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Trichomonas vaginalis: Características e Transmissão

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Trichomonas vaginalis: 
1) Classificação 
• Reino: Protozoa 
• Filo: Sarcomastigophora (podem emitir pseudópodes ou 
apresentar flagelos) 
o No caso desse protozoário, é capaz de fazer 
as 2 coisas: emitir pseudópodes e apresentar 
flagelos 
• Classe: Zoomastigophora 
• Ordem: Trichomonadida 
• Família: Trichomonadidae 
• Gênero: Trichomonas 
• Espécie: Trichomonas vaginalis 
o Parasito que acomete trato geniturinário 
feminino/masculino 
o Reservatório da doença costuma ser o 
indivíduo do sexo masculino, pois são 
assintomáticos, não buscam 
diagnóstico/tratamento – reservatório na 
transmissibilidade através de relações sexuais 
sem uso de preservativos 
 
➢ Tricomonose ou Tricomoníase: 
• Trichomonas vaginalis é um flagelado que pode 
encontrar‐se no trato urogenital das mulheres, assim 
como na uretra e na próstata dos homens, sendo 
responsável por processos inflamatórios ─ vaginites e 
uretrites ─ de maior ou menor gravidade. 
o Não há indícios que provoque esterilidade no 
homem, mas no caso das mulheres há 
tendencias em aumentar a esterilidade 
o Maior/menor gravidade se associa a fatores: 
ligados a pH vaginal, uso de anticoncepcional, 
período gestacional, doenças bacterianas 
associadas 
• No Brasil, 20 a 40% das mulheres examinadas estão 
infectadas – muitas assintomáticas, mas a maioria 
sintomáticas com quadro clínico característico 
2) Morfologia 
• Flagelado com forma bastante variável (Célula polimorfa 
elipsoide, piriforme ou oval), a forma varia conforme as 
condições do meio; 
• Mede de 10‐30 µm de comp. / 5‐12 µm de larg. e pode 
até emitir pseudópodes. 
• Possui somente a forma trofozoíta – forma de 
transmissão do protozoário; transferência de trofozoíta, 
de organismo para outro, através de relações sexuais – 
via mais comum 
• Trofozoítas conseguem viver um certo tempo fora do 
organismo do homem/mulher = possibilidade de 
transmissão por objetos, roupas íntimas, toalhas, etc 
• 4 flagelos anteriores e uma membrana ondulante; 
• Possui axóstilo – eixo longitudinal, de onde partem os 
flagelos 
• Se nutrem de células descamadas da mucosa vaginal e 
uretra; e podem utilizar bactérias na dieta 
• 
• B: Trichomonas tenax: comensal da cavidade oral 
humana – não produz doença 
• C: Pentatrichomonas hominis: encontrado no duodeno 
humano; comensal – não produz doença 
• 
3) Biologia 
• Habitat: Trato genito‐urinário do homem e mulher; 
• Reprodução: Divisão binária longitudinal; 
• Fatores que contribuem para a infecção/ proliferação/ 
patogenicidade: 
o Oxigenação; anaeróbio facultativo – pode viver 
em presença de oxigênio, mas com menores 
tacas de oxigênio melhor = mais se prolifera/ 
mais patogênico se torna 
o pH 5,0 ‐ 7,5 (alcalinização) - melhor 
desenvolvimento do protozoário 
▪ Ph ácido: Trichomonas não consegue 
se desenvolver com o tempo – 
infecções não duram ou não ocorrem 
o Temperatura; tolera bem temperaturas entre 
20 e 40°C. 
▪ Pode ser encontrado em águas de 
banho, assentos de vasos sanitários 
▪ Essa variação térmica que suporta 
permite sua sobrevida por um tempo 
o Fatores que favorecem desenvolvimento do 
protozoário: Período pós menstrual (mudança 
de pH; matéria orgânica em maior quantidade; 
descamação de célula) e na gravidez 
(transmissão para concepto, sobretudo 
meninas, que ao nascerem podem adquirir 
tricomoníase a partir da passagem pelo canal 
vaginal da mãe) e uso de anticoncepcionais (via 
oral e DIU; DIU piora o quadro clinico pela 
presença física, produzindo lesões potenciais 
nas mucosas, determinando melhor capacidade 
de invasão desses protozoários); pH alcalino, 
alterações hormonais e flora bacteriana (na 
dependência do tipo de bactéria associada ao 
Trichomonas, pode determinar infecções mais 
graves) 
 
