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Ciclo menstrual

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Ciclo menstrual 
 
 
 
 
 
1 - Caracterizar o desenvolvimento fisiológico feminino. 
Embora os fatores que iniciam a puberdade ainda não estejam bem determinados, são apontadas 
causas interativas: genéticas, neuroendócrinas e externas - nutrição, doenças crônicas que atrasam o 
processo e os estímulos sociais. 
 
Maturação do eixo neuroendócrino 
O crescimento na adolescência decorre da ação dos esteroides gonadais – estrógeno, 
progesterona, testosterona – juntamente com o hormônio do crescimento (GH) e da produção do fator 
de crescimento insulina-dependente (IGF– I), com maior produção insulínica. 
 
Em resumo, a secreção do GnRH hipotalâmico causa a liberação noturna e em pulsos do 
hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH), que têm origem na hipófise e são 
responsáveis pela estimulação das gônadas (testículos e ovários). Estimuladas, as gônadas produzem 
hormônios esteroides sexuais: testosterona, responsável pela formação dos espermatozoides; estradiol 
e progesterona, que são relacionados à maturação dos óvulos e ciclo menstrual. 
 
O resultado deste início de função das gônadas (gonadarca) é o aparecimento dos caracteres 
sexuais secundários. Por outro lado, as glândulas suprarrenais secretam andrógenos (adrenarca), que 
também estão envolvidos com o desenvolvimento de pilificação puberal e axilar. 
 
 
Mudanças pubertárias no sexo feminino 
Podemos utilizar uma sequência para lembrar dos eventos pubertários femininos, uma vez que 
em geral ocorrem desta forma ordenada: telarca, pubarca, estirão, menarca. Em 20% das meninas, a 
pubarca antecede a telarca 
 
MAMAS 
Telarca, aparecimento de broto mamário é a primeira manifestação da puberdade feminina; pode 
inicialmente ser doloroso e unilateral, ocorrendo em média aos 9,5 anos, mas podendo variar entre 8 a 
13 anos. 
 
PUBARCA 
Os pubianos desenvolvem-se gradativamente em cerca de quatro anos. Os axilares surgem pouco 
depois, acompanhados pelo desenvolvimento das glândulas sudoríparas e aparecimento de odor 
acentuado. 
 
MENARCA 
Denominação da primeira menstruação, ocorre cerca de dois anos e meio após aparecer o broto 
mamário, em média aos 12,2 anos; os primeiros ciclos podem ter fluxo escasso ou intenso (hemorragia 
uterina disfuncional), necessitando então de intervenção ginecológica. 
 
 PRIMEIROS CICLOS MENSTRUAIS 
Costumam ser anovulatórios, havendo irregularidade nos primeiros 12 – 24 meses de ciclos; na 
completa maturação do eixo neuroendócrino, há pico de LH no meio do ciclo, acarretando a ovulação. 
 
 ÚTERO, TROMPAS, VAGINA E VULVA 
O desenvolvimento decorre principalmente da produção de estrógenos e concomitante ao 
crescimento mamário. 
 
 LEUCORREIA FISIOLÓGICA 
Frequente corrimento vaginal, sem odor específico e aspecto de clara de ovo; resulta de 
estimulação estrogênica, levando à secreção de muco cervical e maior descamação das células da 
mucosa vaginal; não requer tratamento, apenas esclarecimento à adolescente e reforçar a higiene local. 
 
Caracteres sexuais secundários 
O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários se constitui em dois diferentes 
fenômenos: o desenvolvimento das mamas (telarca) e o crescimento dos pelos pubianos (pubarca), que 
foram cuidadosamente estudados e classificados por Tanner e Marshal. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE TANNER 
A escala de Tanner (ou estágios de Tanner) é uma avaliação da maturação sexual através do 
desenvolvimento físico de crianças, adolescentes e adultos 
 
 
 
 
 
Caracteres sexuais primários 
A mucosa vaginal torna-se progressivamente espessa e enrugada e uma secreção clara aparece, 
aumentando de volume nos meses que antecedem a menarca. O pH vaginal diminui devido ao aumento 
da produção de ácido lático pelos lactobacilos. Ocorre depósito de gordura subcutânea no monte pubiano 
e grandes lábios, espessamento do epitélio vulvar e os pequenos lábios e clitóris tornam-se mais 
proeminentes. 
. 
O útero e os ovários apresentam um aumento progressivo de volume. O útero apresenta um 
aumento maior do corpo em relação ao colo e tem a sua forma tubular modificada para a forma 
característica de pêra. 
 
Referências 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9260/1/livro_saude_do_adolescente_e_jovem.pdf 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5884818/mod_page/content/2/O_desenvolvimento_puberal_norm
al.pdf 
27 Fisiologia da Puberdade Feminina – Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia. Disponível em: Minha 
Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 
 
2 - Estudar sobre os hormônios esteróides sexuais. 
Os HORMÔNIOS ESTEROIDES são compostos lipossolúveis, com estrutura básica de 17 átomos 
de carbono dispostos em quatro anéis. Na síntese dessas substâncias, o colesterol é o ponto de partida 
para a síntese de cortisol, aldosterona, vitamina D e esteroides sexuais (estrogênio, progesterona e 
androgênio). 
 
ESTRUTURA DOS ESTEROIDES 
Os esteroides têm estrutura química comum, denominada ciclopentanoperidrofenantreno: núcleo 
cíclico semelhante ao do fenantreno (anéis A, B e C, ligados a um anel ciclopentano D). 
 
Estrutura química básica dos hormônios esteroides (ciclopentanoperidrofenantreno). Núcleo cíclico semelhante ao do 
fenantreno (anéis A, B e C ligados a um anel ciclopentano). 
 
HORMÔNIOS ESTEROIDES OVARIANOS/ HORMÔNIOS ESTEROIDES SEXUAIS 
 Estrogênio; 
 Progesterona; 
 Androgênio. 
 
Os hormônios esteroides ovarianos ou sexuais (estrogênio, progesterona e androgênio) são 
importantes para a fisiologia feminina, bem como para o sistema reprodutor e o sucesso da gravidez. 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9260/1/livro_saude_do_adolescente_e_jovem.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5884818/mod_page/content/2/O_desenvolvimento_puberal_normal.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5884818/mod_page/content/2/O_desenvolvimento_puberal_normal.pdf
 
 
Estrogênios 
Nas mulheres, os ESTROGÊNIOS são responsáveis pela manutenção dos caracteres sexuais 
secundários, principalmente o desenvolvimento das mamas e da genitália externa, inclusive os pelos 
pubianos. Além disso, são responsáveis pelo adequado desenvolvimento endometrial na primeira fase do 
ciclo. Posteriormente, com a ação da progesterona pelas alterações fisiológicas e histomorfológicas, são 
essenciais para o sucesso da implantação embrionária. 
 
