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Resenha - Concepções de corpos dançantes na coreografia contemporânea na perspectiva de bailarinos-criadores e Movimento: matéria-prima e visibilidade da dança

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Faculdade Paulista de Artes
Improvisação - Prof.ª Ms. Luciana Hoppe
Ana Caroline Cabral Assuncion Recalde - 6º semestre
Resenha “Concepções de corpos dançantes na coreografia contemporânea na
perspectiva de bailarinos-criadores” e “Movimento: matéria-prima e
visibilidade da dança” de Mônica Dantas
Ambos os textos de Mônica Dantas me chamam a atenção para um ponto em
comum: a técnica corporal e a manifestação do gesto a partir da integração na
vivência cotidiana do bailarino.
No primeiro texto, “Concepções de corpos dançantes na coreografia
contemporânea na perspectiva de bailarinos-criadores”, Dantas (2009) explora os
conceitos de corpo treinado, perpassando a formação e a autonomia na
incorporação de diferentes experiências por parte do bailarino, associado à ideia de
corpo fenomenológico, fundamentado pelas ações do sujeito no mundo, a presença
corporal através da experiência. Pulando diretamente ao segundo texto,
“Movimento: matéria-prima e visibilidade da dança”, onde Dantas (1997) faz
apontamentos sobre a transformação do gesto em movimento de dança e a técnica
nos processos de criação, consigo traçar um paralelo com a noção que ela traz
sobre as técnicas extra-cotidianas.
As técnicas consideradas “normais” de acordo com o contexto social em que
estão inseridas, cotidianas aprendidas informalmente (DANTAS, 1997), que fazem
parte da experiência de vida do bailarino. Chegando nas técnicas extra-cotidianas,
que concernem a funções específicas, onde há o desvio do uso “normal” do corpo
(DANTAS, 1997). Estas funções extra-cotidianas tem relação com a sociedade em
que é criada, pois, a partir da percepção de Dantas (1997), percebo que tirar um
gesto da normalidade é tirá-lo do lugar ao qual ele pertence de acordo com o meio
social em que ele está inserido como prática.
Penso que isto pode levantar também a um outra categoria de corpo trazida
por Dantas (2009), sendo o corpo social, que está ligado a valores morais, sociais e
estéticos do contexto em que habita, contudo, nesta visão Dantas (2009) aponta
que esta ligação pode fazer com que estereótipos de corpo sejam reproduzidos, o
que entra em conflito com os processos de criação coreográfica que ela analisou e
refletiu sobre o fato destes caminharem junto a pluralidade dos corpos e suas
respectivas autonomias de preparo. Ela ainda menciona no texto de 1997 que o
movimento, além de um fator biológico, é um processo de aprendizagem.
O corpo social, além de se ramificar no corpo treinado, está no outro tipo de
corpo que Dantas (2009) explora: o corpo vulnerável, que implica na integração da
prática artística e a experiência cotidiana, onde o bailarino é atravessado por uma
fragilização com a obra e se transforma para integrar o processo (DANTAS, 2009).
O corpo vulnerável, para Dantas (2009), está ligado à categoria do corpo
dionisíaco, que implica em uma integração pessoal. Corpo vulnerável e corpo
treinado se encontram também na categoria de corpo objeto, que conta com a
noção de aperfeiçoamento e controle do corpo dançante, a visão deste como
instrumento do coreógrafo (DANTAS, 2009). A autora, de maneira bem objetiva,
conclui a técnica como a maneira de realizar os movimentos e organizá-los segundo
as intenções de quem dança (DANTAS, 1997).
Penso nesta integração entre o treinamento de corpo em conexão com a
experiência de mundo, no estado do corpo vulnerável, que sofre atravessamentos
pelo processo de criação e organiza e reorganiza suas vivências de corpo
transformando outras potências. Aliando seus desejos ao processo criativo a partir
de seu cotidiano, tornando-se parte dele, sem perder completamente o controle,
mas estabelecendo um diálogo.
Dantas (1997) tece reflexões sobre a ponte entre entre a expressividade e a
técnica, onde uma não prescinde da utilização da outra. O prazer e desejo, aliado a
presença do corpo vivido, que transforma os gestos de acordo com as intenções do
bailarino-criador, através de um trabalho onde esteja por inteiro no ato de
ressignificar movimentos, construindo e reconstruindo danças e processos.
Referências
DANTAS, Mônica. Movimento: matéria-prima e visibilidade da dança. Porto Alegre:
UFRGS, 1997.
______________. Concepções de corpos dançantes na coreografia contemporânea
na perspectiva de bailarinos-criadores. São Paulo: ABRACE, 2009.

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