➢ Transmissão: 
• Relação sexual (principal via de transmissão) → Homem 
é o reservatório; 
• A transmissão dá‐se pelo coito, mas também por outras 
fontes de infecção: contágio com água de banho, 
toalhas, roupas, assentos sanitários, instrumentos 
ginecológicos, fômites etc. 
• 
• Mulher pode transmitir para homem, e homem para 
mulher (os trofozoítos que são transferidos) 
• Indivíduos do sexo masculino não apresentam quadros 
clínicos pronunciados no geral, logo, podem transferir 
involuntariamente para parceiras 
• Havendo o diagnóstico por parte de um dos envolvidos 
na relação: ambos têm que ser tratados 
• Quando protozoário atinge sistema geniturinário 
masculino/ feminino, inicia processo nutricional, utilizando 
células descamadas/ bactérias/ glicogênio e inicia sua 
multiplicação por divisão binária, e a medida que a 
população cresce, potencializa o surgimento de lesões 
na mucosa geniturinária = quadros clínicos associados 
• Não há cistos no Trichomonas vaginalis; protozoário não 
possui formas de resistência 
 
• Nas mulheres, a vagina normal após a puberdade tem 
pH entre 3,8 e 4,5 e costuma ser refratária à infecção. 
• A faixa etária mais favorável para a aquisição de 
tricomoníase e em que há maior frequência de 
indivíduos parasitados é entre 20/30 anos – maior índice 
de relações sexuais 
• Mas esta parece facilitada por alterações do meio 
vaginal, como: 
o diminuição da quantidade de glicogênio nas 
células epiteliais do epitélio vaginal ‐ redução da 
produção de ácido lático pelos bacilos de 
Doderlein (bacilos que vivem naturalmente em 
equilíbrio na mucosa vaginal) ‐ alcalinização. 
▪ Redução dessa taxa de bacilos = 
redução da acidez vaginal = 
alcalinização = aumento da carga 
parasitária pelo protozoário 
o aumento da descamação da mucosa – 
favorece proliferação dos protozoários, que 
encontram mais alimento e mais espaços paras 
e fixarem e reproduzirem 
▪ Protozoários conseguem lisar células 
epiteliais, produzindo ulcerações 
eventuais 
o diminuição da acidez vaginal; 
o e modificações da flora bacteriana 
▪ Chegada de certas bactérias podem 
intensificar quadros clínicos e 
favorecer proliferação do T. vaginalis 
4) Patogenia/sintomatologia 
• Produz infecção somente no trato urogenital; 
• Mulher: Varia de assintomático a agudo; 
o Período de incubação: 3 a 20 dias; 
o Infecção no epitélio vaginal e exocérvix ‐ 
Vaginite, corrimento amarelo‐esverdeado, 
bolhoso, de odor fétido (peixe) 
o Prurido, irritação vulvo‐vaginal, dor ao urinar 
(disúria) e nas relações sexuais (dispareunia) e 
frequência miccional (em geral polaciúria) 
o Durante o parto: Tricomonose neo‐natal, 
sobretudo para conceptos de sexo feminino 
o Dispareunia pode estar relacionada a fatores 
que envolvem as glândulas de Skene e ductos 
de Bartholin; além das ulcerações na parede 
vaginal, a redução da lubrificação pode trazer 
dor no ato sexual 
 
o OBS.: na candidíase, prurido mais intenso; odor 
da secreção sem esse perfil; secreção branca 
e brumosa 
 
➢ Patologia e clínica da tricomoníase: 
• Secreção purulenta: Infecção bacteriana oportunista 
(Neisseria gonorrohea, Chlamydia trachomatis), ou virais‐ 
herpes vírus genital 
• Sua principal manifestação é um corrimento vaginal 
abundante, branco e sem sangue, constituído por 
exsudato inflamatório rico em células descamadas, 
piócitos e muco (leucorreia). Aí se encontram os 
flagelados e as bactérias. 
o Diagnóstico clínico não é seguro para 
tricomoníase, é necessário realizar exames 
laboratoriais 
• A flora bacteriana associada pode modificar o aspecto 
do corrimento quanto a cheiro, cor, viscosidade ou 
caráter espumoso. 
• A irritação da pele do períneo chega a torná‐lo 
inflamado e edemaciado. 
• Além da leucorreia, como manifestação mais frequente, 
as pacientes queixam‐se de prurido, por vezes intenso, 
ardor e dispareunia 
• 
• Secreção branca acinzentada: característica de 
tricomoníase associada a bactérias 
• 
• Colo uterino em framboesa: sugestivo de tricomoníase; 
ulcerações 
 
