Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA RAFAEL VALVERDE DOMINGOS ANÁLISE DA CAMPANHA DISNEY, YEAR OF A MILLION DREAMS SÃO JOSÉ, 2008. RAFAEL VALVERDE DOMINGOS ANÁLISE DA CAMPANHA DISNEY, YEAR OF A MILLION DREAMS Monografia apresentada à disciplina Projeto Experimental II, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina. Professores Orientadores: Conteúdo: Diego Moreau, Mestre. Metodologia: Elaisa Ana Stocco, Especialista. SÃO JOSÉ, 2008. RAFALE VALVERDE DOMINGOS ANÁLISE DA CAMPANHA DISNEY, YEAR OF A MILLION DREAMS Este trabalho de conclusão de curso será julgado adequadamente em sua forma final pela Coordenação de Estágio da Faculdade Estácio de Sá Santa Catarina, sem data prevista. Prof. Nicolas Caballero Lois, Msc Coordenador do Curso de Publicidade e Propaganda Apresentando a Banca Examinadora composta pelos professores: ________________________________________ Prof. Diego Moreau de Carvalho, Mestre Orientador ________________________ Mônica Stein, Doutora Membro ________________________ Túlio Sá, Especialista Membro Dedico este trabalho a meus pais, Airton e Mariza, aos meus amigos e a minha vontade de lutar por tudo aquilo que acho certo. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, que permaneceram ao meu lado, durante todo este caminho percorrido durante a faculdade, por me ensinarem a lutar pelos meus ideais. Aos meus amigos, pois sem eles não sei exatamente o que seria de mim. Aos meus orientadores, pois me deram suporte durante todo o processo deste trabalho. E claro a Deus, por me dar forças para lutar durante este período de formação acadêmica. “Todos os nossos sonhos podem tornar-se realidade se tivermos a coragem de persegui-los”. “Se você pode sonhar, você pode fazer”. Walt Disney RESUMO Este trabalho de conclusão de curso apresentará como o grupo Disney utiliza o marketing e suas vertentes em benefício de seus parques, demonstrando as vantagens que a comunicação pode proporcionar no auxílio da estabilidade empresarial e com isso, também sua permanência no mercado. Apresentando como importância, a maneira pela qual esta empresa do entretenimento conseguiu se firmar no mercado de parques temáticos e de produções cinematográficas em animação, demonstrando como é possível ultrapassar barreiras como as dificuldades da produção industrial na época do surgimento da empresa Disney e como foi conquistado o espaço na indústria cultural. Abordando também os desafios de se manter no mercado e conseguir ser a grande potência que a Disney ainda é mesmo após cinqüenta anos de fundação. Serão apresentados os conceitos de marketing e suas vertentes, posicionamento de marca, entre outros fatores que contribuíram para a realização deste trabalho de conclusão de curso. Os meios de pesquisa utilizados para atingir os objetivos propostos neste estudo, foram o método indutivo; as pesquisas do tipo: exploratória, descritiva, a técnica bibliográfica e irá se utilizar também uma abordagem quantitativa. Palavras-chave: Disney. Marca. Marketing. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1: Hieraquia das necessidades de Maslow ............................................................... 26 Ilustração 2: Disneyland resort map ......................................................................................... 76 Ilustração 3: Mapa do epcot...................................................................................................... 79 Ilustração 4: Mapa da disneylândia tóquio ............................................................................... 80 Ilustração 5: Mapa do animal kingdom .................................................................................... 83 Ilustração 6: Mapa do magic kingdom ..................................................................................... 84 Ilustração 7: Mapa do walt disney world resort ....................................................................... 85 Ilustração 8: Mapa da disnlândia hong kong ............................................................................ 86 Ilustração 9: Mapa do disney hollywood studios ..................................................................... 88 Ilustração 10: Mapa do disney's califórnia adventure .............................................................. 89 Ilustração 11: Mapa do tokyo disneysea................................................................................... 90 Ilustração 12: Mapa do disneyland resort paris ........................................................................ 91 Ilustração 13: Mapa do les studios disney ................................................................................ 93 Ilustração 14: Mapa mundial do complexo disney ................................................................... 93 Ilustração 15: Primeiro logotipo do disney channel ................................................................. 99 Ilustração 16: Segundo logotipo do disney channel ............................................................... 100 Ilustração 17: Logotipo atual do disney channel .................................................................... 100 Ilustração 18: Year of a million dreams ................................................................................. 105 Ilustração 19: Where every Cinderella story comes true ........................................................ 106 Ilustração 20: Where wonderland is your destiny .................................................................. 107 Ilustração 21: Where your imagination saves the day ............................................................ 108 Ilustração 22: Where you're the fairest of them all ................................................................. 109 Ilustração 23: Where you're always king of the court ............................................................ 110 Ilustração 24: Where dreams run free..................................................................................... 111 Ilustração 25: Where you never have to grow up ................................................................... 112 Ilustração 26: Where a whole new world awaits .................................................................... 113 Ilustração 27: Where your every wish is or command ........................................................... 114 Ilustração 28: Where the magic begins................................................................................... 114 Ilustração 29: Where another world is just a wish away ........................................................ 115 Ilustração 30: Peças da campanha year of a million dreams .................................................. 119 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 11 1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................ 12 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................12 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 12 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 14 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 15 2.1 MARKETING .................................................................................................................... 15 2.2 MARKETING DE SERVIÇOS.......................................................................................... 19 2.2.1 Tipos de serviços ............................................................................................................ 20 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO........................................................................ 21 2.4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ..................................................................... 25 2.5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ................................................................................... 28 2.5.1 Composto mercadológico .............................................................................................. 32 2.6 PUBLICADADE E PROPAGANDA ............................................................................... 36 2.6.1 Campanha publicitária ................................................................................................. 40 2.6.2 Linguagem publicitária ................................................................................................. 46 2.6.3 Publicidade de serviços ................................................................................................. 49 2.7 COMUNICAÇÃO .............................................................................................................. 51 2.8 MARCA.............................................................................................................................. 54 2.9 POSICIONAMENTO ......................................................................................................... 59 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 61 4 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................................ 66 4.1 WALTER ELIAS DISNEY ............................................................................................... 66 4.2 PARQUES TEMÁTICOS DISNEY .................................................................................. 74 4.3 LONGAS-METRAGENS .................................................................................................. 