Eles podem ser naturais ou artificiais, esteroídicos ou não. Os principais estrogênios naturais são 
os estrogênios conjugados (EC), 17-betaestradiol, valerato de estradiol, estrona e estriol. 
 
O mais potente é o estradiol, que pode ser parcialmente destruído pelo suco gástrico e inativado 
no fígado, sobrando aproximadamente 20% de sua atividade original, quando empregado por via oral. 
Todavia, na sua forma micronizada, ao não sofrer o mesmo impacto no sistema gástrico, permanece 
com sua potência. Por isso, é bastante usado em tratamentos. 
 
Os estrogênios artificiais são obrigatoriamente representados pelo etinilestradiol, mestranol e 
promestrieno. Este último tem aplicação clínica por via vaginal, amenizando a atrofia vaginal nos casos de 
hipoestrogenismo. 
 
Progesterona e Progestógenos 
A PROGESTERONA é o hormônio natural, enquanto o PROGESTÓGENO é o esteroide sintetizado 
a partir de androgênio (norderivado), da pregnenolona e da espirolactona. 
 
A PROGESTERONA é o hormônio responsável pela transformação endometrial, imprescindível 
para a adequada interação materno-fetal. Também impede a proliferação excessiva do endométrio 
determinada pelo estrogênio (a progesterona diminui os receptores de estrogênios e com isso diminui a 
proliferação excessiva do endométrio) e possibilita o incremento da secreção das glândulas endometriais. 
Tal processo é essencial para a implantação e o desenvolvimento da gravidez. Caso não ocorra a 
gestação, contribui para que a descamação seja universal e o fluxo menstrual, regular. Na falta destes, 
pode ocorrer sangramento uterino anormal, em alguns casos em grande quantidade. Ademais, tal 
esteroidetem outras funções, como o desenvolvimento do tecido mamário durante a gestação. 
 
De maneira geral podemos dizer que: 
A progesterona e outros progestógenos são hormônios que mantêm a gravidez e impedem a 
proliferação do endométrio provocada pelos estrogênios. Ao mesmo tempo, conferem a ele a 
característica morfológica secretora, preparando-o para a implantação do embrião. 
 
Androgênio 
O ANDROGÊNIO é precursor do estrogênio, tanto no ovário, quanto em tecidos periféricos. Na 
mulher, é importante para o desejo sexual e pela manutenção dos pelos sexuais. A produção em 
excesso deste hormônio e/ou a maior atividade de seu receptor estão relacionadas com quadro de 
hiperandrogenismo cutâneo e/ou infertilidade. Por essa razão, assume grande importância na ginecologia. 
 
As substâncias androgênicas determinam as características sexuais secundárias masculinas e têm 
efeito na libido. Entretanto, podem atuar de formas diferentes nos tecidos: convertendo testosterona em 
di-hidrotestosterona, que é o androgênio mais potente, pois tem afinidade maior ao receptor; ligando a 
testosterona diretamente ao receptor; modulando enzimas que podem afetar outros hormônios; e 
convertendo estrogênios pela aromatase. 
 
PRODUÇÃO DOS ESTEROIDES SEXUAIS 
A produção dos esteroides sexuais é regulada por hormônios do eixo hipotálamo-hipofisário-
ovariano. Em resposta ao hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), a hipófise anterior secreta, de 
modo coordenado, as gonadotrofinas (hormônio foliculoestimulante [FSH] e o luteinizante [LH]), cuja 
concentração varia durante o ciclo menstrual. 
 
O FSH regula o crescimento folicular e a produção crescente de ESTRADIOL (forma muito 
importante do hormônio estrogênio no organismo) pelas células da granulosa. Enquanto isso, o LH 
aumenta a captação de colesterol e estimula as células intersticiais e da teca interna dos folículos ovarianos 
a produzirem androgênios (androstenediona e testosterona). 
 
Após a ovulação, o FSH e, sobretudo, o LH agem nas células luteinizadas do corpo lúteo, 
aumentando a produção de estradiol e, em maior quantidade, de progesterona. Por sua vez, os hormônios 
sexuais regulam a pulsatibilidade de GnRH, interferindo na concentração sérica de FSH e LH, pelo 
mecanismo de retroalimentação negativa. Além disso, há outros hormônios produzidos pelo ovário que 
também influenciam a produção de gonadotrofinas, como a inibina, peptídio que regula negativamente 
a produção de FSH. Outras substâncias que também interferem na liberação de gonadotrofinas são a 
foliculostatina e a ativina. 
 
METABOLIZAÇÃO E EXCREÇÃO DOS ESTEROIDES SEXUAIS 
Os esteroides são, em geral, oxidados pelas enzimas citocromo P450 oxidase, como a CYP3A4. 
Essas reações introduzem uma molécula de oxigênio no anel esteroide, possibilitando que o colesterol 
seja quebrado por enzimas biliares e eliminado na bile. Os hormônios esteroides, sem a cadeia lateral de 
colesterol e ácidos biliares, são tipicamente hidroxilados em várias posições de anel ou oxidados na 
posição 17, conjugados com sulfato ou ácido glicurônico e excretados na urina, conforme ocorre com a 
progesterona. 
 
Referências 
Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 
 
3 - Descrever o ciclo menstrual fisiológico. 
O ciclo menstrual normal é rigidamente coordenado por efeitos estimuladores e inibitórios que 
resultam na liberação de um único oócito maduro e de um conjunto de oócitos primordiais. Para a 
harmonia do ciclo, existem várias conexões entre os neurônios corticais com os do sistema límbico e do 
hipotálamo. 
 
O controle do eixo reprodutivo origina-se no hipotálamo com a liberação periódica pulsátil do 
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Em resposta ao GnRH, a hipófise libera pulsos de 
gonadotrofinas, hormônio luteinizante (LH) e hormônio foliculoestimulante (FSH) na corrente sanguínea. 
 
