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Resumo ginecologia - ciclo menstrual

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1 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
Fisiologia do ciclo menstrual 
Ciclo menstrual: O ciclo menstrual acontece de forma cíclica quando há uma 
maturidade do centro hipotálamo-hipófise-ovário. São eventos 
interdependentes e as consequentes modificações fisiológicas no organismo, 
visando à preparação para a ovulação e gravidez. Durante cada ciclo ocorre 
maturação folicular e liberação de um óvulo e preparação do útero para receber 
o embrião. A duração varia de 21 a 35 dias, com duração média de 28, e o 
fluxo varia de 2 a 6 dias. 
Ele começa a ser contado a partir do primeiro dia do sangramento, ao 
longo dos dias de menstruação os hormônios e o endométrio tornam 
impossível a gravidez. Além disso, os folículos que estão sendo recrutados são 
muito imaturos, diferente do folículo dominante, que ao longo do ciclo começa a 
aumentar de tamanho e com mais receptores para hormônios. Esse folículo 
rompe e há a liberação de LH, sendo o período fértil de ovulação. A partir do 
momento da ovulação, se entra na segunda fase do ciclo, a fase da secreção, 
na qual também não há muitas chances de se engravidar, pois a ovulação já 
ocorreu. 
A primeira fase do ciclo é a proliferativa ou folicular, na qual o feedback 
hormonal promove o desenvolvimento ordenado de um único folículo 
dominante, que é escolhido pela quantidade de receptores de FSH entre os 15 
oócitos primários recrutados aleatoriamente antes. Esse folículo deve estar 
maturo no meio do ciclo e preparado para a ovulação. A duração media dessa 
fase do ciclo é de 10 a 14 dias e a duração total dessa fase é que define a 
duração total do ciclo, pois a fase lútea/secretora é praticamente fixa 14 dias 
após a ovulação. 
Eixo hipotálamo-hipófise-ovário: Os neuro-hormômios 
secretados pelo hipotálamo são fatores liberadores de 
hormônios hipofisários. A dopamina, entretanto, tem efeito 
inibitório sobre a secreção de prolactina. O GnRH 
(hormônio liberador de gonadotrofina), que é secretado de 
forma pulsátil, é o responsável pela liberação de FSH e 
LH. A função menstrual normal necessita da secreção de 
GnRH em uma faixa crítica de amplitude e frequência. Os 
pulsos de GnRH são modulados pelo sistema supra-
hipotalâmico norepinefrina e dopamina. 
Hipotálamo é responsável pela produção de GnRH, 
de forma pulsátil e principalmente a noite, e se conecta 
pelo lobo anterior pelo sistema porta-hipofisario com a 
hipófise. Se fosse continua a produção, ele 
dessensibilizaria os receptores hipofisários. A 
 
2 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
adenohipófise produzirá FSH e LH a partir do estímulo do GnRH. Os dois 
hormônios hipofisários atuarão no ovário que, consequentemente produzirá 
estrogênio e progesterona que atuarão no útero. 
Crescimento folicular: 
 Nascimento: 1 milhão de folículos. 
 Menarca: 500.000 folículos. 
 Menacme (período desde a menarca até a 
menopausa): 400 folículos terão ovulação. 
OBS: Ao longo do ciclo os folículos vão crescendo e se 
diferenciando, o maior e com mais receptor de FSH será o 
antral/dominante. Os demais folículos que não se tornam o 
dominante sofrem atresia/apoptose. 
 Folículos primordiais: repouso, até a menarca. 
 Folículo primário: 0,1mm 
 Folículo pré-antral: 0,2mm 
 Folículo antral: 2mm, o folículo que evira folículo 
antral é o que vai virar folículo dominante. 
Nos primeiros dias do ciclo o crescimento folicular é independente de FSH, 
mas com o passar do ciclo o crescimento dependente de FSH. Esse hormônio 
seleciona o folículo com mais receptores para poder produzir mais estrogênio e 
ovular quando houver a quantidade máxima dele. Esse pico de estrogênio gera 
um feedback negativo para hipófise para que, assim, haja a regulação da 
liberação de FSH, começando ele a diminuir na fase folicular. Esse feedback 
atua junto com a inibina B produzida pelos folículos, que também suprime o 
FSH. 
Em contrapartida, antes da ovulação deve haver um pico de LH quando o 
estrogênio chega ao seu platô, gerando um feedback positivo para a hipófise e 
a liberação de LH, ocorrendo a ovulação de 24 a 36h após. Assim, inicia a fase 
lútea ou secretora após o pico de LH e a consequente ovulação. Os níveis de 
estrogênio diminuem até a metade da fase lútea, quando começam a aumentar 
novamente devido ao corpo lúteo, que também produz inibina A. Já os níveis 
de progesterona aumentam subitamente após a ovulação. A progesterona, o 
estrogênio e a inibina A atuam em nível central suprimindo a secreção de 
gonadotrofinas e o crescimento de novos folículos. 
Teoria das duas células-duas gonadotrofinas: Na transformação do folículo 
primário em pré-antral, há aumento das células da granulosa e da teca. Nos 
folículos antrais, os receptores de FSH estão presentes nas células da 
granulosa, que farão a produção de estrogênio a partir da enzima aromatase. 
Já os receptores de LH dos folículos antrais estão nas células da teca, que 
 