• Homem: Geralmente assintomático. 
• Os parasitos vivem como microrganismos anaeróbios 
sobre amucosa das vias geniturinárias do homem 
(uretra, próstata e vesículas seminais), mesmo quando 
isso não se acompanhe de manifestações clínicas. 
• Uretrite: Prurido, hiperemia, pouca secreção 
(normalmente na parte da manhã) e ardência miccional. 
• Complicações: Prostatite, balanopostite (inflamação da 
glande e do prepúcio), cistite e epididimite. 
• Nos homens, quando a uretrite ou a prostatovesiculite 
se torna sintomática, há disúria e polaciúria, com 
secreção matutina mucoide ou purulenta, prurido e 
escoriações balanoprepuciais. 
• A evolução pode ser crônica 
5) Diagnóstico 
• O quadro clínico não sendo específico, o diagnóstico 
requer uma pesquisa de parasitos nos exsudatos. 
• Clínico: Difícil; 
• Parasitológico; 
o Coleta da amostra: homens‐material uretral 
colhido com swab ou alça de platina; análise 
laboratorial a fresco ou transferir para solução 
salina isotônica glicosilada – mantem 
protozoário com sua atividade e sua forma 
celular característica 
o Mulheres: não realizar higienização vaginal 
entre 18 e 24h antes do exame (pode 
comprometer visualização dos protozoários e 
destruição dos mesmos); coleta com swab de 
algodão não absorvente, com auxílio de 
espéculo. 
o Preservação da amostra; manter a umidade é 
essencial (solução salina isotônica glicosada). 
o Exame microscópico: Direto e das culturas 
(meios ricos para que protozoários de 
multipliquem) 
• Imunológico: Reações de aglutinação, imunofluorescência 
e ELISA. 
 
6) Outras Complicações 
• Problemas com a gravidez ‐parto prematuro, baixo 
peso de recém nascidos, endometrite pós parto e 
morte neonatal. 
• Problemas com infertilidade: Infertilidade quase duas 
vezes maior em mulheres que já tiveram tricomoníase. 
Provoca danos às células ciliadas tubárias. 
• Transmissão de HIV: Resposta inflamatória à presença 
de Trichomonas induz infiltração de leucócitos 
(Linfócitos TCD4) e macrófagos aos quais se liga o vírus 
o que facilita seu acesso; lesões hemorrágicas na 
mucosa vaginal e mucosa uretral masculina 
 
• 
 
6) Epidemiologia 
• Mais frequente patógeno nas DSTs; 
• 180 milhões de mulheres/ano no mundo; 
• Ampla distribuição geográfica; 
• Prevalência: 
o Pessoas de baixo nível socioeconômico; 
o Em clínicas ginecológicas, pré‐natal e serviços 
de DST; 
o Mulheres entre 20 e 30 anos. 
 
7) Profilaxia 
• Diagnóstico e tratamento dos doentes; 
• Uso de preservativos; 
• Redução de promiscuidade. 
 
8) Tratamento: 
• O tratamento é feito, por via oral, com um dos 
medicamentos seguintes: 
• 
• Metronidazol, 2,0 g em dose única; ou 2 ou 3 doses de 
250 mg durante 10 dias; ou 
• Ornidazol, dose única; 
• Tinidazol, dose única; 
• Nimorazol, durante 6 dias. 
• Devem ser ministrados, ao mesmo tempo, aos 
pacientes e aos seus parceiros sexuais. 
• As mulheres devem aplicar ao mesmo tempo, 
localmente, também as geleias com a mesma droga 
(após higiene com substâncias acidificantes). 
• A prevenção baseia‐se na higiene pessoal rigorosa e 
nas medidas de prevenção das doenças sexualmente 
transmitidas.

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