Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina Veterinária Schistosoma mansoni Barriga d’água ou Esquistossomose CARACTERÍSTICAS Zoonose; Trematódeos alongados e dióicos (sexos separados); Ventosas poucos desenvolvidas; Poro genital próximo ao acetábulo; Machos mais largos. Possuem as margens laterais de seu corpo mais curvadas, formando o CANAL GINECÓFORO (onde a fêmea se encaixa para reprodução e ficam lá por maior parte de sua vida); Medem 1 cm e são esbranquiçados. Fêmeas geralmente mais compridas. Seu ovário é alongado e compacto, próximo a união dos cecos; Medem 1,5 cm, cor mais escura. Corpo dividido em duas porções: Anterior com ventosa oral e ventral. Posterior com glândulas vitelinas e ceco. Ovos com opérculo e pode conter espinho lateral terminal e se diferenciam de outras espécies pela presença de um espículo. Parasitam o sistema porta de aves e mamíferos; Hospedeiro Intermediário: Moluscos aquáticos dos gêneros Biomphalaria e eventualmenteespecies de Helisoma e Lymnaea; Hospedeiro Definitivo: Humanos, bovinos e há relatos em roedores silvestres. Miracídio Viável por até12h. Só sai do ovo quando sente a presença do HI. Epitélio ciliado ideal para deslocamento e invasão (movimento giratórios + enzimas líticas). Parasita as veias mesentéricas e hepáticas, sistema porta. Subclasse Digenea Ordem Strigeiformes Família Schistosomatidae Gênero Schistosoma Medicina Veterinária Precisa da luz para sair do ovo (fototropismo) e da temperatura (termotropismo). 1 miracárdio contém de 100 a 300 mil cercarias. Cercária Cauda bifurcada. São do tipo furocercária não encistam e penetram ativamente a pele do hospedeiro. Com duas ventosas. Anterior e oral com gll. de penetração. Perde a cauda depois de invadir o HD se torna esquistossômulo. Não tem a fase metacercária. CICLO BIOLÓGICO 1. Fêmeas alcançam a maturidade sexual no sistema veia porta intra-hepática e lá se acasalam. 2. Para ovipostura elas migram contra a corrente venosa para as ramificações das veias mesentéricas e para as vênulas do plexo hemorroidário. 3. Ovipostura ocorre nas vênulas do reto e do sigmóide. Ovos postos um por vez e próximos a luz intestinal. 4. Os ovos já embrionados são eliminados com as fezes do HD. 5. Na água, com os estímulos fotoquímicos, térmicos e osmóticos o miracídio eclode Possui viabilidade de 8 a 12h. 6. No molusco, o miracídio se transforma em esporocisto primário, próximo ao lugar de penetração, e quando se torna esporocisto secundário há migração para regiões do hepatopâncreas e do ovotestículo do molusco Amadurecimento em até 4 semanas. Obs: Moluscos intensamente infectados podem não resistir à destruição causada no hepatopâncreas e morrer, sem completar o ciclo. 7. As cercárias formadas emergem do molusco em períodos mais quentes e com mais luz. Viabilidade de até 60h. 8. A infecção ocorre quando a cercaria penetra a pele ou mucosas, por meio de banhos ou trabalhos em água contaminada Ela perde a cauda e muda seu tegumento se transformando em um esquistossômulo (fase jovem do verme adulto). Medicina Veterinária 9. Há penetração nos vasos cutâneos, invadem a linfa ou sangue, então vão para o coração e depois os pulmões (pequena circulação). Em seguida alcança a circulação geral se direcionando para a rede capilar terminal da circulação arterial, passando então para o sistema veia porta intra-hepática, assim chega ao fígado. PPP: Dura de 2 a 3 meses (do momento que penetra a pele até a liberação de ovos). Obs: Possui longevidade de até 5 anos. PATOGENIA A patogenia se liga a fatores como a cepa do parasita, a carga parasitaria, a idade, o estado nutricional e a resposta imunológica do animal. Cercaria: Dermatite cercariana (provocada pela penetração na pele); Esquistossomulos: Forma toxêmica/aguda em pulmões e vasos do fígado; Vermes: Podem morrer no fígado e causar uma inflamação e fibrose (o mesmo pode ser causado com parte dos ovos que não foram eliminados no lúmen intestinal). Causam ação espoliadora (retirar do hospedeiro o material necessário para sua própria sobrevivência) consumindo 2,5 mg de Fe/dia; Ovos: Na luz intestinal e quando em grande número podem provocar hemorragias, edemas e formação de úlceras; Em humanos temos os sinais clínicos de diarréia sanguinolenta e com muco, anorexia, sede, anemia e a dermatite cercariana. DIAGNÓSTICO Exame pelas fezes: é comum, entretanto possui baixa sensibilidade, precisando de vários exames. Fêmeas liberam diariamente 200 ovos pelas fezes; Biopsia ou raspagem retal; ELISA; exame de fixação de complemento e outros. PREVENÇÃO Medicina Veterinária Essa doença se relaciona a problemas sanitários, ou seja, o saneamento básico é essencial para a prevenção; Defecar em lugar apropriado; Combater os caramujos; Tratar a população e rebanho com anti-helmínticos; Não deixar o rebanho em áreas muito alagadas. REFERÊNCIA FONTE: Gonzalez, M. S. Parasitologia na Medicina Veterinária, 2ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
Compartilhar