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PDT Epilepsia Crise convulsiva - É a alteração involuntária e repentina nos sentidos, no comportamento, na atividade muscular ou no nível de consciência que resulta na irritação ou superatividade das células cerebrais - Ocorre devido a excitação excessiva de neurônios, causando a despolarização das membranas e consequente liberação de neutrotransmissores predominantemente excitatórios Causas . Tóxicas = alergia a drogas, uso de drogas, abstinência . Metabólicas = desequilíbrio químico . Traumatismos = trauma craniano . Vascular = redução do fluxo sanguíneo . Infecções = inflamação cerebral . Febril (comum em crianças até 5 anos) . Idiopática (sem causa conhecida) . Degenerativa = esclerose múltipla . Defeitos congênitos do cérebro . Tumor cerebral . Outras = hipertensão, queimaduras graves, privação do sono Tipos de crise Crise do tipo grande mal - Carateriza-se por rigidez e contrações musculares alternadas, suspensão temporária da respiração e inconsciência Crise do tipo pequeno mal - Caracteriza-se por olhar fixo e ausente que dura alguns segundos - É comum em crianças - Não envolve convulsão Crise jacksoniana - Caracteriza-se pela contração dos dedos das mãos e dos pés, que pode se espalhar por todo braço ou perna, ou mesmo por todo corpo, mas a vítima permanece acordada e alerta - O foco epileptogênico é no córtex motor, com isso as crises consistem em espasmos repetitivos de um grupo muscular em particular, porém pode haver disseminação da descarga no cérebro envolvendo todo o corpo resultando em perda de controle voluntário das partes afetadas (mas não há perda de consciência) Crise psicomotora - Caracteriza-se por olhar fixo e ausente, progredindo para mastigação e atividade motora aleatória (a vítima permanece desnorteada) Crise mioclônica - Caracteriza-se por contração muscular súbita, breve e significativa que envolvem todo o corpo ou parte dele - É um tipo de convulsão com aumento da contração PDT Crise tônica - Caracteriza-se pela contração muscular mantida com duração de poucos segundos a minutos - É um tipo de convulsão com aumento da contração Crise clônica - Cada contração é seguida de relaxamento, originando abalos musculares sucessivos - É um tipo de convulsão com aumento da contração Crise atônica - É conhecida como “ataque de queda” (as pernas da criança entram súbita e temporariamente em colapso) - É um tipo de convulsão com diminuição da contração - Caracteriza-se pela perda ou diminuição do tônus muscular por 2 ou mais segundos Crise infantil - É comum em lactentes - Caracteriza-se pela queda da cabeça para frente e flexão dos braços para frente Recomendações para atendimento - Nunca tente colocar nada à força entre os dentes da vítima - Remova ou afrouxe as roupas, principalmente em volta do pescoço - Remova os óculos - Posicione a vítima de lado com o rosto para baixo - Se a vítima parar de respirar, aplique respiração artificial, desobstrua vias aéreas Epilepsia - É uma das principais causas de crises convulsivas - É um distúrbio cerebral crônico caracterizado por crises convulsivas recorrentes que não são causadas por problemas agudos (como traumatismo craniano, febre ou hipoglicemia) - É um termo geral para aproximadamente 20 distúrbios convulsivos diferentes - Caracteriza-se pela ocorrência de 2 ou mais crises epilépticas nos últimos 12 meses com intervalo assintomático e sem evidências de insultos como febre, ingestão de álcool, intoxicação por drogas, abstinência, meningite Fisiopatologia - É causada por descargas elétricas anormais excessivas e transitórias das células nervosas, resultantes de hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebrais - Os sintomas produzidos dependem da função da região cerebral afetada pela descarga Etiologia - Predisposição individual - Presença de lesão epileptogênica cerebral - Alterações bioquímicas e elétricas cerebrais * As crises epiléticas desencadeadas por doenças neurológicas agudas (ex: TCE e doenças cerebrovasculares) e clínicas (ex: PDT estado hipoglicêmico, insuficiência renal e hepática) não denominam-se epilepsia Manifestações clínicas Crises convulsivas parciais/focais 1- Convulsões parciais simples Podem ocorrer: . Sem comprometimento da consciência . Com sinais motores (jacksoniana, versiva e postural) . Com sintomas sensitivos (visual, somatossensitivo, auditivo e olfativo) . Com sintomas psíquicos (disfasia, alucinatórios e alterações afetivas) . Com sintomas autonômicos 2- Convulsões parciais complexas Podem ocorrer: . Com início parcial simples seguido por comprometimento da consciência . Com comprometimento da consciência desde o