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Resumo - Direito Empresarial - Falimentar

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Página4
Curso/Disciplina: Direito Empresarial – Direito Falimentar e Recuperacional
NOÇÕES GERAIS – RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1. Conceito e fundamentação
É um procedimento composto de diversos atos sequenciais que visa ajudar o empresário a superar a crise econômico-financeira. É um procedimento que depende não somente da vontade do empresário, mas também da anuência da maioria de seus credores.
A Recuperação Judicial tem natureza jurídica contratual, sendo considerada pela corrente majoritária, um contrato multilateral e está legalmente amparada na Lei 11.101/2005 que em seu capítulo III, trata somente do assunto.
A finalidade da Recuperação Judicial está contida no Art. 47 da referida lei. Vejamos:
        Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Vejamos que neste artigo, resta explícito o interesse público manutenção da fonte produtora. Para tanto, deverá o empresário demonstrar que sua empresa é viável e que contribui para o desenvolvimento nacional. Essa viabilidade é analisada através de diversos parâmetros, como por exemplo, a idade da empresa, tipo de tecnologia utilizada, quantidade de funcionários e porte econômico. 
2. Princípios da Recuperação Judicial
A partir da leitura do art. 47 da Lei 11.101/2005, é possível extrair os princípios da Recuperação Judicial, quais sejam:
· Principio da preservação da empresa ou principio da continuidade da empresa: A empresa gera empregos, movimenta a economia, fomenta o mercado trazendo benefícios ao consumidor. Ou seja, atividades viáveis geram grandes benefícios sociais e estes devem ser priorizados mesmo quando existe uma crise financeira superável. 
· Principio da função social: Esse princípio se fundamenta através de uma analogia ao art. 5º, XXII, CRFB que trata sobre a função social da propriedade. Este princípio ressalta a importância da propriedade dos meios de produção como forma de fomentar o desenvolvimento social, levando a atividade além dos interesses individuais dos empresários, respeitando quatro pilares: Direito do consumidor, Do trabalho, Ambiental e concorrencial.
· Princípio do Estimulo à atividade econômica: Quanto maior o número de empresários, maior a quantidade de empregos, maior a produção e consequentemente, maior o crescimento econômico. Sendo assim, a Lei 11.101/2005, trata como princípio a fomentação da atividade econômica, fundamentando-se nos artigos 3º, II; 23, X; 170,VII e VIII; 174 §1º e 192 da CRFB.
3. Pedido de Recuperação Judicial
· Competência: De acordo com a Lei 11.101/2005, a competência para deferir a recuperação judicial é do juízo do maior estabelecimento do devedor. Entende-se aqui, no caso de devedores com mais de um estabelecimento, que a competência será do juízo daquele que possui maior quantidade de transações financeiras , maior produção, exportação etc, ou seja, o estabelecimento de maior importância.
· O pedido ao juízo: O pedido deverá ser de deferimento do processamento da Recuperação Judicial, já que a aprovação do plano de Recuperação será feita pelos credores e não pelo juízo.
· Requisitos: Os requisitos para o deferimento do pedido de Recuperação Judicial estão contidos no Art. 48 da Lei 11.101/2005. Vejamos:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
 I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
 II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
 III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
 III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
 IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Cabe aqui tecermos alguns comentários:
· Devedor deve ostentar a qualidade de ser empresário regular, de acordo com o art. 1º da Lei 11.101/2005;
· Não estar nas hipóteses de exclusão do art 2º I e II Lei 11.101/2005;
· Exercer a atividade há mais de 2 anos: O Legislador baseou-se em estudos que demonstram que a taxa de mortalidade das empresas está superando os dois anos e entende-se que empresas com menos de dois anos de funcionamento não possuem tanta relevância social e econômica.
· A hipótese que trata o III teve sua redação alterada recentemente, diminuindo de 8 para 5 anos o período em que empresa não pode ter obtido concessão de recuperação judicial. 
· Para a hipótese contida no IV, são considerados os crimes falimentares.
· Legitimidade: Além do próprio empresário, em caso de morte do devedor, tem legitimidade para pleitear a recuperação o cônjuge sobrevivente, os herdeiros, o inventariante e o sócio remanescente na hipótese em que este permaneça sozinho na sociedade.
· Casos especiais: 
· LTDA: De acordo com os artigos 1071 VIII e 1076 II do Código Civil, para pleitear a recuperação judicial, o pedido deve ser feito por mais da metade do capital social;
· S/A: A partir da convocação de uma AGE, mais da metade dos presentes na assembleia;
· Sociedade em nome coletivo e Comandita Simples: Maioria absoluta de votos;
· EIRELI: Seu titular.
4. Dos créditos no plano de recuperação judicial
A regra geral, determinada pelo art. 49 da Lei 11.101/2005 é que serão incluídos no plano de recuperação judicial, todos os créditos até a data do pedido mesmo que ainda não vencidos, ou seja, ainda que tenha o devedor contraído uma dívida com parcelas sucessivas, toda a obrigação será inclusa no plano.
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
· Títulos excluídos do plano:
· Créditos fiscais: Percebe-se através do Art. 6º, § 7º da Lei 11.101/2005, que o legislador visou respeitar o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público, já que exclui do plano os créditos devidos ao fisco. Porém, isso não impede a negociação dos créditos de origem fiscal, porém determina que assim só serão feitos na forma da legislação especiífica;
· Créditos contidos no Art. 49, § 3º da Lei 11.101/2005: São créditos de proprietários (instituições financeiras, por exemplo). O legislador deu maior segurança à estes credores, inviabilizando a modificação dos seus créditos;
· Créditos contidos o Art. 49, § 4º da Lei 11.101/2005: São aqueles valores obtidos através de contrato de câmbio, com a intenção de viabilizar a exportação.
· Créditos oriundos de obrigações a títulos gratuitos: Aqui, ressalta-se que, numa situação emergencial, é pouco inteligente exigir que um crédito sem contraprestação seja exigido, mesmo que num plano de recuperação judicial. Para elucidar, basta pensarmos que seria descabido exigir de um empresário que este efetuasse uma doação prometida a uma instituição de caridade.
· Títulos oriundos de dívidas trabalhistas e acidentes de trabalho: Na recuperação judicial, diferentemente do abordado na recuperação extrajudicial, existe a possibilidade de inclusão dos créditos trabalhistas e oriundos de acidentes de trabalho no plano de recuperação. Isso se deve a perda de posição de hipervulnerabilidade do trabalhador, que neste caso, passa a contar com o juízo, com o MP e com sindicatos para fiscalizar a prestação desses créditos.
· Garantidores: cabe também ressaltar que os créditos incluídos no plano de recuperação judicial não atingem seus garantidores (Fiadores e avalistas, por exemplo).Ou seja, ainda que o credor principal tenha seu crédito modificado pelo plano, essa condição não se estende aos garantidores desse credito.

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