94 4.4 A MÁGIA CONTINUA ..................................................................................................... 96 4.5 NOVAS ESTRATÉGIAS DISNEY ................................................................................... 97 4.5.1 Disney Channel .............................................................................................................. 98 4.5.2 Podcast .......................................................................................................................... 100 4.6 ANÁLISE DA CAMPANHA DISNEY, YEAR OF A MILLION DREAMS ................ 102 5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 120 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 122 ANEXO A – Ilustrações da campanha Year of a Million Dreams ................................... 131 ANEXO B – Mapas dos parques disney ............................................................................. 140 ANEXO C – Declaração de responsabilidade .................................................................... 148 ANEXO D – Cd com o trabalho escrito .............................................................................. 149 11 1 INTRODUÇÃO Em certos momentos da história, a ficção e a realidade parecem se entremesclar. Esta afirmação é especialmente verdadeira quando o personagem em questão é Walt Disney e seu mundo de fantasia que, com o passar do tempo, se tornou um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. A Disney é um grande mundo do entretenimento, em que sempre está relacionado à fantasia e ilusão, mas são nos parques da Disney que os personagens ganham vida e magia. Não é somente os cenários dos parques que tornam a fantasia uma possível realidade, mas também, as pessoas, o elenco que se aproxima, que abraça, quer ser seu amigo por um dia, desejam e anseiam para transformar seus sonhos em realidade. Por ser uma marca forte e estar sempre presente na vida das pessoas, ela tem uma variedade considerável de produtos, que sempre lembramos, como por exemplo, os filmes A Branca de Neve e Os Sete Anões, A Pequena Sereia, os gibis do Pato Donald, Zé Carioca e Tio Patinhas, canetas dos seus personagens favoritos, bonés do Mickey Mouse, camisetas do Ursinho Pooh, entre tantos outros produtos existentes no mercado. Falar de Disney e não mencionar seus parques é o mesmo que falar de Romeu e Julieta sem dizer que eles se amavam, pois os Parques Disney são o maior centro de entretenimento existente no mundo, tendo como parte do complexo Walt Disney World, Magic Kingdom, Epcot, Disney Hollywood Studios, Animal Kingdom, Typhoon Lagoon e Blizard Beach. Este trabalho de conclusão de curso apresentará como o grupo Disney utiliza o marketing e suas vertentes em seu benefício, demonstrando as vantagens que a comunicação pode proporcionar no auxílio da estabilidade empresarial e com isto, também sua permanência no mercado de parques temáticos. Será apresentado, nesta monografia, como este centro de entretenimento conseguiu se firmar no mercado de parques temáticos e de produções cinematográficas em animação, apresentando como é possível ultrapassar barreiras como as dificuldades da produção industrial na época do surgimento da empresa Disney e como foi conquistado o espaço na indústria cultural. Abordando também os desafios de se manter no mercado e conseguir ser a potência que a Disney ainda é mesmo após cinqüenta anos de fundação. 12 1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA A tática que a Walt Disney Company utiliza para se manter no mercado todos esses anos, é o que será analisado neste trabalho de conclusão de curso, por ser uma marca que atualmente é líder no mercado de entretenimento. Quais as estratégias de marketing e suas vertentes são utilizadas por ela, nesta constante busca de novos clientes e na permanência dos atuais. Dentre as ações de marketing a serem observadas na execução deste trabalho, será analisado, também, o modo pelo qual a Walt Disney Company utiliza estas mesmas ferramentas de marketing, para manter-se no mercado consumidor, como ela consegue ser uma marca líder no segmento de parques temáticos. Para ser mais específico, é apresentar como esta empresa, que está há muitos anos no mercado de entretenimento, consegue manter sua relação à fidelização, e como que esta empresa consegue conquistar clientes de todas as idades e culturas até hoje, sendo sempre atual nos meios de posicionamento de sua marca? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral O objetivo geral desta monografia é analisar a utilização do marketing na campanha Disney, Ano de um Milhão de Sonhos,que se aplicam aos seus parques temáticos nos Estados Unidos da América, pois esta empresa que apresenta aparentemente, em sua marca, uma forte e fácil memorização, demonstrando como se mantém no mercado de parques temáticos. 1.2.2 Objetivos específicos a) Resgatar a história da Walt Disney Company, desde sua fundação e qual a importância que seus parques têm para os consumidores; 13 b) Descrever a literatura sobre o tema em questão, contribuindo para a fortuna crítica; c) Analisar a nova campanha Disney, utilizada para atrair novos clientes aos seus parques temáticos, situados nos Estados Unidos da América. 1.3 JUSTIFICATIVA A Walt Disney Company, atualmente é um sinônimo de sucesso. Então por que não utilizá-la como exemplo para analisar a maneira que esta empresa trabalha todos esses anos no mercado de entretenimento? Pois, para ser explanado como esta se utiliza das ferramentas do marketing, para o seu benefício, pois, estas ferramentas são requerimentos básicos para construir uma imagem forte perante o consumidor, como a própria Disney se tornou. A escolha deste tema baseia-se na grande abrangência em que o marketing e a publicidade e propaganda podem contribuir a uma empresa de grande porte. E como uma marca pode utilizar esses recursos à seu favor, de modo que a empresa consiga resultados positivos, alcance a satisfação de seus consumidores e permaneça sempre com sua marca na mente dos mesmos. Mantendo-se forte, a empresa sempre estará conquistando clientes e mantendo-os felizes em relação ao oferecimento de produtos de qualidade, satisfação por seus serviços, analisando o que pode ser melhorado, buscando novos desafios para o aprimoramento de sua empresa, pensando sempre no seu futuro. Justifica-se, ainda, a importância do presente estudo pela possibilidade que oferece ao acadêmico e a academia, em relação de vivência à pesquisa, pois o tema proposto mostra-se relevante, abordando de forma diferenciada as relações dos consumidores com a propaganda, seguindo os parâmetros científicos da atualidade. E para o mercado, aprende-se como é de extrema importância saber lidar com o consumidor. Sendo, este trabalho muito importante por conciliar a experiência acadêmica ao longo destes quatro anos de curso e a experiência profissional relacionada à publicidade e propaganda. 14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO A estrutura deste trabalho inicia-se por um resumo, onde é apresentando a proposta e as conclusões do estudo proposto por uma forma concisa. Apresentam-se também os principais capítulos do estudo. Sendo o primeiro capítulo referente à introdução, o tema e problema de pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos, justificativa e é finalizado por esta estrutura. O segundo capítulo aborda a fundamentação teórica, onde é descrito os conceitos de marketing e suas vertentes, pois demonstra que esta fundamentação teórica serviu de sustentação para o desenvolvimento do estudo pretendido. E com os conceitos teóricos, será possível analisar e aprofundar o tema de estudo em questão. O terceiro capítulo abrange os procedimentos metodológicos explorados para o desenvolvimento do estudo, baseado nos conceitos dos autores. Portanto, inclui a metodologia científica, as pesquisas exploratória e descritiva, bibliográfica, a técnicas de pesquisa e a abordagem qualitativa utilizada. O capítulo quatro é composto pela história de Walt Disney e como conquistou o mercado do entretenimento relacionado a parques temáticos. Para se chegar a uma conclusão satisfatória, é preciso, primeiramente, observar a história e a comunicação da marca e a pesquisa que originou o seu posicionamento perante seus clientes. Em seguida, especificou-se a importância da construção de uma marca, o papel que ela exerce sobre os clientes, e quais os pontos chaves para ela dar certo. Posteriormente a descrição destes assuntos é possível analisar o problema de pesquisa, alcançando o ponto principal do estudo pela a análise da campanha Year of a Million Dreams, em relação à utilização do marketing e suas vertentes. E finalizando o trabalho, o quinto capítulo aborda a conclusão, em que foi possível apresentar resposta para o problema pesquisado, além de sugerir aspectos para pesquisas futuras. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA Tratar-se-á neste capítulo os conceitos que são de fundamental importância para o desenvolvimento deste trabalho, visto que fazem parte do tema em questão. Faz-se necessária a fundamentação do termo marketing, assim como dos termos que descendem dele, como a propaganda e o posicionamento de uma marca, e os mesmos se fazem presentes para embasar a análise deste estudo. 