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ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO_ARTES_VOLUME 03 (PROFESSOR)

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Prévia do material em texto

Livro do professor
Livro
didático 5
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Arte enlatada 2
O caminho dos 
independentes 17
9o. ano
Volume 3
Arte
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1. Quais as principais características de uma indústria?
2. O que diferencia um produto industrial de um artesanal?
3. Em qual desses dois sistemas de produção você acha que a arte se encaixa?
Arte enlatada
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• Latas de sopa Campbell’s dispostas em uma prateleira de supermercado
Encaminhamento da atividade.1
Aula 1
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Objetivos
• Conhecer a Pop Art.
• Saber mais sobre Andy Warhol, considerado o “papa” desse tipo de arte.
• Criar pinturas em série.
• Aprender a produzir e a usar um estêncil.
Você consegue imaginar latas de sopa, como as que acabou de ver, inspirando importantes 
obras de arte? Pois isso já aconteceu. Veja a foto a seguir: são 32 quadros do artista estadunidense 
Andy Warhol expostos um ao lado do outro, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. 
Aprofundamento do conteúdo.2
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WARHOL, Andy. 1962. Sopas Campbell’s. 32 serigrafias sobre papel, color., 50,8 cm × 40,6 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, Estados Unidos.
Andy Warhol (1928-1987)
Filho de imigrantes eslavos, Andy Warhol nasceu na 
cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, e teve uma 
infância muito simples, além de uma saúde bastante 
frágil. Por isso, ele era muito ligado à mãe, tanto que 
ela o acompanhou mesmo durante a vida adulta e 
morou com ele em Nova Iorque, quando ele se mudou 
para a cidade. Lá, Warhol iniciou seus trabalhos como 
artista comercial e produziu desenhos para anúncios 
de moda. Esse trabalho influenciou profundamente 
sua arte, que contou também com produções para o 
cinema. ©G
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Cineminha
RETRATO COMPLETO DE ANDY WARHOL
Direção: Chris Rodley 
Gênero: Documentário 
Ano de lançamento: 2002
Duração: 100 min
País: Estados Unidos
Sinopse: Nesse documentário, há depoimentos de artistas, assistentes, ami-
gos e também dos irmãos de Andy Warhol, o que nos possibilita conhecer 
melhor a vida e a obra dele.
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Troca de ideias Encaminhamento da atividade.3
De que forma a série de quadros produzida por Andy Warhol retratando latas de sopa está relacionada a la-
tas de sopa de verdade, que estão à venda nos supermercados? E o que elas têm a ver com as imagens a seguir?
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Para responder a essas questões, preste atenção na disposição espacial de latas, quadros, livros e cartazes de 
filmes: Qual a finalidade da exposição de cada um em seus ambientes (supermercado, galeria de arte, museu, 
livraria, cinema)? Compartilhe suas reflexões com os colegas e o professor.
Aulas de 2 a 5
Ao visitar um supermercado, é provável que você já tenha visto alimentos 
e diversos outros itens produzidos em série disponíveis para a venda. Essa 
produção em série é necessária porque nós vivemos sob a lógica industrial 
do capitalismo, que estimula o consumo de diversos bens. Mas como isso 
impacta o campo da arte?
Quando um produto é fabricado 
em grandes quantidades, em uma 
linha de montagem.
• Livros à venda em uma livraria
• Filmes em cartaz em uma sala de cinema
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9o. ano – Volume 34
Em sua arte, quando Andy Warhol retrata fiel-
mente um produto industrial (no nosso exemplo, 
as latas de sopa), inclusive colocando as latas lado 
a lado, como em uma prateleira de supermerca-
do, podemos fazer a seguinte leitura: a arte pode 
ser transformada em um produto industrial fei-
to para o consumo, assim como qualquer outra 
coisa.
Agora, se você comparar a imagem das latas 
que vimos na página 3 com a foto da livraria ou 
do foyer do cinema, da página 4, verá que exis-
tem semelhanças entre elas: desde a disposição 
dos produtos (latas de sopas, livros, filmes), um ao 
lado do outro, até a finalidade dessa disposição, 
que é a venda, o consumo. Ou seja, mesmo as 
obras de arte visuais, como as de Warhol, seguem 
essa lógica quando ficam disponíveis para a com-
pra em galerias de arte.
4 Texto complementar.
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Andy Warhol chamou seu ateliê de Factory, que traduzido para o português 
significa fábrica. O local reunia uma grande quantidade de artistas, que 
produziam criações coletivas, além dos assistentes que o auxiliavam na 
produção de suas obras. Esse nome foi dado porque, antes de ser ateliê, o 
prédio abrigava uma antiga fábrica de chapéus, mas é impossível não fazermos 
uma relação com a forma como Warhol produzia suas obras: em série, em 
grande quantidade e com foco na venda e no lucro. 
Aprofundamento do conteúdo.5
Troca de ideias Encaminhamento da atividade.6
• Você já comeu algo enlatado? Podemos dizer que esses alimentos são frescos e saudáveis? Eles duram muito 
ou pouco tempo? Por quê? São produzidos artesanalmente ou de acordo com uma linha de montagem? 
• Que leitura você faria da obra Sopas Campbell’s, de Andy Warhol?
Saiba +
No caso do cinema, temos mais uma 
camada de significado no que se refere à 
essa lógica de massificação e consumo: os 
rolos de filme normalmente são guardados 
em latas para conservação e transporte. 
Por causa dessa característica e também 
pela possibilidade de comparação com os 
alimentos enlatados, parte dos filmes e se-
riados produzidos no polo cinematográfico 
de Hollywood, nos Estados Unidos, são cha-
mados ironicamente de “enlatado norte- 
-americano”. Isso porque são produtos de fá-
cil assimilação, feitos em larga escala, tendo 
a venda como principal finalidade.
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• Rolos de filmes armazenados em latas, para que se-
jam adequadamente conservados e transportados
 Arte 5
Nasce a indústria da cultura 
No final do século XIX, surgiram invenções como a fotografia e o gramofone, e então o mundo todo co-
nheceu a possibilidade de reprodução de imagens, sons e músicas. As consequências dessas invenções foram 
muitas. Perceba que, com elas, os produtos culturais (que até então eram únicos e que normalmente tinham 
de ser apreciados ao vivo) passaram a ser reproduzíveis. Ou seja, uma grande quantidade de pessoas passou 
a ter acesso a esses produtos. 
Esse foi o marco que podemos chamar de nascimento da indústria cultural. Aliás, esse termo, indústria cul-
tural, foi criado pelos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, na década de 1940, para definir o 
novo sistema no qual a cultura deixou de ser produzida como uma livre expressão humana e passou a ter outra 
finalidade principal: a venda.
Orientação didática.7
Encaminhamento da atividade.8
[...] A cultura – feita em série, industrialmente, para o grande número – passa a ser vista não 
como instrumento de livre expressão, crítica e conhecimento, mas como produto trocável por 
dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa. E produto feito de 
acordo com as normas gerais em vigor: produto padronizado, como uma espécie de kit para 
montar, um tipo de pré-confecção feito para atender necessidades e gostos médios de um público 
que não tem tempo de questionar o que consome. Uma cultura perecível, como qualquer peça 
de vestuário. Uma cultura que não vale mais como algo a ser usado pelo indivíduo ou grupo que 
a produziu e que funciona, quase exclusivamente, como valor de troca (por dinheiro) para quem 
a produz.
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. Brasiliense: Rio de Janeiro, 2007. p. 11-12.
