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Tricomoníase: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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Tricomoníase 
1. EPIDEMIOLOGIA 
• IST’s = IST não viral mais comum; não é uma doença de notificação compulsória (por isso 
trabalha-se com estimativas) 
• 156 milhões de casos no mundo 
• Prevalência 10-35% 
• Maior risco de vaginite, endometrite, doença inflamatória pélvica (DIIP) atípica, eventos 
adversos durante a gravides e complicações pós-natais 
 
2. AGENTE ETIOLÓGICO = Trichomonas vaginalis 
• Ordem = Trichomonadida 
• Família = Trichomonadidae 
• Classe = Parabasalia 
• Filo = Zoomastigota 
 
3. MORFOLOGIA 
• Espécies encontradas no corpo humano: 
• Trichomonas tenax = cavidade oral = não patogênica 
• Trichomonas hominis = trato intestinal = não patogênica 
• Trichomonas vaginalis = trato urogenital; reprodução por divisão binária longitudinal 
 
4. Trichomonas vaginalis 
• Epitélio trato genital 
• Célula polimorfa = elipsoide, oval ou esférica = dificulta na identificação do parasita 
• Pseudópodes 
• Apresenta somente estágio de trofozoítos = não há formação de cistos 
• Condições físico-químicas = pH (5-7,5), temperatura (20-40°); baixo oxigênio (parasito 
anaeróbio facultativo = consegue se reproduzir na ausência do oxigênio) 
 
5. MORFOLOGIA 
• 4 flagelos anteriores livres e desiguais em tamanho 
• Membrana ondulante = ajuda na locomoção 
• Costa = membrana mais fina que fica abaixo da membrana ondulante 
• Corpo parabasal e complexo de Golgi 
• Axóstilo 
• Blefaroblasto 
• Filamento parabasal 
• Núcleo elipsoide = dupla membrana nuclear; nucléolo 
• Não possui mitocôndrias 
• Hidrogenossomos = síntese de ATP 
 
6. FISIOLOGIA 
• Anaeróbio facultativo 
• pH = entre 5 e 7,5 
• Temperatura = entre 20 e 40°C 
• Fontes de energia = glicose, frutose, maltose, glicogênio e amido 
• Hidrogenossomos = piruvatoferredozixa-oxirredutase (PFOR) → ATP + H2 
• Reserva de glicogênio 
• Síntese de aminoácidos 
 
7. TRANSMISSÃO 
• IST 
• Parceiros de mulheres infectadas = vaginite; os dois devem aderir ao tratamento (o homem 
pode promover a reinfecção da parceira caso o mesmo não seja tratado) 
• Maior frequência = mulheres no período pré-menopausa 
• Transmissão não sexual incomum = fômites; assentos de sanitários 
• Parto = 2-17% dos recém nascidos = pode ocorrer no momento do rompimento da bolsa ou 
durante a passagem do bebe pelo canal vaginal 
 
8. PATOGÊNESE 
• Aumento do pH 
o pH vaginal normal = 3,8-4,5 
• desenvolvimento do T. vaginalis = pH > 5 Aumento na produção de bactérias anaeróbicas 
• Redução de Lactobacillus acidophilus = ajudam no combate a infecção local 
• Trofozoíto de Trichomonas vaginalis → contato inicial → leucócitos = formação de 
pseudópodes e fagocitose das células imunes nos vacúolos do parasito 
• A citoaderência e a citotoxicidade exercida pelo parasito sobre as células do hospedeiro 
dependem de fatores de virulência; 
o Proteínas (adesinas) 
o Glicolipídeos (lipofosfoglicano) = participam no processo de reconhecimento celular 
o Fatores de reconhecimento celular (CDF) 
o Ferro e cálcio 
• T vaginalis pode se auto revestir de proteínas plasmáticas do hospedeiro, impedindo que o 
sistema imune reconheça o parasita como estranho 
 
9. CICLO BIOLÓGICO 
• Depende inicialmente do contato interpessoal 
• Transmissão dos trofozoítos através das secreções (vaginais, uretais) 
• Ao chegar no local da infecção = os parasitos vão se reproduzir através da divisão binaria 
longitudinal 
• Permanecem no local promovendo a infecção e disseminando multiplicação para uma nova 
possível transmissão caso a pessoa não seja tratada 
 
10. TRICOMONÍASE (PATOLOGIA) 
• Principal patógeno no trato urogenital humano 
• Associa-se a complicações de saúde 
o HIV 
o Baixo peso ao nascer 
o Nascimento prematuro = inflamação no canal vaginal pode promover um parto antes 
do tempo 
o Doença inflamatória pélvica atípica 
o Canceres cervical e de próstata 
o Infertilidade = pode atingir as tubas e isso pode promover a infertilidade4 
• Sinais e sintomas 
o Mulher: 
✓ Assintomática (80%) 
✓ Período de incubação de 3 a 20 dias 
✓ Vaginite: 
- Corrimento vaginal (odor fétido; bolhoso; amarelo-esverdeado; pós menstrual) 
- Prurido e irritação vulvovaginal 
- Dores (urinar e relações sexuais) 
- Poliúria (aumenta a frequência da urina) 
- Edemas e eritemas 
- Cérvice com aspecto de morango (colpitis macularis) 
o Homens 
✓ Assintomática 
✓ Uretrite = inflamação do canal uretral 
✓ Fluxo leitoso ou purulento = fluxo mais denso (acumula-se a noite e pela manhã 
apresenta como uma espécie de gota na glande de pênis) 
✓ Prurido na uretra 
✓ Ardência = urinar ou atos sexuais 
• Diagnóstico 
o Clinico = não é suficiente para diagnosticar a infecção = embora nas mulheres tenha 
o aspecto característico de morango, os sinais e sintomas podem assemelhar-se a 
outras doenças 
o Laboratorial = microscopia da secreção vaginal u cervical dos exsudatos uretrais e do 
liquido prostático 
o Imunológico = ELISA (técnica imunoenzimática) 
• Tratamento 
o Metronidazol 
o Tinidazol 
o Não devem ser administrados via oral em gestantes = porque a maioria dos 
antiparasitários podem ter ações teratogênicas = quando ocorre infecção em 
gestante, o tratamento é feito de forma tópica, direto na região do canal vaginal 
• Medidas profiláticas 
o Higiene intima adequada 
o Evitar o compartilhamento de roupas intimas 
o Banheiros públicos 
o Uso de preservativos 
o Evitar contato sexual com pessoas infectadas 
o Tratamento simultâneo para o casal, mesmo que a doença tenha sido diagnosticada 
somente em um dos membros.

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