2.1 MARKETING O marketing teve seu surgimento em função de vontades em que as pessoas apresentaram através da ausência de algum elemento. Foi, então, que surgiu a oportunidade de suprir estas necessidades geradas pela demanda, oferecendo-lhes produtos/serviços que desejavam e pelo qual estavam dispostos a obter por um determinado preço. Seguindo o raciocínio, Dias (2003, p. 2) informa que “marketing é uma palavra criada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado”. Através do entendimento acadêmico, o marketing é um processo social por meio do qual as pessoas alcançam aquilo que necessitam e que anseiam com a criação de oferta e livre negociação sobre produtos e serviços de valor (KOTLER; KELLER, 2006). Complementam Pinheiro e Gullo (2005, p. 20) ao considerar o marketing como sendo “[...] o processo que facilita a troca de valores (produtos = bens ou serviços) entre um comprador e um vendedor, em que o primeiro, busca satisfazer as suas necessidades e os seus desejos e o segundo as suas metas organizacionais”. Neste contexto, o marketing baseia-se em contínuas pesquisas sobre as necessidades e os desejos de seus consumidores, planejando sua implementação de modo integrado, utilizando-se dos componentes de marketing como (produto, preço, distribuição e comunicação), e por meio da satisfação desejada pelo consumidor, atingir uma lucratividade em favor da empresa. Las Casas (1997, p. 26) explana a seguinte definição: 16 marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Segundo ensinamentos de Kotler (2000, p. 182), “o propósito do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes-alvo”. É valido ressaltar que a partir do momento em que o consumidor está no centro de todo o processo de marketing, deve-se respeitar e trabalhar os produtos com base em suas necessidades e desejos, sempre visando a maximização de respostas positivas aos esforços empreendidos pela comunicação que a empresa utiliza. Seguindo o raciocínio, Richers (2000) destaca a importância, que o marketing é a junção de atividades sistemáticas que uma organização humana está sempre voltada para a busca e a realização de trocas com o seu meio ambiente, visando e buscando benefícios específicos. Deixando claro que toda empresa busca a satisfação do seu cliente, em primeiro lugar. Para Aaker (1999, p. 25), marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, fixação de preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, com a finalidade de criar trocas que satisfaçam aos objetivos individuais e organizacionais. O conceito de marketing exige que a satisfação do cliente, mais que a maximização dos lucros, seja a meta de uma organização. Neste contexto a palavra marketing assume sua tradução literal:que é Mercado. Pode se afirmar que Marketing é o estudo do mercado. Ele é uma ferramenta administrativa que possibilita a observação de tendências, a criação de novas oportunidades de consumo visando sempre a satisfação do cliente, respondendo aos objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços (FRAGA, 2006 apud VAZ, 2008). Corroborando com Fraga, Kotler (2000, p. 25), salienta que o marketing, normalmente é visto como tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. De uma forma abrangente, diz-se que o marketing engloba todas as etapas necessárias para atingir as expectativas do consumidor, desde a concepção física do produto, 17 passando por sua distribuição e comunicação, até o contato com o consumidor final, implicando conhecer o que realmente o consumidor necessita ou até mesmo deseja, e demonstrando também qual a proporção desta demanda no mercado consumidor (SANT‟ANNA, 2003). Perante a evolução dos mercados e uma economia de produção voltada exclusivamente para o consumo, verifica-se que a situação é outra, pois como argumenta Sant‟Anna (2003, p. 17), “[...] hoje, é o consumidor que se encontra no ponto central, absoluto do universo comercial. São as companhias que giram em torno do consumidor, e não o inverso”. Portanto, no que se refere as mudanças de mentalidade e como sua difusão pelo mundo foi devagar, o marketing como é conhecido, só começou a se desernvolver a partir do final da Segunda Guerra Mundial, onde foi difundida como uma filosofia orientadora para as estratégias que hoje em dia conhecemos (RICHERS, 2000). Grönroos (1993, p. 162) conceitua marketing [...] como uma filosofia, ou seja, o conceito de marketing, tem que orientar todas as pessoas, funções e departamentos da organização. Ele tem que ser compreendido e aceito por todos, desde a alta gerência até o office boy. O marketing deveria antes de tudo ser um estado de espírito. Isto constitui o fundamento do marketing bem sucedido. Entretanto, o marketing não tem exclusivamente a função de orientar as pessoas, mas também de ser uma ferramenta estratégica. Na concepção de Levitt (1990), não existe nenhuma estratégia empresarial que não seja uma estratégia de marketing, tão pouco um objetivo que não se relacione ao desejo de compra. O autor salienta que, a satisfação do consumidor deve ser a principal meta de todas as organizações. Para Kotler (1998), muitos autores responsabilizam o marketing como o criador de necessidades para induzir a demanda a comprar o que não se deseja. Percebe-se que o marketing, junto com outras forças sociais, pode somente despertar e influenciar os desejos que já existem no consumidor, sua eficácia a partir do momento em que oferece o produto apropriado, de forma correta (atraente, adquirível e facilmente disponível) aos seus consumidores-alvos. Como afirma Ribeiro (1994, p. 115), “o caminho seguro para o sucesso de uma tarefa é fazer com que as pessoas nela envolvidas tenham prazer em executá-la”. E segue afirmando 18 que é importante que elas devam estar não somente comprometidas, como também devem entender, conhecer e acreditar no que estão fazendo. De acordo com estes autores citados, pode-se concluir que o marketing é a base de fundamentação teórica apontando para qual segmento de mercado cada empresa está voltada, como, por exemplo, o marketing de experiências, que é utilizado pela Walt Disney World. Nele se orquestram diversos serviços e mercadorias que possam ser criados, apresentados e comercializados como experiências. Ressalta Kotler (2005, p. 31), os profissionais de marketing precisam pensar mais em projetar e proporcionar uma experiência positiva, ao cliente em vez de simplesmente vender um produto ou serviço. A Starbucks vende uma experiência de “café”, quando os clientes sentam em suas lojas atraentes e fogem das grandes atividades do mundo atarefado. A famosa cadeia de livrarias Barnes and Noble dispôe de mesas e cadeiras para que os clientes possam sentar e ler, e promove palestras e espetáculos noturnos, além de oferecer um excelente café. A REI, varejista que vende equipamentos para alpinismo, colocou paredes para escalada e chuva artificial em suas lojas para que os clientes possam experimentar os seus produtos. A Bass PRO, varejista de equipamentos para pesca, pôs uma piscina com água e peixes para que os clientes possam testar a vara de pescar. Isso sugere que os profissionais de marketing devem pensar na experiência pela qual o cliente passa a obter um produto ou serviço e como eles podem melhorar essa experiência. A este respeito, Kotler (2000, p. 26) destaca que, “o Magic Kindom da Walt Disney é uma experiência. Nele você visita um reino de fadas, um navio pirata e uma casa mal- assombrada”. Diante disto, aponta-se que quanto maior for a satisfação do cliente, melhor será sua percepção dos benefícios que a empresa consegue incorporar ao seu serviço, diante dos seus atributos apresentados (TOLEDO, 1989). Por anologia das conceituações de marketing e suas vertentes, o que mencionar-se-á neste trabalho em relação à campanha Disney, Year of a Million Dreams, tem como base o oferecimento de serviços aos clientes, ou como são denominados: “convidados”. Sendo assim, nesta análise será utilizada a estratégia de marketing em serviços, que será descrita na próxima seção. 19 2.2 MARKETING DE SERVIÇOS O marketing de serviços é um setor que está diretamente ligado ao cotidiano dos consumidores, como: assistir televisão, falar ao telefone, escutar ao rádio, adquirir um cartão de crédito, tudo isso faz parte do grande arsenal de serviços disponíveis no mercado atualmente. Mas infelizmente os clientes nem sempre estão satisfeitos com a qualidade destes mesmos serviços prestados. E em alguns casos estes clientes são mal atendidos, ocorrendo atrasos nas entregas, reclamando dos horários, das filas e acabam por ficar desanimados com a prestação de serviço que recebem (LOVELOCK; WRIGTH, 2002). Na compreensão de Kotler (2000, p. 448) serviço é “qualquer ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto”. No entanto, corroborando com Las Casas (2000, p. 15), os serviços podem ser definidos “como uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem”. Como leciona este autor, pode-se dizer que serviço é uma ação, ou um desempenho destinado a alguém. Cobra (2001, p. 28) elucida que “no terceiro milênio o grande diferencial não serão os serviços ofertados, serão as pessoas”. Como este autor menciona, com o avanço das tecnologias de informação, os consumidores estão cada vez mais informados e mais exigentes, fazendo com que as empresas ambicionem permanentemente novas idéias, deglutindo melhorias nos serviços prestados. Os autores Lovelock e Wright (2002) conceituam os serviços de duas maneiras: a primeira engloba o serviço como um ato ou desempenho oferecido à outra pessoa e este está ligado ao produto físico, todavia, seu desempenho é sempre intangível, a segunda maneira