pelo homem é o preservativo, também conhecido como 
camisinha. Ele é feito de látex ou plástico, que envolve o pênis, isolando o sêmen do trato re-
produtor feminino. O preservativo feminino é formado por uma bolsa de plástico cilíndrica, 
com dois anéis. O anel menor se encaixa no colo do útero, enquanto o maior se adapta na 
genitália externa (Figura 4.11). Dessa forma, ocorre a proteção do colo uterino, da vagina e da 
genitália externa feminina, impedindo o contato com o sêmen e fornecendo proteção contra 
as doenças sexualmente transmissíveis.
O diafragma é outro método de barreira utilizado pelas mu-
lheres. Possui a forma de um capuz côncavo, que se adapta ao colo 
uterino (Figura 4.12). Sua utilização deve ser associada ao uso de 
espermicidas, pois a sua eficácia é baixa, chegando a 20% de falhas 
anuais. O colo uterino apresenta diferenças no tamanho e formato, 
sendo necessária a escolha adequada dos diferentes tamanhos de 
diafragma existentes. As desvantagens para o uso do diafragma são 
possíveis infecções do trato urinário, dor pélvica, retenção urinária 
e alergia ao espermicida. Entretanto, a ausência de contraindicações, 
a possibilidade de uso durante a lactação e a relativa proteção contra 
algumas doenças podem ser avaliadas como vantagens.
Figura	4.12:	Ilustração do diafragma e sua posição quando 
adaptado ao colo uterino. / Fonte: modificado de Zugaib, 2012.
Figura	4.11:	Ilustração do 
preservativo feminino e sua posição 
quando colocado no sistema trato 
reprodutor feminino. / Fonte: 
modificado de Zugaib, 2012.
81Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
4.4.2 Abstinência periódica
A abstinência periódica, também conhecida como tabelinha, consiste na abstenção do ato 
sexual durante os dias férteis da mulher. Para isso, ela deve ter ciclos reprodutivos regulares, 
para poder identificar o provável dia da ovulação e evitar relações sexuais no período de três 
dias antes e três dias depois da provável ovulação. Sua eficiência é variável, uma vez que o ciclo 
reprodutor feminino tem irregularidades.
4.4.3 Métodos hormonais
Os métodos hormonais são largamente utilizados devido à sua grande eficácia. Além disso, 
avanços significativos na anticoncepção hormonal ocorreram na década de 70, no sentido de 
diminuir a quantidade de hormônios utilizados, além de combiná-los de maneira adequada 
para maior eficácia e menores efeitos colaterais. Entre esses métodos, o mais utilizado é a 
pílula anticoncepcional, que apresenta concentrações variáveis de estrógeno e progesterona. 
A presença desses hormônios no organismo feminino inibe a secreção de GnRH pelo hipo-
tálamo, bem como de FSH e LH pela hipófise anterior, impedindo a maturação de oócitos e, 
consequentemente, a sua ovulação. Além disso, a progesterona presente leva ao espessamento do 
muco cervical, dificultando a entrada de espermatozoide na cavidade uterina. Modificações no 
endométrio também podem ser provocadas, dificultando a instalação de uma gestação.
Os anticoncepcionais hormonais podem ser administrados por via oral (as pílulas), injetáveis, 
adesivos transdérmicos, implante subdérmico e anel vaginal. A escolha entre cada um deles deve 
ser feita com orientação ginecológica. Existem algumas vantagens para a utilização das pílulas de 
baixa dosagem hormonal, que são as mais utilizadas nos dias de hoje. Podemos destacar entre elas:
•	 diminuição do fluxo e da cólica menstrual;
•	 controle das irregularidades menstruais;
•	 proteção ou tratamento contra tumores ovarianos benignos;
•	 proteção contra doenças mamárias benignas;
•	 proteção contra anemia ferropriva;
•	 proteção contra endometriose.
82 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
Contudo, existem complicações e contraindicações importantes, que devem ser levadas em 
consideração e discutidas com o ginecologista, como por exemplo:
•	 hipertensão arterial;
•	 distúrbios de coagulação sanguínea;
•	 danos nos vasos sanguíneos cerebrais;
•	 disfunção hepática;
•	 risco cardíaco aumentado para fumantes;
•	 risco de acidente vascular aumentado para fumantes.
4.4.4 Métodos cirúrgicos
Os métodos cirúrgicos produzem a esterilização do indivíduo, ou seja, torna-o incapaz de 
se reproduzir. A esterilização cirúrgica masculina é a vasectomia, procedimento em que parte 
do ducto deferente é removida. Isso impossibilita a condução dos espermatozoides até o ducto 
ejaculatório e a uretra. Entretanto, os espermatozoides continuam sendo produzidos, mas são 
reabsorvidos pelo organismo masculino. É importantelembrar que a vascularização testicular 
permanece íntegra, não alterando os níveis circulantes de testosterona secretada pelos testículos. 