Nós podemos chamar de cultura de massa os produtos que são fabricados nessa indústria cultural. Isso 
porque eles são criados por alguns grupos de pessoas, mas destinados ao consumo das multidões, visando 
principalmente ao lucro. Por exemplo, os folhetinsestão entre os primeiros produtos da cultura de massa, e as 
novelas televisivas que as pessoas consomem atualmente são derivadas deles. 
Histórias melodramáticas que antigamente eram publicadas em capítulos nos jornais.
Troca de ideias
Já mencionamos que as telenovelas são produtos da cultura de massa. Você conhece outros produtos 
que podem ser considerados dessa cultura? Converse com os colegas e o professor sobre isso.
Existe também a comunicação de massa, que é a comunicação feita por mídias como jornais, rádios e te-
levisões. Chamamos assim porque essas mídias são normalmente controladas por grandes grupos empresariais 
e, nelas, a veiculação de informações é voltada para as multidões. Isso frequentemente provoca aumento da 
cultura de massa, uma vez que, para atingir seus interesses, os grupos empresariais responsáveis por esse tipo 
de comunicação procuram influenciar o consumo em grande escala.
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9o. ano – Volume 36
Saiba +
As latas das sopas Campbell’s marcaram profundamente a carreira de Andy Warhol e a história 
da arte. Foi usando a imagem da sopa que o artista começou a se tornar conhecido, na década de 
1960. Leia o trecho a seguir para saber como ele teve essa ideia.
“Não sei o que fazer! Muriel, você tem ideias fabulosas. Não pode me dar uma?”
Sim, ela podia, respondeu Muriel, mas isso custaria a ele algum dinheiro. 
– Quanto? – perguntou ele.
– Cinquenta dólares – ela respondeu. Andy imediatamente preencheu um cheque e disse: – 
OK, adiante. Me dê uma ideia fabulosa!
– De que é que você mais gosta neste mundo? – Muriel perguntou.
– Não sei. De que é que mais gosto no mundo?
– Dinheiro – disse ela. – Você deveria pintar quadros de dinheiro. 
– Oh, céus – Andy falou ofegando. – Essa é realmente uma grande ideia!
No silêncio que se seguiu, Muriel elaborou: “Você deveria pintar alguma coisa que todo mun-
do vê todo dia, que todo mundo reconhece... como uma lata de sopa”. 
Pela primeira vez naquela noite, Andy sorriu. Como diria mais tarde a Robert Heide: “Muitos 
dias, na hora de comer, Mamãe abria uma lata de sopa de tomate Campbell’s para mim, porque 
era tudo que a gente podia ter. Amo aquelas latas até hoje.” 
Na manhã seguinte, Andy mandou Julia [sua mãe] comprar uma lata de cada uma das 32 
variedades de sopa Campbell’s, no supermercado local, e começou a trabalhar. Primeiro, fez uma 
série de desenhos. Depois, fez slides coloridos de cada lata, projetou-os numa tela e começou a 
experimentar com diferentes dimensões e combinações. Enquanto isso, fazia a mesma coisa com 
notas de dólar, pintando-as individualmente, depois em fileiras de duas, depois em fileiras de 
uma centena. Finalmente chegou ao que queria para seu modelo para as latas de sopa. Muitos 
artistas pop estavam usando imagens de alimentos de supermercados em suas obras, mas 
enchiam seus quadros com elas. Andy investiu esses mesmos objetos de uma nova seriedade, da 
dignidade de um ícone, pelo fato de isolá-los: decidiu fazer um retrato de cada uma das 32 latas, 
o mais exato possível, perfeito, contra um fundo branco.
BOCKRIS, Victor. Andy Warhol: a biografia. Rio de Janeiro: Objetiva, 1991. p. 143-144.
Atividades
 1. Como você leu no texto, Andy, de fato, consumia as sopas Campbell’s. Isso começou quando ele era criança, 
em sua infância pobre, mas continuou na vida adulta, mesmo depois que ele se tornou um homem rico.
Existe alguma marca ou produto de seu cotidiano cuja embalagem chame a atenção pelo design? Procu-
re se lembrar de algo de que você goste muito e que de alguma forma tenha marcado sua história. Você 
pode também ir até o supermercado e investigar. Após selecionar o melhor produto, você pode fazer 
uma foto dele ou, se não custar muito, pode comprá-lo.
 2. Agora, assim como Andy Warhol, você vai produzir uma série de pinturas com esse motivo. 
• No diário de bordo, crie sua versão para o produto que escolheu. Tente se aproximar o máximo 
possível da realidade. Você pode usar grafite, lápis de cor e canetinha.
• No material de apoio, há seis molduras disponíveis para que você reproduza esse mesmo desenho.
• Dê um título para sua primeira série de pinturas e, claro, lembre-se de assiná-la!
 Arte 7
O papa Warhol 
Andy Warhol fez parte da Pop Art, 
que foi um movimento artístico que 
se desenvolveu principalmente nos 
Estados Unidos, misturando cultura 
erudita e popular. É muito provável 
que Warhol não tenha tido exatamen-
te a intenção de fazer isso, mas mui-
tos críticos de arte leem a obra dele 
afirmando que o artista se infiltrou no 
sistema capitalista para criticá-lo.
Texto complementar.10
Aprofundamento do conteúdo.9
Pop Art: “Chamou-se de pop a arte com que Warhol se identifica por ter como tema 
os objetos e práticas da cultura de massa: produtos comerciais, histórias em quadrinhos, 
jornais, bandeiras nacionais, astros do cinema. A Pop Art, nome proposto por um 
curador inglês em 1956, não começou com Warhol no início dos anos 60. [O inglês] 
Richard Hamilton apresentara em 1956 uma colagem [veja a seguir] com o interior de 
uma casa moderna onde se vê um pirulito (em inglês lollipop) no qual está escrito ‘POP’”. 
DicionArte
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HAMILTON, Richard. O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? 1956. 
1 colagem, 26 cm × 25 cm. Kunsthalle Tübingen, Coleção Prof. Dr. Georg Zundel.
COELHO, Teixeira. Warhol, Warhol, Warhol. Bravo!, São Paulo, v. 3, n. 25, out. 1999. p. 109.
Embasamento teórico.11
Por conta de sua experiência como artista comercial, Warhol conhecia de perto o funcionamento da publi-
cidade e a usou a seu favor para se tornar conhecido. 
Primeiramente, sabia que precisava estar no lugar certo, na hora certa e isso significava, na época, 
apresentar seu trabalho na galeria de arte de Leo Castelli (1907-1999), que já havia lançado grandes nomes 
da Pop Art em Nova Iorque. Em segundo lugar, negou o status de obra única e original em sua arte. Para ele, 
o trabalho do artista estava mais relacionado a escolher uma imagem do que a produzir algo, e seu objetivo 
era tornar o que quer que fosse sensacional – ou seja, algo que provocasse grandes emoções, que fosse 
espetacular.
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9o. ano – Volume 38
Aprofundamento do conteúdo.12
Aprofundamento do conteúdo.14
serigrafia: a serigrafia ou 
silkscreen é uma técnica de 
transferência feita por meio da 
aplicação de tinta. Com ela, é 
possível transferir desenhos, fotos 
e textos para um tecido. Andy 
Warhol produzia suas obras assim 
e hoje essa técnica é ainda muito 
usada para estampar camisetas. 
Acontece assim: primeiro, é 
produzida uma espécie de tela, 
disposta em uma moldura 
de metal ou madeira, com a 
ilustração desejada. Nela, alguns 
pontos são vazados e outros 
não, de acordo com a estampa 
escolhida. Depois, essa tela é 
posta sobre a superfície que se 
deseja estampar e, então, com 
um rodo, basta espalhar tinta 
sobre toda a tela. Dessa forma, a 
tinta passará apenas pelos pontos 
não vazados da rede metálica, 
transferindo o desenho.
