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POLITICAS PÚBLICAS

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POLÍTICAS PÚBLICAS 
Falta aula do dia 26 
Contexto Histórico e Social da 
Psicologia social 
A PSO ​tem raízes na Europa (Alemanha) ​que tem um conteúdo ​mais experimental e 
social. ​As características ​norte-americanas são mais experimentais​. 
O fim da ​segunda guerra mundia​l deu ​início da era moderna da PSO​, pois surgiram 
questões e ​trabalhos para os psicólogos ​sociais sobre temas como: ​levantamento moral 
das tropas ​(liderança, opinião pública, mensuração de atitudes, mudança de atitudes, conflito 
de valores), ​estudos experimentais sobre persuasão/motivação ​(consequências da 
guerra/do holocausto), ​aumentou o interesse por grupos, processo grupais, dinâmicas 
de grupo ​(comunicação, relações raciais, preconceito). 
A PSO na Europa e nos EUA: 
Na ​Alemanha ​surgiu como disciplina na segunda metade do séc XIX- Wundt, separação da 
Psico Experimental e da PSO. Já nos ​EUA ​surgiu como subdisciplina da Psicologia. 
O ​individualismo ​era um valor cultural importante no período das guerras e pós guerras e 
influenciaram o desenvolvimento da Psicologia e da PSO, principalmente ​por ser esse um 
valor central na cultura norte-americana. ​A individualização do social, ao longo do séc XX 
as abordagens teóricas (comportamentalismo, positivismo e cognitivismo) desconsideravam a 
natureza social do ser humano, foram reducionistas. 
A questão era observar as características por ex, linguagem, cultura, pensamento, mitos, 
costumes, religião, das noções construídas pelos teóricos da Psicologia para falar de uma 
PSO. 
Por ex: Freud com Psicologia das Massas, Gustave Le Bon com a psicologia das multidões. 
. 
Psico Social mais psicológica. 
Voltada para processos ​individuais​, tem o indivíduo e não o coletivo e os aspectos sociais, 
como ​objeto de estudo. focada mais no indivíduo, e em seus processos internos. ​EX: o 
behaviorismo e a gestalt que tinham grande influência dos EUA e do pensamento positivista 
(predominância do individualismo) 
A que mais se desenvolveu nos EUA e a mais difundida, a que estuda os processos 
psicológicos individuais como ​percepção, cognição, motivação e atitudes. ​Não tem 
cuidado com o contexto social mais amplo. 
Características : 
● ​Individualismo​- preocupação em formular leis psicológicas relativas ao indivíduo em suas 
relações sociais. 
● O ​experimentalismo 
● A ​microteorização 
● O ​etnocentrismo​- generalização teórica de experimentos norte-americanos para a 
aplicação em outras culturas. 
● O ​cognitivismo ​- de vido a prevalência dessa concepção em relação ao behaviorismo e a 
psicanálise. 
● O ​a-historicismo​- devido a busca de formulação teórica de leis generalizáveis para o 
comportamento do indivíduo em sociedade em que se essencializar o indivíduo e sua relação 
com a sociedade retirando seu componente histórico criador. 
Psico Social mais sociológica. 
Ocupa-se dos ​aspectos coletivos e sociais e a relação do indivíduo com a sociedade​. 
EX: a teoria das representações sociais de S.Moscovici e o Behaviorismo Social de Mead. 
A que se desenvolveu tanto na ​Europa quanto nos EUA​, sendo a menos difundida, se 
desenvolveu a partir da sociologia​, e estuda os processos de i​nteração social e a 
influência recíproca indivíduo meio ambiente. 
psicologia social está interessada na vida do homem em sociedade, nas suas interações 
sociais, na vida cotidiana, condições sociais, econômicas e culturais nas quais vivem as 
pessoas. 
PSO no Brasil 
Décadas de 1960 e 1970- influência do modelo norte americano na América Latina e Brasil. 
Final da década de 1970 e o início de 1980 ​aconteceu uma crise da PSO: 
● Dependência teorico metodologica, principalmente dos EUA. 