O hipotálamo e a hipófise são os sítios de maior ação na regulação da função reprodutiva. 
Diversos fatores contribuem para a regulação de tal processo, como hormônios, e fatores parácrinos e 
autócrinos (que ainda estão sendo identificados). Os sistemas envolvidos são: dopaminérgico, 
noradrenérgico, serotoninérgico, gabaérgico e glutaminérgico. 
 
Hipotálamo 
O hipotálamo localiza-se na base do cérebro, logo abaixo do quiasma óptico. A comunicação com 
a hipófise ocorre por meio de neuro-hormônios nas veias portais que atravessam a hipófise até a adeno-
hipófise. Suas funções principais são a síntese e a secreção do hormônio liberador de GnRH. Este último 
é responsável pela síntese de armazenamento e secreção de FSH e LH. Por sua vez, o padrão de 
liberação de LH e FSH induz à produção gonadal de hormônios esteroides, como estradiol, progesterona, 
testosterona e androstenediona, além de outras substâncias, como inibina e ativina. 
 
 
 
Adeno-hipófise 
Os esteroides sexuais agem na síntese, no armazenamento e na liberação das gonadotrofinas. O 
estrogênio inibe a liberação de FSH e aumenta seu armazenamento. Seu pico ocorre antes do pico de 
LH e FSH. A progesterona tem ação negativa tanto na síntese quanto na liberação de gonadotrofinas. 
Na adeno-hipófise, também agem a inibina e a ativina. A inibina causa redução da produção de FSH e, 
consequentemente, aumento de LH. A Figura 23.1 mostra as alterações séricas dos hormônios hipofisários 
e ovarianos. 
 
 
Figura 23.1 Alterações séricas dos hormônios hipofisários durante o ciclo menstrual normal (FSH e LH; à esquerda) e 
ovarianos (estrógeno e progesterona; à direita). FSH: hormônio foliculoestimulante; LH: hormônio luteinizante. 
 
Ovários 
O primeiro dia da menstruação consiste no primeiro dia do ciclo. A partir daí, é possível dividir o 
ciclo em duas fases: folicular e lútea. 
 
FASE FOLICULAR 
Começa com o início da menstruação e termina no dia anterior ao aumento (pico) de hormônio 
luteinizante (LH). Ocorre o crescimento do folículo dominante selecionado em ciclos anteriores. Nesta 
fase, o FSH causa aumento das células da granulosa e da teca interna, aumentando a expressão dos 
receptores de LH. 
 
A esteroidogênese ocorre nas células da granulosa e na teca interna. Esse fenômeno é conhecido 
como teoria das duas células (Figura 23.3). Nas células da teca interna, por ação do LH, ocorre produção 
de androgênios que, por difusão passiva, atingem as células da granulosa e são convertidos em 
estrogênios por ação da aromatase. 
 
 
 
Os coordenadores da atividade da aromatase são o FSH e a inibina. No início do ciclo (3o ao 5o 
dia), ocorre o primeiro pico de FSH, seguido da produção estrogênica e do crescimento folicular. Outro 
órgão afetado nesse ambiente é o endométrio, que se torna proliferativo. 
 
Aproximadamente 36 h antes da ovulação, ocorre novo pico de gonadotrofinas, mas com 
preponderância de LH, que será responsável pelo amadurecimento folicular e pela postura ovular. Há 
um pico estrogênico que precede o pico de FSH e LH. 
 
 FASE FOLICULAR INICIAL 
Na fase folicular inicial, o ovário é menos ativo. Isso torna baixas as concentrações séricas de 
estradiol e progesterona. Um pequeno aumento na secreção de FSH parece ser necessário para o 
recrutamento da próxima coorte de folículos em desenvolvimento. Um deles se tornará o folículo 
dominante e, depois, ovulatório durante o ciclo. 
 
As concentrações séricas de inibina B, secretadas pelo pool de folículos recrutados, são máximas 
e podem atuar na supressão da elevação do FSH nesse momento do ciclo. Há também um rápido 
aumento da frequência de pulso de LH nesse momento: de um pulso a cada 4 h na fase lútea tardia 
para outro a cada 90 min na fase folicular precoce. 
 
Utiliza-se o hormônio antimülleriano (AMH) sérico como marcador potencial da saúde ovariana e 
do envelhecimento. Ele é secretado por pequenos folículos antrais e correlaciona-se com o número total 
de folículos antrais ovarianos. A variabilidade do AMH sérico ao longo do ciclo menstrual parece mínima. 
 
O modestoaumento da secreção de FSH na fase folicular precoce estimula gradualmente a 
produção de foliculogênese e estradiol, levando ao crescimento progressivo da coorte de folículos 
selecionados nesse ciclo. Como vários folículos crescem inicialmente para o estágio antral, suas células 
granulosas hipertrofiam e dividem-se, produzindo concentrações séricas crescentes de estradiol, pela 
estimulação do FSH, da aromatase e da inibina A das células da granulosa nos ovários. O aumento da 
produção de estradiol alimenta negativamente o hipotálamo. 
 
 
 
FASE LÚTEA 
Começa no dia do aumento de LH e termina no início da menstruação seguinte. Após a ovulação, 
ocorre vacuolização das células da granulosa, com acúmulo de luteína, o que as torna lúteas. Nessa fase, 
ocorre aumento da amplitude dos picos de GnRH, mantendo a produção de LH e, consequentemente, 
o corpo lúteo. Um modo indireto de estudar a pulsatilidade do GnRH é correlacioná-la com o pulso de 
LH por dosagem sérica. Caso não haja fecundação, a progesterona causa a inibição do GnRH e das 
gonadotrofinas (retroalimentação por alça longa). 
 
O ciclo menstrual médio dura de 28 a 35 dias, com aproximadamente 14 a 21 dias de fase folicular 
e sempre 14 dias de fase lútea. Há relativamente pouca variabilidade do ciclo entre as mulheres entre as 
idades de 20 e 40 anos. Nos primeiros 5 a 7 anos após a menarca e nos últimos 10 anos antes da última 
menstruação, há variabilidade mais significativa do ciclo. 
 
As alterações no intervalo intermenstrual são principalmente decorrentes das mudanças na fase 
folicular. Em comparação, a fase lútea permanece relativamente constante. A Figura 23.4 resume o eixo 
hipotálamo-hipófise-ovariano. 
 
