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SAÚDE-MENTAL-DO-ADULTO-E-DO-IDOSO-2

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 SAÚDE MENTAL ........................................................................................ 3 
2.1 Determinantes Da Saúde Mental.......................................................... 6 
2.1.1 Determinantes Biológicos ............................................................... 6 
2.1.2 Os Determinantes Psicológicos ...................................................... 7 
2.1.3 Os Determinantes Socioeconômicos.............................................. 8 
2.1.4 Determinantes Comportamentais ................................................... 9 
2.2 A Investigação no Domínio Da Saúde Mental .................................... 11 
3 QUEM É O ADULTO? ............................................................................... 13 
3.1 Saúde do Adulto ................................................................................. 17 
3.2 Saúde Mental do Adulto ..................................................................... 20 
4 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS
 ..................................................................................................................23 
4.1 Implicações do Processo de Envelhecer ............................................ 26 
5 QUEM É A PESSOA IDOSA? ................................................................... 31 
5.1 Saúde da Pessoa Idosa ..................................................................... 34 
5.2 Saúde Mental do Idoso ....................................................................... 36 
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 41 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado Aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
3 
 
2 SAÚDE MENTAL 
 
Fonte: perftracker.com.br 
A OMS define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental 
e social, e não apenas a ausência de doenças". Essa definição tem sofrido várias 
críticas, pois defini-la desta forma faz dela algo ideal, inatingível. Alguns autores 
defendem que essa definição teria viabilizado uma medicalização da existência 
humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde 
(OMS, 2001; Caponi, 2003; Carvalho, 2005). 
Caponi (2003), embasada nas ideias de Canguilhem (1990), afirma que além 
deste caráter utópico e subjetivo, a definição da OMS consente o emprego do conceito 
para legitimar estratégias de controle e exclusão de tudo aquilo que for consideramos 
como fora do normal, indesejado ou perigoso. 
O conceito de saúde tende a se confundir com o conceito de frequência. Há 
uma aproximação entre saúde e normalidade e a construção de instrumentos 
de medição que atribuem parâmetros “científicos” que vão definir este 
intervalo. Estes instrumentos na maioria das vezes são escalas construídas 
a partir de questionários sobre o problema em questão. As respostas que têm 
mais frequência são consideradas o padrão de normalidade e o “anormal” 
situa-se nas bordas da curva de normalidade. Esta lógica de construção faz 
com que qualquer expressão diferente ou discordante das respostas mais 
frequentes, sejam consideradas “patológicas” o que não é necessariamente 
verdade (GAMA, CAMPOS & FERRER, 2014). 
 
4 
 
Canguilhem (1990) mostrou em “O normal e o Patológico” que a medicina 
explica suas enfermidades como desvios em relação a uma média estatística que 
indica a frequência deste fenômeno na população em geral, sendo o tratamento um 
processo de normalização. Caponi (2003) afirma que o conceito de normal é duplo, 
isto é, de um lado se refere à média estatística e de outro transforma-se num conceito 
valorativo ligado ao que é considerado desejável em um determinado momento 
histórico numa determinada sociedade. 
A existência de uma pessoa inclui os erros, os fracassos, as privações, as 
opções de vida, os desejos, as angústias existenciais, os desafios e as 
contradições. Quando criamos um conceito de saúde que impede uma 
conexão com a vida cotidiana, que exclui as oscilações, as possíveis 
aventuras e as escolhas singulares, relacionando qualquer afastamento da 
regra a uma espécie de crime e merecedor de um determinado castigo, 
estamos, ao contrário de produzir saúde, normatizando o comportamento. 
Assim, o conceito de saúde necessitaria ser reformulado englobando as 
oscilações da vida, inclusive a própria possibilidade de adoecimento. A 
análise poderia ficar mais centrada na capacidade de enfrentamento dos 
problemas (GAMA, CAMPOS & FERRER, 2014). 
A definição de saúde mental ou saúde psíquica é ainda mais complicada pois 
além de estar diretamente vinculada à questão do normal e do patológico envolve a 
complexa discussão a respeito da loucura e todos os estigmas ligados a ela. A 
atribuição de um diagnóstico psiquiátrico a uma pessoa significa, na maioria das 
vezes, colocá-la num espaço que pode ser iatrogênico. 
Decorrentes das críticas ao conceito da OMS e somadas aos vários eventos 
políticos e econômicos, surgiram as discussões sobre um novo paradigma, a saúde 
como produção social. Essa nova visão constitui-se da combinação das abordagens 
da medicina preventiva e da saúde integrativa, da expansão do conceito de educação 
em saúde e da rejeição da abordagem higienista. 
Seguindo propostas de reforma do sistema de saúde brasileiro, o conceito de 
saúde foi formalmente revisitado e influenciado por experiências internacionais 
envolvendo políticas de saúde, como discutido principalmente na 8° Conferência 
Nacional de Saúde, em 1986. Naquela ocasião foi sugerido que a saúde incluísse 
fatores como dieta, educação, trabalho, situação de moradia, renda e acesso a 
serviços de saúde. 
Como resultado, o conceito brasileiro de saúde começou a ser entendido de 
forma mais complexa, considerando os princípios de universalidade, integralidade e 
equidade no cuidado à saúde. Esses princípios, contudo, coexistem com abordagens 
 
5 
 
claramente ligadas à antiga visão. O termo ‘bem-estar’, presente na definição da OMS, 
é um componente tanto do conceito de saúde, quanto de saúde mental, é entendido 
como um constructo de natureza subjetiva, fortemente influenciado pela cultura. 
A OMS define saúde mental como um estado de bem-estar no qual um 
indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses 
cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua 
comunidade. (OMS, 1946, apud GAINO, 2018). 
Definições de saúde mental são objeto de diversos saberes, porém, prevalece 
um discurso psiquiátrico que a entende como oposta à loucura, denotando que 
pessoas com diagnósticos de transtornos mentais não podem ter nenhum grau de 
saúde mental, bem-estar ou qualidade de vida, como se suas crises ou sintomas 
fossem contínuos. 
Nos anos 1960, o psiquiatra italiano Franco Basaglia propôs uma reformulação 
no conceitode loucura, mudando o foco da doença e expandindo-o com questões de 
cidadania e inclusão social. Tal ideia ganhou adeptos e acendeu um movimento que 
influenciou o conceito de saúde mental no Brasil e resultou na Reforma Psiquiátrica 
Brasileira. 
Frente ao exposto, entende-se que há dois paradigmas principais para 
discussão dos conceitos de saúde e saúde mental, ou seja, o paradigma biomédico e 
o da produção social de saúde. No primeiro, o foco é exclusivamente na doença e em 
suas manifestações, a loucura como sendo essencialmente o objeto de estudo da 
psiquiatria. 
No segundo, a saúde é mais complexa que as manifestações das doenças e 
inclui aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais. Neste paradigma, loucura 
é muito mais que um diagnóstico psiquiátrico, pois os pacientes com um transtorno 
psiquiátrico podem ter qualidade de vida, participar da comunidade, trabalhar e 
desenvolver seus potenciais. 
O Sistema Único de Saúde brasileiro adota um conceito ampliado de saúde e 
inclui em suas prioridades o cuidado à saúde mental. Entretanto, este estudo 
pressupõe que que tal perspectiva não foi naturalizada pelos profissionais de saúde 
que integram esse sistema, ainda prevalecendo o paradigma biomédico. 
 
6 
 
2.1 Determinantes Da Saúde Mental 
 
Fonte: Ims.Uerj.Br 
A literatura identifica múltiplos determinantes da saúde mental cuja gênese está 
associada às várias dimensões da pessoa: biológicas, psicológicas, socioeconômicas, 
ambientais e culturais. Alguns determinantes destacam-se pelos efeitos negativos 
marcantes ou perduráveis que possuem. 
 
2.1.1 Determinantes Biológicos 
 
Os determinantes biológicos da saúde mental destacam-se pela relevante 
influência nos padrões de regulação hormonal e nos comportamentos de saúde 
individual, especialmente associada ao género e idade. 
Gênero: as mulheres têm risco de sofrer depressão ou perturbações de 
ansiedade, superior ao dos homens. A prevalência aumentada de perturbações de 
ansiedade e depressão nas mulheres atribui-se aos fatores hormonais e aos papéis 
multifacetados que desempenha (responsabilidades acumuladas: domésticas, 
familiares e laborais), e ao contexto cultural em que vivem (frequentemente vítimas de 
violência) incluindo no campus universitário. O sofrimento no feminino está 
estreitamente enraizado na cultura e nas relações sociais de dominação e exploração 
 
7 
 
da mulher. A discriminação sexual e/ou a violência de gênero são preditores negativos 
de saúde mental e física e estão correlacionados positivamente com a somatização 
do mal-estar psíquico e sofrimento psicológico. 
Idade: a idade tem grande preponderância nos padrões de regulação hormonal 
e nos comportamentos de saúde e de risco. As faixas etárias dos adultos emergentes 
estão associadas taxas altas de consumos substâncias psicoativas, comportamentos 
de risco, acidentes de viação e primeiros surtos psicóticos. Além disso, é na 
adolescência e adultícia emergente que várias perturbações mentais se declaram. 
Sabe-se também que em termos mundiais os problemas de saúde mental em jovens 
dos 18 aos 24 anos têm uma prevalência de 10 a 20% (APA, 2013). 
 