● A descentralização dos temas abordados 
● A individualização da social na psicologia social 
● A não preocupação política com as relações no país e na América Latina em decorrência 
desta teorias importadas. 
No Brasil, destacam-se nesta esfera dois psicólogos que trilham caminhos opostos: Aroldo 
Rodrigues e Silvia Lane. 
SILVIA LANE AROLDO RODRIGUES 
Social crítica Social psicológica 
Orientação Marxista Experimental (Milgram e Stanford) 
Sujeito histórico Avaliar comportamentos humanos 
Importância da subjetividade Tendências a respostas 
Análise do sujeito dentro da sua realidade 
Toda pesquisa precisa produzir transformação social e empoderamento 
Críticas: 
Silvia Lane faz uma crítica em relação a aplicação prática dos estudos experimentais, uma 
vez que ele não é feito sob circunstâncias reais e não considera à realidade do sujeito. 
Aroldo Rodrigues questiona a metodologia utilizada pela social crítica, por acreditar que 
ciência não se mistura com ações sociais. 
Estigma - Goffman 
O que é estigma? 
● A palavra está ligada a uma ideia de marcas no corpo, que pode ser algo que torne 
essa pessoa diferente e por tanto menos desejável na sociedade. A marca atualmente 
não está apenas relacionada com a questão física, mas algo que pode ser mais 
abstrato, como por exemplo, o passado, uma ação, uma doença, um tipo de 
comportamento, uma profissão. 
● Essa marca seria um atributo que passou a ser depreciativo, e tem um impacto na 
identidade, por alterar a forma como a pessoa se relaciona com ela mesma, com os 
outros, e como as pessoas passam a ver e se relacionar 
com a que passou a ser estigmatizada, 
● Atributos depreciativos seriam características que trazem algum incômodo, que as 
pessoas tendem a reduzir a pessoa apenas aquela característica, por conta desse 
atributo a pessoa passa a não ter mais crédito e ser levada a sério em qualquer 
situação. 
● Passa por uma seleção do que é considerado normal dentro da sociedade. 
Aquilo que é considerado depreciativo depende do tempo - espaço, do contexto 
cultural vivenciado, a qualificação dada para um atributo depende da validação e 
legitimação dada pela sociedade daquilo que é normal, dessa forma é feita uma 
categorização, que visa,separar em “caixas”, o que se torna problemático quando 
essas separações produzem exclusões. 
Por tanto, um atributo passa a ser depreciativo e estigmatizante pelo significado que é 
atribuído a este, e não a característica em si. 
Traços estigmatizantes 
● Abominação do corpo: Deformidades, defeitos de nascença que distanciam da 
“normalidade” ex: Filme do homem elefante. 
● Culpas de caráter individual: Falhas, falta de vontade, intencionalidade, preguiça, 
desonestidade, paixões tirânicas, características que possam ser entendidas como 
“fraqueza de caráter” 
● Elemento tribal: Determinado país, religião, racial, alguns grupos. 
Internalização do estigma 
Pode passar a acreditar no estigma e que não tem um valor, o que favoreceria o 
desenvolvimento de uma auto depreciação e ódio, ou então uma busca em 
compensar ou superar essa limitação com uma nova interpretação desse atributo. 
CARREIRA MORAL DO DOENTE MENTAL - GOFFMAN 
CARREIRA: 
● Trajetória percorrida por uma pessoa durante toda sua vida, considerando qualquer 
aspecto da vida, ex: Relacionamentos, 
● É algo natural do ser humano, 
● Carrega uma noção de si, é parte da identidade daquela pessoa, 
● Segue determinadas características. 
AMBIVALÊNCIA : 
● Aspectos que são acessíveis ao público, 
● Aspectos íntimos e pessoais, que não são acessíveis ao público 
ASPECTOS MORAIS DA CARREIRA: 
● Está relacionado com as mudanças que acontecem no eu da pessoa, que modifica 
a imagem que a pessoa tem de si, e a imagem que acredita que os demais tenham 
dela, 
● Julgamento da forma que é visto o percurso, 
● Mudança do ponto de vista moral, na medida em que, a imagem e a forma de se 
perceber é modificada, 
● Moral está vinculada com uma boa conduta, no sentido de fazer algo que é 
aprovado e validado pela cultura e sociedade, 
● Dimensões éticas, 
● De que forma fere a relação com o outro? 
