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Transmissão das Obrigações - Civil II

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Transmissão das Obrigações
 Trata-se da alteração nos polos das obrigações, de maneira a ocorrer a substituição das figuras dos devedores e credores originários por novos devedores e credores
Ex.: ir em uma loja e pagar uma roupa no cartão de crédito, você só irá pagar no futuro quando a fatura do cartão vencer, mas o dinheiro é passado na hora para a loja. Assim, o banco paga na hora para receber depois, ganhando através do crédito => Assunção de dívida por parte do banco, que quita com a loja e depois cobra do cliente
 Espécies de transmissão:
a) Cessão de crédito (alteração no polo ativo)
b) Assunção de dívida (alteração no polo passivo)
c) Cessão da posição do contrato (alteração da posição, com débito e crédito ao mesmo tempo)
CESSÃO DE CRÉDITO – Artigos 286 a 298 do CC
 Trata-se da substituição da figura do credor originário por um novo credor. Pode se dar por ato intervivos (entre pessoas e com efeitos em vida) ou causa mortis (efeito depende do falecimento), de maneira gratuita (o novo credor recebe gratuitamente o crédito) ou onerosa (o novo credor deve uma contraprestação a ser entregue ao credor primitivo para o recebimento do crédito – mediante lucro), de forma unilateral (basta uma declaração de vontade para se aperfeiçoar, que seria a vontade do credor primitivo) ou bilateral (regra – necessita de duas declarações de vontade para se aperfeiçoar, de quem cede o crédito – credor primitivo – e de quem recebe – novo credor), de forma parcial (seção de apenas uma parte) ou total (seção da totalidade do crédito) e apenas com bens não corpóreos (pois os bens onerosos são alienados, mediante compra e venda ou doação), sempre na mesma obrigação.
 Figuras envolvidas na cessão:
- Cedente: credor primitivo
- Cessionário: novo credor 
- Cedido: devedor, quem deve cumprir a prestação
A cessão de crédito é um negócio realizado entre cedente e cessionário, de maneira que entre eles o negócio existe, é válido e eficaz, porém, em relação ao cedido, somente será eficaz após sua cientificação.
 Características da cessão de crédito:
a) Inexistência de impedimentos: legais, convencionais (contratuais), judiciais ou em razão da natureza do crédito. O crédito somente poderá ser cedido se não existir impedimento (convencional realizado mediante inserção de uma cláusula proibitiva no próprio negócio jurídico, sob pena de não poder ser alegada contra terceiros de boa-fé) inserido pelas próprias partes no acordo original, ou óbice (impedimento) legal, ou ordem judicial ou em razão da característica personalíssima do crédito, como em obrigações de natureza alimentar (conectado à subsistência).
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado (a ordem de penhora deve ser comunicada ao devedor antes do pagamento, visto que ele precisa saber da determinação de pagamento em juízo), subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro (que deram causa ao processo judicial).
- A penhora judicial deve ser comunicada ao credor, para que esse tenha ciência que não pode ceder o crédito, bem como ao devedor, para que este saiba que deverá pagar em juízo, sob pena de ocorrer o pagamento ao credor originário. Assim, a penhora possui 2 efeitos:
· Impedir eventual cessão de crédito
· Determinar que o pagamento seja feito em juízo e não ao credor
- Uma ordem judicial bloqueia e penhora o crédito, de modo que não poderá haver cessão, visto que o pagamento será realizado em juízo, isto é, no processo judicial que determinou a penhora.
b) Os acessórios seguem a cessão: o novo credor assume a posição do antigo, com todas as garantias e acessórios, inclusive eventuais fiadores, visto que a cessão de maneira perfeita e seguindo a gravitação jurídica, salvo disposição em contrário
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. => Gravitação jurídica: os acessórios da obrigação cedida permanecem com o cessionário, inclusive eventuais fiadores
c) Conhecimento de terceiros: a cessão de crédito, em regra, negócio não formal, é perfeita quando preenche os requisitos entre cedente e cessionário. Contudo, para poder ser oponível a terceiros (pessoas que não fazem parte da cessão) é preciso que seja realizada mediante instrumento público (em cartório de registro público) ou por instrumento particular com as solenidades do art. 654 do CC.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não se celebrar mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1 o do art. 654 . 