DicionArte
Para isso, o artista trabalhou fazendo intervenções em fotografias de desastres publicados na imprensa. 
Depois, buscou o sensacional em objetos absolutamente banais, como latas de sopa, notas de dinheiro e 
garrafas de refrigerante. E, ainda, na figura de celebridades como Marylin Monroe, Liz Taylor e Elvis Presley 
– ícones pop construídos pela indústria cinematográfica e fonográfica dos Estados Unidos. Era como se, ao 
associar-se a objetos e personalidades conhecidos de todos, Warhol se alçasse à mesma condição deles. 
Uma das estratégias para impactar o público era o tamanho de suas imagens e a grande repetição delas. Por 
exemplo, há uma obra bastante conhecida que é formada por 100 Marilyns Monroes, medindo 2 por 5 metros; 
há obras que consistem na representação de 112 garrafas de refrigerante, 80 notas de dois dólares, etc. 
Se, em um primeiro momento, para dar o efeito de repetição, o artista pintouuma a uma as telas represen-
tando as latas de sopa, mais tarde ele conheceu a técnica da serigrafia e passou a usá-la intensamente.
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• Andy Warhol trabalhando com 
serigrafia em seu estúdio, em 
Nova Iorque, 1964
A repetição foi a maneira que Warhol encontrou para apagar sua identidade do trabalho artístico, de forma 
que qualquer um pudesse realizá-lo e fossem até mesmo geradas dúvidas sobre sua autoria.
Embasamento teórico.13
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 Arte 9
ApreciArte
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Uma das primeiras ideias de Andy Warhol foi reproduzir notas de um dólar 
em série.
Para fazer pinturas de Marilyn Monroe, Andy usou fotos em preto e branco, 
a fim de produzir um estêncil para a impressão de serigrafia. O artista era 
religioso, ia à missa todos os domingos e acredita-se que a inspiração 
para suas pinturas tenha vindo dos ícones religiosos, encontrados em 
abundância nas igrejas. Ele coloca os artistas no lugar de ídolos, tão 
adorados quanto as imagens religiosas. Observe as semelhanças entre 
algumas das pinturas de Warhol e o retábulo de Jan van Eyck. A obra 
de motivo religioso consiste em um total de 24 painéis emoldurados, 
que oferecem ao espectador duas cenas diferentes, dependendo da sua 
posição aberta ou fechada (a da imagem está na posição fechada), obtida 
dobrando para dentro os painéis nas suas extremidades. Os painéis são 
apresentados em três linhas no retábulo fechado e em duas linhas no 
retábulo aberto.
• Na imagem, você vê algu-
mas das Marilyns de Andy 
Warhol. Ele passou a pintar 
imagens da atriz logo de-
pois que ela faleceu
• Perceba a semelhan-
ça entre a disposição 
das imagens religio-
sas na imagem de 
Jan van Eyck e a dis-
posição escolhida por 
Wahrol nas imagens 
que você já analisou 
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WARHOL, Andy. Notas de um dólar. 1962. Tinta acrílica e silkscreen 
sobre tela, em duas partes. Cada uma: 210,2 cm × 48,3 cm.
VAN EYCK, Jan. O 
retábulo de Ghent com 
as folhas fechadas. 1432. 
1 óleo sobre painel, cada 
painel 146,2 cm x 51,4 cm. 
Catedral de São Bavão, 
Gand, Bélgica.©W
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9o. ano – Volume 310
• Como você pode ver na imagem, Elvis Presley 
foi outro ídolo pop a quem Warhol dedicou vá-
rias de suas pinturas
WARHOL, Andy. Elvis triplicado. 1964. Serigrafia 
sobre tela, 209 cm × 152 cm. Coleção particular, 
Nova Iorque, Estados Unidos.
• Essa obra de Andy foi criada com base em uma 
fotografia publicada no jornal New York Mirror – 
um retrato do acidente mais grave da aviação 
estadunidense até então
WARHOL, Andy. 129 mortos (catástrofe aérea). 1962. 
1 acrílico sobre tela, 254,5 cm × 182,5 cm. Museu 
Ludwig, Colônia, Alemanha.
Com base na sua leitura das obras apresentadas, converse com os colegas sobre estas questões:
1. Que temas são comuns entre as imagens apresentadas?
2. Que outras interpretações podem ser feitas sobre o elemento da repetição nas obras de Warhol?
3. É possível fazer um paralelo entre a obra de Warhol com a imagem da atriz Marilyn Monroe e o quadro de 
Jan van Eyck? Explique.
4. Que diferenças você percebe entre a imagem 129 mortos (catástrofe aérea) e as outras obras de Warhol que 
viu nesta seção? Comentários sobre as questões.15
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 Arte 11
Como já mencionamos, Andy gostava de inspirar a sua arte nas coisas mais banais. Por exemplo, em uma 
banana! Isso mesmo, em 1970, a imagem dessa fruta se transformou em uma obra icônica de Andy Warhol, 
retratada na capa do disco da The Velvet Underground, banda de rock hoje internacionalmente conhecida.
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• Andy Warhol ao lado de Lou Reed, líder 
da banda The Velvet Underground
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• Capa do disco da banda The Velvet 
Underground, desenhada por Andy Warhol
Atividades
Como você já sabe, Andy Warhol usou várias 
técnicas de reprodução em série em suas obras, 
como a fotografia e a serigrafia. Agora, você vai 
conhecer melhor uma delas: vamos experimen-
tar o estêncil, que é uma técnica comum na arte 
urbana, usada para reproduzir desenhos rapida-
mente. Ela consiste em uma folha vazada que re-
cebe tinta para ser decalcada em outra superfície. 
Materiais
• revistas velhas
• estilete 
• cartolina ou papel de gramatura maior
Como fazer
1. Destaque, do material de apoio, os dois mo-
delos de estêncil no formato de banana. Você 
pode criar uma obra semelhante à capa do 
disco da banda The Velvet Underground.
2. Use um estilete para retirar algumas partes da 
banana. No primeiro estêncil, remova toda a 
parte interna do desenho, mantendo apenas 
seu contorno. No segundo, contorne com o 
estilete todas as partes do desenho que es-
tão em preto, removendo-as. Faça isso sobre 
• fita-crepe
• lápis de cor e canetinha
uma revista velha, para não danificar a mesa 
ou outra superfície que estiver por baixo e, se 
precisar, peça ajuda ao professor. 
3. Posicione o primeiro estêncil sobre a carto-
lina. Se considerar necessário, utilize a fita- 
-crepe para fixá-lo. Contorne-o com a cane-
ta hidrográfica ou com o lápis de cor. 
4. Você pode optar por preencher a sua obra 
com cor ou por manter apenas o contorno. 
Não é necessário usar a cor amarela, você é 
livre para experimentar.
5. Posicione o segundo estêncil, preenchendo 
suas partes vazadas com caneta hidrográfi-
ca preta ou alguma outra cor que contraste 
com a primeira que você utilizou.
6. Finalize sua pintura dando os últimos 
retoques e desenhando, por exemplo, as 
pintinhas pretas da banana. 
Agora que você já sabe como se faz para criar 
um estêncil, use sua experiência para criar outras 
obras. Faça um novo decalque com algo da sua 
escolha. Para os próximos, em vez de papel, utilize 
radiografias velhas ou transparências compradas 
na papelaria. Assim eles vão durar mais. Siga as 
orientações do professor.