DOENÇA MENTAL NO SENTIDO SOCIOLÓGICO: 
● O foco de interesse de análise não está na causa, no que produz ouno diagnóstico, 
● Visa a pesquisa, o entendimento e a discussão dos efeitos que o diagnóstico produz 
no destino social e na hospitalização, 
● Destino social seria as relações sociais e suas mudanças, 
● A mudança na trajetória inicia com a hospitalização, 
● É dividida em três fases: pré paciente, internado, alta. 
PRÉ PACIENTE - ANTERIOR A ADMISSÃO NO HOSPITAL 
● Pode ir ao hospital por conta própria, 
● Reconhece um vulnerabilidade psíquica, 
● Medo de perder o controle de si, 
● Busca esconder das outras pessoas fatos novos a seu respeito, 
● Produto de estereótipos culturais, 
● Tentativas de minimizar a percepção problemática de si, 
● A ida ao hospital pode produzir dois efeitos, por um lado pode trazer alívio, pelo fato 
de ter a possibilidade de ter um tratamento, por outro, pode trazer uma piora, por ser 
uma confirmação de uma perda de controle, 
● A trajetória tem início com os seus direitos e relações, mas ao longo do processo vai 
se perdendo, ao ponto que no fim deste processo termina em um lugar de privações, 
● Aspectos morais: Experiência de abandono, deslealdade e amargura, 
Contingências da carreira na internação 
➔ Variáveis que podem levar uma pessoa seguir uma determinada 
trajetória de uma forma e não de outra, 
● Status socioeconômico, 
● A visibilidade da transgressão, 
● Proximidade de um hospital, 
● Recursos disponíveis de tratamento, 
● Avaliação da comunidade sobre o tratamento psíquico disponível, 
● Variações situacionais e relacionais que a pessoa esteja passando, 
● O desejo da família da volta dessa pessoa para casa, 
● Trabalho disponível, 
Contingências de agentes e agências 
● ​Transformação do status civil para o de internado, 
● Sensação de traição vindo de uma pessoa mais próxima, 
● Participação de um denunciante, que pode ou não ser uma pessoa próxima, mas é 
a que geralmente é a que tem uma ação que é considerada eficiente para a 
internação de fato, 
● Mediadores ao saírem de cena o pré paciente passa a ser internado, são os 
responsáveis pela mudança de status. 
Traição na carreira moral 
● Essa sensação de traição vem da cumplicidade e aliança que formou entre os 
mediadores, a instituição e a pessoa mais próxima, 
● Todas as medidas realizadas são feitas com o argumento de ser para o bem 
do paciente, é feito um discurso para uma tentativa de convencer, para adesão e o 
comportamento esperado, é criado um cenário que facilite a adesão. 
● As informações passadas sobre os hospitais não correspondem à realidade, se 
deparam com situações mais difíceis,convivência com mais pessoas que também tem 
seus problemas, precisam seguir uma rotina e ordens, 
● É uma experiência que se torna degradante, por retirar a pessoa de um mundo e a 
coloca em um outro, que funciona de uma forma diferente, 
● A pessoa mais próxima se torna um tutor, 
● O seu passado se torna uma prova da internação e um “instrumento” para à 
manutenção da permanência, 
● Sensação de desamparo e de perda de saber quem é. 
 
INTERNADO 
● É preciso passar por um processo de ressentimento para aceitação, 
● Experiência de mortificação: Uma restrição de movimento, autoridade difusa, vida 
comunitária, 
● A colocação em uma determinada enfermaria não é vista como um premio ou 
castigo, mas uma consequência de seu status social, 
● Status social está ligado com adequação de convivência e afirmação de um eu que 
se adequa às necessidades da instituição, 
● Os aspectos físicos podem modelar a concepção que uma pessoa tem de si, sendo 
que essas características dos lugares acabam sendo um reflexo da forma como a 
instituição enxerga essa pessoa, 
● O que ficar em uma enfermaria considerada pior diz sobre você? 