Por isso, a vasectomia não altera a libido e o desempenho sexual. 
Nas mulheres, a esterilização é realizada pela laqueadura tubária. Durante o procedimen-
to, as tubas são amarradas e posteriormente cortadas, como mostra a Figura 4.13. Desse modo, 
os oócitos não percorrem a tuba no sentido do útero, e os espermatozoides não conseguem 
encontrá-los. Anéis ou grampos podem ser utilizados nas tubas (Figura 4.14), que podem 
também ser apenas amarradas (Figura 4.15), tendo nesse caso a possibilidade de reversão do 
procedimento. Entretanto, existe o risco da soltura dos grampos ou da amarração, comprome-
tendo a eficácia do método. No Brasil, dos casais que optam pelo método cirúrgico, apenas um 
quarto é submetido à vasectomia, ao passo que três quartos realizam a laqueadura.
83Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
 
Figura	4.13:	Ilustração da laqueadura tubária por meio da secção das trompas uterinas. / 
Fonte: modificado de Zugaib, 2012.
Figura	4.14:	Ilustração da laqueadura tubária 
por meio da utilização de anéis nas trompas 
uterinas. / Fonte: modificado de Zugaib, 2012.
Figura	4.15:	Ilustração da laqueadura tubária por meio da amarração das trompas uterinas. / 
Fonte: modificado de Zugaib, 2012.
84 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
4 Ciclo reprodutor feminino e métodos contraceptivos
4.4.5 Coito interrompido
O coito interrompido ocorre com a retirada do pênis da vagina antes que ocorra a 
ejaculação. Entretanto, durante o ato sexual ocorre a emissão pré-ejaculatória de líquido da 
uretra, já contendo espermatozoides. Por isso, e pela dificuldade de retirar o pênis no momento 
adequado, a eficácia deste método pode ser comprometida.
4.4.6 Dispositivos intrauterinos
O dispositivo intrauterino (DIU) é colocado na cavidade uterina (Figura 4.16), onde pro-
voca alterações no endométrio, impedindo a progressão do espermatozoide e a implantação do 
embrião. Hoje em dia, o modelo mais utilizado libera pequenas quantidades de progestógeno 
(hormônio sintético semelhante à progesterona), causando aumento da viscosidade do muco 
cervical, atrofia do endométrio, inibição da ovulação e inibição da motilidade espermática. 
Todos esses efeitos impedem a fecundação e a implantação, não permitindo, portanto, a gestação.
Figura	4.16:	Ultrassonografia uterina para visualização do correto posicionamento do DIU. 
/ Fonte: modificado de Zugaib, 2012.
85Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 4
Reprodução, sistema genital, ontogênese
4.5 Conclusão
Discutimos aqui a sequência de eventos fisiológicos característicos do ciclo reprodutor 
feminino, bem como o controle hormonal das diversas fases do ciclo ovariano e uterino, e a 
relação temporal entre eles. Relacionamos as modificações uterinas e ovarianas com as variações 
nos níveis de hormônios como os estrógenos, progesterona, LH e FSH. Além disso, descrevemos 
alguns métodos contraceptivos, relacionando-os com a anatomofisiologia do sistema reprodutor 
masculino e feminino.
Referências
Aires, M. M. (org.). Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
Berne, r. M. et al. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
CAMpBell, N. A. et al. Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Curi, r.; proCópio, J. Fisiologia Básica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Guyton, A.C.; HAll, J. e. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
silvertHorn, D. u. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 5. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2010.
tortorA, G. J.; GrABowski, s. r. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2012.
ZuGAiB, M. Zugaib Obstetrícia. 2. ed. Barueri: Manole, 2012.
Glossário
Retroalimentação:	Mecanismo pelo qual parte do sinal de saída de um sistema é transferida para a sua 
entrada com o objetivo de diminuir, aumentar ou controlar a saída desse mesmo sistema.
Agora é a sua vez...
Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realize a(s) atividade(s) proposta(s).
	4.1 Introdução
	4.2 O ciclo reprodutor feminino
	4.3 O controle hormonal do ciclo
reprodutor feminino
	4.4 Métodos contraceptivos
	4.4.1 Métodos de barreira
	4.4.2 Abstinência periódica
	4.4.3 Métodos hormonais
	4.4.4 Métodos cirúrgicos
	4.4.5 Coito interrompido
	4.4.6 Dispositivos intrauterinos
	4.5 Conclusão
	Referências
	retroalimentacao: 
	retroalimentação box: 
	retroalimentação X:

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