3 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
farão a produção de androgênio a partir de colesterol. 
Ou seja, o folículo dominante é o que tem maior 
atividade da aromatase, permitindo maior produção de 
estradiol. A maior parte da aromatase esta nas células 
da granulosa dependente de FSH. 
O papel do estradiol, secretado pelo folículo 
dominante, é o regulador das secreções de 
gonadotrofinas. No início da fase folicular, ele faz 
retrocontrole negativo sobre o FSH. As células da 
granulosa do folículo dominante (folículo da Graaf) 
produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, 
atingindo um platô 24h/36h antes da ovulação. Os altos 
níveis de estradiol, 200pg/ml por mais de 48h, 
desencadeiam o pico de LH (retrocontrole positivo do 
estradiol sobre as gonadotrofinas). 
OBS: Lembrar que o único retrocontrole positivo é pré-ovulatório durante o pico de LH 
que antecede a ovulação. 
O pico de LH faz o ovócito reassumir a meiose, estimula a síntese de 
prostaglandinas, luteiniza as células da granulosa, promovendo a síntese de 
progesterona. Após a liberação do ovócito, o folículo se reorganiza para formar 
o corpo lúteo ou amarelo. A fase lútea é controlada pela secreção hipofisária de 
LH. 
Se a fertilização do ovócito não ocorre, o corpo lúteo entra em remissão. 
Quando ocorre gestação, a gonadotrofina humana (HCG) evita a regressão 
lútea. 
Controle ovariano das secreções de gonadotrofinas: O estradiol, inibina A e 
inibida B são os principais hormônios ovarianos reguladores das secreções de 
gonadotrofinas. O estradiol exerce retrocontrole negativo sobre a hipófise em 
quase todo o ciclo. Quando o estradiol permanece em níveis elevados 36h/48h, 
ocorre o pico de LH (retrocontrole positivo). O FSH estimula a secreção de 
inibina B pelas células da granulosa. A inibina A é secretada pelo corpo lúteo, 
sob efeito do LH. 
Ciclo endometrial: 
 Decídua funcional: 2/3 superficiais do endométrio que se proliferam 
todos os meses e também descamam. 
 Decídua basal: sem proliferação mensal significativa, camada de 
sustentação. 
Na fase proliferativa há um crescimento mitótico da decídua funcional para 
a recepção do embrião, indo o endométrio de 1mm a 11mm. A ovulação ocorre 
 
4 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
e, durante a fase secretora, a junção de progesterona e estrogênio leva a 
infiltração dos leucócitos e ao edema endometrial. Na ausência de implantação, 
ocorre o fim da secreção glandular e uma decomposição irregular de decídua 
funcional. Há destruição do corpo lúteo e queda da produção de estrogênio e 
progesterona. Com a falta dos hormônios, há vasoespasmo das artérias 
espiraladas e isquemia endometrial e, então, ocorre a menstruação. 
 