● A psicoterapia tanto individual como de grupo cumprem uma função de mediar a 
aceitação da interpretação psiquiátrica feita dele, 
● Histórias tristes:tentativas de minimizar a situação, dizer que a doença foi um 
condição foi produzida externamente, 
● Recusa do “doente mental”, 
● Ensinar ao paciente a “verdade” sobre sua condição, 
● Desmentir o paciente pode colocar ele em contato com a realidade e pode ser 
positivo para instituição, por produzir provas para a manutenção da internação, 
● As revelações do prontuário, na época em que o texto foi escrito tudo que acontecia 
era posto no prontuário, como forma de fortalecer as decisões institucionais. 
 
REPARAÇÃO - FADIGA MORAL 
● Os internados podem descobrir que as quedas em status moral não são tão más 
quanto imaginava, 
● As infrações que levam a essas degradações não podem ser acompanhadas 
sensações frágeis ou por redução do status do doente mental, pois tais condições já 
existem, 
● Nenhum delito do presente ou passado parece suficientemente horrível para excluir 
o doente da comunidade dos pacientes, 
● Os erros de uma vida correta perdem parte de seu sentido estigmatizante, 
● “Finalmente, ao aceitar a interpretação que o hospital da de sua queda, o paciente 
pode adquirir a intenção de “endireitar se”, e pde, da administração compreensão, 
privilégios e perdão, a fim de preservar sua nova atitude.” (pag 139) - Retira a 
intensidade do impacto, acontece uma adequação e aceitação da degradação que já 
foi imposta. 
ALTA ​● Pode fingir uma aceitação da custódia, 
● Uma aceitação de um papel, 
● Parte do eu luta contra os efeitos, 
● Já não acredita em uma liberdade, em ser cuidado por alguém, 
● O eu não é uma propriedade da pessoa que é atribuído, mas reside no padrão de 
controle social que é exercido pela pessoa e por aquele que a cercam - uma 
validação e permissão social. 
DINÂMICA DOS PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO 
DA VULNERABILIDADE À DESFILIAÇÃO - ROBERT CASTEL 
PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO - DINÂMICA DE EXCLUSÃO 
● Pobreza - Século XIX - Uma dimensão exclusiva econômica, 
● “Assim, o nível de recursos econômicos constitui se apenas num elemento para 
caracterizar as situações marginais” 
LÓGICA CLASSIFICATÓRIA 
● ​Categorização por problemas particulares, mobilização de recursos, especialistas e 
instituições especiais para atender tais demandas, raciocínio de que para ajudar era 
preciso antes saber quem e como, 
● Produção de um carácter estigmatizante, 
● Questão: nem toda marginalidade pode ser enquadrada facilmente nesse 
sistema de categorização, 
ENFOQUE TRANSVERSAL 
● O que essas pessoas têm em comum que não seja baixa renda ou qualquer 
deficiência, 
● Compartilhar um duplo processo de desligamento, tanto no trabalho como 
relacional, 
● Divisão em quatro zonas, sendo que a quarta não é uma sequência da terceira, 
 
● Na zona de integração: Trabalho estável e forte inserção social, rede de apoio, 
● Na zona de vulnerabilidade: Uma zona intermediária, em que o trabalho sofre uma 
precarização, sendo por uma desatualização, uma falta de contrato, condições 
sociais, de educação, somando com uma fragilidade dos apoios relacionais, podendo 
ser uma ruptura familiar ou uma falta de apoio, 
● Na zona de desfiliação: Ausência de trabalho, não existe uma produção junto 
com um isolamento relacional, que leva a um desamparo e descrédito, essa zona 
carrega a maximização dos estigmas, uma deterioração na identidade, influenciando 
a autoestima, o modo de se perceber e de se relacionar, uma sensação de não 
pertencimento, 
● Na zona de assistência: Por não ter condições não conseguem e não podem 
trabalhar, existe um suporte social, 
MARGINALIZAÇÃO LIVRE X SEPARADA 
LIVRE 
● Distância em relação ao trabalho regular, mas também em relação a proteção 
que se constitui na assistência, 
● Por vontade própria. 