2.1.2 Os Determinantes Psicológicos 
 
Os determinantes psicológicos condicionam o processo de desenvolvimento de 
competências psicossociais. As experiências negativas precoces - privação de 
vinculação positiva, as adversidades, a negligência e os abusos provocam défices que 
comprometem o desenvolvimento emocional normal, com reflexos negativos na 
adolescência e na idade adulta. 
Experiências negativas precoces: a privação de um processo de vinculação 
positiva e de atitudes empáticas por parte dos adultos dificulta a expressão das 
experiências emocionais da criança, limitando posteriormente a capacidade de gestão 
e controle emocional de forma ajustada. A adversidade reiterada na infância associa-
se a processos intrapsíquicos negativos, como sentimento de impotência, baixa 
autoestima e dependência interpessoal. 
As privações graves na infância tendem a comprometer ou condicionar a 
capacidade de o indivíduo perceber o seu contexto de forma adequada. 
Nestas circunstâncias, regra geral, os indivíduos avaliam-no quase sempre 
como hostil, por isso, adotam condutas defensivas, ansiosas e inapropriadas 
(shapero et al., 2014; albornoz & bandeira, 20102003, apud nogueira, 2017, 
p. 79). 
Embora não se conheçam os mecanismos específicos do impacto das 
adversidades no desenvolvimento de sintomas e problemas psíquicos existe 
evidência da relação positiva entre experiências precoces negativas e problemas 
subsequentes de saúde mental particularmente associadas à depressão. 
 
8 
 
As experiências traumáticas durante a infância predizem ansiedade social e 
depressão; na adolescência foram associadas ao risco de suicídio e a baixa 
autoestima. O sofrimento que emerge das relações de violência afeta a capacidade 
de resolver problemas e a sensibilidade da vítima para sentir interesse e empatia 
consigo e com os outros. Por oposição, as circunstâncias familiares favoráveis 
(vinculação, relações estáveis e afetivas com as figuras parentais, funcionamento 
harmonioso do ambiente familiar) são promotores do potencial saudável de todos os 
membros. 
Estes atributos são determinantes para o desenvolvimento psicológico e 
intelectual normal da criança, bem como para uma adequada regulação 
emocional na idade adulta. (souza et al., 2010, apud nogueira, 2017, p. 80). 
A evidência tem demostrado consistentemente que as experiências precoces 
gratificantes influenciam marcada e positivamente a saúde mental da criança, com 
benefícios que se estendem até à adultícia. 
 
2.1.3 Os Determinantes Socioeconômicos 
 
Os determinantes socioeconómicos mais preponderantes da saúde e da saúde 
mental, estão os associados ao ciclo de pobreza (educação, desemprego, habitação, 
exclusão social e estigma). Parece haver uma associação entre baixo nível 
educacional, desemprego, pobreza e exclusão social, que alimenta o ciclo de pobreza 
O nível socioeconómico (nse) é um dos preditores mais relevantes de bem-
estar e saúde mental, à medida que o nse aumenta os níveis de sm 
melhoram. O nse baixo associa-se a maior adversidade ambiental, e é um 
preditor de doença mental (alves & rodrigues, 2010, apud nogueira, 2017, p. 
81). 
Por outro lado, a doença mental contribui para perpetuar os ciclos da pobreza, 
provocando a degradação do ambiente familiar, que por sua vez alimenta as 
experiências negativas precoces, a discriminação sexual e a violência de gênero. Os 
estudos têm demostrado que o desemprego, a precariedade e a insatisfação ou stress 
laboral têm igualmente uma importante influência sobre doença, a vulnerabilidade e a 
mortalidade precoce, podendo mesmo conduzir ao suicídio. Por oposição, a 
estabilidade e satisfação laboral associa-se ao bem-estar e a melhores níveis de 
saúde mental. 
 
9 
 
 
2.1.4 Determinantes Comportamentais 
 
Os determinantes comportamentais da saúde mental destacam-se pelas 
propriedades de plasticidade que possuem, mas também pelo carácter consciente e 
voluntário que possuem, por isso facilmente modificáveis. Razão pela qual são alvo 
de relevante investimento face ao potencial e oportunidades de saúde que detêm. 
Contudo, salienta-se que os comportamentos associados à saúde são fortemente 
condicionados pelos estados psíquicos e pela perturbação mental. A saúde mental 
está intimamente conectada com a saúde física e ao comportamento de saúde, que 
representa um dos moduladores mais relevantes da qualidade de vida dos indivíduos. 
Define-se comportamento de saúde como sendo o padrão de conduta adotado 
individualmente com influência marcante direta ou potencial, favoráveis versos 
prejudiciais na sua saúde. As condutas de saúde ou de risco dependem das relações 
de influência de uma multiplicidade de fatores - biológicos, psicológicos, e sócio- 
ambientais,tal como é característico dos comportamentos humanos. 
Os comportamentos de saúde, são indicadores de saúde comportamental 
positiva, isto é, traduzem atitudes promotoras do potencial saudável global, 
ou que minimizam e previnem o risco. Como exemplos de comportamentos 
de saúde mais relevantes, associados ao potencial de saúde mental, incluem-
se a atividade física regular, a boa higiene do sono, abster-se de consumir 
sustâncias psicoativas e a vigilância de saúde (ferrara, 2009, apud nogueira, 
2017, p. 82). 
Os comportamentos de risco, referem-se a toda e qualquer conduta que 
dependendo da sua frequência ou intensidade, compromete ou é nefasto para a saúde 
mental, aumentando o risco de despoletar perturbações ou mesmo doença mental 
(consumo de substâncias psicoativas, privação de sono). Todavia, os 
comportamentos de risco (consciente ou não) envolvem sempre um carácter 
voluntário e uma incerteza (mais ou menos percebida) das suas consequências para 
a saúde o bem-estar. 
Nos jovens, algumas condutas de risco visam satisfazer necessidades 
desenvolvimentais importantes (e.g., novas experiências, aceitação pelos 
seus pares, rituais de iniciação, reivindicar a independência, manifestar 
oposição às normas e valores convencionais) ou são usados como 
estratégias de gestão da ansiedade, frustração ou sofrimento psicológico em 
geral (câmara, 2005, apud nogueira, 2017, p. 82). 
 
10 
 
Nesta perspectiva, certos comportamentos durante esta etapa não serão 
necessariamente problemas de saúde mental, correspondem pelo contrário a um 
comportamento usual para esta etapa. No entanto, comportamentos de risco 
reiterados podem causar danos consideráveis na saúde, prejudicando seriamente o 
seu desenvolvimento saudável. A evidencia mostra que o consumo de substâncias 
psicoativas são os determinantes comportamentais de risco mais comuns. 
Consumo de substâncias psicoativas: as substâncias psicoativas ou 
psicotrópicas (tabaco, álcool fármacos e outras drogas) modificam as funções 
sensoriais, o humor e o comportamento do indivíduo. Designadas de lícitas/legais ou 
ilícitas/ilegais, do ponto de vista legal, é fisiologicamente que estas substâncias mais 
se diferenciam, dado que atuam a nível do sistema nervoso central como depressores, 
estimulantes ou perturbadora. Razão pela qual se compreende que o seu efeito, mais 
ou menos nocivo, dependa do tipo de consumo: experimental (período curto- baseado 
na curiosidade); situacional (usado para gerir um problema pontual); intensivo 
(consumo é diário) e compulsivo (consumo intensivo e dependência extrema). Não 
obstante, independentemente das razões ou do tipo, todos os consumos têm efeitos 
nefastos na saúde. 
Os estudos têm demostrado que as intervenções de promoção da saúde 
mental centradas no reforço dos recursos positivos e dos contextos têm um 
impacto positivo e global no funcionamento da pessoa, traduzindo-se em 
ganhos efetivos na saúde (who 2013, apud nogueira, 2017, p. 83). 
 