define os serviços como atividades econômicas que possuem um valor e estes fornecem benefícios ao consumidor em tempos e lugares específicos. E como argumenta Cobra (2001, p. 16), “cada serviço oferecido no mercado deve combinar aspectos tangíveis, perfeitamente identificados e valorizados pelos consumidores, com aspectos intangíveis, que as pessoas não vêem, mas que contenhamuma vasta quantidade de prêmios”. O marketing de serviços e o de bens se parecem, pois ambos estão destinados ao oferecimento de valor aos clientes. No entanto o marketing de serviços demanda uma atenção especial por parte dos profissionais desta área. 20 Continuando o raciocínio de acordo com a concepção de Lovelock e Wright (2002), o marketing de serviços não pode ser comparado ao marketing de bens, pois eles diferem-se em vários aspectos. De acordo com os autores supracitados, costuma-se diferenciar os bens de serviços baseado em quatro características – intangibilidade, heterogeneidade, perecibilidade do resultado e simultaneidade de produção e consumo. Sob o ponto de vista de Las Casas (2000), a principal diferença entre o marketing de serviços e o marketing de bens, é o seu grau de intangibilidade. Enquanto os bens podem ser “tocados” pelo consumidor, o serviço não. E quando se fala em intangibilidade, salientam Churchill Jr. e Peter (2003), existem dois aspectos importantes: o primeiro é quando o cliente não pode verificar a qualidade do serviço antes de adquiri-lo, e o segundo é quando os problemas enfrentados pelo setor de serviços são geralmente complicados de resolver, fazendo com que a empresa busque um feedback o mais rápido possível. Neste caso, depare-se que serviços são compostos por uma ação ou um desempenho passado para alguma pessoa, e se este for transferido a um produto físico, o seu desempenho sempre será intangível, demonstrando os itens sobre os tipos de serviços existentes. 2.2.1 Tipos de serviços Atualmente com a existência de vários tipos de serviços disponíveis à população, alguns autores costumam classificá-los em categorias de acordo com suas similaridades. Como leciona Las Casas (2000), os serviços são classificados por grupos de acordo com as suas características. Como os serviços de alojamento, serviços pessoais, serviços de técnicos especializados, serviços de limpeza, dentre outros. Porém, entre estas várias classificações, o autor ressalta duas considerações sobre o esforço do consumidor em adquirir determinado serviço: a) de consumo: são prestados diretamente ao consumidor final, e nesta categoria eles subdividem-se em: de conveniência: ocorre quando o consumidor não quer perder tempo em procurar a empresa prestadora de serviços por não haver diferenças perceptíveis entre elas. É o caso de tinturarias, sapatarias e empresas de pequenos concertos, 21 de escolha: caracteriza-se quando alguns serviços têm custos diferenciados de acordo com a qualidade e tipo de serviços prestados, prestígio da empresa, dentre outros. Neste caso compensará o consumidor visitar outras empresas na busca de melhor atendimento. Este tipo de serviço é prestado por bancos, seguros, pesquisas, dente outros, de especialidade: são altamente técnicos e especializados. O consumidor neste caso fará todo esforço possível para obter serviços de especialistas, tais como médicos, advogados, técnicos, dentre outros, b) serviços industriais: são aqueles prestados por organizações industriais, comerciais ou institucionais. Destacam-se nesta categoria: de equipamentos: estão relacionados com instalação e montagem de equipamentos, de facilidade: neste caso, incluem-se os serviços financeiros, de seguros, pois estes serviços facilitam as operações da empresa, de consultoria / orientação: são os que auxiliam nas tomadas de decisão e incluem serviços de consultoria, pesquisa e educação. Portanto na compreensão de Lovelock e Wright (2002), os serviços podem ser classificados nas seguintes categorias: grau de intangibilidade ou intangibilidade dos processos de serviço; destinatário direto do processo de serviço; tempo e lugar da entrega do serviço; grau de personalização ou padronização; natureza da relação com os clientes; medida na qual oferta e demanda, estão em equilíbrio; medida na qual, instalações, equipamentos e pessoal participam da experiência de serviço e como isto influencia no marketing de relacionamento. Tem-se a impressão, de que os tipos de serviços são uma peça fundamental para a estruturação de uma empresa e com eles, propõem-se manter o foco direcionado ao cliente. Apresenta-se a seguir a conceituação, sobre o marketing de relacionamento. 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO Hoje em dia, o marketing de relacionamento é uma das ferramentas de maior importância, utilizada pela empresa para estreitar relações com seus consumidores. 22 A maior dificuldade das organizações no mercado consumidor atual é conseguir destacar sua marca, perante a alta competitividade existente, já que muitas empresas compartilham das mesmas posições de liderança, preço, ou até mesmo empresas novas que brigam por uma fatia neste mercado competitivo. Os consumidores estão cada vez mais fiéis a uma determinada marca, mesmo com um grande arsenal apresentado pelas empresas na sua gama de produtos disponíveis. Este mercado competitivo faz com que esses consumidores tenham muitas opções ao seu alcance, dificultando, assim, ainda mais o trabalho das organizações em manter o cliente fiel ao seu produto/serviço. Para que haja destaque neste mercado dinâmico, as empresas precisam planejar estratégias e mudanças para sobreviver as turbulências deste mesmo mercado (MCKENNA, 1992). Segundo os ensinamentos de Kotler (2000), as empresas têm mudado sua ênfase do marketing de transação para o de relacionamento, pois com uma exigência, cada vez maior por parte dos consumidores, é preciso armar-se de diferenças em seus produtos e das maneiras de comunicação com o seu consumidor. Corroborando com o pensamento de Lovelock e Wright (2002, p. 132), “o marketing de relacionamentos envolve atividades destinadas a desenvolver ligações economicamente eficazes de longo prazo para o benefício mútuo de ambas as partes”. Kotler (2000, p. 70) elucida ainda que “tradicionalmente a ênfase tem sido na realização de vendas, em vez de na construção de relacionamentos; em pré-vendas e vendas, em vez de na assistência pós venda”. Este autor argumenta que as organizações deveriam ter maior preocupação com a pós-venda, tentando manter a fidelização do cliente, do que a venda em si. Mas na concepção de Vavra (1993, p. 32), “o marketing deve mudar a mentalidade de completar uma venda para a de iniciar um relacionamento, de fechar um negócio para construir lealdade”. O autor salienta que o marketing de relacionamento está ligado ao pós- marketing, onde é aplicado às estratégias de marketing após o cliente efetivar a compra. Este autor descreve as principais atividades do pós-marketing da seguinte forma: a) atividades e esforços para manter clientes satisfeitos após a compra; b) fazer tudo que for possível para aumentar a probabilidade de os clientes atuais comprarem novamente o produto ou marca da mesma empresa em futuras ocasiões de compra; c) aumentar a probabilidade de que os clientes atuais comprarão outros produtos da mesma empresa em vez de procurarem um concorrente quando necessitarem de tais produtos; d) mensurar repetidamente a extensão da satisfação dos clientes pelos produtos ou serviços atuais: deixá-los conscientes de que estão sendo cuidados e utilizar a informação coletada no planejamento estratégico. 23 Kotler (2000) destaca ainda que a relação entre os vendedores e o fornecedor também merecem uma atenção especial. Ao invés do distribuidor só entrar em contato com o vendedor para verificar se o pedido já está pronto, ele deveria fazer visitas, marcar almoços, fazer sugestões sobre o negócio, com intuito de estreitar ainda mais as relações entre os vendedores e os fornecedores. Em suma, nota-se que o marketing de relacionamento é uma peça fundamental, para que as empresas consigam manter a fidelização dos seus clientes. Algumas ferramentas a serem utilizadas dentro do marketingde relacionamento ajudam a torná-lo eficaz. E uma destas ferramentas é a fidelização, tendo suma importância ao relacionamento entre empresa e consumidor. Hoje em dia, como o grande problema das organizações é fazer que o cliente seja fiel a sua marca. Apresentam-se uma grande quantidade de produtos disponíveis no mercado, fazendo com que o consumidor tenha várias opções na hora de decidir qual produto irá ser adquirido. Entretanto as empresas, além de preocupar-se com os novos clientes, têm a obrigação de investir na fidelização do seu público atual, conseguindo primordial destaque perante o mercado consumidor. Como explana Sabatino (2003, p. 12), “a existência de um processo de fidelização - formal ou informal, estabelecido ou em andamento – é caracterizada pelo ato ou pela vontade de um cliente investir tempo e dinheiro para construir um relacionamento com uma organização”. Nota-se além dos esforços da empresa, o cliente deve estar disposto a investir naquela marca ou produto. Mas como leciona Mckenna (1992, p. 105), “a criação de relações sólidas e duradouras é uma tarefa árdua, de difícil manutenção. Mas acredito que, em um mundo onde o cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos limitados, uma relação pessoal é a única forma de manter a fidelidade do cliente”. Percebe-se então, a importância da criação de estratégias para fidelizar os clientes, a fim de não perder para a concorrência. De acordo com Sabatino (2003, p. 13), o grau entre a fidelidade dos clientes com relação a um produto ou serviço, pode ser identificado através dos seguintes fatores: a) o envolvimento do cliente com o segmento de negócios no qual a empresa se insere; b) as oportunidades que o cliente tem de trocar tal empresa pelo seu principal concorrente; c) o nível de ambivalência, ou seja, o estado de alguém que, em determinadas situações, experimenta ao mesmo tempo sentimentos opostos. 