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FBDG - AULA 13 - IED/ RICARDO MAURÍCIO FREIRE SOARES

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AULA 13 – HISTORICISMO JURÍDICO, SOCIOLOGISMO JURÍDICO E TEORIA PURA DO DIREITO 
 
3. Historicismo Jurídico 
3.1 – Conceito e origem: Trata-se da primeira grande corrente de crítica ao Positivismo Jurídico, 
surgida na Alemanha durante o século XIX. Esse movimento surgiu a partir de uma polêmica 
doutrinária envolvendo dois grandes juristas germânicos da época: Thibaut e Savigny. Dessa forma, 
Frederich Savigny, contrário ao Código Napoleônico, foi o mentor da escola histórica do direito. 
 
3.2 – Teses fundamentais: 
 Afirmação do costume como a principal fonte do direito; 
 Afirmação do direito como uma manifestação cultural de cada sociedade variável no tempo e 
no espaço; 
 Defesa do Pluralismo Jurídico, ou seja, da concepção de que existem outros centros produtores 
e aplicadores de normas jurídicas além do Estado; 
 Afirmação do espírito do povo (Volksgeist) como base do direito costumeiro; 
 Reconhecimento da imperfeição do legislador e da lei – defesa da existência de lacunas e 
antinomias jurídicas; 
 Ênfase à interpretação histórica do direito (leitura retrospectiva do fenômeno jurídico); 
 Resgate do estudo do direito romano como base para a compreensão do direito ocidental; 
 
3.3 – Balanço crítico: 
CRÍTICAS POSITIVAS CRÍTICAS NEGATIVAS 
 O Historicismo Jurídico teve o mérito de 
situar de forma adequada o direito no hall 
dos objetos culturais (superação do 
idealismo); 
 O Historicismo Jurídico demonstrou que o 
sistema legal não é perfeito como 
imaginado pelo Positivismo Legalista; 
 O Historicismo Jurídico demonstra como o 
direito romano é importante para a 
compreensão do fenômeno jurídico; 
 Os costumes, por serem fontes não 
escritas, acabam sendo normas incapazes 
de trazer segurança jurídica; 
 A noção de espírito do povo (Volksgeist) 
traz inúmeras estereotipações, ou seja, 
deformações da própria realidade. Essas 
generalizações são bastante perigosas 
uma vez que nem todos pensam e sentem 
da mesma forma; 
 A noção de espírito do povo foi 
historicamente utilizada para legitimar 
regimes autoritários; 
 O Historicismo Jurídico possui dificuldade 
de se adequar a sistemas jurídicos de civil 
law; 
 
4. Sociologismo Jurídico 
4.1 – Conceito e origem: Trata-se de uma corrente de oposição ao Positivismo Legalista que surgiu na 
França durante o século XX como uma reação à questão social gerada pela Revolução Industrial. Trata-
se da aplicação dos conhecimentos da Sociologia no estudo dos fenômenos jurídico. A partir da França, 
o Sociologismo Jurídico se desviou para diversos países – a exemplo pode-se citar Estados Unidos, 
Rússia, Noruega, Finlândia, México e Brasil. Augusto Comte é considerado o pai da Sociologia e Émile 
Durkheim é considerado o pai do Sociologismo Jurídico, sendo esse movimento considerado o mais 
contundente no que diz respeito à oposição ao Positivismo Legalista. 
 
4.2 – Teses fundamentais: 
 Afirmação do direito como um fato social (expressão do mundo do ser); 
 Valorização da efetividade como principal atributo das normas jurídicas – ou seja, há um ênfase 
na eficácia social; 
 Defesa do Pluralismo Jurídico – a sociedade possui o protagonismo na criação do direito; 
 Reconhecimento da imperfeição do legislador e da lei – prevê a existência de lacunas e 
antinomias no sistema jurídico; 
 Valorização da jurisprudência como fonte do direito; 
 Valorização da opinião pública como referencial da jurisprudência; 
 Valorização da interpretação sociológica do direito (atualização do sistema jurídico às novas 
demandas sociais); 
 
OBS: É importante ressaltar a existência de pontos de interseção entre as teses fundamentais do 
Sociologismo Jurídico e as teses fundamentais do Historicismo Jurídico. 
 