O conhecimento sobre os determinantes da sm é extremamente importante, na 
medida em que pode e deve ser transferido e integrado nas políticas de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2.2 A Investigação no Domínio Da Saúde Mental 
 
Fonte: saudemais.tv 
A investigação no domínio da saúde mental é vasta, todavia medi-la continua a 
ser uma tarefa complexa que não tem reunido consensos. Apesar do conceito de SM 
da OMS possuir uma vertente marcadamente positiva, a ciência tem concedido maior 
protagonismo à doença em detrimento da saúde mental. Esta tendência traduz-se 
pela escassez de instrumentos para a avaliar a partir de uma perspectiva positiva. 
Ainda assim, esta tendência tem vindo a inverter-se progressivamente, fruto da 
centralidade que o bem-estar tem vindo a ocupar na saúde mental. 
O conceito de saúde mental envolve dimensões subjetivas e objetivas, e para 
o operacionalizar é necessário ter presente vários aspetos: o conceito de normalidade, 
que varia segundo o momento histórico e de acordo com a geografia ou cultura, qual 
o tipo de saúde que se procura mensurar- perspectivada como um estado ou como 
um atributo, e estar consciente do risco de cair em leituras etnocêntricas face à 
diversidade de valores e de comportamentos. 
A principal dificuldade em medir a saúde mental reside na 
multidimensionalidade do conceito, e na natureza distinta das suas várias dimensões: 
objetivas, subjetivas, comportamentais, internas (processos cognitivos, emocionais ou 
motivacionais) e externas. Mesmo quando estudada segundo uma perspectiva 
 
12 
 
positiva, avaliar saúde mental pode revelar-se reducionista, afastando-se da visão 
holística subjacente, no entanto é importante diferenciar a saúde mental entre 
indivíduos. Esta distinção é indispensável quanto se trata de identificar pessoas 
deficitárias em termos de funcionamento e bem-estar. 
Embora a maioria da população não sofra de qualquer doença mental, muitos 
indivíduos, mesmo sem doença não funcionam bem, nem se sentem 
saudáveis mentalmente (WESTERHOF & KEYES, 2010, apud NOGUEIRA, 
2017). 
Nas últimas décadas, tem sido produzida muita investigação baseada num 
modelo de saúde mental assente num constructo de estrutura bidimensional, 
combinada numa lógica de continuum. A utilidade desta estrutura tem sido 
amplamente explorada, com base em duas dimensões: 
Dimensão negativa ou distresse psicológico - afeto negativo, é um estado geral 
pouco específico, que num contínuo não é suficientemente intenso para ser designado 
de perturbação, isto é, é uma resposta não específica do organismo para gerir 
qualquer tensão ou exigência sobre ele. Quando essa tensão ou estresse é 
cognitivamente reconhecido como uma condição adversa, desagradável ou perigosa 
é ativada uma tentativa de evitamento ou fuga dessa mesma situação, surgindo o 
distresse psicológico. 
A evidência de distresse psicológico inclui emoções negativas associadas a 
uma reação fisiológica subjetiva e comportamental, vivenciadas por cada um 
de forma distinta (APA, 2013, apud NOGUEIRA, 2017). 
As manifestações de distresse englobam desconforto, sofrimento ou dor 
emocional, pessimismo e crenças negativas acerca de si, perturbações do humor 
(ansioso, agressivo, depressivo ou lábil), tensão psíquica, reatividade, medo e perda 
de controlo emocional e comportamental. 
Dimensão Positiva - Bem-Estar Psicológico - afeto positivo e os laços 
emocionais, é o nível de funcionamento, sentir-se animado e apreciar a vida e as 
vivências subjetivas que traduzem estados internos e experiências positivas 
acumuladas. Existe evidência da relação positiva entre afeto positivo (felicidade, 
alegria e entusiasmo), e menor morbilidade, longevidade e redução de sintomas 
físicos. Um dos instrumentos mais referidos na literatura para avaliar a saúde mental 
é o Mental Health Inventory (MHI) (inventario de saúde). Desenvolvido para a 
investigação epidemiológica por vários investigadores no âmbito do Health Insurance 
 
13 
 
Study da Rand Corporation (Estudo de Seguro de Saúde Rand Corporation), tem 
como escopo avaliar a saúde mental na população em geral numa perspectiva 
bidimensional (positiva e negativa). 
O MHI é usado tanto na população geral como em populações específicas, 
podendo funcionar como um teste útil de rastreio de saúde mental, pois tem 
grande capacidade discriminativa (VEIT & WARE, 1983, apud NOGUEIRA, 
2017). 
Pode ser usado em jovens para estudar o desenvolvimento positivo e 
dificuldades em processos de ajustamento, numa lógica de compreensão global. Além 
disso, é um instrumento adequado para diferenciar níveis de SM em pessoas sem 
quadros psicopatológicos ou disfuncionais, assinalando défices que de outra forma 
não seria possível reconhecer. 
3 QUEM É O ADULTO? 
 
Fonte: dicio.com.br 
É possível encontrar vários termos que são utilizados como sinônimos e 
auxiliam na definição dessa determinada fase da vida do ser humano: adultez, 
adultado,adultilidade, adultescência, andragogia, maturescência, antropolescência 
(BOUTINET, 2004 apud SOUZA, COSTA; SILVA, 2003 apud SOUZA, 2007). 
 
14 
 
Normalmente, quando jovem, há aquela idealização de que nessa etapa do 
ciclo seja o momento pleno para a realização de fantasias e sonhos do indivíduo. 
Ainda há aquela ideia de ser um período onde estabelece a responsabilidade e 
autonomia plena de seus atos, emprego, independência financeira, entre outras 
possibilidades agradáveis. De fato, o adulto vivencia, no seu dia-a-dia, além disso 
muitas outras situações, pois assim como tem as gratificações, o reconhecimento, o 
sucesso e as alegrias, o adulto também se depara com dificuldades em sua jornada 
existencial e apresenta momentos de instabilidades no seu modo de ser e de viver. 
A idade adulta, longe de ser um período de gozo da aprendizagem, de 
equilíbrio e de estabilidade emocional, é composta de inúmeras situações que 
levam uma pessoa a agir, a pensar e a decidir de diferentes modos [...] 
(SILVA, 2004). 
De acordo com Piancastelli, Di Spirito & Flisch, 
o adulto é capaz de experimentar em sociedade “momentos de escolhas, 
decisões, de construir e desfazer laços afetivos, de estabilidade e 
instabilidade na vida profissional, financeira e familiar, profissionalizar-se, 
tornar-se um ser estruturado, agir por si só, sofrer várias pressões sociais e 
viver de acordo com as normas sociais que ora o oprime e ora o liberta 
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
 Para Souza (2007), existe mais de uma categoria de adulto e ele cita três: 
1ª – aqueles que se comportam como pessoa equilibrada e estável; 
2ª – sujeitos em desenvolvimento, em atitude de experimentação, de 
progressão, de formulação de desejos e concretização de projetos, com etapas a 
percorrer e objetivos a cumprir; 
3ª – adultos que têm de lidar com o imprevisto, o risco, a exclusão, a 
desestabilização e a inexistência de quadros de referência. 
A faixa etária que vai determinar se aquele indivíduo já é considerado adulto 
depende da cultura. É possível verificar que em algumas culturas africanas, por 
exemplo, todo aquele acima de 13 anos é identificado como adulto, entretanto na 
maioria das demais civilizações essa idade ainda é caracterizada como adolescência. 
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) o fim da adolescência 
ocorre aos 18 anos, e como no Estatuto do Idoso (2003) a pessoa idosa é definida 
como aquela que tem 60 anos acima, fica subentendido a idade adulta de 19 aos 60 
anos. 
Para Silva (2004), a vida adulta compreende três períodos: 
 
15 
 
I- Adulto jovem, para a faixa etária entre 19 e 21 anos; 
II- Adulto, para a faixa etária de 22 aos 44 anos; 
III- Meia-Idade, para as pessoas que possuem idade entre 45 e 60 anos. 
 