Aulas de 6 a 8
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9o. ano – Volume 312
Saiba +
Pop Art x Expressionismo abstrato 
Na década de 1960, estava em curso nos Estados Unidos um importante movimento da 
história da arte: o Expressionismo abstrato. Foi em paralelo com esse movimento que Andy 
Warhol começou a pintar.
Entre os principais representantes do Expressionismo abstrato estão Jackson Pollock (1912-
1956) e Willem de Kooning (1904-1997). A produção desses artistas era essencialmente abstrata, 
como o próprio nome sugere, e contava com influências das diversas correntes do Modernismo 
europeu do início do século XX. 
Pollock, por exemplo, pintava arremessando ou pingando tinta sobre grandes telas estendidas 
no chão. Às vezes ele também deitava sobre as telas e se movia para imprimir traços usando o 
próprio corpo. Esse modo de pintar ficou conhecido como Action Painting ou Pintura de ação.
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©Galeria Nacional da Austrália
• Jackson Pollock em ação: o artista estadunidense é um 
dos principais representantes do Expressionismo abstrato
POLLOCK, Jackson. Mastros azuis: número 11. 1952. 1 óleo, esmalte e tinta 
de alumínio com fragmentos de vidro sobre tela, color., 2,13 m × 4,89 m. 
Galeria Nacional da Austrália, Canberra, Austrália. 
Acontece que, de modo geral, esses artistas do Expressionismo abstrato desprezavam a cultu-
ra popular e a arte comercial. E foi nesse contexto que Warhol iniciou a sua produção. No início, 
ele mesclava a linguagem dos anúncios publicitários a respingos de tintas e borrões, como uma 
forma de se aproximar do Expressionismo abstrato e tentar ser reconhecido pelos artistas desse 
movimento, que era tão prestigiado na época. 
Porém, a tentativa de Andy fracassou. Ele não conseguiu esse reconhecimento e, com o tem-
po, passou a se empenhar no desenvolvimento da suaprópria linguagem, ao lado de artistas 
como Roy Lichtenstein e Robert Rauschenberg, que faziam parte do movimento da Pop Art. 
Como você já aprendeu aqui, essa era uma arte para ser con-
sumida pelas multidões, assumidamente comercial, assim como 
a música pop, cujo principal precursor surgiu na mesma época: 
Elvis Presley. 
Que se manifesta antes ou que vem 
antes, dando origem a algo. 
 Arte 13
A loja do pop
Andy Warhol estudou a dinâmica do mercado da arte e tirou proveito desses conhecimentos para vender 
suas obras a preços cada vez mais altos. Sob encomenda e em troca de altas somas de dinheiro, ele produziu 
também uma série de retratos de personalidades prestigiadas da época. Quando morreu, o patrimônio de 
Warhol foi avaliado em 600 milhões de dólares.
Comecei minha carreira como artista comercial e quero terminá-la como um ‘business-artist’ 
[...]. Eu queria ser um homem de negócios da arte ou um artista-homem de negócios. [...] Ganhar 
dinheiro é uma arte, trabalhar é uma arte e fazer bons negócios é a melhor das Artes. – Andy 
Warhol
CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins, 2005. p. 117.
O estadunidense Keith Haring (1958-1990) fez parte da geração de artistas que veio depois de Andy Warhol 
e que foi profundamente influenciada por ele. Haring ficou conhecido por desenhar com giz nos painéis vazios 
de publicidade dos metrôs de Nova Iorque e também por pintar grandes muros da cidade. Como eram lugares 
de grande visibilidade, sua arte foi ficando cada vez mais conhecida, ganhando fama em diversos países. 
Haring participou da 17.ª Bienal de São Paulo, em 1983, e foi convidado a pintar um muro na capital paulista. 
O traço de Keith Haring era simples 
e ele era bem ágil em sua produção, 
especialmente porque pintava em locais 
proibidos e, às vezes, precisava fugir da 
fiscalização. Chegou a ser preso, mas 
foi solto logo em seguida, pois seus 
desenhos eram facilmente removidos.
Troca de ideias
Se possível, pesquise na internet o vídeo que registrou a passagem de Keith Haring pelo Brasil e assista-o. 
Depois converse com os colegas sobre as questões a seguir.
• Que tipo de paralelo podemos fazer entre a arte de Keith Haring e os atuais grafites de rua que conhecemos?
• Você considera que, atualmente, é mais fácil ou mais difícil um artista ficar famoso em comparação com a 
época em que Keith Haring viveu?
• Como podemos comparar a arte de Keith Haring à arte de Andy Warhol?
Comentários.16
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HARING, Keith. Pop shop II. 1988. 
Silkscreen sobre papel. 30,5 cm x 38 
cm. 200 impressões.
9o. ano – Volume 314
A influência de Andy Warhol no Brasil
Um exemplo da influência de Andy Warhol e da Pop Art 
no Brasil é o da artista carioca Beatriz Milhazes. Em seus traba-
lhos, ela reúne colagens com papéis coloridos, embalagens de 
bala e chocolates – materiais banais e produzidos em escala 
industrial. Outro ponto em comum são as altas cifras que seus 
quadros têm atingido nos últimos anos. Em 2016, uma de suas 
telas foi vendida por R$ 16 milhões na Feira SP-Arte – um dos 
maiores valores já pagos pelo trabalho de um artista brasileiro. 
Se Haring, inspirado em Warhol, jogou com a publicidade ao 
pintar em locais de grande visibilidade e com materiais facilmente 
apagáveis, deu também um passo além. Em 1986, mais do que 
buscar expor em galerias importantes, o artista inaugurou sua 
própria loja, para democratizar o acesso das pessoas à sua produção, 
sem nenhum tipo de intermediário, como ocorria com os grandes 
galeristas. Ele estampou seus desenhos em camisetas, ímãs, 
pôsteres, brinquedos e colocou tudo à venda a preços acessíveis, 
na Pop Shop. A loja física ficou aberta até 2011, em Nova Iorque, e 
atualmente continua funcionando pela internet.
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• Keith Haring na Pop Shop, vestindo uma 
blusa com uma estampa de sua criação
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MILHAZES, Beatriz. Yogurt. 2008. 1 colagem 
de mídias diversas, color., 1,85 m × 1,41 m. 
Coleção particular, Miami, Estados Unidos.
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• A artista carioca Beatriz Milhazes é um 
fenômeno do mercado da arte internacional
Leia, na reportagem a seguir, os “4 passos” que a artista Beatriz Milhazes seguiu para atingir o sucesso.
O ritual do sucesso
A trajetória da pintora Beatriz Milhazes, feita de talento e estratégias de galeristas, mostra o que 
faz um artista chegar ao topo do mercado de arte nos dias de hoje [...].
1.º PASSO: ESTAR NO LUGAR CERTO NA HORA CERTA
[...] A Beatriz artista estava no lugar certo, na hora certa e com o talento afinado para tirar 
proveito da circunstância favorável. A [...] explosão da Geração 80: “Fiquei um pouco assustada 
com o mercado, que de repente mostrava-se sedento por novos nomes e acolhia a todos com 
promessas de exposições aqui e no exterior”, diz a pintora. [...]
 Arte 15
KATO, Gisele. O ritual do sucesso. Bravo!, São Paulo, v. 11, n. 124, dez. 2007. p. 42, 44 e 45.
Hora de estudo
Com base no que você estudou neste capítulo, analise as afirmativas e aponte o somatório daquelas que 
estiverem corretas.
(01) Andy Warhol estava no lugar certo e na hora certa. Morando na década de 1960 em Nova Iorque, 
local de grande efervescência cultural, seu trabalho foi aceito pelo movimento artístico em evi-
dência, o Expressionismo abstrato.