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1° O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
§ 2° O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.
- A publicidade traz garantia, segurança. Se o terceiro agir de má fé poderá ter ação de perdas e danos. Erga Omnes = ser registrado. A eficácia da seção do crédito em relação a terceiros se dará quando a seção for por instrumento público, ou por instrumento particular que respeito as solenidades do parágrafo primeiro do art. 654 do CC.
- No caso do devedor, que também é um terceiro em relação à cessão de crédito, é preciso notificação pessoal ou que ele manifeste expressamente a ciência quanto a ocorrência da cessão.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
- O devedor não tem que autorizar, ele apenas tem que ser avisado. A cessão de crédito é apenas entre cedente e cessionário (art. 104). O cedido é apenas um instrumento. A cessão de crédito é um NJ entre cedente e cessionário, e uma vez pactuada adentra nos planos da existência, validade e eficácia. Contudo, para ter efeitos em relação ao devedor é preciso que esse seja notificado (por instrumento público ou particular) com o objetivo de direcionar o pagamento para o cessionário.
- Mesmo o conhecimento do devedor quanto à cessão não influi na existência, validade e eficácia desta em relação ao cedente e cessionário. Tanto é assim, que o cessionário pode defender o seu crédito ainda que o devedor não tenha tido conhecimento da cessão. Pode, por exemplo, propor uma medida judicial para proteger a coisa, objeto da cessão, para se resguardar de eventual insolvência do devedor, bem como praticar atos contra a prescrição.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
- Reforça o fato de ser unilateral. O cessionário pode defender o crédito (evitar deterioração ou perecimento), mesmo antes da notificação ao devedor.
d) Crédito hipotecário: trata-se de um crédito garantido por meio de uma hipoteca, isto é, foi dado um bem imóvel, uma embarcação ou uma aeronave em garantia do pagamento da dívida. O cessionário que adquire um crédito garantido por meio de hipoteca pode (deve) averbar a cessão no registro do imóvel, a fim de publicizar que o bem dado em garantia ao antigo credor (cedente), agora garante o crédito do novo credor (cessionário)
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
- A publicidade, será oponível para terceiros. O cessionário garantir poderá averbar a cessão no registro do imóvel dado em garantia. Registro do imóvel éex nunc. A hipoteca é um ônus que acompanha o imóvel enquanto a dívida não for paga. a hipoteca é garantia de um bem imóvel para o credor. Quando este cede para terceiros, a garantia vai junto, mas é preciso averbar junto ao registro.
e) Multiplicidade de cessões: diante de eventual dúvida ou disputa entre pessoas que se afirmam cessionárias, será a verdadeira cessionária aquela que apresentar o título (contrato) original. Caso se trate de cessões feitas de obrigação constituída por instrumento público em que o documento original está no cartório, isto é, nenhum cessionário terá a posse, prevalecerá o cessionário que tiver averbado a cessão primeiro por instrumento público, ou seja, será observada a ordem cronológica dos registros públicos das cessões de crédito.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição (entrega) do título do crédito cedido.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
- Cabe ao devedor realizar o pagamento ao credor, salvo se existir notificação de uma cessão, hipótese em que o pagamento deverá ser direcionado ao cessionário. Quando existirem múltiplos cessionários o devedor deverá pagar aquele que apresentar o título original e, se o negócio jurídico cedido for por instrumento público o pagamento será realizado ao primeiro cessionário que averbar a cessão.
d) Exceções pessoais: por exceção, pode o devedor opor as defesas pessoais que teria contra o cedente, ao cessionário, desde que o faça no momento em que tomou conhecimento da cessão. Assim, se trata de uma exceção ao regramento das exceções pessoais, visto que o cessionário não irá receber em razão de algo que o cedente fez.