Fonte: NESCON - UFMG 
Os autores Piancastelli, Di Spirito & Flisch, descreveu sobre esse primeiro 
período: 
O jovem adulto, de 19 a 21 anos, está numa fase intermediária entre a 
adolescência e a vida adulta e não apresenta ainda definidores da maturidade 
plena: uma carreira e uma vida afetiva construída, bem como condição de se 
sustentar financeiramente (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
Nos dias atuais, embora o jovem adulto seja independente, tanto financeira 
como emocionalmente, muitos ainda preferem morar com os pais e ainda prolongam 
seu período de estudos. 
Os adultos de 22 a 44 anos, em contrapartida aos jovens adultos, 
provavelmente já terão abraçado uma carreira profissional e assumido um 
relacionamento afetivo ou se definido por permanecerem solteiros. Contudo, 
é importante evidenciar que, a partir dessa fase, muitas diferenças no estilo 
de vida entre os homens e as mulheres tomam contornos mais definidos, por 
exemplo, a consolidação profissional no mercado formal de trabalho pelos 
homens e a definição pela maternidade por parte das mulheres 
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
Como citado por Piancastelli, Di Spirito & Flisch, essa fase adulta traz ciclos 
importantes onde há consolidações daqueles objetivos e inspirações de vida, mas traz 
ainda uma fase de transições subjetivas e sociais importantes como, exemplos: 
– Não ser filho 
 
16 
 
– Ser pai 
Não ser funcionário 
– Ser chefe. 
Piancastelli, Di Spirito & Flisch, também falou sobre a última fase adulta: 
O adulto de meia-idade, de 45 a 60 anos, encontra-se num período de 
prolongamento das experiências iniciadas nas fases anteriores, no que se 
refere aos cuidados com a família, com a carreira e com a vida afetiva. Para 
alguns adultos de meia-idade, essa fase pode significar um período de certa 
estabilidade na vida, condição que propicia a adoção de cuidados consigo 
próprio e para uma futura aposentadoria (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & 
FLISCH, 2013). 
Existem aqueles que assimilam essa fase com certo desconforto, pois o 
processo de envelhecimento torna-se mais difícil, uma vez que se processam 
importantes transformações na imagem corporal, familiar e social, por exemplo: a 
autoestima corporal passa por adaptação devido à alteração da força física; há 
também o confronto entre a figura de avô e as aspirações profissionais, bem como a 
realidade do mercado de trabalho (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
Assim como nas demais fases anteriores, homens e mulheres se adaptam de 
maneira diferente a cada etapa da vida adulta e nesse caminhar, vive o constante 
equilíbrio-desequilíbrio do processo saúde-doença, companhia constante de todo os 
indivíduos. 
 
17 
 
3.1 Saúde do Adulto 
Fonte: unimedpoa.com.br 
 
Ao refletir sobre as práticas relacionadas à saúde do adulto, é necessário 
considerar os aspectos culturais, sociais e históricos do imaginário coletivo, aspectos 
que ajudam a construir uma mentalidade de que os adultos procuram ajuda apenas 
quando sentem dores físicas. Afinal, a saúde é silenciosa – preservá-la implica 
aprendizagem contínua do autocuidado (BRÊTAS; GAMBA, 2006). 
Piancastelli, Di Spirito & Flisch ao analisarem os aspectos de saúde dos adultos 
afirmaram que: 
 
Se, por um lado, os jovens adultos não apresentam sérios problemas de 
saúde, uma vez que nessa fase há menos ocorrência de doenças crônicas, 
por outro lado, eles estão mais expostos aos acidentes de trânsito, à violência 
urbana, aos conflitos com outros jovens, ao aumento do peso, aos traumas 
esportivos, às doenças sexualmente transmissíveis e ao consumo de álcool, 
drogas e tabaco (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
Esses autores também falaram a respeito daqueles adultos na faixa etária de 
22 a 44 anos: 
Problemas relacionados a algumas doenças crônicas, como a hipertensão, o 
sobrepeso e a obesidade, podem emergir, bem como a vulnerabilidade 
 
18 
 
psíquica pode tomar contorno de transtornos mentais. Para muitos adultos, 
essas condições são oportunidade para rever o modo de vida adotado 
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
E sobre a idade média, relataram que, 
O diagnóstico de doenças, como as crônicas não transmissíveis, pode 
significar para o adulto de meia-idade assumir posição de vítima ante os 
familiares e amigos, de afastamento social e de desmotivação da vida 
produtiva. Porém, esse diagnóstico pode ser a mola propulsora para a adoção 
de um estilo de vida saudável, no qual os contatos sociais se manifestam no 
trabalho e nas práticas de atividades físicas, e o bem-estar subjetivo se revela 
nos sorrisos e nas interações com as pessoas de diferentes faixas etárias 
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
O Brasil, em decorrência do envelhecimento populacional, está enfrentando 
progressivamente a substituição das doenças infecciosas e transmissíveis por 
doenças crônicas e degenerativas (IBGE, 2010). 
A Organização Mundial da Saúde – OMS, (2003) classifica como doenças 
crônicas não transmissíveis (DCNT) as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, 
as doenças cerebrovasculares, as doenças respiratórias obstrutivas, aasma e as 
neoplasias. Participam ainda dessas doenças: o alcoolismo, a dependência química, 
a tuberculose e a hanseníase. Bem como um grave problema que ocorre, que é a 
violência de modo geral. 
As DCNT correspondem a 72% das mortes no Brasil, atingindo principalmente 
as camadas mais pobres da população. No entanto, na última década, observou-se 
uma redução de 20% na taxa de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis 
(BRASIL, 2011). 
As doenças crônico-degenerativas destacam por ser as principais causas de 
morbidade e mortalidade. E, a população adulta, no Brasil, está exposta a fatores de 
risco, como baixos níveis de atividade física (15%), consumo de alimentos com alto 
teor de gordura (34%), consumo de refrigerantes cinco ou mais dias na semana (28%), 
e baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 18,2% da população adulta 
consomem frutas e hortaliças cinco ou mais dias por semana. A prevalência de 
excesso de peso e a obesidade atingem 48% a 14% dos adultos respectivamente 
(BRASIL, 2011). 
Em estudos realizados através da Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde do Homem (Brasil, 2008), mesmo os homens sendo mais vulneráveis que as 
 
19 
 
mulheres, não buscam por adesão a tratamentos, conforme escreveu Piancastelli, Di 
Spirito & Flisch: 
De acordo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Brasil, 
2008), estudos comparativos entre homens e mulheres têm comprovado o 
fato de que os homens são mais vulneráveis às enfermidades graves e 
crônicas e que morrem mais precocemente do que as mulheres. Quanto à 
maior vulnerabilidade e às altas taxas de morbimortalidade, os homens não 
buscam, como o fazem as mulheres, os serviços de atenção primária. 
Quando precisam, procuram a assistência ambulatorial e hospitalar de média 
e alta complexidade, o que tem como consequência o agravo da morbidade 
pelo retardamento na atenção, e o alto custo para o sistema de saúde. Muitos 
agravos poderiam ser evitados se os homens procurassem com regularidade 
a Unidade Básica de Saúde (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH,2013). 
Essa adesão menor ao tratamento quando há uma doença crônica, ocorre 
muitas vezes por causa dos esquemas terapêuticos que exigem um grande empenho 
do paciente em mudanças de hábitos de vida. 
De modo geral, as causas da baixa adesão são as barreiras socioculturais e 
as institucionais. Nas variáveis culturais estão os estereótipos de gênero, em 
que a doença é considerada um sinal de fragilidade que os homens não 
reconhecem como inerentes à condição biológica. O homem cuida menos de 
si e se expõe mais às situações de risco. Ainda que isso possa se constituir 
como uma barreira importante, atualmente existem mulheres, de todas as 
categorias socioeconômicas, que fazem parte da força produtiva, inseridas 
no mercado de trabalho formal, que nem por isso deixam de procurar os 
serviços de saúde (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH,2013). 
Em relação às barreiras institucionais, são mencionadas as dificuldades em 
acessar os serviços assistenciais, das barreiras encontradas para marcação de 
consultas, como “enfrentar filas intermináveis, o que, muitas vezes, causa a “perda” 
de um dia inteiro de trabalho, sem que necessariamente tenham suas demandas 
resolvidas em uma única consulta” (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013). 
Portanto a saúde do adulto, necessita ser entendida como efetiva prevenção 
de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, manutenção, promoção e proteção 
da saúde. 
 
20 
 
3.2 Saúde Mental do Adulto 
 
Fonte: google.com.br 
Villar (2015) informou que 14% da carga mundial de doenças foram atribuídas 
às doenças neuropsiquiátricas, onde a maioria de natureza cronicamente 
incapacitante como a depressão e outros transtornos mentais comuns (transtornos 
neuróticos, somatoformes e os relacionados ao estresse), as doenças por uso de 
álcool e outras substâncias psicoativas e as psicoses. 
A importância dos transtornos mentais tem sido subestimada devido à 
inadequada apreciação da conexão entre doença mental e outras condições 
de saúde. As doenças mentais aumentam o risco de haver doenças 
comunicáveis e não comunicáveis, e contribui para as lesões intencionais e 
não intencionais (VILLAR, 2015). 
Os transtornos do humor, os transtornos por uso de álcool e outras substâncias 
psicoativas a esquizofrenia e a demência, são os transtornos que mais contribuem 
para os anos de vida perdidos por incapacidade, entre 31,7% de todos os anos 
perdidos por incapacidade (WHO, 2014). 
A interação entre doenças mentais e incapacidade é mais complexa e extensiva 
do que se supõe, por exemplo, a depressão prediz o começo e progressão das 
incapacidades física e social, inversamente, a incapacidade é um importante fator de 
risco prospectivo para a depressão em jovens adultos. 
 