(02) O trabalho de Warhol tinha um diferencial. Mesmo fazendo parte do movimento da Pop Art ao 
lado de outros artistas, Warhol desenvolveu uma linguagem única ao elevar produtos industriais 
e celebridades à categoria de ícones quase religiosos.
(04) O artista estadunidense Andy Warhol conseguiu grandes somas de dinheiro em troca do seu 
trabalho por disponibilizar apenas alguns poucos exemplares para a venda.
(08) Logo no início da carreira, Warhol contou com duas exposições importantes: uma em Los An-
geles e outra em Nova Iorque, com o grande galerista do momento: Leo Castelli. Isso foi decisivo 
para a divulgação de suas obras na cidade e em outros países.
Somatório: 10 
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Correta
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Correta
(04) Incorreta. Warhol produziu muito ao longo da vida. As técnicas da fotografia e da serigrafia contribuíram muito nesse sentido, já que 
por meio delas era possível ter muitas obras em pouco tempo. 
(01) Incorreta. O trabalho de Warhol se opunha à proposta do Expressionismo abstrato e ele não foi aceito pelo movimento, mas isso não impediu que ele 
fizesse sucesso desenvolvendo sua arte com outro tipo de linguagem, dentro da estética da Pop Art.
2.º PASSO: TER UM DIFERENCIAL – NO CASO, O SABOR BRASILEIRO
Sua galerista em São Paulo, Márcia Fortes, acredita que é justamente essa característica – de 
uma aparente alegria descompromissada, bastante associada a um Brasil festeiro – uma das razões 
que tornam hoje Beatriz Milhazes uma artista tão bem-sucedida. [...]
3.º PASSO: A CLÁSSICA LEI DA OFERTA E DA PROCURA
Outra questão é o tamanho da produção da artista. Atualmente, ela abre uma única expo-
sição comercial por ano, com uma média de seis a sete telas inéditas, no máximo. [...] E aqui 
entra a lei máxima da economia: pouca oferta e muita demanda resultam, invariavelmente, em 
preço mais alto. 
4.º PASSO: TER BONS CARTÕES DE VISITA
Os quadros de Beatriz estão a cargo de quatro galeristas escolhidas a dedo: A Fortes Vilaça, 
em São Paulo; a Stephen Friedman, em Londres; a Max Hetzler, em Berlim; e a James Cohan, em 
Nova York. Assim, Beatriz [...] mantém representações nos principais centros da cena artística 
contemporânea. A atuação e o prestígio desses endereços também contam para sustentar o lugar 
que ela ocupa hoje nesse universo [...].
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9o. ano – Volume 316
1. Imagine que você é um artista profissional. Em quais lugares de sua cidade você poderia apresentar suas obras? 
2. Como você divulgaria essas produções?
3. Quantovocê poderia ganhar com seus trabalhos e quais seriam os gastos para produzi-los? 
4. De que forma você acha que as condições de produção, exposição e custo podem afetar a produção de 
um artista? 
6 O caminho dos 
independentes
HARING, Keith. Andy mouse. 1986. 1 serigrafia, color., 96,5 cm × 96,5 cm. Keith Haring Foundation, 
Nova Iorque, Estados Unidos.
Encaminhamento da atividade.1
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17
Converse com um artista de sua cidade sobre os desafios de uma carreira artística independente. Se for 
possível, com a ajuda do professor, a turma pode convidá-lo para um bate-papo na escola. Juntos, elaborem 
questões sobre a vida profissional para que o artista responda, tais como:
Anote suas reflexões sobre essa experiência no diário de bordo.
Objetivos
• Refletir sobre a atuação dos artistas independentes. 
• Conhecer um movimento musical inovador que marcou a década de 1980 em São Paulo.
• Analisar como os meios de comunicação popularizam certos artistas, mas ignoram outros.
• Entender como a internet e outras ferramentas digitais afetam a produção e a divulgação artística. 
Como você viu no capítulo anterior, os artistas, em geral, além de se preocuparem com a criação de suas 
obras, precisam saber lidar com questões práticas do universo da indústria cultural. Afinal, por mais que uma 
obra seja de muita qualidade, ela precisa de espaço e de divulgação para chegar ao grande público. Da mesma 
forma, a obra precisa gerar retorno financeiro para que o artista possa sobreviver da arte e seguir sua carreira.
Mas o cenário real não é bem esse. Se de um lado existem profissionais que se tornaram extremamente co-
nhecidos e bem pagos, especialmente por estarem associados a grandes empresas e a instituições da indústria 
cultural, como vimos nos exemplos do capítulo anterior, existe uma outra realidade, que não é cheia de glamour 
e é vivida pela maioria dos artistas. Muitos profissionais, inclusive, precisam de outros empregos para poder 
sobreviver e financiar a arte que produzem.
Esses artistas que seguem criando por conta própria, mesmo com poucos recursos financeiros e com pouca 
divulgação, costumam ser chamados de independentes ou autoproduzidos. Aprofundamento do conteúdo.2
Encaminhamento da atividade.3
Troca de ideias
1. Que caminhos você trilhou até se tornar um artista profissional?
2. Quais os principais desafios que você enfrenta para continuar fazendo sua arte?
3. Você precisa ter outros empregos para sobreviver?
4. Que conselhos você daria a um jovem que deseja viver de arte no Brasil?
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Shutterstock/Grafvision
Itamar Assumpção (1949-2003)
Nascido em Tietê, São Paulo, o cantor e compositor de 
MPB Itamar Assumpção passou a juventude na cidade de 
Arapongas, no interior do Paraná. Além de músico apaixonado 
por diversos ritmos, ele também foi ator, e por isso suas apre-
sentações musicais são cheias de elementos teatrais.
Na década de 1970, Itamar se mudou para a capital paulista e, 
como menciona na canção Prezadíssimos ouvintes, enfrentou 
muitas dificuldades para seguir sua carreira musical, especial-
mente porque nunca aceitou as condições impostas pelas 
gravadoras e pelos meios de comunicação para divulgar sua 
música.
Talvez seja por isso também que Itamar não alcançou grande 
fama, equivalente a outros nomes da música. Mas, mesmo 
assim, ele sempre foi elogiado pela crítica musical, gravou doze 
discos – não por acaso, um deles tem o título Às próprias 
custas (1982) –, fez turnês pelo Brasil e pela Europa e conquista 
fãs até hoje. 
Sem fama, sem dinheiro, mas com talento
ApreciArte
O seu professor vai tocar a música Prezadíssimos 
ouvintes, do músico paulista Itamar Assumpção. Per-
ceba que, na canção, o artista aborda os desafios en-
frentados por um cantor para seguir sua carreira. Veja 
o trecho inicial da letra:
Aulas de 2 a 5
Prezadíssimos ouvintes
Itamar Assumpção e 
Domingos Pellegrini
[...] 
pra chegar até aqui
eu tive que ficar na fila
aguentar tranco na esquina
e por cima lotação 
[...]
A música de Itamar foi lançada em 1985, e o tema 
central dela é um artista que já passou por muitas coi-
sas para poder cantar e expressa seu desejo de, final-
mente, apresentar-se na televisão.
• Por que será que a TV era tão importante para os 
artistas na década de 1980? 
• Sua importância continua a mesma atualmente?
• O que mudou da década de 1980 para hoje? 
• De que outros meios os artistas dispõem para di-
vulgar seus trabalhos?
• Imagine quais podem ser as dificuldades encon-
tradas atualmente pelos artistas. São as mesmas 
de 30 ano atrás? Justifique sua resposta. 