SEPARADA 
● Pessoas institucionalizadas, 
● Liberdade ferida pelo Estado 
ATUALIDADE 
● ​Trabalho precário: Não está mais ligado apenas ao desemprego e 
subemprego, soma se o fator de uma incapacidade de planejamento, previsão e 
projeção do futuro de uma forma eficaz e segura, 
● ​A cobrança por estar sempre atualizadogera uma tensão constante, 
● ​Fragilidade dos apoios relacionais: Questões familiares, ausência de laços, 
fragilização da estrutura, a impossibilidade de planejar uma trajetória afetivas, 
● ​Centro de coesão: Não está integrado, não tem um sentimento de pertencimento, 
● “ O indivíduo “desfiliado” não é um excluído. Ele não vive uma situação de 
“ausência completa de vínculos”, não está fora da sociedade, mas distante do centro 
de coesão desta.” 
● O que pode ser feito? 
● Não criar mais categorias, 
● Mobilizar as capacidades da pessoa para um processo de ressocialização e 
integração, 
● Inserir geralmente não é o mesmo que integrar, sendo que inserir está ligado a estar 
no meio da sociedade mas não necessariamente pertencer, 
UMA INSTITUIÇÃO PARA LOUCOS, DOENTES E SÃOS - PAULO 
AMARANTE 
● Século IV: Hospital não era visto como uma instituição médica, 
● Idade Média: Instituição de caridade, 
● Hospital: Relação com hospedagem/ hospedaria, 
● Transformação de um lugar de caridade para uma instituição médica como um 
processo, 
IDADE MÉDIA: 
● Loucura e os loucos tinham diversos significados, eram rotulados desde de 
demônios a deuses, como erro ou verdade, como comédia à tragédia, 
● Despertava desconfiança. receio, medo por serem desvios do padrão, 
● Não era entendida como problema de saúde, 
● Localização pulverizada, encontrava se em lugares múltiplos, em hospitais, ruas, 
abrigos, asilos, prisões, igrejas... 
SÉC XVII: 
● Hospital deixa de ser um lugar filantrópico e passa a ser um local de destino, 
● Novo lugar social, promoção de uma ordem social, 
● Uma prática sistemática de isolamento e segregação, 
● Justificada por zelar pela boa conduta e ordem geral, 
● A internação passa a ser determinada por autoridades reais e judiciais, 
PÓS REVOLUÇÃO FRANCESA: 
● ​Medicalização do hospital, 
● ​Igualdade, fraternidade, liberdade, 
● ​Olhar para pessoa como alguém que possui direitos, 
● Democratização dos lugares, 
● Criação de novas instituições de assistência, 
LOCAL DE TRATAR: 
● Deixa de ter a função de caridade e controle social exclusivo, 
● Passou a tratar do enfermos, 
● Constante intervenção médica, 
● Construção de um saber sobre o hospital, compreender o fenômeno, pesquisa, 
agrupar doenças, sintomas, comportamentos, experimentos, 
● Emergência de disciplina, comportamentos, 
● Arte de distribuição espacial dos indivíduos, 
● Controle sobre o desenvolvimento de uma ação e não do resultado, 
● Vigilância perpétua, 
● Registro contínuo, 
● Espaço de exame, de tratamento e saber médico, 
● Doença de estado puro, para doença produzida, 
MODELO BIOMÉDICO: 
● ​Doença como objeto natural, 
● Reduz à doença 
● ​Olhar voltado para o sintoma, 
● ​Não olha para o sujeito que vivencia a experiência da doença, 
● Médico passa a ter um papel principal dentro do hospital: estuda, produz e controla. 