 
 
 
 
5 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
Questões 
Na fisiologia reprodutiva é CORRETO afirmar que: 
a) A secreção de GnRH é contínua. 
b) Enquanto o corpo lúteo do ciclo anterior definha, diminui a produção lútea de 
progesterona e inibinas. 
c) A teoria da dupla célula germinativa determina que, com a estimulaçãode 
LH, as células ovarianas da granulosa produzem androgênios que serão 
convertidos em estrogênios pela célula da teca sob estímulo do FSH. 
d) A elevação dos níveis de estrogênio produzem feedback positivo sobre a 
secreção hipofisária de FSH. 
e) Se a gravidez ocorre, há secreção de HCG, que mimetiza a ação do FSH ao 
sustentar o corpo lúteo. 
 
Reprodução Humana 
Na reprodução humana, para que haja a gravidez natural, o sistema 
reprodutor masculino e feminino devem estar funcionando perfeitamente. Cada 
um possui sua própria célula reprodutora – a do homem é o espermatozoide e 
da mulher é o óvulo. Tanto a célula reprodutora masculina e feminina possuem 
23 cromossomos que quando unidas formam os 
46 cromossomos. 
O homem deve ejacular na
 vagina, permitindo que os 
espermatozóides entrem na cavidade uterina 
através do colo uterino e do canal cervical. O 
muco cervical ajuda nessa passagem. Já dentro 
do útero, os espermatozóides seguem seu trajeto 
até chegarem nas trompas. Além disso, o ovário 
precisa fazer a liberação do óvulo, para que esse 
possa se encontrar com o espermatozóide. 
A ovulação faz a liberação de um óvulo que é captado pela trompa e 
fertilizado pelo espermatozóide neste mesmo local. A partir daí, a musculatura 
da trompa conduz esse embrião até a cavidade uterina. No sêmen ejaculado, 
existem milhões de espermatozóides, mas muitos não sobrevivem no trajeto e 
somente algumas centenas chegam ao óvulo. Desses, apenas um penetra a 
zona pelúcida e faz a fertilização. 
Fatores para haver a concepção: 
 
6 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
 O hipotálamo deve estar íntegro e capaz de liberar GnRH de forma 
pulsátil e coordenada, interagindo com os esteróides sexuais circulantes; 
 A hipófise deve ser capaz de sintetizar e liberar quantidades adequadas 
de gonadotrofinas de maneira sincronizada e respondendo aos 
mecanismos de retroalimentação. 
 Nos testículos devem ser produzidos espermatozóides não só em 
quantidade suficiente, mas também com capacidade migratória e 
fecundante adequada. 
 O líquido seminal que contém esses espermatozóides deve ser 
depositado nas proximidades do orifício externo do colo uterino em 
época apropriada. 
 Os ovários devem apresentar boa reserva de folículos primordiais e 
recrutar um número adequado de folículos em cada ciclo menstrual, 
sendo que um deles deve alcançar a maturação completa. 
 O colo do útero deve apresentar ótimas condições funcionais para 
permitir à penetração, armazenamento, a ativação e a passagem dos 
espermatozóides no período pré-ovulatório; 
 As trompas devem ser anatômica e funcionalmente normais, para 
assegurar o encontro dos gametas e a nutrição e transporte do embrião 
até a cavidade uterina; 
 O peritônio pélvico não pode ser obstáculo para a postura ovular ou para 
a captação tubária do oócito. 
 O endométrio deve estar adequadamente preparado por estrógenos e 
progestógenos para a nidação e para a nutrição do embrião nas 
primeiras fases de sua evolução; 
 O útero deve estar em condições anatômicas e funcionais suficientes 
para o desenvolvimento fetal durante a gestação; 
 O embrião necessita de constituição genética perfeita, adequados 
mecanismos de divisão celular e ambiente propício para culminar com o 
nascimento de uma criança saudável. 
Taxa de fertilidade: 
A reprodução humana possui baixa eficiência quando comparado à 
outras espécies, pois mesmo depois de formado o embrião, a seleção até a 
formação de uma criança normal requer que muitos obstáculos sejam 
ultrapassados. A taxa de fertilidade normal é de 20% a 25% por ciclo 
menstrual. Com isso, em um ano, acredita-se que 95% dos casais deva 
conseguir uma gestação. Transcorrido 12 meses sem gestação, é razoável 
pensar que o casal não atingiu a taxa de 20%/25% de chance mensal. 
Quantos dias depois do atraso menstrual pode fazer o beta HCG? Não precisa esperar 
atrasar, 5 dias após a ovulação, caso haja fertilização, o beta já positiva. 
 