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• Na foto, o cantor e compositor Itamar Assumpção, 
que é um exemplo de artista que construiu uma 
carreira mesmo sem o apoio de grandes gravadoras
PELLEGRINI, Domingos. Prezadíssimos ouvintes. Intérprete: Denise 
Assunção, Gigante Brazil, Itamar Assumpção, Luiz Waack, Paulo Lepetit. 
In: ASSUMPÇÃO, Itamar. Sampa Midnight: isso não vai ficar assim. São 
Paulo: Baratos e Afins, 1983. 1 LP. Faixa 1.
Encaminhamento da atividade.4
 Arte 19
Cineminha
DAQUELE INSTANTE EM DIANTE 
Direção: Rogério Velloso
Gênero: Documentário 
Ano de lançamento: 2011
Duração: 1 h 49 min
País: Brasil
Sinopse: Assista a esse documentário para saber mais sobre a trajetó-
ria musical de Itamar Assumpção. Na obra, há muitas cenas de shows, 
depoimentos de parceiros e discussões sobre o motivo de Itamar não 
ter se tornado um cantor de sucesso popular, mesmo sendo um gran-
de artista da MPB. Em uma das entrevistas do filme, o cantor afirma: 
“A mídia não está interessada no autêntico. Se ela estivesse, eu estaria 
fazendo sucesso faz muito tempo.”
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Atividades
Como você viu, Itamar Assumpção não tinha “nem fama, nem grana”, mas tinha muito talento. Agora, 
vamos descobrir um talento da sua turma.
• Forme um grupo com três colegas e escolham um talento de algum de vocês.
• Juntos, pensem em uma forma de divulgar esse talento para torná-lo público. Pode ser por meio de 
uma produção (ex.: cartazes, vídeos, performance, apresentação ao vivo, etc.). 
• Por fim, avaliem os efeitos do trabalho de divulgação. Vocês alcançaram os resultados esperados?
Revolução musical independente
No início da década de 1980, um grupo de artistas começou a lotar o pequeno teatro independente Lira 
Paulistana, em São Paulo. Por isso, esse conjunto de artistas (entre eles Itamar Assumpção) passou a ser chama-
do pelos críticos de Vanguarda paulista. 
 Músicos como Itamar e Arrigo Barnabé, e também grupos como Rumo e Premeditando o Breque (conhe-
cido como Premê), adotavam estilos bem diversos, mas tinham alguns elementos em comum: eles produziam 
obras ousadas, aproveitavam elementos teatrais em suas apresentações e fugiam de certos padrões dissemina-
dos pelas emissoras de rádio e televisão da época.
Dessa forma, mesmo sem ganhar muito espaço nos veículos de comunicação de massa e sem o apoio de 
grandes empresas fonográficas, esses artistas conquistaram um público local. Embasamento teórico.5
9o. ano – Volume 320
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Em várias de suas músicas, Arrigo faz referência ao universo das histórias em quadrinhos. Seu 
disco Tubarões Voadores (1984) é inspirado no quadrinho de mesmo nome, criado por Luiz Gê. 
Arrigo Barnabé, cantor e compositor nascido em Londrina, 
PR, usa em sua arte técnicas da música erudita combinadas 
com rock, samba e outros ritmos populares.
O grupo Premê foi criado em 1976 por Claus Petersen, Marcelo Galbetti, Mário 
Manga e Wandi Doratiotto. Fez sucesso em São Paulo, na década de 1980, 
apresentando letras com humor inteligente e músicas de estilos diversos. 
Além disso, o Premê foi muito elogiado pela crítica musical e chegou a gravar 
dois discos em uma grande gravadora, mas nunca se tornou um fenômeno 
pop nacional. 
Atividades
Você já ouviu algum dos artistas da VanguardaPaulista? Pesquise e ouça algumas músicas deles com seus 
colegas. Em sites de busca na internet, procure por palavras-chave como: “Brigando na lua” + “Premê”; 
“Ladeira da Memória” + “Grupo Rumo”; “Kid Supérfluo, Consumidor Implacável” + “Arrigo Barnabé”. 
• Depois de ouvir as canções, escolha uma delas para criar um roteiro de divulgação: Como você a 
divulgaria? Para qual público? Em quais mídias? Faça uma justificativa dos motivos que o fizeram 
escolher essa música em específico. Orientação didática.6
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Em várias de suas músicas Arrigo faz referência ao universo das histórias em quadrinhos Seu
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 Arte 21
Conexões
Como você deve se lembrar, o Movimento Modernista brasileiro foi iniciado na Semana de Arte Moderna, 
em 1922, e incorporou uma série de influências das vanguardas europeias. Por sua vez, a Vanguarda Paulista 
teve alguns pontos de contato com esse célebre movimento. Aprofundamento do conteúdo.7
Semelhanças entre o Movimento Modernista brasileiro e a Vanguarda Paulista
• Ambos os movimentos surgiram em São Paulo.
• Reuniam artistas de tendências diversas, mas que estavam interessados em criar livremente, fugindo 
dos padrões artísticos vigentes.
• O nome do teatro Lira Paulistana, no qual muitos artistas da Vanguarda Paulista se apresentavam, faz 
referência a um livro de poemas de Mário de Andrade (1893-1945), que foi um dos principais articula-
dores do Movimento Modernista e da Semana de 1922.
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O livro de poemas 
intitulado Lira 
Paulistana (1945), 
de Mário de 
Andrade (foto), 
serviu de inspiração 
para batizar o teatro 
dos artistas da 
Vanguarda Paulista, 
na década de 1980. 
O teatro Lira Paulistana tinha 
capacidade para receber 200 
pessoas. Funcionou de 1979 a 
1986, em São Paulo, e reunia 
sempre vários artistas da 
Vanguarda Paulista. Também 
foi palco para bandas que, 
pouco mais tarde, se tornaram 
famosas no rock nacional, como 
Titãs, Ultraje a Rigor e Ira!. 
Aos poucos, o Lira também se 
transformou em uma gravadora 
e editora, lançando discos, livros 
e um jornal de cultura. 
Transmissões controladas
Como você sabe, os meios de comunicação como TV, rádio, jornais e sites são responsáveis pela veiculação 
de diversas obras artísticas. Mas por que certas obras são divulgadas e outras não? Por que alguns artistas são 
divulgados e outros não? Quem decide se uma obra merece ser divulgada? 
 Como a maioria dos veículos de comunicação é controlada por grupos privados, podemos dizer que a pro-
gramação apresentada costuma priorizar os artistas que proporcionam retorno financeiro.
 No Brasil, desde a década de 1940, algumas emissoras de rádio recebem dinheiro e também outros be-
nefícios para divulgar constantemente determinados artistas. Esse tipo de pagamento – que não é divulgado 
ao público e também é feito em outros meios de comunicação, como TV e jornais – é chamado de jabá. Isso 
explica, em muitos casos, por que algumas músicas são tocadas repetidamente, ao longo de dias, em algumas 
rádios. 
 Esse “sistema” faz com que sobre pouco ou nenhum espaço em algumas mídias para artistas que não ofere-
cem benefícios aos meios de comunicação. O que, consequentemente, afeta tanto a carreira dos artistas quanto 
a percepção do público. 
Em função disso, é comum as pessoas acharem que o sucesso depende apenas do mérito de cada artista, 
mas, na verdade, existem outros fatores que o determinam, como o pagamento de jabá e o investimento em 
anúncios publicitários. Ou seja, o público pode ser levado a pensar que, se um artista não é famoso, ele não deve 
ser bom, mas, como vimos, essa pode não ser a realidade. Aprofundamento do conteúdo.8
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9o. ano – Volume 322
ApreciArte
Observe a obra a seguir, do artista Keith Haring.