 
 
Endométrio 
A ultrassonografia ovariana demonstrou que o ovário está quiescente na fase folicular precoce, 
com exceção do corpo lúteo ocasionalmente visível do ciclo anterior. O endométrio é relativamente 
indistinto durante a menstruação e, em seguida, torna-se uma linha fina quando a menstruação está 
completa. É normal ver pequenos folículos de 3 a 8 mm de diâmetro nessa ocasião. 
 
O endométrio sofre as mesmas variações cíclicas causadas pela secreção de estradiol e 
progesterona pelo ovário. Seu ciclo pode ser dividido nas fases proliferativa, secretora e menstrual. 
 
A FASE PROLIFERATIVA coincide com o ovário em fase folicular. O aumento da secreção de 
estradiol estimula o crescimento da área funcional do endométrio que alcança até 10 mm de espessura. 
Desenvolvem-se vasos tortuosos e artérias espiraladas. O estradiol também estimula a síntese de 
receptores para a progesterona, preparando a fase seguinte. 
 
Já a FASE SECRETORA coincide com a fase luteínica do ovário. O aumento da secreção de 
progesterona estimula o desenvolvimento de glândulas uterinas e a acumulação de glicogênio. A FASE 
MENSTRUAL resulta da queda da secreção ovariana ao final da fase lútea. 
 
Há necrose e desagregação do estrato funcional do endométrio por constrição das artérias 
espiraladas por ação das prostaglandinas produzidas localmente (PGF2a). A menstruação normal contém 
sangue, células endometriais descamadas, prostaglandinas e fibrinolisina. A fibrinolisina, de origem 
endometrial, lisa os coágulos. A duração do fluxo menstrual pode variar de 1 a 8 dias em mulheres normais. 
 
Kisspeptina e Leptina 
A KISSPEPTINA é um polipeptídio com atuação importante na regulação endócrina reprodutiva. 
Por isso, estudou-se a tendência dinâmica dos níveis de kisspeptina durante o ciclo menstrual e a relação 
com ovulação. Os níveis séricos deste peptídio foram relacionados com o aumento do nível de 17-
betaestradiol (E2). Seu aumento no soro e na urina pode ser utilizado como marcador para o 
desenvolvimento do folículo dominante e para a pré-ovulação. 
 
As concentrações séricas de LEPTINA flutuam durante o ciclo menstrual, e a maior concentração 
coincide com a ovulação. Neurônios hipotalâmicos revelam um papel estimulador da leptina na secreção 
de GnRH. Embora isso tenha levado à hipótese inicial de que a leptina poderia regular diretamente a 
secreção de GnRH, por várias razões a leptina age indiretamente via neurônios aferentes. 
 
Referências 
Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 
 
4 - Descrever a (TPM) e o Distúrbio Disfórico Pré-Menstrual (DDPM) 
A famosa TPM - tensão pré-menstrual – também pode ser chamada de Síndrome Pré-Menstrual 
(SPM) engloba distúrbios físicos, além de transtornos psicológicos e comportamentais, que ocorrem 2 
semanas antes da menstruação, na fase lútea do ciclo menstrual, e desaparecem logo após o início da 
menstruação. Sintomas leves são comuns e ocorrem em aproximadamente 75% das mulheres em 
idade reprodutiva. 
 
Os sintomas mais comuns são ansiedade, depressão, fadiga, irritabilidade, senso de perda do 
controle, confusão, mudanças do apetite e sono, inchaço e mastalgia. Tais sintomas afetam a qualidade 
de vida da mulher e causam prejuízo em atividades diárias e sexuais, relacionamentos interpessoais, 
função social e desempenho no trabalho. 
 
Entre 3 e 8% das mulheres podem ser diagnosticadas com transtorno disfórico pré-menstrual 
(TDPM), um espectro mais grave da síndrome, com maior interferência na produtividade e na qualidade 
de vida. Apesar da morbidade dessa síndrome, não há, até o momento, um tratamento definitivamente 
resolutivo para essa patologia. 
 
FATORES DE RISCO 
Diversos estudos buscam definir os fatores de risco para o surgimento da SPM. Até o momento, 
grande parte deles é inconclusiva. A deficiência de ferro, potássio, zinco e vitamina D já foi associados à 
SPM, mas as pesquisas não conseguiram estabelecer relação direta. 
 
Um estudo recente sustenta a hipótese de que mulheres vítimas de violência física e psicológica 
na infância teriam mais risco de desenvolver SPM. Contudo, em geral, essas mesmas pacientes são as 
mais propensas a obesidade e tabagismo, em que já existe comprovação de relação direta. 
 
 
 
ETIOLOGIA E ETIOPATOGENIA 
A etiologia da SPM permanece desconhecida. Por isso, muitas hipóteses têm sido cogitadas, porém 
nenhuma delas pode ser comprovada. Há consenso de que seja secundária à atividade cíclica ovariana. 
A menstruação em si não é fundamental, visto que os sintomas se mantêm após a histerectomia. Parece 
ser consequência de uma interação complexa e pouco compreendida entre hormônios esteroides 
ovarianos, peptídeos opioides endógenos, neurotransmissores centrais, prostaglandinas, sistemas 
autonômicos periféricos e endócrinos. Estudos comprovaram que não há alteração na dosagem sérica 
dos hormônios sexuais das mulheres com SPM quando comparadas com as mulheres normais (grupo-
controle). 
 
Já quando pensamos na etiologia da TDPM estudos demonstram que os níveis de progesterona 
são baixos durante a menstruação e a fase folicular e metabolizados em alopregnanolona (ALLO), um 
neuroesteroide. A progesterona e a ALLO aumentam na fase lútea e caem rapidamente com a 
menstruação. Tal exposição crônica seguida de rápidos aumentos parecem estar envolvida com a 
etiologia do TDPM. A ALLO é um modulador positivo dos receptores GABA, similar ao álcool e aos 
benzodiazepínicos, com propriedades sedativas, ansiolíticas e anestésicas. Há hipótese de as mulheres 
com TDPM terem resistência à ALLO. História de exposição significativa a estresse também tem sido 
associada a TDMP. 
 
PROPEDÊUTICA 
A SPM e o TDPM devem sempre ser diferenciados de outros sintomas psiquiátricos, que 
eventualmente apenas se exacerbam no período pré-menstrual, e de algumas condições médicas, como 
hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Vários sintomas clínicos, como cefaleia, fadiga crônica e síndrome do 
intestino irritável, costumam ser exacerbados perto da menstruação, porém os sintomas não são típicos 
de SPM. Exames laboratoriais poderão ser realizados, excepcionalmente quando for necessário afastar 
outras patologias. 
 