início . Com automatismos . Evoluindo secundariamente para convulsões generalizadas Crises convulsivas generalizadas 1- Convulsões tipo ausência 2- Convulsões mioclônicas/abalos mioclônicos 3- Convulsões tônico-clônicas 4- Convulsões tônicas 5- Convulsões atônicas Características semiológicas Crises do lobo temporal - É acometido em 60% das epilepsias focais - Sintomas = reação de parada e fixação do olhar - É comum o fenômeno sensorial consciente (aura) Crises do lobo frontal - É acometido em 20-30% das epilepsias focais - É o tipo predominante de epilepsia extra- temporal - Auras epigástricas são raras (diferente do lobo temporal) - As auras mais comuns são sensações cefálicas como opressão, constrição frontal, cefaléia e sensação de choque elétrico na cabeça Crises do lobo frontal - Apresenta início e término abrupto (auras não específicas e duração curta) - A ocorrência freqüente (várias vezes no dia/ noite) - Ocorre confusão pós-crise breve - É comum a presença de automatismos motores importantes como debater-se, atirar-se, balançar, chutar, acompanhada de emissão de grunhidos e gemidos Crises do lobo occipital - São raras - As manifestações clínicas são subjetivas Crises do lobo parietal - São raras - Caracterizam-se por sensações parestésicas, principalmente da face e do braço, seguida de fenômenos motores nos membros envolvidos - Crises visuais com alucinações elementares (luzes ou cores) são comuns - Alucinações complexas como cenas, pessoas e animais seguida de versão lenta dos olhos e cabeça no sentido de acompanhar o movimento da imagem também são comuns PDT Diagnóstico Anamnese - Deve-se descrever as crises do paciente - Devem ser descritos os sintomas iniciais (aura ou crise parcial) e as manifestações durante a crise (ex: movimentos involuntários, movimentos oculares, alteração da consciência, liberação esfincteriana, apnéia, cianose, quedas, mudança de comportamento, confusão mental, mordedura de língua ou traumatismos, apatia, distúrbio da linguagem, de humor, cefaléia) Análise do nível de consciência Exames complementares Eletroencefalograma - Serve como diagnóstico diferencial entre epilepsias generalizadas e focais - Serve para identificar padrões característicos para determinada crise epiléptica e monitorar a evolução do tratamento medicamentoso - Cerca de 30-40% das pessoas com epilepsia apresentam o primeiro registro de EEG normal em vigília (o diagnóstico da epilepsia é clínico e não eletroencefalográfico) Tratamento - É medicamentoso - Feito através de antieplépticos/ anticonvulsivantes - Indivíduos com crise tônico-clônica generaliza espontânea que nunca apresentaram outras crises não necessitam de tratamento * 20-70% das pessoas com uma crise tônico- clônica generalizada espontânea nunca apresentarão outras crises * Após uma segunda crise espontânea a chance de recorrência é de mais de 70 % Recomendações para atendimento - Ajude a vítima a deitar no chão afaste os objetos da vítima coloque apoio macio sob a cabeça - Mantenha vias aéreas desobstruídas - Mantenha-se calmo - Se a vítima estiver consciente, tranquilize-a, acalme as pessoas que estiverem com ela - Permaneça com a vítima, se precisar de ajuda,mande outra pessoa Síndrome epilética - É um distúrbio epilético caracterizado pela presença de sinais e sintomas complexos que definem uma condição epilética única - Os sinais e sintomas podem ser clínicos (como história, idade de início, tipos de crises e modo de aparecimento, natureza progressiva ou não, achados neurológicos e neuropsicológicos), achados de exames complementares como EEG e estudos de neuroimagem, mecanismos patofisiológicos e bases genéticas - Caracteriza-se por crises espontâneas e recorrentes, convulsivas ou não-convulsivas que são causadas por descargas parciais ou generalizadas no cérebro Estado mal epilético - Caracteriza-se por uma convulsão ou série de convulsões intensas e prolongadas que PDT ocorrem sem que a vítima recupere a consciência entre uma e outra crise - Mais de 15% das pessoas com epilepsia apresentam, pelo menos, um episódio de estado de mal epiléptico que pode ocorrer também em qualquer tipo de insulto ao sistema nervoso - A definição operacional de estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises clínicas contínuas e/ou atividade eletrográfica crítica ou crises recorrentes sem recuperação entre elas por um tempo igual ou superior a 5 minutos. - A mortalidade é de 15-20% em adultos e 3-15% em crianças - A morbidade é elevada compreendendo desenvolvimento de epilepsia em 20-40% dos casos, encefalopatia em 6-15% e déficits neurológicos focais em 9-12%
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