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FUNDAÇÕES PROF. LUANA BERNARDETE DARIVA O que aprenderemos nesta aula? ✓ Como se faz para iniciar? ✓ Introdução; ✓ Conceitos Básicos; ✓ Tipos de Fundações Superficiais; ✓ Capacidade de Carga de Fundações Superficiais. AULA 04 – Análise e projeto de fundações superficiais Como se faz para iniciar? Esta é uma pergunta que é provável que você pergunte ou ao seu instrutor ou ao seu empregador acerca de seu primeiro projeto. Esta lista irá lhe ajudar: • Reunir o máximo de informação possível sobre o projeto, tal como a sua localização, finalidade, cargas, importância, edifícios vizinhos, impacto ambiental, estimativas de custos, e assim por diante. • Fazer uma visita ao local e perfurar alguns rasos ou sondagens superficiais. • Realizar análises preliminares utilizando dados geotécnicos disponíveis e parâmetros do solo presumíveis, deve-se considerar uma série de parâmetros de solo que se acredite que possa caracterizar o solo. Como se faz para iniciar? Esta é uma pergunta que é provável que você pergunte ou ao seu instrutor ou ao seu empregador acerca de seu primeiro projeto. Esta lista irá lhe ajudar: • Planejar e executar uma investigação do solo. Análises preliminares ajudam a decidir sobre os parâmetros do solo a serem obtidos e a extensão da investigação solo. O engenheiro geotécnico é o único que deve ser decidir sobre os parâmetros do solo a serem usados em um projeto. Este é um passo crucial, porque o ELU e ELS dependem diretamente dos parâmetros de resistência do solo e da deformação. A má avaliação dos parâmetros do solo poderia resultar em (a) uma obra antieconômica, (b) o ELU de ruptura atingido ou ultrapassado, (c) a estrutura não satisfazendo sua concepção de projeto – ELS ultrapassado e (d) a perda de propriedades e vidas. Como se faz para iniciar? Esta é uma pergunta que é provável que você pergunte ou ao seu instrutor ou ao seu empregador acerca de seu primeiro projeto. Esta lista irá lhe ajudar: • Projetar a obra para obedecer às normas. Lembre-se de que na execução do projeto deve-se considerar como a obra será construída. • Não se deve admitir qualquer valor, a partir de cálculos, como um valor absoluto. Em vez disso, qualquer valor calculado, tal como o recalque, deve ser considerado como um valor estimado esperado. • Uma boa dica de leitura é o artigo sobre projeto de obra de terra elaborado por Casagrande (1960). Introdução As cargas de uma estrutura são transferidas para o solo através de uma fundação. A própria fundação é uma estrutura em geral construída em concreto, aço ou madeira. Um engenheiro geotécnico deve garantir que a fundação satisfaça as seguintes condições de estabilidade: 1. A fundação não deve se romper ou se tornar instável quando sob qualquer tipo de carga prevista. 2. Os recalques da estrutura devem estar dentro dos limites toleráveis. Esses dois requisitos devem ser satisfeitos. Introdução A execução da fundação em campo deve ser possível, tanto em termos de processos construtivos, quanto econômicos. A definição da geometria da fundação superficial tem como objetivo prevenir a ruptura do solo e limitar o recalque a um valor dentro do limite de tolerância. É o recalque que governa o projeto de fundações superficiais. Para isto devemos: 1. Calcular o valor seguro para a capacidade de carga; 2. Estimar o recalque de uma fundação superficial; 3. Estimar a dimensão de uma fundação superficial, que vai satisfazer tanto o estado limite último, quanto o estado limite de serviço. Introdução Para isto devemos: 1. Estado Limite Último (ELU) – delimita a resistência de uma obra geotécnica ou componente que não deve ser excedida por qualquer carregamento concebível durante a sua vida útil. 2. Estado Limite de Serviço (ELS) – delimita uma deformação limite (deslocamento, rotação e recalque) de uma obra geotécnica ou componente que, se excedida, irá comprometer sua função. 