Os sintomas do TDPM podem ser muito semelhantes a outrasdoenças. Por isso, uma avaliação 
prospectiva acurada é necessária para se realizar o diagnóstico. O diagnóstico, contudo, continua um 
desafio, uma vez que o padrão-ouro para a avaliação se baseia em questionários. O “Registro diário da 
gravidade dos problemas (DRSP)” é o mais aceito. Este instrumento deve ser preenchido pela mulher 
diariamente por, pelo menos, 2 a 3 meses consecutivos, o que dificulta a avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
Os sintomas da SPM são muitos e variados. São citados mais de 100 sintomas físicos, psicológicos 
e comportamentais associados. 
 
Entre os sintomas psicológicos, o mais frequente é a labilidade de humor, ocorrendo em até 80% 
das pacientes. Outros são ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento 
de sonolência, diminuição da memória, confusão, concentração reduzida e distração. 
 
As queixas físicas comuns são aumento do volume abdominal e sensação de fadiga, cefaleia 
tensional, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento de peso, tonturas, náuseas e palpitação. 
Entre as mudanças de comportamento, são comuns mudanças nos hábitos alimentares, aumento de 
apetite, avidez por alimentos específicos (sobretudo doces ou comidas salgadas), não participação em 
atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento de consumo de álcool e aumento 
ou diminuição da libido. 
 
A síndrome pré-menstrual e o transtorno disfórico pré-menstrual compartilham muitos dos 
mesmos sintomas. Nesse último, entretanto, as mudanças de humor que acompanham os sintomas físicos 
são mais intensas e debilitantes, comprometendo seriamente os relacionamentos, o trabalho e a qualidade 
de vida de forma geral. 
 
PREVENÇÃO 
As pacientes e seus familiares devem conhecer as características da SPM, pois é uma alteração 
endócrino-ginecológica de causa incerta e não proveniente da imaginação da mulher. Apoio médico, 
empatia, discussão e paciência são bastante úteis. 
 
As modificações dietéticas são amplamente indicadas, apesar de não terem sido avaliadas em 
grandes trabalhos controlados. As pacientes devem alimentar-se de modo equilibrado – com proteínas, 
fibras e carboidratos adequados e baixa ingestão de gorduras saturadas. Convém evitar alimentos muito 
salgados ou muito doces, por poderem levar a retenção hídrica e consequente desconforto. Bebidas 
como café, chá e à base de cola devem ser evitadas, pois são estimulantes. Assim, podem agravar a 
irritabilidade, a tensão e a insônia. Da mesma maneira, o álcool e outras drogas podem piorar os sintomas 
psicológicos. O exercício aeróbico pode elevar os níveis de endorfinas e, com isso, melhorar o humor. 
Desse modo, as medidas descritas evitam e/ou reduzem os sintomas de SPM/TDPM. 
 
TRATAMENTO 
Devido à etiologia incerta da SPM, o tratamento dessa patologia continua sendo sintomático. Por 
isso, a abordagem da SPM deve ser individualizada, iniciando-se com intervenções no estilo de vida. Deve-
se orientar a paciente sobre os aspectos da síndrome e a necessidade de apoio de seus familiares no 
período de maior estresse. 
 
 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
o Mudanças no estilo de vida – realizar atividade aeróbica regular (diminui ansiedade, 
depressão, dor nas costas, cólica), evitar eventos estressantes, ajustar transtornos do sono 
e aumentar a ingesta de carboidratos complexos, que elevam o nível de triptofano, um 
precursor da serotonina. A ioga durante a fase lútea, por sua vez, pode fazer com que as 
mulheres se sintam confortáveis e mantenham um maior nível de atenção. 
 
o Terapia cognitivo-comportamental - relaxamento, massagem, nutrição, mudanças no estilo 
de vida, atividade física regular e controle do estresse. Tem mais impacto nos sintomas 
psicológicos (ansiedade, depressão, oscilação de humor). 
 
o Suplementação dietética - o cálcio e a vitamina D podem influenciar no desenvolvimento 
da SPM, devido à sua relação com o estrogênio endógeno. 
 
o Acupuntura - benefícios analgésicos, porém outras condições clínicas, como depressão, 
ansiedade e disfunções ginecológicas, também parecem melhorar com o uso de suas 
técnicas. 
 
 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
o Inibidores seletivos da recaptação de serotonina - primeira linha de tratamento para SPM, 
especialmente em pacientes com predominância de sintomas psicológicos e somáticos. 
 
o Anticoncepção combinada oral - os anticoncepcionais orais (ACOs) eliminam a ciclicidade 
ovariana e podem ter eficácia terapêutica, especialmente para mulheres com dismenorreia 
e mastalgia pré-menstrual. Eles têm sido bastante utilizados como uma alternativa aos ISRS. 
 
o Supressão da ovulação -os análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) 
diminuem a liberação de gonadotrofinas, suprimindo a função ovariana e reduzindo os 
níveis de estrogênio e progesterona. Uma metanálise avaliando o uso de agonistas de 
GnRH melhorou os sintomas de SPM, principalmente quanto aos sintomas físicos. No 
entanto, o tratamento com GnRH acarreta efeitos adversos desagradáveis, por induzir a 
um estado de menopausa, caracterizado por amenorreia, diminuição da massa óssea, 
sintomas vasomotores e fogachos. Os efeitos adversos podem ser reduzidos com o uso 
de estrogênio ou progesterona, mas desencadear sintomas semelhantes à SPM 
novamente.41 Dessa maneira, não se sugerem esses fármacos como escolha para 
pacientes com SPM. 
 
o Benzodiazepínicos -se a ansiedade e a irritabilidade forem os sintomas predominantes na 
SPM, o tratamento com ansiolíticos, como benzodiazepínicos, pode ser apropriado, 
embora tais fármacos tenham sido menos estudados para o tratamento da SPM. Além 
disso, seu uso é controverso, devido aos efeitos adversos. Efeitos adversos sexuais que 
parecem ser um problema com os antidepressivos são pouco relatados com esses 
medicamentos. Contudo, sua eficácia é menor do que os ISRS. 
 