Devedor: 	Credor – cedente
		Novo credor – cessionário 
(o devedor pode alegar uma exceção pessoal contra o novo credor, assim que ele tomou conhecimento dela – exceção da exceção – se não o fizer terá que pagar o cessionário e cobrar do cedente, não ocorrendo a compensação)
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
- Não seguem a regra, poderão ser opostas a terceiros. Pode o devedor opor ao credor as exceções pessoais, também poderá opor essas exceções contra o cedente se o fizer quando for notificado da cessão.
d) Efeitos da cessão: 
· Transmissão da relação jurídica do cedente para o cessionário
· Transmissão parcial ou total do crédito
· Extensão da garantia do crédito
- Cessão de crédito pro soluto: cedente se responsabiliza pela existência e validade do crédito até o momento da cessão (significa que o cedente só terá responsabilidade pelos vícios anteriores à cessão e nenhuma quanto aos supervenientes). Ocorre nas cessões onerosas e gratuitas, quando o cedente proceder de má-fé (ligada ao conhecimento do vício que resultará na frustração do cessionário em receber a prestação) – responde pelos vícios
- Cessão de crédito pro solvendo: apenas em caso de estipulação expressa, o cedente responde pela solvência do devedor ao tempo da cessão. Pode estender essa responsabilidade até o pagamento e o cedente ser também devedor solidário, mas para isso é necessário acordo entre as partes. A responsabilidade no caso de cessão onerosa está limitada até o valor pago pelo cessionário ao cedente, mais juros e despesas, mas não por todo o montante da cessão – responde pela capacidade de cumprir a obrigação
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
- O cedente será responsabilizado pela existência e validade do crédito ao tempo da cessão, salvo se tratar de cessão gratuita e sem má fé (saber do vício e não contar ao cessionário). Está é a responsabilidade pro soluto 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
- Poderá, ainda, o cedente ser responsabilizado pela solvência do devedor até o momento da cessão, desde que tal responsabilidade seja expressamente estipulada. Trata-se de responsabilidade pro solvendo.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
- O cedente não responde pelo valor completo, responde até a cessão onerosa, acrescido de juros e despesas com a cessão e cobrança.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA – Artigos 299 a 303 do CC
 Ocorre uma alteração no polo passivo (devedor) da obrigação, em que outra pessoa (assuntor) se obriga em relação ao credor. Pode se dar em razão da convenção entre as partes ou decorrer de lei. Para sua efetivação é imprescindível o conhecimento e consentimento do credor.
 Classificação:
1 - Quanto à formação
	1.1 – Assunção por expromissão ou unifigurativa: Negócio jurídico bilateral diretamente entre credor e assuntor (expromitente), mesmo sem anuência do devedor
	1.2 – Assunção por delegação ou bifigurativa: Negócio jurídico plurilateral entre devedor primitivo, assuntor e credor, em que o devedor primitivo apresenta ao credor o assuntor e obtém o consentimento para alteração no polo passivo.
Ex.: Renato (devedor)
Ronaldo (assuntor) - terceiro
R$500,00
Larissa (credora)
Expromissão/Delegação
Obs.: A obrigação continua a mesma, com as mesmas condições. Se o devedor originário na assunção por expromissão pagar dívida que já foi paga pelo assuntor? Deve devolver, se não se configura enriquecimento sem causa.
2 – Quanto à responsabilidade
	2.1 – Liberatória: Ocorre a substituição do devedor, de modo que apenas o assuntor permanece na obrigação
	2.2 – Cumulativa: Ocorre um acréscimo (reforço) no polo passivo, de modo que o devedor e o assuntor ficam obrigados ao credor, assim o devedor originário não sai da obrigação
 Essas classificações podem se misturar!!
 Características da Assunção:
a) Consentimento do credor: trata-se de elemento de validade para a assunção, o qual deve ser expresso, sendo o silêncio interpretado como recusa (art. 299), exceto no caso de assunção por meio de aquisição de imóvel hipotecado, hipótese em que o silêncio significará anuência (art. 303) e eventual recusa deverá ser justificada, visto que se oporá ao direito de moradia.
