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ANDY WARHOL E A POP ART

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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE CASCAVEL
UNIVEL – União Educacional de Cascavel
Estética e História da Arte
Andy Warhol e a Pop Art
Design Gráfico
Sabrina Graf
Cascavel-PR, 2020
Andy Warhol e a Pop Art
Andy Warhol, artista do século passado, tão caricato e excêntrico como Bowie (talvez
tenha até influenciado o cantor com suas artes), um verdadeiro ícone do movimento da Pop Art.
No dia 6 de agosto de 1928, nascia o quarto filho do imigrante eslovaco Ondrej Warhola, em
Pittsburgh - Pennsylvania, o pequeno Andrew Warhola Jr.. Oito anos depois, Andy fora
diagnosticado com “Coreia de Sydenham”, doença neurológica desenvolvida a partir da febre
reumática, de modo a causar no paciente movimentos repentinos, espasmódicos, aleatórios,
incontroláveis e arrítmicos. Logo, tal condição isolava Warhol do mundo em sua casa, onde
desenvolvera dons artísticos, desenhando e aprendendo sobre arte e música para passar o tempo.
A doença o fazia passar longos períodos longe da escola, contudo, na época de sua adolescência,
o artista recebeu o prêmio de Arte e Escrita Escolástica. Ainda jovem, Andy formou-se em
Design pelo Instituto de Tecnologia de Carnegie - Pittsburgh (onde filiou-se ao Clube de Dança
Moderna e à Sociedade de Belas Artes) e mudou-se para Nova York nos anos 50, onde
conseguira um cargo como Designer Gráfico e ilustrava para prestigiadas revistas como Vogue,
Glamour, Harper's Bazaar e The New Yorker.
No início da década de 60, Warhol passa a desenvolver técnicas para a sua arte utilizando
de serigrafia e tinta acrílica, abusando de cores vivas e dispondo da possibilidade de impressão
por repetição de uma mesma imagem, de modo a criar seu estilo marcante e essencial de figuras
do meio popular, exibindo o seu conceito difícil de se compreender com apenas uma breve
contemplação de sua obra. Tal época era marcada por um efervescência no mundo da fama e no
mundo do consumismo exacerbado; marcas famosas, filmes, músicas e celebridades raiavam
pelos anúncios, jornais, revistas e propagandas por toda a América.
Andy, por sua vez, via tais figuras pop como vazias, banais, impessoais, um mero produto
à venda, sem sentido e sem sentimento, deste modo, utilizando de suas técnicas artísticas
mecânicas e tintas de cores marcantes, o artista focou-se em ressaltar a trivialidade do objeto
produzido em massa para o consumo, como produtos tal qual Coca-Cola e a famosa Sopa
Campbell, igualmente à figura efêmera e fútil de celebridades que vendiam uma imagem não
correspondentes à sua essência (vide a obra “As Marilyns”, dispondo-se de uma sequência de
imagens da figura pública de Marilyn Monroe sorrindo, em diversas cores - de modo a gerar uma
crítica, propondo o conceito da perda de sentido na repetição de um objeto somado à verdadeira
essência depressiva de Norma Jeane Mortenson). Além de tais obras afamadas, Warhol também
representou cédulas de dólar e outras celebridades como Elvis Presley, Michael Jackson, Marlon
Brando, Prince, Mohammad Ali, Che Guevara, Elizabeth Taylor e diversas figuras públicas
insignes da época.
Marilyns, 1964, Andy Warhol.
Dizia o próprio artista em suas formas excêntricas de crítica: “O que é fantástico neste
país é que a América começou a tradição onde os consumidores mais ricos compram
essencialmente as mesmas coisas que os mais pobres. Você pode estar assistindo TV e ver a
Coca-Cola, e você sabe que o presidente bebe Coca-Cola, Elizabeth Taylor bebe Coca-Cola, e
pense, você também pode beber Coca-Cola. Uma Coca-Cola é uma Coca-Cola e nenhuma
quantia de dinheiro pode te dar uma Coca-Cola melhor do que a que o vagabundo da esquina
está bebendo. Todas as Cocas são as mesmas e todas as Cocas são boas. Liz Taylor sabe disso, o
presidente sabe disso, o vagabundo sabe disso e você sabe disso.”
Seus conceitos partiam de uma maneira de tornar objetos da vida comum e cotidiana em
arte, tornando suas obras de reconhecimento global e influentes até os presentes dias. Ainda nos
60, Warhol fundou seu próprio estúdio, denominado de “The Factory” (A Fábrica), que reunia
grande variedade de artistas, escritores, músicos e celebridades do meio underground. Andy
passou a se envolver mais no mundo da música, onde desenvolveu diversas capas de discos para
artistas como Rolling Stones (sendo uma delas indicada ao Grammy de 1971 para Melhor Capa
de Álbum), Aretha Franklin e a banda da qual se tornara empresário, The Velvet Underground.
Warhol também dedicou-se à composição musical e à indústria cinematográfica, onde dirigiu
alguns filmes autorais. Em 1968, Andy Warhol foi baleado por Valerie Solanas, uma atriz e
escritora feminista que sofria da condição de esquizofrenia paranoica, e acabou se entregando à
polícia, condenada a 3 anos de prisão. Tal feito feriu gravemente Warhol e o deixara com
sequelas, internado por muitos meses.
Coca-Cola, 1962, Andy Warhol
Os anos anos 70 foram muito mais calmos para o artista, onde fundou a revista
INTERVIEW, juntamente ao jornalista John Wilcock, que publicava mensalmente diversas
entrevistas com várias celebridades da época. Logo, Warhol voltou para seu ponto inicial das
artes e voltara a pintar, ainda que criticado por não ter a mesma originalidade dos anos anteriores.
Ainda assim, recebeu pedidos de encomendas de Michael Jackson, John Lennon, Mick Jagger,
Diana Ross, Brigitte Bardot, Liza Minnelli e até mesmo da Imperatriz Farah Pahlavi, do Irã. Nos
anos 80, Warhol necessitava de uma reinvenção à sua arte, e foi assim que juntou-se à Basquiat e
ambos realizaram várias obras em parceria, elevando seus status de reconhecimento.
Andy Warhol & Jean-Michel Basquiat
Andy Warhol faleceu aos 58 anos no dia 22 de fevereiro de 1987, em Nova York, após
uma complicação cirúrgica. Recebeu um museu, com seu nome, à sua homenagem em sua terra
natal, Pittsburgh, onde são expostos pinturas, desenhos, filmes, fotografias e esculturas do artista.
Sua estética artística continua muito influente atualmente, tanto nas áreas das artes quanto no
design gráfico e moda. Sua crítica à efemeridade e trivialidade de figuras populares persevera e
continua a inspirar jovens artistas. Seu nome é um dos mais notáveis do cenário da Pop Art, e sua
arte, uma grande inovação e inspiração ao seu próprio meio.
Referências (acessos em 05/12/20)
Pop Art - Blog História das Artes
<historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/pop-art/>
Pop Art - Blog TodaMatéria
<todamateria.com.br/pop-art/>
Andy Warhol - English Wikipedia
<en.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol>
O Andy Warhol que poucos conhecem: o cineasta - AMARAL, Fabíola
<lounge.obviousmag.org/mise_en_scene_do_mundo/2014/06/o-andy-warhol-que-poucos-conhec
em-o-cineasta.html>
Andy Warhol - Blog TodaMatéria
<todamateria.com.br/andy-warhol/>
Andy Warhol! O artista da Pop Art mais icônico! - LOBO pop art
<lobopopart.com.br/andy-warhol-pop-art/>

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