24 No entanto, como aborda Vavra (1993), somente ocorrerá uma fidelização se a empresa investir ao máximo em seu produto ou serviço. Então, se não o fizer, não irá conseguir fidelizar seu cliente e se o seu produto não estará de acordo com as exigências legais do mercado. Porém, Sabatino (2003) leciona que, quando uma empresa resolve realizar um programa de fidelização, é preciso criar um planejamento a fim de destacar quais serão os clientes atingidos, e quais serão as informações coletadas dos mesmos. Como explana o autor, as principais variáveis que um programa deve abranger são: retenção de clientes, variação do tíquete médio, variação de freqüência, captação de novos clientes, mudança no comportamento de compra e penetração na base. Devido este controle, torna-se mais fácil entender as mudanças de compra do consumidor e investir na busca de novos clientes para a organização. A esse respeito Moutella (2008), cita alguns fatores que influenciam na satisfação dos clientes: a) qualidade nos produtos ou serviços oferecidos; b) preço justo pela mercadoria; c) condições de pagamento satisfatórias; d) cumprimento dos prazos e compromissos assumidos; e) disponibilidade de produtos e serviços na empresa; f) entrega realizada de forma correta; g) escuta dos problemas e as opiniões do cliente; h) diálogo de compromisso; i) descontos e ofertas concedidos pela empresa; j) facilidade de compra, incluindo a localização, o tempo a flexibilidade, entre outros. É importante ressaltar que a empresa precisa estar atenta às exigências do consumidor. Precisa-se conhecer melhor este mercado e saber o que o cliente espera dos seus produtos e serviços. E como as expectativas dos clientes aumentam cada vez mais, a empresa precisa acompanhar estas mudanças senão sairá perdendo para a concorrência. Ainda assim, Sabatino (2003) ressalta que pesquisas recentes vêm apresentando as principais preocupações do ser humano hoje em dia, que é a segurança, em todos os sentidos. Da mesma forma isto pode ser considerado uma oportunidade da empresa oferecer ao seu cliente esta tão desejada segurança e ao sentir-se protegido, ele permanecerá fiel à marca e como bônus ainda fará propaganda positiva da empresa para outras pessoas 25 Desta forma, percebe-se que a preocupação das empresas atuais, não é só a venda em si, mas sempre visando à fidelização dos consumidores e a sua satisfação. E na próxima seção serão abordados os conceitos sobre o comportamento do consumidor. 2.4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O marketing tem em seu foco a satisfação das pessoas. São elas que consomem os produtos oferecidos, que as tornam consumidores. Para se manter um nível satisfatório de atendimento, é necessário entender a razão pela qual e a forma de compra que os consumidores realizam. Somente através do entendimento deste processo, será possível viabilizar produtos e serviços que atendam exatamente o desejo e a necessidade dos consumidores, contudo, este movimento de consumo faz com que se forme a economia conhecida atualmente. Citando Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 22), “o comportamento do consumidor é uma ciência aplicada que se utiliza conhecimento de economia, psicologia, antropologia, sociologia, estatística, mercadologia e outras disciplinas”. De acordo com Las Casas (1997), diante de uma situação de compra o consumidor age em decorrência de uma série de influências sobre ordens externas ou internas. Os principais componentes da estrutura psicológica do consumidor são: sua formação passada e suas expectativas futuras, e, o principal componente das influências externas é: o meio ambiente em que vive e como este é incorporado ao seu comportamento. Continuando o raciocínio de Las Casas (1997, p. 138), “o primeiro fator a desencadear um processo de compra é a necessidade por um produto”. Mas, como afirma Kotler (2000), as necessidades são exigências humanas básicas, visando somente sua sobrevivência. Cada pessoa possui necessidades distintas, de diversas origens, em qualquer momento. Estas necessidades podem ser de origens fisiológicas, como fome e sede, ou psicológicas, como auto-estima e reconhecimento social. Karsaklian (2000) esclarece que, mesmo que as necessidades sejam inerentes a todas às pessoas, elas não podem ser criadas, tendo em vista que fazem parte do ser humano. Desta forma, o marketing, com suas ferramentas, como a propaganda, mostra o caminho pelo qual essas necessidades poderão ser satisfeitas. 26 Para Cobra (1997), a análise das necessidades ajuda a entender melhor a essência do comportamento do consumidor e, assim, toda a mecânica de funcionalidade do marketing. Apesar de seu caráter pessoal, as necessidades não se apresentam de uma forma desordenada, mas sim de uma seqüência lógica. Kotler (2000) afirma que a hierarquia das necessidades de Maslow, descreve as necessidades humanas organizadas de forma hierárquica, das básicas para as “supérfluas”. Por ordem de importância, seriam atendidas as necessidades fisiológicas, seguidas por segurança, sociais, de estima e de auto-realização. Ilustração 1: Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: Adaptado de Kotler (2000). Observa-se nesta teoria (ilustração 1), que as pessoas tendem a procurar satisfazer as necessidades mais importantes primeiro (representadas pela base da pirâmide), para, em seguida, procurar satisfazer as próximas necessidades, em sua ordem de importância. Neste sentido, as necessidades no topo da hierarquia só seriam atendidas à medida que cada pessoa satisfizesse suas necessidades primordiais que estão localizadas na base desta pirâmide (KOTLER, 2000). Quando essas necessidades atingem níveis consideráveis de intensidade, passam a ser caracterizadas como motivos, e esses motivos são forças suficientemente relevantes para levar 27 o indivíduo à ação (KOTLER, 2000). Esta ação, muitas vezes, se traduz em consumo. Schiffmane Kanuk (2000, p. 60) definem motivação como “[...] a força motriz interna dos indivíduos que os impele a ação”. Na compreensão de Schiffam e Kanuk (2000), é o comportamento do consumidor que avalia a maneira pela qual as pessoas consomem, dependendo do seu tempo disponível, de sua atitude de compra e do seu dinheiro para realizar esta, seja ela de um produto específico ou de um serviço. Segundo Kotler (2000, p. 182), o ponto de partida para conhecer e satisfazer as necessidades dos clientes-alvo é tentar compreender o comportamento do consumidor; estudar como pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam produtos, serviços, idéias ou experiências, na busca de suas satisfações, tendo sempre em mente que o consumidor é o ponto chave para o sucesso ou fracasso da venda de seu produto ou serviço que a empresa esteja oferecendo. Na concepção de Middleton (2002, p. 43), “os serviços são produtos comprados através de uma transação de troca que não confere propriedade, mas permite acesso e uso de um serviço, geralmente por um período de tempo específico em um local determinado”. Corroborando, Kotler (1998) alude que os serviços podem ser definidos por sua intangibilidade. Eles não podem ser testados ou experimentados de maneira alguma, antes de serem comprados; a inseparabilidade do ato da produção e seu consumo, pelo meio que são ao mesmo tempo produzidos e consumidos. Entretanto, o estudo do comportamento do consumidor visa compreender como os indivíduos compram, utilizam e rejeitam os bens de consumo e serviços, de forma que satisfaça suas necessidades e desejos. Para Schiffam e Kanuk (2000), diversos autores do comportamento do consumidor defendem que os indivíduos possuem tendências a provar necessidades e motivos semelhantes, porém, demonstram de formas diferentes. Conseqüentemente, as empresas devem entender os motivos humanos, já que este proporciona conhecimento e presume o comportamento do consumidor na escolha de um produto/serviço. Blackweell, Miniard e Engel (2005) explicam que a preocupação das empresas em entender como age o consumidor diante da compra e consumo está na satisfação, pois este fator determina se o indivíduo voltará a adquirir e utilizar ou não do produto/serviço. Segundo Blackweell, Miniard e Engel (2005, p. 39), “para entender o comportamento do consumidor é preciso fazer uma análise do ambiente em que o consumidor 28 vive e identificar os fatores que mais os influenciam”. E seguindo este raciocínio, é importante enfatizar que é o consumidor quem manda, pois ele decide qual a sua prioridade na hora de escolher um produto e efetivar uma compra. Como se pode observar, consumidores são organismos complexos, e estes são impelidos e transformados por inúmeros fatores, pois estes tornam-se cada vez mais importantes para as empresas e as mesmas tendem a procurar caminhos alternativos para alcançar e suprir as necessidades