7 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
Se, para o primeiro ano de tentativas, podem-se supor taxas de 95% de 
gestação, o mesmo não acontece para os anos seguintes. Quanto maior o 
tempo de tentativas sem sucesso, menor será a chance mensal de gestação 
espontânea. Quando o casal chega ao final do primeiro ano sem sucesso, as 
cifras estimadas para o ano seguinte são de 50%, ou seja, cifra mensal de 5%. 
Ao final do terceiro ano sem sucesso, a chance para o próximo ano é de 14%, 
ou seja, taxa mensal de 1%. 
Fatores que interferem na fertilidade de um casal: 
A fertilidade de cada casal pode variar de acordo com diversos fatores, 
como a idade da mulher, a idade do homem, o tempo de infertilidade, a 
frequência das relações sexuais, a existência de patologias ou cirurgias prévias 
que possam comprometer a fertilidade, estilo de vida. Entre todos os fatores, a 
idade da mulher é preponderante, visto que o número do oócitos é finito e que 
há perda de número e qualidade com o passar do tempo. A fertilidade natural 
do casal e as taxas de gestação dos tratamentos são influenciadas diretamente 
pela idade da mulher. Além de diminuir a taxa de gestação, o aumento da 
idade da mulher aumenta as probabilidades de abortamento espontâneo, de 
malformações fetais e de morte fetal, piorando as chances e o prognóstico da 
gestação. 
Quando o número de folículos primordiais chega a aproximadamente 
1.000, a paciente apresenta a sua última menstruação, o que ocorre, em 
média, aos 50 anos de idade. No período que antecede a menopausa, o 
número reduzido de folículos provoca diminuição acentuada da fertilidade. 
Esse período crítico ocorre 13 anos antes da menopausa, ou seja, aos 37 anos 
para uma paciente que entrará na menopausa aos 50 anos. Durante esse 
período de 13 anos, não há sinais clínicos que possa orientar a paciente sobre 
a sua reserva folicular. Alterações menstruais, com diminuição do intervalo 
intermenstrual e irregularidade no ciclo, só costumam ocorrer 2 a 3 anos antes 
da última menstruação. A diminuição do patrimônio folicular e a queda 
crescente da fertilidade, na maioria dos casos, são fenômenos silenciosos. 
Em torno de 10% das mulheres entram em menopausa com 
aproximadamente 45 anos. Para essa parcela, queda importante na fertilidade 
pode estar ocorrendo desde os 32 anos. Além de diminuir progressivamente 
com a idade, a reserva folicular pode ser ainda menor quando as pacientes são 
acometidas por patologias que agridem o parênquima ovariano ou pela 
destruição dos folículos. 
A idade também não poupa o homem. Como a produção espermática é 
constante, teoricamente, não haveria limite de idade para o homem conseguir a 
paternidade. Entretanto, há diminuição de taxa de gestação na parceira à 
medida que aumenta a idade do parceiro. As variações mais importantes 
ocorrem a partir dos 45 anos de idade do homem. 
 