Referências 
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/sindrome-pre-menstrual-spm-transtorno-
disforico-pre-menstrual-tdpm 
Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 
 
5 - Sobre a Síndrome do Ovário Policístico, discutir: 
A. Fisiopatologia 
A SOP é um distúrbio complexo, com componentes genéticos e ambientais. Registra-se que 20 
a 40% das mulheres tenham parentes de primeiro grau com a doença, o que sugere uma transmissão 
hereditária e genética. Alguns genes foram identificados como possíveis responsáveis pela doença, como 
o 7β-hidroxiesteroide-deidrogenase tipo 6 (HSD17B6). 
 
O estilo de vida e os fatores ambientais estão relacionados com a SOP de fenótipos mais graves. 
A vida sedentária é relacionada com disfunção metabólica e ganho de peso, em associação com 
anovulação e hiperandrogenismo. Disruptores androgênicos do meio ambiente podem ser acumulados 
em maior proporção em mulheres com SOP, por diminuírem o clearance hepático, o que aumenta a 
produção androgênica e a hiperinsulinemia. A obesidade não é a causa da SOP, mas os sintomas da 
síndrome são exacerbados perante a mesma. A obesidade está presente entre 30 e 75% das portadoras 
de SOP. A disfunção no adipócito contribui para o desenvolvimento de IGT e hiperinsulinemia. As mulheres 
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/sindrome-pre-menstrual-spm-transtorno-disforico-pre-menstrual-tdpm
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/sindrome-pre-menstrual-spm-transtorno-disforico-pre-menstrual-tdpm
com SOP e obesas são mais sujeitas à anovulação e, consequentemente, à infertilidade.98-100 A Figura 
32.1 apresenta um organograma que tenta simplificar a fisiopatologia da síndrome. 
 
B. Clínica (critérios diagnósticos) 
C. Exames diagnósticos 
Diagnóstico é feito por teste de gestação negativo, mensurações dos níveis hormonais e exames de 
imagem para excluir tumor virilizante. 
 
D. Tratamento 
O tratamento é sintomático. 
 
6 - Preencher a atividade proposta em sala sobre os anticoncepcionais. 
JÁ FOI FEITO7 - Indicar os métodos contraceptivos hormonais e não hormonais. 
A anticoncepção se caracteriza pela oferta de informações, aconselhamento, acompanhamento 
clínico e métodos e técnicas anticoncepcionais. 
 
Os métodos anticoncepcionais reversíveis fornecidos pelo SUS são: 
 Pílula combinada de baixa dosagem (etinilestradiol 0,03 mg + 
 levonorgestrel 0,15 mg). 
 Minipílula (noretisterona 0,35 mg). 
 Pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg). 
 Injetável mensal (enantato de norestisterona 50 mg + valerato de estradiol 5 mg). 
 Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg). 
 Preservativo masculino. 
 Diafragma. 
 DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre). 
 
Métodos Hormonais 
ANTICONCEPCIONAL HORMONAL ORAL 
Os anticoncepcionais orais são esteroides utilizados a fim de impedir a concepção. Eles classificam-
se em: 
 Combinados: monofásicos, bifásicos e trifásicos. 
 Minipílulas: composto apenas de progestogênio. 
 
Os anticoncepcionais hormonais orais combinados possuem dois hormônios sintéticos, que são o 
estrogênio e o progestogênio. Ele é o método anticoncepcional reversível mais utilizado no Brasil. Esses 
anticoncepcionais inibem a ovulação e torna o muco cervical mais espesso, o que dificulta a passagem 
dos espermatozoides. Ainda, provocam alterações físico-químicas do endométrio, mantendo-o fora das 
condições de implantação do blastocisto. 
 
 MONOFÁSICOS: apresentam doses de esteroides iguais nos 21 ou 22 comprimidos ativos 
da cartela. Em cartelas com 28 comprimidos, 21 deles possuem o mesmo princípio ativo e 
os outros 7 são placebo, que não contém hormônios. 
 BIFÁSICOS: possuem dois tipos de comprimidos ativos, de cores diferentes, com os 
mesmos hormônios, porém em proporções diferentes. 
 TRIFÁSICOS: possuem três tipos de comprimidos ativos, de cores diferentes, com os 
mesmos hormônios, mas em proporções diferentes. 
 
Já as minipílulas são anticoncepcionais compostos apenas de uma dose muito baixa de 
progestogênio, recomendados para mulheres que ainda amamentam. Esses anticoncepcionais são 
encontrados em embalagens com 28 ou 35 comprimidos ativos, com a mesma composição e dose. 
Elas inibem a ovulação em 15 a 40% dos casos, onde sua ação mais pronunciada ocorre no endométrio 
e no espessamento do muco cervical. 
 
Algumas formulações são: 
 Noretisterona 0,35 mg com 35 comprimidos ativos. 
 Levonorgestrel 0,03 mg com 35 comprimidos ativos. 
 Linestrenol 0,5 mg com 28 comprimidos ativos. 
 Desogestrel 75 mcg com 28 comprimidos ativos 
 
ANTICONCEPCIONAL HORMONAL INJETÁVEL 
Os anticoncepcionais injetáveis podem ser mensais ou trimestrais. 
 
Os anticoncepcionais mensais são combinados com um éster de estrogênio natural, o estradiol e 
um progestogênio sintético. Sua função é inibir a ovulação e tornar o muco cervical mais espesso, 
impedindo a passagem dos espermatozoides. 
 
Seus tipos incluem: 
 50 mg de enantato de noretisterona + 5 mg de valerato de estradiol. 
 25 mg de acetato de medroxiprogesterona + 5 mg de cipionato de estradiol. 
 150 mg de acetofenido de diidroxiprogesterona + 10 mg de enantato de estradiol. 
 
Os anticoncepcionais trimestrais são compostos apenas de progestogênio, sendo um hormônio 
sintético semelhante ao produzido pelo organismo feminino. É também conhecido como acetato de 
medroxiprogesterona de depósito (AMPD), administrado por uma injeção intramuscular de 1mL. Sua 
função é inibir a ovulação e espessar o muco cervical. 
 
IMPLANTES SUBCUTÂNEOS 
Os implantes são métodos contraceptivos constituídos de um sistema de silicone polimerizado 
com hormônio em seu interior que é liberado na corrente sanguínea, normalmente a base de 
progestagênio e etonogestrel. 
 