específicas que cada ser humano possui. Muitos dos aspectos citados que podem influenciar a decisão de compra, bem como as ações na prestação do serviço que interagem com suas expectativas. O que pode ser considerado é o caminho a ser seguido pela empresa, sendo assim alcançando a satisfação de seus consumidores. Posteriormente, será apresentada a segmentação de mercado e como este fator é de suma importância em questão ao relacionamento entre empresa e o seu público-alvo. 2.5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Com o estudo relacionado ao consumidor, demonstrando que o mesmo é um organismo complexo e lenvando-se em conta os fatores que se enfrentam perante a vida moderna, obrigam as empresas a buscar uma competitividade diferente, para poder atender as necessidades dos consumidores, pois para uma grande empresa obter o sucesso, é necessário conhecer a fundo o target e saber quais os bens de consumo possuem maior procura por seu mercado-alvo. Levando em consideração que atualmente no mercado consumidor existe grande variedade de clientes com diversos comportamentos, é preciso conhecer a fundo como seu target se comporta, descobrindo, assim, quais seus anseios e suas características. Leciona Souki (2000, p. 82): um segmento de mercado é um conjunto de pessoas que possui características semelhantes relacionadas a certas variáveis, como idade, renda, tipo de atividade profissional, local de residência, freqüência de uso do produto, perfil psicológico, dentre outros. Por sua vez, Kotler (2000) elucida que antigamente um mercado era um espaço físico onde compradores e vendedores se reuniam para trocar mercadorias. Atualmente, os 29 economistas descrevem um mercado como um conjunto de compradores e vendedores que negociam determinado produto ou classe de produto. Toda via, para os profissionais de marketing, as empresas vendedoras representam os diferentes setores, e as compradoras, o mercado. Mas para Swarbrook e Horner (2002), o comportamento do consumidor representa uma das áreas mais complexas do marketing, pois nele estão inúmeras variáveis que envolvem a decisão de compra que podem ser: demográfica (idade, ciclo social, sexo); geográfica (região onde se tem residência); psicográfica (personalidade, estilo de vida); e comportamentais (relação com o produto, satisfação pela compra, custo benefício em relação ao produto). Os autores Schiffman e Kanuk (2000) elucidam que o mercado é dividido da seguinte maneira: a) segmentação geográfica: consite em divir em mercados locais e a teoria sobre esta estratégia é que as pessoas que moram na mesma área compartilham as algumas necessidades e desejos similares. Os segmentos geográficos podem ser impactados facilmente pelo uso de mídias locais, tais como TV, rádio e jornal; b) segmentação demográfica: tem em sua base de segmentação, idade, sexo, estado civil, renda anual, grau de instrução e ocupação. Esta segmentação é modo mais é acessível e eficiente em termos de custos para se identificar um mercado-alvo; c) segmentação psicológica/psicográfica: as estratégias de segmentação relevantes ao consumidor, norteiam-se por fatores psicológicos específicos de seu target. Estes fatores referem-se às qualidades interiores que cada indivíduo possuí, como por exemplo: sua personalidade, percepção, aprendizagem, envolvimento, opiniões, atitudes e estilo de vida. Todos são itens importantes para melhor e direcionar as mensagens, esforços do marketing na mente do consumidor-alvo; d) segmentação sociocultural: esta segmentação leva em conta as características como: raça, religião, classe social, cultura e ciclo de vida da família. Sua estrutura parte da premissa que indivíduos inseridos nestas características tendem a apresentar necessidades e desejos similares, demandando estímulos direcionados pelas ações e estratégias de marketing; e) segmentação relacionada com o uso: este tipo de segmentação define um determinado tipo de consumidores com base em suas características, sobre o uso de um determinado produro/serviço, envolvendo a taxa de uso, o status de conscientização e o grau de lealdade a marca que o consumidor possuí. Desta 30 maneira, as empresas podem direcionar seus esforços para clientes que tenham o mesmo interesses, obtendo respostas semelhantes quanto ao uso de seus produtos/serviços; f) segmentação por uso-situação: tem como intuíto o público-alvo que irá usar ou comprar um produto. Assim, pode-se determinar quais são estes consumidores casuais, como por exemplo, e em quais situações ele faz o uso deste produto, e por meio do marketing pode-se adequar devidamente o produto/serviço a realidade do cliente, pois sendo assim faz com que o mesmo utilize seu produto com mais frequência ou até fortaleça sua relação com a marca; g) segmentação por benefício: este tipo de segmentação leva em conta as espectativas do consumidor sobre o produto/serviçooferecido pela empresa, como por exemplo, economia, durabilidade, preço baixo, status, entre outros fatores. Esta segmentação é indicada para quando é desejado posicionar o produto/serviço na mente do consumidor, em uma categoria de produtos similares. Ao destacar um diferencial deste produto com as necessidades e desejos, diretamente estrá sendo abordado o produto/serviço sob outro aspecto, destacando beneficios diferentes, atingindo o segmento de público e assim por diante; h) segmentação híbrida: pela complexibilidade dos consumidores e mercados, muitas vezes as empresas tendem a segmentar seu mercado levando somente em conta diversas variáveis como base para sua segmentação. Mas este tipo de segmentação confere uma maior precisão no momento de abordagem no mercado, pois esta enfatiza em diversas váriaveis e bases citadas anteriormente, que isoladamente não teriam o mesmo efeito desejado; Perante uma segmentação de mercado extremamente específica e focada em um público-alvo restrito, pode-se classificá-la como um nicho de mercado. Nicho de mercado é um segmento consideravelmente menor, mas as necessidades nele existentes, sempre serão plenamente satisfeitas, pois, neste contexto, enquanto os segmentos de mercado mais amplos tendem a ter um maior número de concorrentes, em um nicho específico a concorrência diminui para um ou até dois concorrentes (KOTLER, 2000). Quando uma empresa opta por uma segmentação de mercado específica, sendo esta um nicho, precisa conhecer muito bem o seu público-alvo e suas necessidades. Seguindo este raciocínio, Gracioso (1997) contempla que para a identificação de novos nichos de mercados, não existe limites específicos. Pois para ele, enquanto houver mentes criativas e espíritos empreendedores, surgirão a cada momento novos nichos onde 31 ninguém imagina, tendo em vista que estes mesmos nichos são segmentos dos segmentos de mercados. Mas para empresas que optam por investir nesta diferenciação, estas precisam conhecer a fundo bem as necessidades e desejos dos seus clientes. Demonstrando que estas características tornam um nicho de mercado algo muito específico, com produtos e serviços altamente especializados, que não poderiam ser plenamente satisfeitos sem ser diferenciado (SANDHUSEN, 2003). Corroborando com o pensamento de Anderson (2006), pode-se afirmar que, com a existência de tantos nichos a serem atingidos e estes mesmos em conjunto podem ser tão grandes quanto os mercados de massa. O desvencilhamento com o fato dos mercados de nicho não venderem tanto quantos os de massa, em quantidade, os seus produtos são tão abrangentes que podem rivalizar diretamente com os grandes mercados existentes. Na visão de Cobra (1997), com a segmentação, os esforços de marketing podem ser melhor conduzidos e agrupados diretamente em uma parte nitidamente demarcada do mercado, otimizando os recursos de ordem financeira, física e humana. Porém, os canais de distribuição e os de comunicação tornam-se cada vez mais fáceis (KOTLER, 2000). Assim, atualmente fica expresso a necessidade de segmentar o mercado a ser atingido, tendo em vista que o mercado torna-se cada vez mais competitivo, otimizar tempo, dinheiro e direcionar os esforços torna-se imprescindível para a manutenção da empresa no mercado que ela está direcionada. E para que a comunicação da empresa seja direcionada de forma correta, o mercado deve ser segmentado de acordo com estes critérios, fazendo com que ela disponha de produtos e serviços melhores adequados ao seu mercado consumidor. Sendo a segmentação de mercado uma peça fundamental para a empresa conhecer a fundo o seu target, ela deverá seguir este caminho, pois, assim, obterá um maior sucesso nas suas estratégias de mercado, e o consumidor sairá satisfeito com os produtos/serviços por ela prestados, satisfazendo suas necessidades e desejos. Posteriormente, apresenta-se a segmentação de mercado, pois este termo está relacionado diretamente ao composto mercadológico que será apresentado no item a seguir. 