8 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
A frequência da atividade sexual é fator importante que interfere nas 
chances de concepção. O período mais fértil, ou a janela de fertilidade, 
compreende aproximadamente os 5 dias que antecedem a ovulação e o dia 
ovulatório. As chances para o período pós-ovulatório são mínimas. Se for 
considerada uma única relação, o dia mais fértil é o que antecede em cerca de 
48 horas a ruptura folicular. Nesse momento, o nível de estrogênio é máximo, 
propiciando maior quantidade e melhor qualidade do muco cervical. 
Considerando-se uma atividade sexual mais frequente, relações em dias 
alternados na fase pré-ovulatória atingiriam as melhores taxas de gestação. 
Casais que relatam frequência de uma relação sexual por semana, 
independente da ovulação, apresentam menor taxa de gestação se 
comparados a casais com frequência de 2 ou 3 vezes por semana. A 
probabilidade de concepção cresce rapidamente após o dia 7 do ciclo, 
atingindo o máximo ao redor do dia 15 e retornando a zero no dia 25. 
Monitoração do períodofértil: A probabilidade de estar na janela fértil foi de 
2% no dia 4 do ciclo, com o máximo de 58% no dia 12 e com 5% no dia 21 do 
ciclo. Para determinar o período mais fértil, o método mais simples e de boa 
acurácia é a percepção da mulher do muco cervical com maior volume, fluidez, 
transparência e filância, o que ocorre em geral 2 dias antes da ovulação. A 
determinação do pico de LH em amostras de urina também é útil. Métodos 
mais sofisticados, como monitorar o crescimento folicular, o endométrio e o 
muco cervical pela ecografia, são mais precisos, mas não têm caráter prático. 
Lubrificantes vaginais costumam apresentar efeitos deletérios sobre os 
espermatozoides e, portanto, devem ser evitados. O uso de drogas ilícitas ou o 
consumo exagerado de café, tabaco e álcool, assim como a obesidade, 
também podem reduzir a fertilidade. 
Etapas da fecundação: 
 O espermatozoide sobrevive por dois ou mais dias no trato reprodutor 
feminino e, portanto, a relação sexual não precisa ocorrer exatamente no 
momento da ovulação. O óvulo, entretanto, tem apenas 24 horas para ser 
fertilizado após a ovulação. Se o espermatozoide for bem sucedido em fertilizar 
o óvulo, o zigoto resultante submete-se a uma série de divisões celulares. 
Conforme o embrião desce pela trompa de Falópio em direção ao útero, cada 
célula se divide a cada 14 horas. Uma vez que o embrião está confinado na 
zona pelúcida, as células se tornam cada vez menores com cada divisão 
celular. 
Implantação: O embrião chega ao útero 5 dias após a ovulação. Esse embrião 
tem entre 50 e 100 células e é chamado de blastocisto. Ele sofre ruptura e as 
células passam a se implantar no endométrio (nidação). Ocorre replicação e há 
produção de HCG (gonadotrofina coriônica humana). A produção de HCG 
 
9 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
mantém o corpo lúteo produzindo progesterona, o que ajuda a manter a 
gestação. 
Clivagem do zigoto: A clivagem do zigoto consiste em repetidas divisões 
mitóticas do zigoto, que resultam no rápido aumento do número de células. 
Estas células são chamadas de blastômeros. O zigoto divide-se em 2, 4, 8 
blastômeros e assim por diante. A clivagem ocorre enquanto o zigoto passa ao 
longo da tuba em direção ao útero. Durante a clivagem, o zigoto fica dentro da 
zona pelúcida. A divisão começa 30 horas após a fertilização. Quando se 
formam de 12 a 15 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é 
chamado de mórula. A mórula forma-se 3 dias após a fertilização e penetra no 
útero. Após a entrada no útero, a mórula forma-se em seu interior um cavidade 
cheia de líquido: cavidade blastocística ou blastocele. Com isso, ocorre uma 
divisão: camada externa- trofoblasto- placenta; camada interna – massa celular 
interna – embrião. Ocorre, então, a passagem de mórula para blastocisto 
 
Questões 
1. Qual a taxa de fertilidade mensal por ciclo menstrual? 
2. Quais os fatores que influenciam na taxa de fertilidade de um casal? 
3. Qual a relevância da idade da mulher na fertilidade? 
4. Há relevância da atividade sexual do casal em relação ao período do ciclo 
menstrual? 
Aspectos Clínicos do Ciclo Menstrual 
Muco Cervical: O muco cervical, produzido pelo epitélio glandular da 
endocérvice, está sujeito a profundas mudanças clínicas em relação aos níveis 
plasmáticos hormonais. 
Efeitos do estrogênio: 
 Filiância: o muco cervical torna-se mais fluido, 
comparável à clara do ovo. Adquire capacidade 
de filiância, tornando-se elástico. 
 Cristalização: propriedade que o muco tem de 
formar cristais. A cristalização começa a 
aparecer no oitavo dia do ciclo e se torna típica 
no período periovulatório. Ocorre aumento da 
mucina e do cloreto de sódio no muco 
cervicacal, que ocorre por ação estrogênica. 
 