21 
 
Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool 
e outras substâncias psicoativas podem ter um risco aumentado de contrair 
tuberculose (TB). Inclusive a presença desses problemas pode estar associado à não 
adesão ao tratamento da TB. 
Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool 
e outras substâncias psicoativas têm alto risco de contrair HIV/AIDS. 
Comportamentos de risco são o fator mais frequente (altas taxas de contatos 
sexuais com múltiplos parceiros, sexo sem proteção - condom, uso de drogas 
injetáveis compartilhadas ou com material não estéril), uso de álcool ou outras 
substâncias antes do sexo, e sintomas depressivos (VILLAR, 2015). 
Há uma associação entre a infecção com HIV e saúde mental precária, vários 
mecanismos podem estar implicados; além do trauma psicológico da tomada de 
consciência do diagnóstico, a infecção por si só afeta o SNC, isso porque o vírus é 
neurotrópico e o SNC é um local propício para se instalar e há pouca penetração das 
drogas antirretrovirais. Manifestações neurológicas acometem de 40% a 70% ou mais 
dos pacientes portadores. A natureza das alterações é muito variada o determinante 
mais relevante da susceptibilidade é o grau de imunossupressão. 
Chisto esclareceu sobre essa associação entre a infecção com HIV e saúde 
mental precária: 
No curso da infecção pelo HIV o vírus entra no SNC podendo resultar em 
transtornos da função cognitiva causando déficits dos processos mentais, tais 
como atenção, aprendizado, memória, rapidez do processamento de 
informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e 
motores. [...] Como a sobrevida dos portadores de HIV aumentou, é mais 
provável que na prática, os profissionais encontrem com mais frequência as 
manifestações neuropsiquiátricas da doença [...] As manifestações 
neurológicas mais comuns, ligadas diretamente ao HIV, são o transtorno 
cognitivo e motor menor e a demência associada ao HIV (CHISTO, 2010). 
O autor ainda falou sobre as sequelas relacionadas às doenças oportunistas 
do SNC: 
 No Brasil, as sequelas relacionadas às doenças oportunisticas do SNC, 
como neurotoxoplasmose, meningite tuberculosa e neurocriptococose, 
também são importantes causas de danos cognitivos e psiquiátricos. 
Portanto, o correto e precoce diagnóstico destas condições e a pronta 
intervenção terapêutica podem minimizar as complicações neuropsiquiátricas 
(CHISTO, 2010). 
Ainda de acordo com Chisto, “os mecanismos que levam ao dano cognitivo, 
ainda não são totalmente conhecidos. O HIV pode permanecer latente no SNC por 
 
22 
 
muitos anos e sua mera presença pode levar a déficits sutis no funcionamento” 
(CHISTO, 2010). 
Sobre os efeitos do álcool, Villar, declarou que “o beber de risco é um padrão 
de consumo de álcool que aumenta o risco de problemas físicos e psicológicos, 
enquanto que no padrão de consumo nocivo esses riscos já estão presentes” 
(VILLAR, 2015). A autora citou, ainda, sobre as recomendações da OMS sobre o 
consumo de álcool considerado considerável ao ser humano: cabe ressaltar que 
segundorecomendação de consumo semanal pela OMS para homens não se indica 
mais que 14 doses, ou seja, 140 gramas de álcool por semana e para as mulheres a 
dose recomendada são de 7, que alcança a marca de 70 gramas de álcool. 
O álcool afeta uma série de neurotransmissores cerebrais, tais como o sistema 
glutamatérgicos, opiáceis, gabaminérgicos, dopaminérgicos e serotaninérgicos 
(CHASTAIN, 2006). A ativação desses sistemas provoca a tolerância e, quando em 
ingestão contínua, a dependência. 
Em última análise, esses diversos efeitos no cérebro levam à dependência das 
drogas psicotrópicas mais difíceis de tratar e desafiam os profissionais a escolher 
intervenções que se comprovam cada vez mais eficazes na redução ou interrupção 
do uso álcool. 
Villar (2015) também mencionou a respeito dos Transtornos de Humor que 
atingem o indivíduo em sua vida adulta. A autora destacou o Transtorno Bipolar, a 
Distimia, o Transtorno do Humor no ciclo Gravídico Puerperal e p Transtorno Afetivo 
Sazonal. 
 
 
 
 
 
23 
 
4 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS 
Fonte: diariodamanha.com 
 
O problema do envelhecimento humano tornou-se particularmente proeminente 
na pesquisa científica no início da década de 1920. A pesquisa considerou 
basicamente as mudanças fisiológicas nesta fase do desenvolvimento e a perda para 
os organismos. Pesquisas pioneiras, como a conduzida por Stanley Hall, marcaram 
essa fase embrionária centrada na velhice. A pesquisa publicou "Envelhecimento: O 
Palácio da Vida" em 1922 (ARAÚJO & CARVALHO, 2005). 
Portanto, o envelhecimento é um processo multifatorial muito complexo e 
irreversível (SCHNEIDER & IRIGARAY, 2008) e inevitável, que se caracteriza por uma 
série de mudanças físicas, psicológicas e sociais para cada pessoa. Em suma, é uma 
espécie de Processo de traço. Isso também é descrito na reflexão: os idosos 
percebem que alcançaram muitos objetivos ideais, mas também sofreram prejuízos, 
entre os quais a saúde se destaca (FERREIRA, 2005). 
Como forma de construção social e cultural, a velhice possui preconceitos e 
preconceitos, que se associam a uma variedade de patologias, indicando o 
enfraquecimento e enfraquecimento do ciclo vital. Desta forma, estará vinculado às 
 
24 
 
representações, limitando-as às fases negativas da vida (MAIA, CASTRO E JORDÃO, 
2010, apud BERNARDINO, 2013). 
Portanto, todas as afirmações que podem ser estabelecidas nunca serão 
suficientes para descrever a verdadeira condição do idoso, até porque se anunciam 
os conhecimentos e os campos de pesquisa relacionados ao processo de 
envelhecimento humano, envolvendo uma ampla gama de métodos (PRADO & SAYD, 
2006). No entanto, é necessária uma definição de entendimento mútuo em termos de 
comunicação. Portanto, a Organização Mundial da Saúde - OMS designa idosos com 
mais de 65 anos nos países desenvolvidos e idosos com mais de 60 anos nos países 
em desenvolvimento (CARVALHO & DIAS, 2011). 
Deve-se ressaltar que, até recentemente, a psicologia do desenvolvimento 
focalizava apenas a infância e a adolescência e acreditava que a velhice voltaria à 
infância, de modo que a visão circular foi geralmente adotada. No entanto, a visão 
mais linear de que o envelhecimento é a evolução do nascimento à morte deve ser 
interrompida (OLIVEIRA, 2005). Ou seja, um método de longa duração pode transmitir 
a melhor compreensão do processo de envelhecimento, resolver o problema de "toda 
a vida" e aderir ao fato de que profundas mudanças psicológicas são observadas ao 
longo dos estágios para se desenvolver simultaneamente. Ao longo de todo o ciclo de 
vida (BORRALHO, 2010). 
Segundo Fernandes (2002, apud BERNARDINO, 2013), o envelhecimento é 
contínuo, embora se torne mais pronunciado nas fases finais da vida humana, e 
devido ao sexo, estado civil, viver em meio rural ou urbano, se houver filhos, ativo ou 
inativo, ou seja, fatores de natureza genética, ambiental, socioeconômica ou 
profissional. É considerado um processo cumulativo, torna-se irreversível, universal, 
não patológico e nele ocorre degradação dos organismos maduros, o que pode 
resultar na incapacidade dos indivíduos de realizar determinadas atividades. O que se 
segue é que isso não significa necessariamente doença, pois muitos idosos 
conseguem manter a saúde até a velhice (TIER, FONTANA & SOARES, 2004). 
Ainda estão sendo feitas tentativas para estabelecer padrões de 
envelhecimento para definir categorias distintas para distinguir os processos de 
envelhecimento. Busse (1969 apud BERNARDINO, 2013) primeiro dividiu o 
envelhecimento em dois tipos, um é as alterações internas e irreversíveis causadas 
pelo envelhecimento, e o outro é o envelhecimento secundário causado por doenças 
 
25 
 
relacionadas ao envelhecimento, mas é reversível ou possível método de prevenção. 
Birren e Schroots (1996 apud BERNARDINO, 2013) acrescentaram posteriormente 
um terceiro tipo, o terceiro nível de envelhecimento, que se refere às mudanças que 
ocorrem rapidamente na velhice. Isso também pode ser chamado de declínio terminal, 
porque significa que ainda haverá um declínio acentuado antes da morte (AMADO, 
2008). 
Segundo Birren & Cunningham (1995 apud BERNARDINO, 2013), as seguintes 
categorias de idade são consideradas igualmente benéficas: 
Idade Biológica - refere-se a um importante sistema do corpo humano, o que 
é especialmente importante quando se considera os problemas de saúde que afetam 
os indivíduos, pois pode-se verificar que a capacidade de autorregulação das funções 
do sistema varia com diminuição ao longo do tempo; 
Idade Psicológica - se refere às habilidades mentais que as pessoas usam 
para se adaptar às mudanças na natureza do ambiente, incluindo percepção, 
cognição, motivação, memória, inteligência e outras habilidades que apoiam o 
controle pessoal e a autoestima. 
Idade Sociocultural - refere-se à coleção de papéis sociais específicos que os 
indivíduos assumem em relação aos demais membros da sociedade e de acordo com 
a cultura a que pertencem, sendo julgada com base em comportamentos, hábitos e 
relações interpessoais (GONÇALVES, 2010; VAZ, 2009). 
 