Ex.: Renato (devedor)
	+
Ronaldo (assuntor) - terceiro
R$500,00
Larissa (credora)
Liberatória/Cumulativa
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor (assunção por delegação), ficando exonerado o devedor primitivo (assunção liberatória), salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes (devedor ou assuntor) pode assinar (fixar) prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado (assuntor) pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Ex.: Renato (devedor)
Ronaldo (assuntor) – terceiro que quer comprar o apartamento 
R$500.000,00 + apartamento hipotecado como garantia
Larissa (credora) 
Se o Renato não pagar a dívida, o Ronaldo vai perder o apartamento. O recomendado a se fazer é o Ronaldo assumir a dívida, em ônus real, de Renato para adquirir o imóvel, compensando o valor da dívida.
b) Validade do Negócio Jurídico: eventual invalidade da assunção de dívida resulta no ressurgimento dos antigos devedores e todos os acessórios da obrigação, exceto as garantias (reais e pessoais) prestadaspor terceiros, salvo se estes tinham conhecimento da causa de invalidade (ex. coação)
Ex.: Renato (devedor)
 Fiadora Laura
Ronaldo (assuntor) – terceiro
Fiadora Valéria
R$500.000,00
Larissa (credora)
Art. 301. Se a substituição do devedor (assunção) vier a ser anulada (invalidada), restaura-se o débito (status quo ante), com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros (tendo em vista que pensavam já estar exonerados), exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação (hipótese em que as garantias de terceiros retornam à obrigação).
b) Solvência do Assuntor: Na assunção liberatória o assuntor substitui o antigo devedor que fica exonerado. Contudo, na hipótese de o assuntor ser insolvente no momento em que é realizada a assunção e tal fato seja de desconhecimento do credor, o antigo devedor continuará responsabilizado pelo cumprimento da obrigação.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor (assunção por delegação), ficando exonerado o devedor primitivo (assunção liberatória), salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava (não tinha conhecimento).
 Efeitos da assunção:
I) Transmissão subjetiva do débito em que um novo devedor (assuntor) integra o polo passivo
II) Extinção das garantias originárias: as garantias prestadas pelo devedor (bem empenhado ou hipotecado) e por terceiros (fiadores e garantias reais) serão extintas a partir da assunção, salvo na hipótese de anuência dos garantidores para a permanência das garantias.
Art. 300. Salvo assentimento (concordância) expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
III) Exceções Pessoais: o assuntor não pode se valer de eventuais exceções pessoais que o antigo devedor tinha contra o credor
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
CESSÃO DA POSIÇÃO DO CONTRATO
 Não se encontra no Código Civil e significa que o terceiro assume a posição contratual da antiga parte. Isto é, aquele que adentra (cessionário) à obrigação ocupará a posição daquele que sai (cedente) e assumirá todos os débitos e créditos com a outra parte (cedido). O cessionário é considerado parte do negócio jurídico desde o início, tendo a cessão, em regra, efeitos retroativos, podendo serem exigidas obrigações pretéritas descumpridas.
Ex.: Marcelo deve R$1.000,00 mensais para Cláudia e recebe 200 Kg de soja mensalmente. Assim, ambos são credores e devedores um do outro (Início da obrigação: janeiro de 2021 e término da obrigação: janeiro de 2022)
 Características:
I) Consentimento do cedido: para ocorrer a cessão da posição do contrato é requisito o consentimento do cedido e deve haver um negócio entabulado entre cedente e cessionário, de modo que não se pode impor a cessão caso o cedente não queira. As três partes (cedente, cessionário e cedido) precisam concordar com a cessão.
II) Ocorre em contratos bilaterais, em que todas as partes possuem direitos e obrigações recíprocas
III) Pode ser gratuita ou onerosa
IV) O cedente é responsável pela existência e validade da obrigação ao tempo da cessão. E pode ser responsabilizado pela solvência do cedido ao tempo da cessão caso assim se combine.
V) É negócio jurídico de forma livre, mas para ter efeitos contra terceiros é preciso respeitar as hipóteses da cessão de crédito.
VI) O cessionário assume e tem direito às obrigações anteriores à cessão que não tiverem sido cumpridas (efeito ex tunc).
VII) Em regra será liberatória, mas pode ser cumulativa.
VIII) O cessionário não pode opor as exceções pessoais que tinha o cedente contra o cedido.
IX) No caso de invalidade da cessão, retorna a obrigação original, com todos os seus acessórios, exceto as garantias de terceiros, salvo conhecimento destes pelos vícios da cessão = aplicação da assunção de dívidas
X) As garantias prestadas pelo Cedente não acompanham a cessão, salvo expressamente combinado.

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