10 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
A cristalização típica em folha de samambaia é característica, notando-se, 
ao exame microscópico, cristais apresentando três ramificações ou formações 
dendríticas terciárias. 
Após a ovulação, esse fenômeno deixa de ser observado em virtude da 
produção de progesterona pelo corpo lúteo, servindo como proteção. 
DIU de cobre altera o pH, cria uma inflamação nas trompas e altera o muco cervical, 
buscando impedir a subida de espertmatozóides. Anticoncepcional também busca 
alterar o muco cervical para impedir a fecundação. 
Efeitos da progesterona: 
 Muco apresentasse denso e turvo que não permite a filiancia. 
Mudanças na qualidade e quantidade do muco cervical são utilizados para 
prdizer ovulação. 
 Na fase pós-menstrual imediata, quando os níveis de estrogênio estão 
baixos, e no período pós ovulatório, já sob efeito da progesterona, o 
muco apresenta-se espesso, viscose e em menor quantidade. 
 Entre o oitavo dia do ciclo menstrual e a ovulação, pelo aumento dos 
níveis de estrogênio, a quantidade de muco aumenta, diminuiu a 
viscosidade e eleva a concentração de água em relação a outros 
componentes. Assim, no meio do ciclo, o muco se torna propicio para a 
espermomigração, sendo transparente e filante. 
O muco viscoso resulta da ação da progesterona. O muco filante resulta da ação do 
estrogênio. 
Vagina: No epitélio vaginal, o estrogênio possui ação proliferativa e a 
progesterona, além da ação de proliferação celular, apresenta o poder de 
descamação. A vagina possui quatro camadas de células: basal, parabasal, 
intermediária e superficial. 
Na primeira metade do ciclo, o esfregaço vaginal COMPLEMENTAR. Na 
segunda metade do ciclo, o esfregaço é composto por células basófilas 
dispostas em grupos e que apresentam dobras em suas bordas. É dito sujo, 
com grande número de leucócitos, oriundos da descamação endometrial. 
Mamas: As modificações mamárias podem ser observadas tanto no epitélio 
quanto no estroma. Na fase proliferativa, os níveis crescentes de estrogênio 
acarretam um rápido desenvolvimento do tecido epitelial, e, por conseguinte, 
ocorre um grande numero de mitoses. Na fase secretora, os níveis crescentes 
de progesterona promovem a dilatação dos ductos mamários, resultando no 
edema e na sensibilidade aumentada, e a diferenciação das células epiteliais 
alveolares em células secretoras. 
 
11 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
As doses elevadas de estrogênio no meio do ciclo podem causar cefaleia. 
Síndrome Pré-Menstrual (SPM) 
É um distúrbio crônico da fase lútea do ciclo menstrual, no qual ocorrem 
sintomas físicos, psicológicos e comportamentais de impacto negativo na 
qualidade de vida. Ocorre devido a liberação acentuada de progesterona e 
prostaglandinas causam algumas alterações. Essas alterações acontecem 
somente alguns dias antes da menstruação e devem cessar assim que ela 
ocorre ou logo após. 
Para ser diagnosticado, o SPM deve ser perceptível a todo mês, sendo necessário 
acompanhar isso em pelo menos três ciclos da paciente. 
 90% das mulheres possuem sintomas pré-menstruais; 40% possuem 
síndrome pré-menstrual; 8% transtorno disfórico pré-menstrual. 
Não há hormônios marcadores objetivos circulantes específicos que 
determinem a existência da SPM. 
A causa da SPM permanece desconhecida. Há consenso que seja 
secundária a atividade cíclica ovariana. A menstruação em si não é 
fundamental, visto que ocorre em pacientes histerectomizadas. Parece ser 
consequência de uma interação complexa entre hormônios ovarianos, 
peptídeos opióides endógenos, neurotransmissores centrais e prostaglandinas. 
 
Sintomas físicos: 
 Fadiga; 
 Dor de cabeça; 
 Alterações do sono; 
 Dor nas mamas; 
 Distensão abdominal; 
 Colica; 
 Alterações de apetite; 
 Inchaço dos pés e mãos; 
 Dor nas articulações e 
músculos. 
 
 
 
 
Sintomas emocionais: 
 Irritabilidade; 
 Depressão ou desespero; 
 Ansiedade e tensão; 
 Choro; 
 Raiva; 
 Baixa autoestima; 
 Baixa concentração. 
 