26 
 
4.1 Implicações do Processo de Envelhecer 
Fonte: f5.folha.uol.com.br 
 
O envelhecimento considerado normativo inclui o declínio gradual da função 
cognitiva causado por processos neurológicos que mudam com a idade 
(GONÇALVES et al., 2010). A perda de memória é a mais comum, especialmente 
aquelas que têm dificuldade em lembrar nomes, números de telefone e objetos 
armazenados. Por outro lado, o envelhecimento do idoso tem um processo de início 
e desenvolvimento diferente, que depende de fatores educacionais, do estado de 
saúde, da personalidade, do nível de inteligência geral de cada pessoa e de 
habilidades mentais específicas (REIS, TORRES, ARAÚJO, REIS & NOVAE, 2009). 
Da mesma forma, ainda nesta fase, o ser humano passou por diferentes 
transformações, Bee e Mitchell (1984 apud OLIVEIRA, SANTOS, CRUVNEL & NÉRI, 
2006) comprovaram que a maioria dos idosos passou por grandes mudanças em seu 
cotidiano desde a aposentadoria. E o término de funções profissionais e mudanças 
orgânicas, como cognição e percepção, e mudanças importantes nas relações sociais. 
Ao nível morfológico, existem várias alterações evidentes, nomeadamente o 
aparecimento de rugas e cabelos grisalhos. No nível fisiológico, as funções orgânicas 
mudam. No que se refere às alterações psicológicas, isso ocorre porque as pessoas 
precisam se adaptar a diversas novas situações do cotidiano à medida que 
 
27 
 
envelhecem, e devido ao declínio da produtividade, as mudanças sociais são notórias, 
principalmente a força física e econômica (SANTOS, 2010). 
É importante observar que as mudanças no processo de envelhecimento 
afetarão os hábitos alimentares do indivíduo, tais como: papilas gustativas reduzidas 
e paladar prejudicado; olfato e visão reduzidos; redução dasaliva e secreção gástrica; 
mastigação devido à falta de dentes ou uso de próteses inadequadas Fracasso; 
reduzir os movimentos intestinais e reduzir a sensibilidade à sede. A ingestão de uma 
variedade de medicamentos acabará afetando o apetite, a absorção e a absorção de 
nutrientes, levando a um risco maior de desnutrição entre os idosos, especialmente 
entre os institucionalizados. Além das mudanças físicas descritas, doenças mentais 
(como depressão) e demência (como demência) causadas por rejeição social, solidão 
e abandono podem dificultar a ingestão de alimentos e afetar o estado nutricional dos 
idosos (SEGALLA & SPINELLI, 2011). 
No entanto, o envelhecimento humano não é apenas uma questão populacional 
(DÍAZ, 2005 apud BERNARDINO, 2013; VAZ, 2009; LUPPA, LUCK, KONIG, 
ANGERMEYER & HELLER, 2012), mas antes de tudo é um fenômeno mais complexo 
que envolve aspectos socioculturais, políticos e sociais. Fatores econômicos que 
interagem de forma dinâmica e permanente com as dimensões biológicas e subjetivas 
do indivíduo. Ou seja, a reforma do regime de pensões, o aumento dos planos de 
segurança social e das instituições de apoio aos idosos são indicadores de 
preocupação social e de adaptação ao fenómeno do envelhecimento. A Organização 
Mundial da Saúde define saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, 
não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Essa definição reflete o conceito 
geral de saúde, que reconhece não apenas os aspectos físicos do envelhecimento, 
mas também os aspectos sociais e emocionais do envelhecimento. (CARVALHO & 
DIAS, 2011). 
Hoje, além de desejar viver muitos anos, preocupa-se também com a saúde e 
o bem-estar dos idosos, que não é apenas um problema de prevenção de doenças, 
mas também de proporcionar uma vida feliz com qualidade. Conforme Carvalho & 
Dias (2011), possui 
- Habilidades Físicas; 
- Habilidades Funcionais; 
- Habilidades Mentais; 
 
28 
 
- Habilidades Psicológica, 
- Habilidades Sociais. 
O envelhecimento humano envolve uma série de mudanças nos processos 
físicos, psicológicos, sociais e culturais (COSTA et al., 2009). Nessa fase de 
desenvolvimento, a distinção entre envelhecimento normal e patológico é difícil de ser 
compreendida (BANHATO et al., 2009). 
De acordo com Paulo & Yassuda (2010), 
Envelhecimento Normal – pode ser acompanhado por declínio em algumas 
habilidades cognitivas, que incluem alterações na memória e nos recursos de 
processamento de informações, bem como prejuízos na memória episódica e nas 
funções cognitivas. 
Envelhecimento Patológico – A ocorrência de doenças crônicas, 
cardiovasculares, da circulação sanguínea, da pressão arterial, dos ossos e das 
articulações são mais comuns, como demência e depressão, são mais comuns nessa 
fase. 
No Brasil, devido ao processo acelerado de transição demográfica, um 
envelhecimento populacional começou a ser observado na década de 1970. No início 
do século passado, o grupo representado por menores de 15 anos representava cerca 
de 45% da população total, enquanto os idosos representavam apenas 2,5% 
(CHAIMOWICZ, 1997). 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2019), o Brasil 
tem atualmente 28 milhões de pessoas na faixa etária de 60 anos, correspondendo a 
13% da população do país. De acordo com o Projeto Populacional divulgado pelo 
IBGE em 2018, esse percentual dobrará nas próximas décadas. 
 
29 
 
 
Fonte: censo2020.ibge.gov.br 
Conforme apontado na “Previsão Populacional” do IBGE (atualizada em 2018), 
a população idosa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas. De acordo com 
a pesquisa, até 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos. Ainda 
segundo o IBGE (2019), a partir de 2047 a população deve parar de crescer, o que 
contribui para o processo de envelhecimento - os idosos têm uma proporção maior do 
que os jovens. 
Os fatores mais importantes que levam a essa transição demográfica são a 
redução da taxa de fecundidade das mulheres, a redução da mortalidade infantil, a 
melhoria do saneamento básico e das condições de habitação e o avanço da 
tecnologia médica (CAMARANO, 2002; CHAIMOWICZ, 1997; TAMAI, 1997). 
Maior expectativa de vida nem sempre significa envelhecimento saudável, pois 
surgirão doenças crônico-degenerativas, levando à incapacidade e dificultando a 
manutenção da autonomia e independência do idoso. Portanto, é necessário não 
apenas realizar pesquisas e planejamentos para melhorar a expectativa de vida, mas 
também garantir sua qualidade (POLLO & ASSIS, 2008). 
O processo de envelhecimento trará algumas mudanças para o indivíduo, o que 
pode fazer com que ele encontre dificuldades de integração e adaptação ao meio 
 
30 
 
ambiente. Papaléo Netto e Pontes (1996) definiram esta etapa do ciclo vital como um 
processo dinâmico, gradual, acompanhado por mudanças biopsicossociais que 
afetam a capacidade do indivíduo de se adaptar ao meio, resultando em maior 
vulnerabilidade e degeneração crônica A incidência da doença é ainda maior, e a 
doença progrediu para a morte na fase final de sua vida. 
À medida que a população idosa cresce, a prevalência de doenças 
relacionadas ao envelhecimento e doenças mentais também aumenta. A duração e a 
gravidade dos problemas de saúde mental incluem uma variedade de condições 
diferentes, porque algumas são esporádicas, enquanto outras sobrevivem por toda a 
vida (FALCÃO & CARVALHO, 2010). Segundo estudo da OMS (2001), a prevalência 
de transtornos mentais em idosos é alta, os mais comuns são ansiedade, transtornos 
de humor, psicose e doença de Alzheimer. 
Em um estudo de 1989 com 1.602 idosos no sudeste do Brasil, verificou-se que 
um terço deles foram considerados possíveis "casos" de saúde mental (RAMOS, 
ROSA, OLIVEIRA, MEDINA & SANTOS, 1993). 
Entre os transtornos de humor, o transtorno bipolar é uma patologia comum 
diagnosticada no final da adolescência ou no início da idade adulta. É um problema 
recorrente de longo prazo que traz muita dor para os indivíduos e suas famílias. Se 
envelhecer, a perda pode ser maior, somada às mudanças inerentes a esta fase da 
vida, por isso é importante o desenvolvimento de novos métodos e tratamentos 
eficazes para essas pessoas para torná-las saudáveis e envelhecidas. 
Pesquisas destinadas a compreender o curso e a plasticidade da doença de 
Alzheimer e estratégias de tratamento destinadas não apenas a melhorar os sintomas, 
mas também a melhorar seu funcionamento geral são essenciais (DEPP & JESTE, 
2004). A problemática do TB na pessoa idosa e os diversos prejuízos que esta doença 
acarreta no quotidiano, nas relações interpessoais e na saúde. 
 