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• Que crítica a imagem está fazendo à televisão? Anote sua opinião no diário de bordo.
• Pesquise na internet e ouça a música Televisão, do grupo de rock Titãs, presente no disco de mesmo nome, 
de 1985.
HARING, Keith. [Sem título]. 1981. 1 tinta 
sumi sobre papel, p&b., 96,5 cm × 127 cm. 
Keith Haring Foundation, Nova Iorque, 
Estados Unidos.
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Titãs é uma das bandas de rock mais famosas do Brasil. O 
grupo foi criado em São Paulo, em 1982, e permanece ativo 
até hoje. Televisão foi seu segundo disco, lançado em 1985 
– época em que o grupo era formado por Arnaldo Antunes, 
Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer (1961-2001), 
Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto. A 
primeira faixa desse álbum também é intitulada Televisão. 
Preste atenção: na letra 
de Televisão, a banda 
menciona, indiretamente, 
um ícone de programas 
humorísticos populares da 
TV, o comediante Ronald 
Golias (1929-2005). Ao 
interpretar um personagem 
chamado Pacífico, ele 
repetia o bordão 
“Ô Cride, fala pra mãe...” 
(em referência a um amigo 
de infância, chamado 
Euclides), que é usado no 
refrão da letra dos Titãs.
bordão: uma expressão ou frase que é repetida constantemente, com 
a finalidade de atingir um efeito cômico ou dramático. Um bom bordão 
costuma ser facilmente lembrado e repetido pelo público.
refrão: conjunto de versos repetidos regularmente em uma canção. Uma música 
com um refrão forte é mais rapidamente memorizada pelo público do que outras.
DicionArte
• De que modo a letra da canção Televisão também faz críticas à TV? Debata com os colegas sobre essa ques-
tão e anote, no diário de bordo, as suas opiniões acerca do assunto. Anote também os trechos da letra que 
você considera mais significativos. Encaminhamento da atividade.9
 Arte 23
Atividades
Agora, vamos refletir sobre como os meios de 
comunicação influenciam as artes. Essa ativida-
de será dividida em duas etapas.
 1. Pesquisa
Forme um grupo com mais três colegas. Cada 
membro do grupo terá a função de analisar, ao 
longo de determinado período de tempo, como 
um tipo específico de mídia divulga produções 
artísticas – sejam elas de dança, teatro, cinema, 
artes visuais, sejam de música. 
Vocês devem pesquisar/analisar:
• um programa ou a programação geral de 
uma estação de rádio;
• um programa ou a programação geral de 
um canal de TV;
• um jornal impresso local;
• um site.
A análise pode ser estruturada tendo estas 
perguntas como base: 
1. Quais foram os artistas e linguagens mais di-
vulgados na mídia que você analisou?
2. Esses artistas já são famosos ou foram reve-
lados recentemente? 
Organize as ideias 
Relacione corretamente as colunas.
(a) Artistas independentes ou 
autoproduzidos
(b) Lira Paulistana
(c) Itamar Assumpção 
(d) Jabá 
(e) Vanguarda Paulista 
( d ) Sem o conhecimento do público, é a oferta de dinheiro e de outros 
benefícios feita a meios de comunicação para que um artista seja 
divulgado.
( a ) Aqueles que criam suas obras por conta própria, mesmo com pou-
cos recursos financeiros e de divulgação.
( e ) Movimento musical inovador que surgiu no início da década de 
1980, em São Paulo. 
( c ) Cantor e compositor paulista. Apesar de não ter sido muito divulga-
do por veículos de comunicação de massa, conseguiu gravar doze 
discos, fez turnês pelo Brasil e pela Europa e conquista fãs até hoje. 
( b ) Teatro independente que funcionou de 1979 a 1986, em São Paulo, 
reunindo artistas inovadores da música.
3. Quais artistas da sua cidade ou do seu esta-
do foram apresentados? 
4. Quais as linguagens artísticas menos divul-
gadas na mídia que você analisou?
As respostas devem ser anotadas no diário 
de bordo.
 2. Debate
Na segunda etapa da atividade, cada grupo vai 
se apresentar aos demais, falando sobre os re-
sultados da pesquisa. Depois disso, façam um 
debate para conversar sobre os dados apresen-
tados. Durante essa conversa:
• levante hipóteses sobre os motivos que 
fazem certos artistas ou linguagens serem 
mais conhecidos do que outros;• fale sobre artistas que mereceriam ser co-
nhecidos e ter mais espaço nas mídias; 
• expresse opiniões pessoais: Se você tivesse 
o poder de divulgar um artista que ainda 
tem pouco ou nenhum espaço nas gran-
des mídias, quem você divulgaria? Qual 
obra desse artista mereceria ser conhecida 
e por quê? Encaminhamento da atividade.10
9o. ano – Volume 324
Fenômenos da internet
No início do século XXI, a internet se popularizou e o mundo foi profundamente transformado com o de-
senvolvimento de novas tecnologias. Como não poderia deixar de ser, essas mudanças todas transformaram 
também alguns dos setores artísticos da indústria cultural.
Por exemplo, uma das mudanças foi que as pessoas passaram a copiar e a compartilhar arquivos digitais, 
como músicas, textos, imagens e filmes, com facilidade e velocidade. Como a internet disponibilizou acesso 
gratuito a muitas obras, por meio de programas de compartilhamento de arquivos e redes sociais, muitos con-
sumidores deixaram de comprar CDs e DVDs.
Além disso, devemos levar em conta a pirataria, que afetou nega-
tivamente as finanças de alguns artistas e de muitas empresas. Porém, 
alguns artistas, especialmente os independentes, conseguiram impulsio-
nar suas carreiras e aproveitar as novas oportunidades que a internet (e 
também outras ferramentas digitais) proporcionou. 
pirataria: cópia ou reprodução de 
obras feita de modo ilegal, sem a 
autorização dos autores.
DicionArte
A Banda Mais Bonita da Cidade alcançou 
popularidade por meio da internet. Esse grupo 
de Curitiba é formado por Uyara Torrente, Thiago 
Ramalho, Luís Bourscheidt, Vinícius Nisi e Marano. 
Aulas de 6 a 8
Um exemplo disso é A Banda Mais Bonita da Cidade – um grupo formado em 2009 e que era pouco 
conhecido até mesmo em sua cidade de origem, Curitiba (PR). Em 2011, a banda se tornou famosa no Brasil por 
conta de um clipe autoproduzido, disseminado pelas redes sociais. 
Em uma semana, o clipe da música Oração foi rapidamente compartilhado pelos usuários da internet e visto 
gratuitamente por praticamente um milhão de pessoas, número que continuou crescendo. Esse sucesso virtual 
impulsionou a carreira do grupo, que passou a fazer inúmeros shows no país e até mesmo no exterior.
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Aprofundamento do conteúdo.11
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Saiba +
Fãs financiam sonhos artísticos
Além de ter se popularizado sem o auxílio de mídias tradicionais, 
como a televisão e o rádio, e sem ter ainda um disco lançado, A Banda 
Mais Bonita da Cidade soube usar a ferramenta do crowdfunding para 
produzir seu primeiro álbum. 
No crowdfunding, o artista solicita a seus fãs uma contribuição finan-
ceira para a produção de uma determinada obra, e a doação é feita por 
meio de um site específico para isso. Em troca, cada fã recebe produtos e 
outros benefícios de acordo com o valor da sua contribuição. 
Por meio desse tipo de financiamento, A Banda Mais Bonita da Cidade 
obteve cerca de R$ 42 mil reais, que foram usados na gravação de um 
álbum homônimo, produzido de maneira independente, três meses 
após o lançamento do clipe Oração.