12 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
A SPM e TDPM devem sempre ser diferenciados de outros sintomas psiquiátricos que 
se exacerbam no período pré-menstrual.Tratamento: 
As medidas são individualizadas e incluem intervenções no estilo de vida. 
Recomenda-se que as pacientes tenham alimentação equilibrada – proteínas, 
fibras, carboidratos adequados e baixa ingestão e gordura. 
 O uso da progesterona não possui nenhum beneficio eficaz nos 
sintomas; 
 O uso de diuréticos é recomendado em pacientes que se sintam muito 
inchadas nesse período; 
 Antinflamatorios não esteroidais para pacientes com muita dismenorreia, 
cefaleias e dores nas mamas; 
 Anticoncepcionais nos sintomas físicos (sintomas afetivos podem 
continuar); 
 Agonistas do GnRH = castração médica; 
 Melhor tratamento são inibidores seletivos na recapturarão da 
serotonina, sendo eles: sertralina, fluoxetina, paroxetina, com a 
dosagem podendo ser alterada de acordo com os sintomas da paciente. 
O uso da medicação pode ser de forma contínua ou intermitente 
(somente a partir da metade do ciclo até a menstruação). 
Climatério e Menopausa 
O Climatério é o inicio da falha ovariana e dura de 2 a 8 anos. A partir do 
momento em que entra no climatério, a paciente não tem mais qualidade e 
quantidade folicular para engravidar. Característica da fase inicial do climatério 
é a diminuição do numero total de folículos, diminuição do recrutamento de 
folículos e o folículo dominante produz cada vez menos estrogênio. Em 
resposta a hipófise produz mais FSH na tentativa de recrutar mais folículos até 
não haver mais folículos, diminuindo os níveis de FSH e acabando a produção 
de estrogênio, caracterizando a menopausa. 
 Dificuldade de atingir o pico de LH = permanência na fase proliferativa por muito 
tempo. 
Já a transição menopáusica é caracterizada por ciclos ovulatórios e 
ciclos anovulatórios, até a senescência ovariana. Isso será determinado pela 
presença ou não de pico de LH, sendo esse determinado pela presença, ou 
não, de um folículo dominante. 
Por fim, a menopausa é a última menstruação. É um diagnóstico clinico que 
só pode ser dado após 12 meses da data da ultima menstruação. Paciente 
chega ao fim da função ovulatória, não havendo mais a produção de estrogênio 
 
13 Letícia Fonseca – ATM 2024.1 
e progesterona e uma elevação de FSH e LH. Ocorre uma maior produção de 
androgênio em relação ao estrogênio. 
 Menopausa precoce: antes de 40 anos; 
 Menopausa tardia: após 55 anos; 
 Pós-menopausa: 12 meses após a menopausa até 65 anos; 
 Senilidade: após 65 anos; 
Perimenopausa: 
 Ciclos anovulatórios; 
 Irregularidade menstrual; 
 Elevação de FSH; 
 Queda de inibina; 
 Estradiol levemente elevado na fase inicial e diminuído após; 
 Sem alteração no LH; 
 Pode haver sangramento uterino anormal. 
 
OBS: mulheres obesas tem uma maior produção de estrona, sem oposição de 
progesterona sem oposição da progesterona – maior proliferação endometrial – 
maior risco de hiperplasia e câncer de endométrio. 
Diagnóstico clinico-laboratorial: FSH acima de 40 e estrogênio abaixo de 20; 
dosagem hormonal é feita apenas em pacientes que utilizam método 
anticoncepcional hormonal para garantir que a paciente, além de não 
engravidar, não irá ter sangramentos excessivos. 
Pó-menopausa: Produção nula de estrogênio e progesterona. FSH e LH altos e 
queda de seus níveis alguns anos após. 
Sinais e sintomas: 
 Amenorreia prolongada; 
 Fogachos; 
 Diminuição da libido; 
 Alterações de humor; 
 Atrofia vaginal; 
 Sangramento uterino 
anormal; 
 Dificuldade de 
concentração; 
 Osteoporose, pois estrogênio auxilia na reserva óssea; 
 Aumento do risco de doenças cardíacas, pois o estrogênio é um fator 
protetor de doença cardíaca até a menopausa.

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