31 
 
5 QUEM É A PESSOA IDOSA? 
 
Fonte: elsi.cpqrr.fiocruz.br 
“Idoso” é um termo que indica uma pessoa com uma vivência traduzida em 
muitos anos. Em geral, a literatura classifica, didaticamente, as pessoas acima de 60 
anos como idosos e participantes da Terceira Idade (KARA-JOSÉ, BICAS & 
CARVALHO, 2001). 
Recentemente, o referencial atingiu os 65 anos, principalmente em função da 
expectativa de vida e das tentativas de início da idade de aposentadoria prevista em 
lei. Porém, atualmente, alguns estudiosos estão considerando a existência de uma 
“Quarta Idade” que englobaria pessoas com 80 anos. De acordo com algumas 
estimativas, no ano de 2020, esta faixa etária alcançaria uma representatividade 
considerável com cerca de 4,5 milhões pessoas. 
De acordo com Weineck (1991), a Organização Mundial de Saúde subdivide a 
fase do idoso em três estágios: 
 
32 
 
I. Idoso (a): 60 a 74 anos; 
II. Ancião: 75 a 90 anos; 
III. Velhice extrema: 90 anos em diante. 
Machado (2019) informou que desde 2016, o Brasil tem a quinta maior 
população idosa do mundo, com mais de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou 
mais. Representando 13% da população do país, que já tem ultrapassado a marca 
dos 210 milhões, segundo o Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE). O 
cenário segue uma tendência mundial: segundo a OMS, os idosos poderão somar 
dois bilhões até 2050, correspondendo a um quinto da população mundial, atualmente 
estimada em 7,7 bilhões (MACHADO, 2019). 
A autora explanou sobre essa declaração do IBGE: 
Uma projeção da população atualizada pelo IBGE em 2018 prevê que o 
número de idosos vai ultrapassar o de jovens no Brasil em 2031. Daqui a 12 
anos, haverá 42,3 milhões de jovens (de zero a 14 anos) e 43,3 milhões de 
idosos (pessoas com 60 anos ou mais). Pela primeira vez, o Índice de 
Envelhecimento – cálculo da razão entre o número de pessoas idosas sobre 
os jovens – será maior do que cem. Isso significa dizer que, em 2031, haverá 
102,3 idosos para cada cem jovens. As projeções do IBGE indicam que esta 
diferença aumentará em 2055, quando os jovens somarão 34,8 milhões e os 
idosos, 70,3 milhões. Nesse momento, o país terá um Índice de 
Envelhecimento de 202 idosos para cada cem jovens. Para efeito de 
comparação, até 2010 havia 43,4 idosos para cada cem jovens. (MACHADO, 
2019). 
Essas informações revelam que haverá mais do dobro de idosos em relação 
aos jovens, o que implicará, na avaliação de Groisman, maior atenção do Estado 
brasileiro quanto às políticas públicas voltadas para essa população. 
O envelhecimento, anteriormente considerado um fenômeno se tornou a 
realidade da maioria das sociedades. O envelhecimento da população é uma resposta 
à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade 
e da mortalidade e o aumento da esperança de vida. Não é homogêneo para todos os 
seres humanos, sofrendo influência dos processos de discriminação e exclusão 
associados ao gênero, à etnia, ao racismo, às condições sociais e econômicas, à 
região geográfica de origem e à localização de moradia (BRASIL, 2006). 
A Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS, define envelhecimento 
como “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não 
patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de 
uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao 
 
33 
 
estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS, 
2003). 
O envelhecimento pode ser abarcado como um processo natural, onde há a 
senescência – diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos, que em 
condições normais, não costuma provocar qualquer problema. Todavia, em condições 
de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode 
ocasionar uma condição patológica que requeira assistência, ou seja, a senilidade. 
 É válido destacar que certas alterações decorrentes do processo de 
senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de 
vida mais ativo. 
O maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir para que, 
apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam 
redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade 
possível. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade 
considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as 
potencialidades e o valor das pessoas idosas (BRASIL, 2006). 
Portanto, parte das dificuldades das pessoas idosas está mais relacionada a 
uma cultura que as desvaloriza e limita. 
 
 
 
34 
 
5.1 Saúde da Pessoa Idosa 
 
Fonte: jornalabigornaavare.com.br 
No final da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou 
a utilizar o conceito de "envelhecimento ativo", buscando incluir outros fatores que 
afetam o envelhecimento além dos cuidados médicos. Pode ser entendido como um 
processo de otimização de oportunidades de saúde, participação e segurança, com o 
objetivo de melhorar a qualidade de vida com o envelhecimento. 
Em decorrência do envelhecimento da população, o Brasil está enfrentando 
progressivamente uma substituição das doenças infecciosas e transmissíveis por 
doenças crônicas e degenerativas (IBGE, 2010). As doenças cardiovasculares, o 
diabetes mellitus, as doenças cerebrovasculares, as doenças respiratórias 
obstrutivas, a asma e as neoplasias, bem como o alcoolismo, a dependência química, 
a tuberculose e a hanseníase são classificadas, pela OMS, como doenças crônicas 
não transmissíveis (DCNT). 
Segundo Brasil (2006), as DCNT podem afetar a funcionalidade das pessoas 
idosas, pois estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades 
de vida diária (AVD) tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos para 
cerca de 50% entre os com 90 ou mais anos. 
 
35 
 
Dentro do grupo das pessoas idosas, os denominados "mais idosos, muito 
idosos ou idosos em velhice avançada" (idade igual ou maior que 80 anos), 
também vêm aumentando proporcionalmente e de forma muito mais 
acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos 
tempos, 12,8% da população idosa e 1,1% da população total. A figura 2 
mostra a projeção de crescimento dessa população em um período de 70 
anos, permitindo estimar o impacto dessas modificações demográficas e 
epidemiológicas (BRASIL, 2006). 
Essa realidade já é percebida no Brasil e, entre os fatores verificados para o 
aumento dessas doenças, estão a progressiva substituição das doenças infecciosas 
e transmissíveis por doenças crônicas e degenerativas no país, um padrão de 
inatividade física e de má alimentação dos adultos brasileiros, o abuso de álcool, o 
hábito do tabagismo e a ampliação do grupo populacional nas faixas etárias acima 
dos 50 anos (IBGE, 2010a). 
Outra característica do envelhecimento populacional é o aumento da proporção 
de idosos com mais de 80 anos. Em alguns países, esta é a parte da população que 
cresce mais rapidamente. Quando consideramos a prevalência da doença e o grau 
de dependência funcional, essas populações de idosos são completamente diferentes 
dos idosos mais jovens. Consomem muitos recursos do sistema de saúde e têm um 
impacto significativo na dinâmica familiar, social e econômica. 
Na Europa Ocidental, 3 em cada 100 habitantes têm mais de 80 anos (5 na 
Suécia e 4 na Dinamarca). Nos países em desenvolvimento, menos de um em cada 
100 residentes tem essa idade. Em países como Guatemala e Indonésia, menos de 1 
em 200 residentes. 
Essa é a faixa etária que mais cresce no Brasil. Em 1975, os idosos com 80 
anos ou mais representavam 12% de todos os idosos. Em 2030, eles serão 
responsáveis por 21% dos idosos, ou 2,7% dos brasileiros. Nesse ano, o Brasil terá 
5,5 milhões de habitantes. Isso ocorre porque a taxa de mortalidade de idosos jovens 
(60 a 74 anos) vem diminuindo. 
 