3. Ruptura – é a incapacidade de uma obra geotécnica, quer como todo ou em parte, para desempenhar suas funções e destinações concebidas. Introdução Todos os projetos de fundação envolvem risco de colapso. Não há nada certo sobre um projeto de fundações. Cada aspecto do processo de projeto envolve incertezas e, consequentemente, o risco de colapso. As incertezas no projeto de fundações vêm de uma série de fatores, entre elas podemos destacar: 1. Incerteza sobre a magnitude e direção das cargas; 2. Incerteza inerente ou natural sobre a formação do solo; 3. Incerteza epistêmica, que é a falta de conhecimento ou posse de informações incompletas ou insuficientes sobre os parâmetros dos solos, dos métodos de cálculo ou modelagem do solo e métodos de construção; 4. Erros humanos – tais como cálculos incorretos e falta de experiência podem ser eliminados com o controle de qualidade e pela passagem do tempo (experiência). Conceitos Básicos A partir desta aula adotaremos termos principais que são definidos como: • Fundação é a estrutura que transmite as cargas para o solo subjacente. • Espessura de embutimento (Df) é a espessura de solo, desde o greide acabado (superfície do terreno acabada – topo da terraplenagem) até a cota de assentamento, na qual a base da fundação se apoia. • Fundação superficial é um tipo de fundação para a qual a razão entre a profundidade de embutimento, Df, e a menor dimensão do plano, a qual é geralmente a largura, B, é menor ou igual a 2,5 (ou seja, ൗ 𝐷𝑓 𝐵 ≤ 2,5). Conceitos Básicos A partir desta aula adotaremos termos principais que são definidos como: • Capacidade de carga última líquida (qu) é o valor máximo de tensão (acréscimo de tensão, além da tensão geostática inicial) que o solo pode suportar. • Capacidade de carga última bruta (qult) é o valor máximo de tensão que o solo pode suportar. • Tensão admissível ou Capacidade de carga considerando a segurança (qa) é o valor da tensão de trabalho que vai garantir uma margem de segurança referente ao colapso da estrutura do solo quanto à ruptura ao cisalhamento. A tensão admissível é, em geral, uma fração da carga de máxima tensão que o solo pode suportar. Conceitos Básicos A partir desta aula adotaremos termos principais que são definidos como: • Estado limite último define a carga ou a tensão limite que não pode ser excedida sob nenhuma carga prevista ou concebida durante a vida útil da obra geotécnica. • Estado limite de serviço define a deformação limite ou o recalque de uma fundação que, se excedida, vai prejudicar a operação da estrutura suportada pela fundação. • Fator de segurança (FS) é a razão entre a capacidade de carga (líquida) e a tensão admissível ou com a relação à tensão vertical máxima aplicada. Na engenharia, o fator de segurança se situa entre 2 a 3 (3 é, em geral, o mais utilizado) para calcular a tensão admissível. Tipos de Fundações Superficiais Relembrando: • Uma fundação isolada, nominada fundação individual, transfere cargas individuais de pilares diretamente para o solo. • Se ocorrer a sobreposição de uma sapata isolada com outra, as duas podem ser combinadas para formar uma fundação combinada (associada). • Quando há a necessidade de um grande número de fundações combinadas para uma estrutura, pode ser mais econômico a utilização de uma laje de fundação ou de um radier. • As paredes são suportadas utilizando-se sapata corrida, a relação entre a largura da sapara corrida (B) e seu comprimento (L) é pequena (B/L > 10). • Em um terreno com talude, a fundação pode se apoiar no topo do talude, ou no talude, ou pode ser executada em degraus. Tipos de Fundações Superficiais A escolha do tipo de fundação é baseada na experiência e norteada por: •Condições geológicas – topografia, tipo de solo, estratigrafia e água subterrânea. •Condições de carregamento – tipo de carregamento, tais como carregamento verticais, momentos, cargas horizontais e cargas excêntricas – e a magnitude das cargas. Por exemplo: fundações superficiaisnão suportam grandes momentos ou grandes forças horizontais. •Método construtivo – métodos construtivos utilizados regionalmente, tipos de equipamentos necessários e disponíveis, mão de obra necessária, qualificada ou não, e disponibilidade. Tipos de Fundações Superficiais A escolha do tipo de fundação é baseada na experiência e norteada por: •Normas e códigos de obras locais. •Condições ambientais, tais como chuva, barulho, tráfego e disposição do material escavado do local da obra. •Impacto nas estruturas vizinhas. Por exemplo: fundações isoladas podem ter de ser combinadas, pois, de outra forma, elas vão ultrapassar a propriedade adjacente. •Necessidades do proprietário, tais como o tempo necessário para a obra e os custos. Capacidade de carga de fundações superficiais Existe um grande número de equações para a estimativa da capacidade de carga dos solos. Em geral, elas fornecem valores diferentes de capacidade de carga para as mesmas condições de contorno. É importante compreender as hipóteses e as limitações destas equações para o projeto de fundações superficiais. Serão apresentadas as equações com o uso mais difundido na prática. Capacidade de carga de fundações superficiais Existe um grande número de equações para a estimativa da capacidade de carga dos solos. Em geral, elas fornecem valores diferentes de capacidade de carga para as mesmas condições de contorno. É importante compreender as hipóteses e as limitações destas equações para o projeto de fundações superficiais. Serão apresentadas as equações com o uso mais difundido na prática. Capacidade de carga de fundações superficiais Existe um grande número de equações para a estimativa da capacidade de carga dos solos. Em geral, elas fornecem valores diferentes de capacidade de carga para as mesmas condições de contorno. É importante compreender as hipóteses e as limitações destas equações para o projeto de fundações superficiais. Serão apresentadas as equações com o uso mais difundido na prática. Capacidade de carga de fundações superficiais As equações teóricas de capacidade de carga de uso comum em projetos de fundações forma obtidas a partir do método do equilíbrio limite. Prandtl (1920) mostrou que uma cunha de material é confinada abaixo de uma placa rígida quando submetida a cargas concêntricas verticais. Terzaghi (1943) aplicou a teoria de Prandtl a uma sapata corrida, considerando que o solo é semi-infinito, homogêneo, isotrópico, um material rígido-plástico, sem peso. Capacidade de carga de fundações superficiais • Para solos compactos, de granulometria grossa ou solos finos muito sobreadensados, os planos de ruptura é denominado modo de ruptura generalizado. • Para solos grossos fofos ou solos finos levemente sobreadeansados, os planos de ruptura devem ocorrer dentro da camada de solo abaixo da fundação e se estender lateralmente – ruptura localizada. • Para solos de granulometria grossa, muito fofos, as superfícies de ruptura podem ficar confinadas à cunha de ruptura – ruptura por punção. • Para solos de granulometria grossa, cada um destes mecanismos de colapso dependem da compacidade relativa, Dr, do solo e da profundidade de embutimento. Capacidade de carga de fundações superficiais • Para a maioria das fundações rasas, a ruptura generalizada ocorre em solos de granulometria grossa com Dr≥70% do solo e da profundidade de embutimento. • A ruptura localizada tende a acontecer quando 30% ≤ Dr < 70%. • O recalque que mobilizará a ruptura generalizada sob a fundação apoiada em um solo de granulometria fina é de 3% a 7% da largura da fundação e da ordem de 15% para fundações com embutimento elevado. • Para solos de granulometria grossa, os recalques correspondentes são de 5% e de 15% para fundações mais superficiais e de 25% para fundações com embutimento elevado. Até a próxima aula! Um forte abraços a todos! Prof. Luana B Dariva
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