Os implantes atualmente existentes são: 
 Implantes que contêm levonorgestrel: norplant e norplant 2. 
 Implantes que contêm acetato de nomegestrol: uniplant. 
 Implantes que contêm nestorone ou elcometrina: elmetrin. 
 Implantes que contêm etonogestrel (3-keto-desogestrel): implanon. 
 
O IMPLANON é o implante mais comercializado no Brasil, o qual consiste em um sistema de 68mg 
de etonogestrel cristalino em um transportador de etilenovinilacetato, que consiste em um bastonete de 
4cm de comprimento e 2mm de diâmetro. Seu mecanismo consiste na inibição da ovulação, aumento 
da viscosidade do muco cervical (inibe a penetração dos espermatozoides) e diminuição da espessura 
do endométrio (espessura média de 4mm). Sua inserção é feita no subcutâneo da face interna do braço 
no braço não dominante. 
 
Métodos de barreiras (não hormonais) 
Os métodos de barreira impedem a trajetória do espermatozoide em direção ao óvulo, impondo 
obstáculos mecânicos e/ou químicos à penetração dos espermatozoides no canal cervical. 
 
PRESERVATIVO MASCULINO 
O preservativo masculino consiste em um envoltório de látex, poliuretano ou silicone, bem fino e 
resistente, que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma a ejaculação, impedindo o 
contato com a vagina. É um método que além de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão de 
IST/HIV/Aids. 
 
PRESERVATIVO FEMININO 
O preservativo feminino é um saco transparente de poliuretano, macio e fino, para uso vaginal, 
constituído de dois anéis flexíveis em cada extremidade, medindo 17cm de comprimento. O anel menor, 
posicionado na extremidade fechada, é colocado internamente na vagina (próximo ao colo do útero), 
enquanto que a extremidade maior e aberta é encaixada externamente a vulva, recobrindo os lábios 
vaginais. Assim, protege contra a gravidez e a IST/HIV/Aids. 
 
DIAFRAGMA 
O diafragma é um método vaginal que consiste em um capuz macio de látex concavo, com 
borda flexível e que recobre o colo uterino. Esse objeto é introduzido na vagina e colocado entre a 
sínfise púbica e o fundo de saco posterior. Assim, impede a penetração dos espermatozoides no útero 
e trompas. Está disponível nos tamanhos: 60mm, 65mm, 70mm, 75mm, 80mm e 85mm. 
 
Ele pode ser colocado na hora da relação ou até 2 horas antes e com o uso de espermicida. Ele 
só pode ser retirado de 6-8 horas após a última relação sexual, porém sem exceder 24 horas. Então, 
deve-se lavá-lo com água e sabão neutro e guardado em um estojo. 
 
ESPERMICIDAS 
São substâncias químicas que, quando introduzidas na vagina, destroem ou imobilizam os 
espermatozoides. Ainda, podem inativar as enzimas necessárias para a penetração deles no óvulo. O 
espermicida mais utilizado é o a base de nonoxinol-9 (N-9). Em uso rotineiro, sua eficácia é muito baixa. 
 
Ele é introduzido no canal vaginal com um aplicador o mais fundo possível, sendo ele eficaz até 1 
hora após sua aplicação. 
 
DISPOSITIVO INTRAUTERINO – DIU 
O DIU é um objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, que mede aproximadamente 
31mm, o qual pode ser adicionado cobre ou hormônios que exercem uma função contraceptiva. 
 
 DIU DE COBRE: é feito de polietileno estéril radiopaco revestido com filamentos de cobre, 
o qual impede a fecundação pois torna a passagem do espermatozoide mais difícil pelo 
trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização do óvulo. Assim, 
provocam uma reação inflamatória pela presença de um corpo estranho na cavidade 
uterina, liberando prostaglandinas por macrófagos e neutrófilos, os quais precipitam os 
espermatozoides por reações imunológicas. Ainda, alteram as enzimas do endométrio, 
como a amilase, fosfatase alcalina e anidrase carbônica. 
 DIU HORMONAL: é feito de polietileno, onde a haste vertical é envolvida por uma capsula 
que libera pequenas quantidades de levonorgestrel. Ele possui efeitos endometriais (inibe 
a síntese do receptor de estradiol e induz a atrofia endometrial), efeitos no muco cervical 
(diminui a proporção e aumenta a viscosidade do muco cervical) e inibe a ovulação. 
 
Métodos comportamentais 
Os métodos comportamentais são técnicas para obter ou evitar a gravidez, mediante a 
identificação do período fértil da mulher. Assim, caso o casal desejeobter a gravides, eles concentram 
as relações sexuais nessa fase. Caso contrário, abstém-se das relações vaginais. 
 
TABELINHA 
Esse método consiste no fato de que a ovulação ocorre entre o 11 e 16 dias antes do início da 
próxima menstruação. Nesse caso, a mulher marca em um calendário seu ciclo menstrual durante seis 
meses para a exata quantificação de suas etapas. 
 
Assim, o período fértil é calculado: 
 Subtraindo-se 18 do ciclo mais curto: dia do início do período fértil 
 Subtraindo-se 11 do ciclo mais longo: dia do fim do período fértil 
 
TEMPERATURA BASAL 
Esse método fundamenta-se nas alterações de temperatura basal que ocorre na mulher ao longo 
do ciclo menstrual, medida em repouso. Antes da ovulação, a temperatura basal permanece num 
determinado nível baixo. Após a ovulação, ela se eleva ligeiramente, permanecendo nesse novo nível 
até a próxima menstruação. O aumento de temperatura ocorre pela elevação nos níveis de 
progesterona, a qual possui um efeito termogênico. 
 
MUCO CERVICAL 
Esse método identifica o período fértil por meio da auto-observação, com relação as mudanças 
no muco cervical e a sensação de umidade da vagina ao longo do ciclo menstrual. 
 
Após a menstruação, na fase pré-ovulatória, ocorre uma fase seca sem muco. Em seguida, surge 
um muco esbranquiçado e pegajoso. Na ovulação, o muco cervical inicialmente é esbranquiçado, turvo 
e pegajoso e, sob ação do estrogênio, ele vai se tornando cada vez mais elástico e lubrificante, indicando 
o tempo de fertilidade. 
 
COITO INTERROMPIDO 
No coito interrompido, o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação. No 
entanto, apresenta grande possibilidade de falha, uma vez que o líquido que sai um pouco antes da 
ejaculação pode conter espermatozoides. 
 