32 2.5.1 Composto mercadológico Como uma maneira de estimular o mercado consumidor, perante diversas situações de desequilíbrio em que este pode estar inserido, as empresas, através do marketing, buscam determinadas respostas do consumidor em relação a um produto ou serviço oferecido. Mas esta busca, requer ações coordenadas das empresas e estas ações dá-se o nome de composto mercadológico ou marketing mix. O composto mercadológico, pode ser definido como um conjunto de ferramentas que visam os objetivos de uma empresa que utiliza-se do marketing, produto ou serviço no mercado (KOTLER, 2000). Seguindo este raciocínio, Sant‟Anna (2003) leciona que este composto pode ser visto como uma estratégia mercadológica a ser adotada pelas empresas, atuando com multiplicidade de combinações possíveis para atender aos objetivos de marketing. Ainda, como o próprio marketing, essas ferramentas possuem diversas teorias e definições, das quais serão observadas posteriormenter: Os 4 P‟s, inicialmente conceituados por McCarthy (1997), são ferramentas do composto de marketing, onde sua orientação é exclusivamente voltada para o produto, e estas podem ser divididas em quatro grupos denominados como os 4 P‟s do Marketing: a) produto: segundo McCarthy (1997), o produto significa a oferta em que uma empresa faz para satisfazer a necessidade de um consumidor. Mas como leciona Kotler (2000, p. 416), produto é “algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo”. Entretanto, esta variável de produto abrange algo mais do que uma simples oferta de uma empresa direcionada à uma necessidade ou desejo, apresentando variáveis essencialmente específicas como: qualidade, variedade, design, características, nome da marca, embalagens, tamanho, cores, serviços, garantias e devoluções (KOTLER, 2000); b) preço: de acordo com Nickels (1999), preço é a quantidade de dinheiro ou algo de maior valor que a empresa pede em troca de seu produto. Corroborando com o pensamento de Kotler (2000, p. 495), “a determinação de preços é difícil porque vários produtos possuem custo e demanda inter-relacionados e estão sujeitos a diferentes graus de concorrência”. Gracioso (1997, p. 97) destaca ainda que o preço é “o fator mais óbvio como determinante da demanda de um produto” e que “[...] quanto mais alto for o preço, menos se venderá o produto”. Desta maneira fica explanado que, ao calcular o preço de seus produtos ou serviços, as 33 empresas devem levar em consideração vários fatores como, seu público-alvo, a concorrência e a produção, para com isto evitar baixas em suas negociações; c) praça: é a distribuição de um produto ou serviço no mercado de consumo. Tem um importante papel no composto mercadológico, pois um produto ou serviço só tem utilidade se estiver acessível junto ao seu mercado consumidor. Sua distribuição inclui várias medidas e esforços da empresa para tornar o produto acessível e disponível para seus consumidores em potencial, de forma eficiente (COBRA, 1997; KOTLER, 2000); d) promoção: é a ferramenta que abrange todos os esforços referentes à comunicação e promoção da empresa no mercado consumidor. Este item, refere-se as atividades que comunicam os méritos do produto e convencem os consumidores a adquiri- los. A comunicação de marketing apresenta tantas ferramentas, que sua importância e a aplicação dependem das circunstâncias enfrentadas em cada momento, e que cada uma delas tem um papel fundamental a desempenhar. Kotler destaca as principais como sendo: promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas e marketing direto (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002; SHIMP, 2002; KOTLER, 2000). Também existem outras teorias para o composto de marketing além dos 4 P‟s, como os 7 P‟s que são teorizados por Kotler. Sua aplicaçãoé orientada para o setor de serviços, e são considerados 3 P‟s além dos demais: “pessoas”, “processos” e “evidências físicas” (do inglês, Physical Evidences) (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002): a) pessoas: segundo os ensinamentos de Kotler (2002, p. 15) as pessoas podem ser classificadas como “a intangibilidade dos serviços significa que eles não podem ser observados, provados, apalpados, ouvidos ou cheirados antes de serem adquiridos”. Perante estas condições, os clientes procuram indicações concretas para avaliar a excelência, eficácia e valor do serviço oferecido. O resultado desta análise, é que os clientes procuram meios para qualificar o produto e evidências que comprovem sua qualidade. E estas evidências baseiam-se tanto na aparência dos fornecedores de serviços, outrossim no atendimento aos consumidores, funcionários e até outros clientes (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002); b) evidências físicas: este item afigura-se ao anterior, a não ser pelo fato, onde o foco não seja as pessoas, mas sim suas percepções físicas de um determinado serviço, como os móveis e a localização da empresa, exemplificando. “Ninguém espera que uma empresa de advocacia, que se concentra nas grandes corporações, tenha 34 seu escritório localizado em um centro comercial, seja mobiliado com cadeiras de plástico[...]”. (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002, p. 15). São evidenciados: disposição de objetos, materiais utilizados, formas/linhas, luzes e sombras, cor, temperatura e ruído. c) processos: são os procedimentos adotados durante uma prestação de serviços. “os processos se referem às maneiras de uma organização de fazer negócios. Os processos podem ser simples ou bastante complicados”. (KOTLER; HAYES; BLOOM, 2002, p. 13). Já que estes procedimentos diferem de uma organização para outra, é natural que estes mesmos sejam adotados por uma empresa A, por exemplo, seja diferente dos adotados pela empresa B. E nestas diversificações que são vistos as diferenças de cada serviço. Por fim, existe a teoria dos 4 A‟s, desenvolvida por Richers (2000), e estes 4 A‟s procuram abranger variáveis além do composto mercadológico convencional, considerando também a interação da empresa com o meio ambiente e a avaliação do resultado dos esforços de marketing obtidos pela empresa. “A principal idéia subjacente ao sistema dos 4 A‟s é que o marketing jamais deve ser concebido como um conjunto de funções desconexas [...].” (RICHERS, 2000, p. 153). Cobra (1997) detalha os 4 A‟s como: análise, adaptação, ativação e avaliação: a) análise: é uma ferramenta que procura identificar as forças que atuam sobre um mercado e suas relações com a empresa. Fatores que são levados em consideração: tamanho do mercado, preferências dos consumidores, segmentação do público alvo, sazonalidade do produto, e diversas outras variáveis compõem esta análise, apresentando o objetivo de fornecer uma visão completa sobre o mercado que a empresa está inserida. Estes dados são obtidos através de pesquisas de mercado e do sistema de informação em marketing; b) adaptação: consiste em adequar o produto ou serviço às necessidades do mercado em que ele está inserido, que é previamente identificado pela análise. Esta pode ocorrer através de adaptações no design do produto, embalagens, marcas, ou até mesmo mudanças no preço do produto. E fica evidenciado neste item, uma preocupação com as necessidades e desejos do consumidor, sendo ponto central do marketing; c) ativação: é o conjunto de fatores que tem como objetivo, tornar possível a obtenção do produto ou serviço pelo consumidor. Pois, não adianta se o consumidor tem a necessidade, deseja o produto, tem dinheiro, mas não tem como 35 comprá-lo. Desta maneira, são levados em consideração a distribuição do produto, sua logística, os esforços de venda, até mesmo o composto de comunicação, que tem a função de comunicar a existência do produto ao consumidor, fazendo com que o leve a ação; d) avaliação: este item tem como objetivo, avaliar os resultados obtidos através dos esforços de marketing realizados em função dos objetivos da empresa. Este médo é importante, pois direciona melhor os esforços da empresa e identifica os erros e acertos para próximas ações dessa empresa no mercado. Kotler (2000, p. 182) define os 4 C‟s sendo “o propósito do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes-alvo”. Sob este ponto de vista, os 4 C‟s apresentam uma ótica bastante similar. Diferentemente dos 4 P‟s, que tem sua orientação voltada para o produto, ou mesmo dos 7 P‟s que são voltadas para os Serviços, essas ferramentas tem sua orientação definida, principalmente, visando aos consumidores. Segundo Cobra (1997), sobre a teoria de Robert Lauterborn, uma empresa para atingir o sucesso deve ter sua orientação voltada exclusivamente para o “cliente”, oferecendo produtos a “custos” acessíveis, para atender às necessidades e desejos do consumidor. Tudo isso, “comunicando” os diferenciais e vantagens do produto para o público-alvo e oferecendo a “conveniência” para facilidades em compras e da entrega, além de uma série de vantagens. Desta forma, os 4 C‟s (consumidor, custo ao consumidor, comunicação e conveniência) compõem uma gama de ferramentas voltadas exclusivamente para o mundo dos consumidores, oferecendo uma perspectiva além dos outros compostos mercadológicos analisados anteriormente. Todas estas variáveis apresentadas no composto mercadológico tornam esta ferramenta, um meio enricado na busca dos objetivos de marketing para uma empresa. Por isso, diante de cada cenário, a empresa e seus profissionais de marketing devem saber usar com sabedoria cada uma delas, dessa forma deve-se relacionar e coordenar, para satisfazer suas necessidades específicas diante dos obstáculos enfrentados neste mercado competitivo. Na seqüência serão apresentados os conceitos publicidade e propaganda, e as influências que têm sobre o comportamento do consumidor. 