36 
 
5.2 Saúde Mental do Idoso 
 
Fonte: salutemplus.com.br 
Os problemas neuropsiquiátricos são bastantes comuns em idosos, a sua 
importância se dá mediante o significativo prejuízo que eles provocam na qualidade 
de vida dos pacientes e seus cuidadores, além de gerar imenso custo social e 
econômico. 
Como não existem marcadores objetivos, como exames histopatológicos ou 
bioquímicos, essas condições são diagnosticadas equivocadamente, que leva a um 
tratamento insuficiente e/ou inadequado, bem como efeitos adversos de 
medicamentos muitas vezes mais graves que a própria doença. 
De acordo Chaimowicz, Barcelos, Madureira & Ribeiro, por essas doenças 
serem “tão prevalentes e pela complexidade de seu manejo, os problemas 
neuropsiquiátricos são considerados o quarto dos cinco “gigantes da geriatria” 
(CHAIMOWICZ e col., 2013). 
A depressão é um transtorno mental comum. Acomete 1 a 2% dos idosos em 
geral, mas 10 a 12% daqueles que frequentam ambulatórios ou centros de 
saúde. A prevalência em instituições de longa permanência pode ser bem 
maior. A depressão subsindrômica – ou seja, a presença de somente alguns 
dos sintomas de depressão – é ainda mais comum e pode alcançar um quarto 
dos idosos no Brasil (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
 
37 
 
Nosidosos, a depressão geralmente assume a forma leve ou incompleta. 
Portanto, pode ser confundido erroneamente com os sintomas de outras doenças, ou 
mesmo considerado um aspecto comum do envelhecimento. 
Idosos com depressão acabam utilizando mais os serviços de saúde e 
consomem mais medicamentos – tanto os somáticos quanto os psicoativos – 
estando sujeitos a mais efeitos adversos. A depressão também piora o 
prognóstico de outras doenças, por interferir na qualidade do autocuidado. 
Embora a resposta ao tratamento farmacológico seja semelhante à dos 
adultos, o risco de recaída e o comprometimento físico, funcional e social são 
maiores em idosos (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
Quando a depressão se manifesta pela primeira vez após os 60 anos, é 
denominada “depressão de início tardio”. Este é o subtipo mais comum de idosos e 
pode apresentar características bastante diferentes das observadas em adultos. A 
“depressão de início tardio” apresenta-se conforme descrito no quadro abaixo: 
 
Fonte: CHAIMOWICZ e col., 2013 
A insônia é outra doença presente na velhice e pode ser definida, conforme 
Chaimowicz e col., como a “incapacidade de conciliar um sono de boa qualidade, 
durante um período adequado para restaurar as necessidades fisiológicas do 
organismo” (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
 
38 
 
A queixa de insônia frequentemente é relatada pelo idoso e pela família: “– 
Ele está dormindo pouco...”. Idosos têm, realmente, mais motivos que os 
adultos para dormir menos tempo (opa!!, isto não entra na definição de 
insônia!!). Muitas vezes as causas são hábitos inadequados como, por 
exemplo, dormir durante o dia. Elevado número de casos, no entanto, está 
associado à iatrogenia medicamentosa: pacientes que se tornaram 
dependentes de benzodiazepínicos (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
Portanto, se faz necessário verificar se o paciente tem um período de sono 
insuficiente ou não restaurador, identificar hábitos de vida inadequados e corrigi-los 
com medida de “higiene do sono” e identificar problemas de saúde que prejudicam o 
sono para então compreender se há a existência de insônia ou interferência externas 
no sono do idoso. 
A Demência e confusão mental também se faz presente nessa etapa da vida 
do indivíduo idoso. É necessário diferenciar se: as alterações de memória e 
comportamento de um idoso são esperadas para aquela idade ou se são indício de 
uma demência que começa a se manifestar (CHAIMOWICZ e col., 2013). Outra 
questão que os autores apontam estão relacionadas a múltiplas demandas de 
pacientes com doença de Alzheimer moderada ou avançada. 
Chaimowicz e col., citaram que “a prevalência de demência dobra a cada cinco 
anos em idosos e alcança quase 20% dessa população a partir de 80 anos” 
(CHAIMOWICZ e col., 2013). 
Na medida em que o indivíduo envelhece, continua a esquecer onde colocou 
alguns objetos, nomes de algumas pessoas e alguns recados, é possível contar mais 
de uma vez um caso que achou interessante. O envelhecimento não afeta outras 
áreas da cognição, como a linguagem, orientação espacial e capacidade de planejar 
e executar tarefas complexas, mas, na medida em que se envelhece, o indivíduo 
passa a realizar algumas tarefas com mais lentidão e demorar um pouco mais a reagir 
mediante algumas situações. 
Chaimowicz e col., orientou quanto ao manejo nessas situações: 
 No entanto, esses déficits são discretos, isolados (não há outras áreas da 
cognição afetadas) estáveis ao longo do tempo e não provocam impacto na 
vida cotidiana do idoso. Ou seja: diante da queixa de uma família ou do 
próprio idoso de que ele está esquecido, avalie se o déficit é discreto, isolado, 
estável e se sua capacidade funcional está prejudicada. Estas quatro 
palavras destacadas fazem toda a diferença! (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
Quando “o esquecimento está demais” e esses idosos demonstram estarem 
mais esquecido que habitual, repetindo a mesma pergunta várias vezes, se 
 
39 
 
esquecendo de fatos ou recados que ocorreram há pouco tempo e perdem alguns 
compromissos importantes, pode ser definido como esquecimento patológico. 
Chaimowicz e col., esclareceu que se não “há outras áreas da cognição 
comprometidas e se não há repercussão funcional, o diagnóstico provavelmente 
desse paciente será “comprometimento cognitivo leve” (CCL) ” (CHAIMOWICZ e col., 
2013). 
Algumas pesquisas sugerem que o CCL pode ser, na realidade, uma fase 
prodrômica da demência. Realmente, nos primeiros quatro anos após o diagnóstico, 
a cada ano cerca de 10-15% de idosos com CCL irão desenvolver demência, contra 
apenas 1-2% dos outros idosos. Hoje se estuda a possibilidade de identificar “quais” 
idosos com CCL desenvolverão demência (pois só 50% desenvolvem em quatro 
anos!). Outros estudos começam a demonstrar que esses idosos “talvez” possam se 
beneficiar do tratamento precoce para doença de Alzheimer (CHAIMOWICZ e col., 
2013). 
Assim sendo, diante de um idoso com déficit de memória significativo, 
progressivo, associado a outros déficits cognitivos e impacto funcional há a 
possibilidade de um caso de demência. A doença de Alzheimer, associada ou não a 
outras demências comuns em idosos (principalmente a demência vascular e a 
demência com Corpos de Lewy), é a causa de mais de 70% dos casos. 
Mesmo que muitos idosos tenham depressão associada à demência, a 
depressão pode, isoladamente, provocar déficits cognitivos. Comumente a queixa de 
memória do paciente é mais intensa do que o observado pela família ou até mesmo 
percebida por um profissional na avaliação objetiva. 
Ao contrário, pacientes com demência não reconhecem ou minimizam seus 
déficits. Na depressão habitualmente não há outras alterações cognitivas 
comuns na demência, com alterações da linguagem e orientação 
(CHAIMOWICZ e col., 2013). 
O delirium é uma causa comum de confusão mental aguda em idosos. É mais 
frequente entre idosos no pós-operatório, entre os hospitalizados ou aqueles com 
doenças agudas como pneumonia ou síndrome de abstinência de benzodiazepínicos. 
 Ele se caracteriza pela alteração do pensamento (fica desorganizado), da 
atenção (não fica focalizada), do nível de consciência (hiperalerta ou 
letárgico) e pela frequência de alucinações visuais. Muitos geriatras 
consideram o delirium um quadro de urgência, pois sempre há uma causa 
 
40 
 
que deverá ser descoberta e tratada o mais rápido possível. (CHAIMOWICZ 
e col., 2013). 
O delirium se diferencia da demência por ter início abrupto identificável e curso 
flutuante, ou seja, ao longo do dia a cognição e o estado de alerta variam. Nesse 
quadro Chaimowicz e col. (2013), as principais diferenças entre depressão, delirium e 
demência. 
 
Fonte: CHAIMOWICZ e col., 2013). 
As demências mais comuns (Alzheimer e Vascular) têm evolução lenta e 
progressiva. Na medida em que outras áreas do cérebro começam a ser afetadas, 
haverá agravamento progressivo do déficit cognitivo e da capacidade funcional. Por 
outro lado, distúrbios de comportamento como agitação e agressividade tendem a 
diminuir a certa altura da evolução da doença. 
Aos poucos o paciente deixará de reconhecer seus familiares, não mais 
conseguirá conversar ou compreender as palavras, deixará de se alimentar 
sozinho, de se vestir e mesmo de andar ou conseguir se assentar. Surgem 
perda de peso e dificuldades de deglutição. Aos poucos ele se tornará 
acamado e, se não houver cuidados adequados, poderá desenvolver as 
complicações da imobilidade prolongada, como contraturas, úlceras de 
pressão e fecaloma. Uma causa de morte comum desses pacientes é a 
pneumonia de aspiração (CHAIMOWICZ e col., 2013). 
O diagnóstico precoce dos agravos potencialmente limitantes ou incapacitantes 
bem como a intervenção oportuna para elaboração de um plano interdisciplinar de 
intervenção constituem elementos relevantes no atendimento. 
 
 
41 
 
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