Métodos cirúrgicos 
Os métodos cirúrgicos são contraceptivos definitivos que podem ser realizados na mulher 
(laqueadura ou ligadura tubária) e no homem (vasectomia). 
 
No art. 10, da referida Lei, está estabelecido que: 
Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: 
→ I – Em homens ou mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade 
ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias 
entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à 
pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo 
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce; 
→ II – Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório 
e assinado por dois médicos (BRASIL, 1996). 
 
LAQUEADURA TUBARIA 
A laqueadura é um método de esterilização feminina que consiste no procedimento cirúrgico de 
oclusão das trompas de Falópio, com a finalidade de interromper a sua permeabilidade. Isso impede que 
os espermatozoides migrem de encontro com o óvulo. 
 
VASECTOMIA 
É um procedimento cirúrgico simples, de pequeno porte, seguro e rápido, que consiste na 
ligadura dos ductos deferentes. Ele tem por objetivo interromper o fluxo de espermatozoides em direção 
a próstata e as vesículas seminais para a constituição do líquido seminal. 
 
Anticoncepção de emergência 
A anticoncepção de emergência consiste no uso de pílulas compostas de estrogênio e 
progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida, a fim de evitar a gravidez. 
 
Ela atua na inibição ou atraso da liberação do óvulo do ovário. Ainda, interfere na migração dos 
espermatozoides do colo uterino as trompas. Isso impede a fecundação. Com isso, afirma-se que a pílula 
anticoncepcional de emergência não é abortiva, uma vez que não interrompe uma gravidez estabelecida. 
 
Suas indicações incluem: 
 Relação sexual sem uso de anticoncepcional. 
 Falha ou esquecimento do uso de algum método: ruptura do preservativo, esquecimento 
de pílulas ou injetáveis, deslocamento do DIU ou do diafragma. 
 No caso de violência sexual, se a mulher não estiver usando nenhum método 
anticoncepcional 
 
Referências 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf
 
8 - Conhecer os principais exames de imagem utilizados para a avaliação do ciclo menstrual (MINTI). 
A ULTRASSONOGRAFIA é o principal instrumento para investigação do aparelho reprodutor da 
mulher. A ultrassonografia é o procedimento de escolha, porque não há radiação ionizante associada a 
seu uso que possa causar dano ao feto ou ao tecido ovariano. Além disso, por causa das relações normais 
do útero e dos ovários com a bexiga, é possível obter imagens desses órgãos pelo exame superficial 
através de uma bexiga distendida, sem a degradação da imagem causada pelos gases intestinais. Como 
alternativa, a técnica transvaginal é particularmente útil. A ultrassonografia ainda permite acompanhar as 
alterações que ocorrem no sistema genital feminino em relação ao ciclo menstrual. 
 
Objetivo 
A US é o método de imagem de escolha para avaliação pélvica e pode ser realizada por vias 
suprapúbica e transvaginal. 
 
 VIA SUPRAPÚBICA: A avaliação da pelve por via suprapúbica promove uma visão mais ampla, 
sendo necessário que a paciente encha a bexiga, para que esta sirva de janela para avaliação das 
estruturas pélvicas. Este estudo fica prejudicado em pacientes obesas, com acentuação do 
meteorismo intestinal e, quando o útero se apresenta retrovertido. 
 
 VIA TRANSVAGINAL: Já no estudo transvaginal, é usado um transdutor de alta frequência, 
introduzido na cavidade vaginal e, portanto, entra em contato direto com as estruturas pélvicas, 
tendo condições de melhor identificar a anatomia regional. 
 
O útero na mulher pós-púbere apresenta: 
 Contorno suave; 
 Formato de pera; 
 Imagem obtida deve sempre ser correlacionada ao período do ciclo menstrual, que afeta 
o brilho e a espessura do endométrio. 
o FINAL DA MENSTRUAÇÃO - endométrio é bem definido e fino (2 a 3 mm). 
o DURANTE A FASE PROLIFERATIVA - endométrio assume aspecto de três linhas 
de 4 a 8 mm de espessura. 
o METADE DO CICLO - endométrio normalmente mede de 8 a 10 mm de espessura 
em camada dupla. 
o DA OVULAÇÃO À MENSTRUAÇÃO DURANTE A FASE SECRETÓRIA - 
endométrio é progressivamente espessado até alcançar 14 mm e se tornar mais 
uniformemente ecogênico. 
 
O termo anexo descreve os ovários, as tubas uterinas, o ligamento largo do útero e os vasos 
ovarianos e uterinos. 
 
A US mostra os ovários como estruturas ovais de tecidos moles, com pequenos folículos císticos. 
Em média, os ovários medem 4 × 3 × 2 cm, com um máximo de 5 cm para qualquer dimensão. O 
volume ovariano máximo para a mulher adulta, é de 22 mℓ. Os ovários apresentam alterações 
morfológicas características de acordo com o período do ciclo menstrual. 
 APÓS A MENSTRUAÇÃO - os ovários mostram o menor tamanho, com os folículos 
medindo menos que 5 mm. 
 DURANTE A FASE DE ESTROGÊNIO - os folículos aumentam, medindo de 10 a 15 mm, 
com um folículo dominante alcançando de 20 a 30 mm no meio do ciclo. 
 
A ruptura do folículo dominante libera um óvulo e o corpo lúteo se forma, substituindo o folículo 
dominante. Os folículos restantes normalmente involuem após a ovulação. 
 
As tubas não podem ser visualizadas, a não ser quando se encontram dilatadas; entretanto, o 
ligamento largo é claramente visível quando delineado por líquido na pelve. 
 
Folículos são estruturas fisiológicas normais do ovário. Os folículos têm paredes finas, contêm 
líquido anecoico e ficam dispostos em torno da periferia do ovário. Folículos normais tem tamanho 
variável de até 15 mm, enquanto o folículo dominante pode alcançar 30 mm de diâmetro no período do 
ciclo anterior à ovulação. Os folículos devem ser chamados folículos, e não cistos, que implicam um 
achado patológico. 
 
O corpo lúteo normal é formado pela ruptura e pelo colapso do folículo dominante durante a 
ovulação. O corpo lúteo funciona secretandoprogesterona e estrogênio. As paredes são tipicamente 
mais espessas que a parede normal de folículos. Se a mulher não engravidar, o corpo lúteo normal 
involui. No caso de gravidez, o corpo lúteo persistirá como estrutura cística fisiológica até 16 a 18 semanas 
de gestação.

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