O uso do crowdfunding tem se disseminado na produção de obras artísticas diversas, como filmes, quadri-
nhos, livros, peças de teatro e dança. Em 2013, o documentário Inocente, sobre uma jovem artista mexicana que 
vive em condições precárias nos Estados Unidos, tornou-se o primeiro filme financiado desse modo a ganhar 
um prêmio Oscar.
crowdfunding: termo em inglês 
que pode ser traduzido como 
“financiamento colaborativo” ou 
“financiamento coletivo”.
homônimo: palavra de origem 
grega que significa “com o mesmo 
nome”. Quando se diz que um álbum 
é homônimo é porque ele tem o 
mesmo nome da banda. 
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Você certamente já ouviu falar nas fitas cassete. Esse tipo de mídia magnética foi criado na 
década de 1960 e teve grande importância na divulgação de vários músicos independentes. Isso 
porque, embora a maioria das fitas não reproduzisse sons com muita qualidade, elas eram vanta-
josas por seus preços acessíveis e por serem gravadas e regravadas facilmente. 
Atualmente, as fitas cassete são usadas por pouquíssimas pessoas, pois perderam espaço com 
a grande popularização dos CDs e, principalmente, com o compartilhamento de arquivos digitais 
pela internet. 
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Essas imagens são da história em quadrinhos Magnéticos 90. A obra foi escrita pelo 
músico Gabriel Thomaz, com ilustrações de Daniel Juca, e tem como tema central a 
história do rock nacional da década de 1990. Há, nos quadrinhos, um destaque para a 
importância das fitas cassete na divulgação de uma série de bandas independentes.
• As fitas cassete foram criadas na década de 1960
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26 9o. ano – Volume 3
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Quais artistas você já descobriu por meio da internet? E você aceitaria financiar a produção de uma obra por 
meio do crowdfunding? Converse com os colegas a respeito desses assuntos.
Troca de ideias
Encaminhamento da atividade.12
O clipe Oração, d’A Banda Mais Bonita da Cidade, é um exemplo de 
que artistas independentes do século XXI contam com novas formas 
de popularizar seus trabalhos por meio da internet. 
Filmado como uma longa cena, sem cortes – técnica cinematográfica 
chamada de plano sequência –, o vídeo mostra o cantor e compositor 
Leo Fressato passeando por cômodos de uma casa, onde ele encontra 
outras pessoas que também passam a interpretar a música, marcada 
por uma letra romântica e festiva. Leia, a seguir, uma reportagem em 
que os músicos falam sobre a produção do clipe.
[...] – Nunca foi tão fácil produzir um bom viral
Com o vídeo de “Oração”, A Banda Mais Bonita da Ci-
dade provou que questões técnicas já não impõem limites 
artísticos. É só seguir alguns passos, como eles próprios 
ensinam:
AGOSTINI, Tiago. Nunca foi tão fácil produzir um bom viral. Disponível em: <http://rollingstone.uol.com.br/edicao/58/nunca-foi-tao-facil-
produzir-um-bom-viral#imagem4>. Acesso em: 12 nov. 2018.
viral: termo usado para conteúdos de internet, 
como vídeos e imagens, muito divulgados pelas 
pessoas. Por se espalharem como um “vírus”, 
esses conteúdos geram grande repercussão. 
DicionArte
Cena do clipe Oração, d’A banda 
mais bonita da cidade
PENSE COM SIMPLICIDADE
“A harmonia [da música] é fácil, a melodia é simples, então não precisamos trabalhar muito no 
arranjo”, comenta o guitarrista Rodrigo Lemos. “Foi bem livre para cada um tocar o que quisesse 
na sua parte.” A entrada de cada músico em cena foi natural, de acordo com a apresentação no ro-
teiro do vídeo, em plano sequência. “Só planejamos acabar todos juntos, numa grande festa”, diz.
DEIXE A PRETENSÃO DE LADO
“Oração” foi pensada originalmente como um presente para os amigos e familiares, no Natal de 
2010. O clima curitibano não colaborou e as gravações foram feitas somente neste ano, no sítio de 
uma das amigas da banda, em Rio Negro (PR). “A ideia era fazer um registro do final de semana, 
nunca foi gravar um clipe”, lembra Lemos.
CONTE COM OS AMIGOS
“Não escolhemos quem iria participar do vídeo. Não tem figurante, são todas pessoas que 
convivem com a gente no dia a dia”, comenta o guitarrista. O vídeo de “Oração” foi gravado no 
mesmo final de semana em que a vocalista Uyara fazia aniversário, o que facilitou o clima de 
comunhão. “As pessoas passam o vídeo adiante com vontade de fazer aquilo com os próprios 
amigos.”
NÃO TENHA MEDO DE IMPROVISAR
Apesar de terem feito um pré-roteiro, a trupe foi para Rio Negro sem conhecer a casa onde 
o vídeo seria gravado. “Cheguei no lugar e filmei o caminho com o celular”, conta o diretorVinícius Nisi. No fim de semana, os planos ainda mudaram. A cena final, com todos juntos, 
havia sido pensada para o jardim. “Mas choveu, ficou tudo molhado e tivemos que fazer na 
sala”, conta.
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Falsa. O crowdfunding pode ser usado por todas 
as linguagens artísticas.
Hora de estudo
Assinale as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F).
( V ) É possível dizer que o clipe de Oração foi gravado de maneira colaborativa, isto é, com o tra-
balho voluntário de várias pessoas, especialmente amigos, que acreditaram no projeto. Esse 
mesmo espírito está por trás do crowdfunding, modo de financiamento colaborativo em que 
os fãs de um artista se unem para bancar a produção de uma obra. 
( F ) Como foi pirateado de maneira viral pelos internautas, o clipe de Oração gerou mais prejuízo 
para A Banda Mais Bonita da Cidade do que lucro. 
( V ) Nos dias de hoje, por meio da internet, um artista é capaz de divulgar suas obras nacionalmente, 
mesmo sem o apoio de gravadoras ou pagamento de jabá a veículos de comunicação de massa, 
como rádio e televisão. 
( F ) Na década de 1980, a internet também foi responsável pelo sucesso dos artistas da chamada 
Vanguarda Paulista, como Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé. 
( F ) Usada para a produção de obras musicais, o crowdfunding ainda deixa de fora outros produtos 
artísticos importantes, como filmes e peças de teatro. 
Falsa. O sucesso virtual impulsionou a carreira da ban-
da, que passou a fazer inúmeros shows depois do clipe. 
Falsa. A internet ainda não era popular 
no Brasil na década de 1980.
Festival das Artes
Para a apresentação no Festival das Artes, você e sua turma podem pensar em apresentar as pinturas 
em série que fizeram. São opções:
• Apresentar o conjunto exclusivo que cada um criou, retratando seis vezes um mesmo produto indus-
trializado da atualidade. 
• Criar uma mostra inspirada em Warhol, dispondo as pinturas que vocês fizeram com estêncil, uma ao 
lado da outra, para criar uma grande série de bananas. 
• Organizar um bate-papo com um artista local independente.
Lembrem-se de cuidar do entorno da exposição; escolham um espaço que mais dialogue com a mostra 
e, se for preciso, façam nele as adaptações necessárias para criar mais camadas de significado em relação 
ao conjunto que o público verá.
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Capítulo 5 – Página 7 – Atividades
9o. ano – Volume 3
Material de apoio
 Arte 1
Capítulo 5 – Página 12 – Atividades
9o. ano – Volume 3
Material de apoio
 Arte 3

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