36 2.6 PUBLICADADE E PROPAGANDA Quando se fala em publicidade e propaganda, a maioria das pessoas acredita estar falando do mesmo assunto, mas não vêem nenhuma diferença entre elas. Entretanto para alguns autores os conceitos de publicidade e propaganda, apesar de serem usados de forma parecidas, possuem diferenças na sua compreensão e por este motivo, é necessário ver o que estes autores, afirmam sobre ambos os assuntos. Para explanar primeiramente, Pinho (2001, p. 131) elucida que, “a propaganda e a publicidade conservam o fato de serem técnicas de persuasão, mas com diferentes propósitos e funções”. Mas pode verificar-se através da leitura de Aldrighi (1989), que a propaganda é uma tática mercadológica, um instrumento de vendas, que trabalha com arte, criatividade, moda, cultura, enfim, um complicado composto de valores e manifestações da capacidade humana. Tendo esta ferramenta uma importante função específica que é a persuasão do consumidor, pois apresenta eficiência historicamente comprovada, estará sempre voltada para resultados concretos. Ao correlacionar com Sandmann (1993), se tem um outro ponto de vista, já que para ele a propaganda é exclusivamente para propagação de idéias, especialmente políticas, referindo-se geralmente aos esforços patrocinados por governos e partidos políticos, tendo muitas vezes conotação depreciativa, sendo para a propaganda comercial ou de serviços o temo usado é o advertising. Propaganda também é considerada um meio de persuadir, de convencer e levar a ação por meio da palavra, que seja fácil de se entender. Segundo Sampaio (1999, p. 22), “a propaganda é influenciável para toda a sociedade de consumo, ela [...] propõe novas experiências, novas atitudes, novas ações”. Mas segundo Pinheiro e Gullo (2005), a propaganda é uma arma de vendas, tendo como seu primordial objetivo criar e manter a imagem de uma marca de um produto/serviço,prestando assistência na obtenção e participação de mercado. O resultado esperado pelo esforço da propaganda é conjeturado de forma imediata nas vendas do produto/serviço anunciado. Em concordância com Sant‟Anna (1998, p. 75), tem em sua afirmação que “a propaganda compreende a idéia de implantar, de incluir uma idéia, uma crença na mente alheia”. Este autor salienta que para vender um produto, é preciso antes implantar na mente das pessoas a idéia sobre este mesmo produto. 37 Neste contexto sobre propaganda, Kotler (1998, p. 554) ressalta que a propaganda tem sua definição, “[...] qualquer forma paga de apresentação impessoal e de promoção de idéias, bens ou serviços por um patrocinador identificado”. Contudo, propaganda é um modo específico de se apresentar uma informação. Mesmo que a mensagem traga informação verdadeira, é possível que esta seja partidária, não apresentando um quadro completo e balanceado do objeto em questão. Mas como afirma Predebon (2004, p. 27), a base da propaganda “[...] é a comunicação com o cliente potencial, e, em todos os seus aspectos, fica sempre dentro do marketing, como parte deste”. Já com a existência de um planejamento por trás de toda propaganda, e quando este não é feito pelos responsáveis de marketing, os profissionais de propaganda terão de fazê-lo a fim de determinar o que e como deverá ser anunciado o produto em questão. De acordo com os ensinamentos de Lupetti (2000), a propaganda tem como significado implantar uma crença, uma idéia na mente dos consumidores, e publicidade de tornar esta idéia pública, divulgá-la. Esta autora afirma que atualmente esses conceitos se fundiram, tornando-se meios de fazer com que produtos, serviços, marcas e empresas sejam conhecidos, ou seja, comunicados. Contudo Charaudeau (1980 apud CARVALHO, 2003) considera a propaganda como um termo de maior abrangência que publicidade, pois este está relacionado às mensagens de cunho político, religioso, institucional e comercial; e a publicidade estaria ligada somente a mensagens comerciais. Por mais que esse se utilize de métodos semelhantes, as mesmas se diferenciam pelo orbe explorado. Em suma, como afirma Martins (1997, p. 20), “comunicar significa trocar idéias, informar [...]”, e pondera que o desenvolvimento social atual é decorrente da ligeira circulação de informações que envolvem os maiores espaços e números de indivíduos imagináveis. Dando ênfase ao assunto sobre a existência ou não de diferenças técnicas entre as duas, Perez e Bairon (2002) afirmam que, atualmente no Brasil, os termos publicidade e propaganda são antônimos, um bom exemplo para reforçar esse entendimento é pensarmos no profissional de propaganda. Quem faz propaganda é publicitário. Eles afirmam que a literatura de marketing mesmo que traga diferença entre as duas, aqui no Brasil, elas são descritas da mesma maneira. Rabaça e Barbosa (1978 apud PINHO, 2001, p. 130), acrescentam: 38 no Brasil e em alguns países de língua latina, as palavras propaganda e publicidade são geralmente usadas com o mesmo sentido, e esta tendência parece ser definitiva, independentemente das tentativas de definicão que possamos elaborar em dicionários ou em livros acadêmicos. [...] as expressões “agência de propaganda” e “agência de publicidade” são usadas indistintamente. Destaca-se ainda o fato que publicidade e propaganda são usadas sem distinção no Brasil, Carvalho (2003, p. 10) ressalva: o papel da publicidade visa aqui, em termos gerais, sinônimos de propaganda, é tão importante na sociedade atual, ocidentalizada e industrializada, que ela pode ser considerada a mola mestra das mudanças verificadas nas diversas esferas do comportamento e da mentalidade humana. Observa-se, desta forma, que a propaganda possui várias maneiras de utilizar o seu poder de persuasão. No entanto, para Petit (1991), a propaganda deve ser usada de forma correta, sem mentiras. Ele destaca que o consumidor cada vez mais saberá escolher produtos melhores a preço justo e os publicitários devem ajudar os consumidores, mantendo-os informado, sem mentiras nem falsidades, que dêem descrédito a sua profissão. Segundo os ensinamentos de Carvalho (2003, p. 161-162), o consumidor não é passivo a partir do ponto de vista da comunicação, [...], pois a publicidade tem um grande poder de violação e desobediência que deve ser decodificado de forma conveniente. A todo momento o receptor é instigado a desvelar e a descobrir o sentido dela. A função publicitária, no entanto, limita as audácias da forma. Busca-se o impacto para atrair a atenção, deseja-se descobrir a impertinência, mas evita-se o exagero da brincadeira sem compromisso: o anúncio terá sempre uma âncora lançada à realidade. Qualquer que seja o mundo imaginário, o ambiente de sonho construído, deve-se poder retornar à realidade pelo fio condutor icônico ou lingüístico. Sonhos não faturam, e a arte e o jogo devem curvar-se ante a função de venda. Além disso, Karger (1979 apud PINHO, 2001, p. 172) define publicidade “como aquela fase do processo de distribuição dos produtos ou serviços que se ocupa de informar sobre a existência e qualidade dos mesmos, de tal forma que estimule a sua compra”. Não obstante, Predebon (2004) afirma também que na atualidade o conceito de publicidade e propaganda são quase parecidos, mas quando se faz uma distinção, o diferencial é que na propaganda há sempre um emissor explícito, e na publicidade isto não pode ocorrer. E na seqüência, Malanga (1985 apud PINHO, 2001, p. 172) conceitua publicidade como “o conjunto de técnicas de ação coletiva, utilizadas no sentido de promover o lucro de uma atividade comercial, conquistando, aumentando e mantendo clientes”. 39 Corroborando com a idéia de Malanga, Pinho (2001, p. 174) afirma que uma das funções da publicidade mais reconhecida é a sua contribuição para o desenvolvimento econômico, auxiliando na conquista e na manutenção de mercados para produtos e serviços. Ele afirma que devido o grande número de ofertas de diferentes empresas e seus produtos e serviços, a publicidade deve atender as suas necessidades, tendo como tarefas a “[...] divulgação e a promoção de empresas, marcas e serviços, bem como a criação, expansão, correção, educação, consolidação e manutenção de mercados [...]”. Sendo assim, Pinho (2001) considera a publicidade de diversas maneiras: a) publicidade de produto: objetiva divulgar um produto, além de levar o consumidor ao seu conhecimento e compra; b) publicidade de serviços: intenciona vender os serviços de empresas prestadoras; c) publicidade genérica (ou de commodities): fornecer informações em um determinado sistema de marketing, promover a coordenação de programas entre produtores com os mesmos objetivos, e prover destaque aos atributos comuns de determinada categoria de produtos; d) publicidade de varejo: ocorre quando o intermediário (varejista) anuncia os produtos; e) publicidade de classificados: divulgar mensagens para diversos fins (compra, venda, aluguel, empregos entre outros), sendo financeiramente muito importante para jornais; f) publicidade comparativa: comparação entre produtos e/ou serviços do anunciante com os de seu(s) concorrente(s), podendo ser relacionada a preços, qualidades ou determinadas características; g) publicidade cooperativa: é o anúncio feito em conjunto pelo fabricante com lojistas, ou vice-versa, podendo envolver um ou mais de cada lado; h) publicidade de promoção: divulga a promoção de vendas por meio das mídias; i) publicidade legal: anúncios de publicação exigida seja por lei ou por regulamentação específica. Carvalho (2003, p. 163) acredita que: a publicidade transforma o processo criador em laboratório, no qual se testam comportamentos humanos. Mitos da época e escalas de valores que fundamentam e orientam
Compartilhar