PHILIPPE PINEL 
● Observação empírica dos fenômenos que constituem a realidade, 
● Locke, 
● Ponto de vista político: Natureza absolutamente livre e independente dos homens, 
● Propõe a liberdade “física” dos loucos, das correntes e não do tratamento, 
TRATAMENTO ASILAR: 
● Isolamento completo, 
● A perda da liberdade se deve a doença. por tanto o hospital tem o objetivo de 
devolver essa liberdade, para isso é necessário seguir a ordem e disciplina. 
ALIENAÇÃO MENTAL: 
● Distúrbio no âmbito das paixões, capaz de produzir desarmonia na mente e na 
possibilidade objetiva da pessoa perceber a realidade, 
● Associação com periculosidade, por perder o contato com a realidade 
TRATAMENTO MORAL: 
● Docilização dos corpos, 
● “O tratamento moral consistia na soma de princípios e medidas que impostos aos 
alienados, pretendiam reeducar a mente, afastar os delírios e ilusões e chamar a 
consciência a realidade. O hospital, enquanto instituição disciplinar seria ele próprio 
uma instituição terapêutica.” 
ESTRATÉGIAS E DIMENSÕES DO CAMPO DA SAÚDE MENTAL - 
PAULO AMARANTE 
MODELO PSIQUIÁTRICO: 
● Origina do modelo biomédico, 
● Sistema terapêutico baseado na hospitalização, 
● Segue um modelo em que a vigilância, controle e disciplina se tornam fundamentais 
para manter a manutenção da ordem social, 
● O tratamento visa uma adequação e docilidade para viver em sociedade sem 
causar rupturas no tecido social. 
NECESSIDADE DE SUPERAR O MODELO PSIQUIÁTRICO: 
● Reestruturação de serviços de assistências, 
● Humanização do hospital, criação de serviços externos, grupos de discussão, 
● Busca retirar a estigmatização, 
● As mudanças como uma consequência, e não objetivo, 
● Mudança de mentalidade, 
● Saúde mental passa a ser vista como um processo, 
● As mudanças acontecem na busca pelo equilíbrio, 
● As transformações constantes, novas situações, atores sociais, novos interesses, 
ideologias, visões de mundo, concepções teóricas, visão de sujeito, técnicas de 
intervenções, por vezes geram conflitos e outras se complementam. 
QUADRO: SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
● Teórico conceitual, técnico assistencial, jurídico política, sociocultural são 
“características” que influenciam e atravessam a forma de entender e ver a saúde 
mental, 
● Reforma psiquiátrica, 
● Mudança de visão do entendimento de ciência, 
● Carrega uma defesa de visão de mundo, relativista e progressiva, 
● A realidade existe independente da pessoa, os fatos continuam sendo fatos x A 
realidade existe da construção que a pessoa faz das experiências que vive, um 
relativismo e constantes transformações, 
● Ciência, ideologia, política, ética = Ação de intervenção, 
● “Ao considerar a doença como algo natural, externo ao homem, a psiquiatria passou 
a se ocupar dela e não do sujeito que a vivência.”, 
● (sujeito) doença X (doença) sujeito, 
ANTONIN ARTAUD: 
● ​Duplo da doença mental, 
● ​Conjunto de pré concepções e preconceitos relacionadas a doença mental. 
SUJEITO EM SOFRIMENTO PSÍQUICO OU MENTAL: 
● Discussão sobre o termo utilizado, Transtorno X Desordem, 
● Utilizar sujeito como uma ferramenta para diminuir o estigma, 
● O que é normalidade mental? 
INTEGRALIDADE: 
● “ Se com a doença entre parêntese nos deparamos com o sujeito, com suas 
vicissitudes, seus problemas concretos do cotidiano, seu trabalho, sua família, seus 
parênteses e vizinhos, seus projetos e anseios, isto possibilita uma ampliação da 
noção de integralidade no campo da saúde mental e atenção psicossocial.” 
● Um novo olhar para os serviços, não mais como locais de repressão, exclusão, 
disciplina, controle e vigilância, passar a ser um lugar de acolhimento, curiosidade e 
trocas sociais. 