4.3 – Balanço crítico: 
CRÍTICAS POSITIVAS CRÍTICAS NEGATIVAS 
 O Sociologismo Jurídico teve o mérito de 
incluir a jurisprudência no hall das fontes 
do direito; 
 O Sociologismo Jurídico teve o mérito de 
demonstrar a importância da efetividade 
como atributo das normas jurídicas; 
 O Sociologismo Jurídico promoveu a 
desmitificação da existência de um 
legislador perfeito; 
 O Sociologismo Jurídico comprometeu a 
autonomia da ciência do direito; 
 O Sociologismo Jurídico confunde o mundo 
do dever-ser e o mundo do ser, o que pode 
ocasionar um quadro de anomia; 
 Os excessos da jurisprudência podem 
desembocar em um governo dos juízes – 
“juristocracia” (possibilidade de 
jurisprudência contra legem); 
 
 
5. Teoria Pura do Direito 
5.1 – Conceito e origem: Trata-se da maior manifestação do Positivismo Lógico do século XX. O seu 
grande mentor consistiu na figura de Hans Kelsen. A Teoria Pura do Direito foi desenvolvida durante o 
período entreguerras e representou uma reação ao Jusnaturalismo, ao Historicismo e ao Sociologismo 
Jurídico tendo em vista a busca por resgatar a autonomia da ciência do direito. Além disso, é 
importante ressaltar que a Teoria Pura do Direito representou a primeira fase do pensamento 
kelseniano. 
 
5.2 – Teses fundamentais: 
 Afirmação da ciência jurídica como uma ciência de normas, ou seja, seu objeto seriam as 
normas jurídicas; 
 Utilização da lógica do dever-ser como a lógica para o estudo das normas jurídicas; 
 Exclusão dos fatos e valores sociais da experiência normativa; 
 Proposição de uma ciência jurídica baseada na objetividade e na exatidão; 
 Afirmação do direito positivo como única realidade jurídica – isto é, o direito posto através das 
normas jurídicas; 
 Compreensão da ordem jurídica como uma pirâmide normativa; 
 Valorização da validade como único atributo das normas jurídicas – isto é, a sobreposição de 
uma norma jurídica superior em relação a uma norma jurídica inferior; 
 Defesa da separação entre direito e moral (teoria dos círculos éticos separados); 
 Negação da existência dos direitos naturais; 
 Negação da possibilidade de um tratamento racional da ideia de justiça (ceticismo normativo); 
 Defesa do monismo jurídico – isto é, o Estado seria o único centro produtor e aplicador de 
normas jurídicas; 
 Defesa da cientificidade do conhecimento jurídico; 
 Defesa de uma visão monodisciplinar – ou seja, da separação do direito com relação a outros 
saberes e formas de conhecimento; 
5.3 – Balanço crítico: 
CRÍTICAS POSITIVAS CRÍTICAS NEGATIVAS 
 Teve o mérito de resgatar a identidade 
epistemológica da ciência jurídica; 
 Contribuiu para um grande avanço da 
ciência jurídica (conceitos, classificações, 
teorias) indubitavelmente; 
 A valorização da normatividade jurídica 
traz segurança e previsibilidade para as 
relações sociais; 
 A Teoria Pura do Direito pode ser utilizada 
em qualquer regime político-ideológico; 
 Os fatos e os valores sociais não podem 
ser excluídos da experiência jurídica; 
 O esvaziamento do debate sobre a justiça 
desemboca numa aplicação dogmática 
muitas vezes injusta do direito; 
 A ciência jurídica não pode ser 
considerada um conhecimento exato e 
objetivo porque sempre estará submetido 
a multiplicidade de interpretações dos 
juristas; 
 A neutralidade da teoria kelseniana 
oportunizou o seu uso político por regimes 
ditatoriais;

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