DIREITOS HUMANOS E A LEI DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA 
● Lei 10.216 promulgada em 6 de abril de 2001, 
● Críticas: não assegurou a extinção progressiva dos manicômios, 
● Revogação a arcaica legislação de 1934 que tinha um viés mais vigilante, 
repressora, doutrinadora, associada com justiça e a versão do doente com 
periculosidade, 
● Incluiu o ministério público estadual, precisando ser informado sobre as internações 
involuntárias para manter a integridade, 
● As mudanças não acontecem apenas por decreto, precisa ter uma mudança de 
mentalidade, atitude, relações sociais, representações coletivas, 
CAMINHOS E TENDÊNCIAS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL 
PSICOSSOCIAL NO BRASIL 
● Atenção a crise e os serviços de atenção psicossocial, 
● Modelo de psiquiatria considera a crise como uma grave disfunção do sujeito, dessa 
forma a possível solução seria a medicalização e contenção, 
● Um modelo mais social busca a construção de uma rede de relação de sujeitos que 
cuidam e escutam, de forma que a hierarquia seja horizontal e descentralizada, 
● Olhar o sujeito em sua complexidade, 
● Desinstitucionalização, por meio de políticas públicas, equipes multidisciplinares, 
ações que promovam independência e autonomia. 
ESTRATÉGIAS DE RESIDENCIALIDADE: 
● Propostopara ser uma “opção” tendo em vista que o modelo asilar era opressor, 
que podem ter pessoas que não queiram sair, que não seriam recebidas por 
familiares, porém dependem de terceiros, 
● Portaria 106 de 11 de fevereiro de 2000, egressos que permaneceram por mais de 
dois anos, o cotidiano da residência seria semelhante ao de uma casam, 
horizontalidade nas relações. 
COOPERATIVAS, CENTROS DE CONVIVÊNCIA E EMPRESAS SOCIAIS: 
● Basaglia - 1973, 
● O trabalho deixa de ser uma atividade terapêutica, uma forma de ocupar o tempo 
ocioso, de submissão e controle institucional, passando a ser uma estratégia de 
cidadania, autonomia e emancipação social, 
● “Construídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagens no mercado 
econômico, por meio do trabalho.” “Se fundamentam no interesse geral da 
comunidade em promover a pessoa humana e integração social dos cidadãos.” - 
oferece uma oportunidade de integração social e convivência por meio de oficinas, 
atividades esportivas, culturais e profissionalizantes, 
● Exemplo: CECCO - centro de convivências cooperativas. 
SAÚDE DA FAMÍLIA E SAÚDE MENTAL : 
ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) - 1994 
● Equipe composta por médico generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, entre 
quatro até seis pessoas residentes na comunidade, com função mediadora, 
● Atenção primária, desmedicalização, não valorizar a carreira do doente, não 
apropriação de todos os problemas da comunidade como sendo médico sanitarista 
(reduzir tudo a doença). 
NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF): 
● Criado pelo ministério da saúde em 2008, 
● Retaguarda e apoio, 
● Pode ter assistente social, farmacêutico, fisio, fono, nutri, psico, professor de 
educação física, terapeuta ocupacional, ginecologista, homeopata, psiquiatra, 
pediatra, 
● Cada núcleo pode dar assistência no mínimo para oito e no máximo 20 ESF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - 23/12/2011 
TEORIAS IMPORTANTES: 
KURT LEWIN 
● É um psicólogo social, 4 conceitos principais da teoria de Kurt que são as minorias 
psicológicas, a pesquisa-ação, dinâmica dos grupos e a teoria de campo. 
● ​Gordon Allport diz que os temas centrais de Kurt Lewin é de que o grupo em que 
nos pertencemos, que constituem as bases de nossas preocupações, existe por 
conta de uma relação de interdependência entre a pessoa e o grupo em que ela 
pertence. Sendo assim o grupo determina o curso da vida do indivíduo. ​GREGORY 
BATESON 
● Duplo vínculo, 
● Problema de comunicação grave, 
● Toward a theory of schizophrenia

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