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Brasília-DF. Planejamento e Gerenciamento de emerGências e desastres – ics Elaboração Rodrigo Caselli Belém Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 4 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5 introdução.................................................................................................................................... 7 unidAdE úniCA sistema de comando de incidentes ................................................................................................ 9 CAPÍtuLo 1 PrincíPios .............................................................................................................................. 9 CAPÍtuLo 2 Funções e estrutura .......................................................................................................... 15 CAPÍtuLo 3 instalações e recursos ..................................................................................................... 17 CAPÍtuLo 4 estabelecendo o sci e transFerindo o comando ........................................................ 20 CAPÍtuLo 5 treinamento e avaliação .................................................................................................. 23 rEfErênCiAS ................................................................................................................................. 30 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 introdução O conceito de Sistema de Comando de Incidentes – SCI surgiu da necessidade de uniformizar e padronizar condutas de comando diante de cenários de crise, que normalmente, apresentam algumas características comuns que tornam essa tarefa bastante árdua e na maioria das vezes infrutífera. Entre esses fatores comuns podemos citar: » participação de diferentes instituições ou órgãos de resposta; » terminologias diferentes utilizadas por cada um desses órgãos; » planos de ação distintos e, normalmente, não consolidados; » dispersão nas comunicações; » falta de adaptabilidade das estruturas e situações variantes; » ausência de instalações com localização e denominação precisas. A presença de tais fatores acaba por gerar uma resposta desordenada, normalmente dispendiosa, e com eficácia questionável por parte dos serviços de emergência. Dessa forma, com o objetivo de tornar essa resposta efetiva, por meio da otimização dos recursos disponíveis, foi criado, na década de 1970, pelos bombeiros americanos, o conceito de Sistema de Comando de Incidentes, cuja essência é a criação de um ordenamento organizacional predefinido, comum a todos os participantes e capaz de se adaptar a qualquer magnitude de evento. Assim sendo, sua estrutura pode ser aplicada a diversos eventos, tais como: » incêndios; » acidentes de várias proporções; » desastres naturais; » situações de crise; » distúrbios civis; » operações militares; » situações de calamidade pública. Embora possua um modelo e estrutura básicos, esse modelo de sistema permite a sua adaptação a qualquer característica de serviço e tipo de operação, de forma a ser uma ferramenta gerencial útil e adaptável e não apenas um modelo rígido a ser seguido. Um abraço a todos, bons estudos e sucesso no curso! objetivos: » Compreender os conceitos de Sistema de Comando de Incidentes. » Compreender a importância do tema no Gerenciamento de Crises. » Apresentar conceitos e instrumentos de utilização do Sistema de Comando de Incidentes. 9 unidAdE úniCA SiStEmA dE ComAndo dE inCidEntES CAPÍtuLo 1 Princípios O Sistema de Comando de Incidentes – SCI é a combinação de pessoal, equipamentos, procedimentos, comunicações e instalações, opera por meio de uma estrutura de organização comum, com a finalidade de administrar os recursos disponíveis e obter uma resposta efetiva ao evento, incidente ou operação. Na prática, baseia-se em princípios que permitem assegurar um início de ação rápido, coordenado e efetivo dos recursos disponíveis, evitando-se a alteração das funções e dos procedimentos operacionais próprios das instituições envolvidas. Apresenta como princípios básicos: » comando unificado; » unidade de comando; » alcance de controle; » organização modular; » comunicações integradas; » terminologia comum; » instalações com localização determinada,denominação precisa e bem sinalizadas; » planos de ação de incidente integrados; » manejo integral dos recursos. A seguir, será descrito cada um desses princípios em detalhes. 10 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs Comando unificado A definição do comando geral de um incidente é uma tarefa muitas vezes confusa, cujo desempenho esbarra em obstáculos de ordem política e operacionais das instituições envolvidas na ação. Será formado por instituições e órgãos com competências técnica, legal e jurisdicional diferentes. Dessa forma, uma definição prévia e precisa a cerca dos papéis desenvolvidos por cada comando individualmente e da forma de trabalho conjunto, visando objetivos e estratégias comuns são fundamentais. Uma vez definido, de acordo com o tipo de incidente, o comando unificado, suas ações irão se basear nos seguintes princípios: » planejar de forma conjunta as atividades; » determinar os objetivos para o período operacional; » conduzir as operações de forma integrada; » otimizar o aproveitamento de todos os recursos disponíveis. Embora todas as decisões sejam tomadas em conjunto, e cada instituição mantenha sua autoridade e responsabilidade técnica, somente uma pessoa deve assumir a função de Comandante-Geral do evento, sendo suas ordens passadas adiante e respeitadas por todos. A decisão sobre a qual órgão ou instituição representará esse comando dependerá do tipo de evento e qual a instituição de maior pertinência ou competência legal no incidente. Eventualmente, e a partir de planos de atendimento específicos e da magnitude do evento, pode-se ter como comando geral, um comando único e não unificado. Quais órgãos devem fazer parte do comando unificado e qual o mais adequado para assumir o comando nestes eventos? » Incêndio florestal, rodeando uma cidade de 10 mil habitantes. » Enchente numa cidade de 150 mil habitantes. » Incêndio num posto de gasolina no centro de São Paulo. » Rebelião num presídio com incêndio e mais de 200 presos feridos. » Intoxicação alimentar num acampamento com 2 mil pessoas. » Acidente aeronáutico nos limites do aeroporto com 220 vítimas. » Acidente aeronáutico fora dos limites do aeroporto com 220 vítimas. 11 sistema de comando de incidentes │ Unidade única unidade de Comando Durante a resposta a situações de crise, um dos grandes fatores de incertezas e dificuldades no seu manejo refere-se a situação onde, no desempenho de sua função, o individuo recebe ordens de diferentes fontes, tornando dispendiosa e ineficaz a sua ação, uma vez que tais ordens, geralmente, podem apresentar-se superpostas, gerando desperdício de recursos ou pessoal, ou ainda apresentar- se contraditórias gerando ações antagônicas que comprometem a eficácia da ação. Um dos princípios mais importantes, do qual depende toda a dinâmica envolvida no SCI, é o que define que cada pessoa responde e informa somente a uma pessoa designada em função hierarquicamente superior. De forma clara, cada pessoa imbuída de função pode receber ordem de uma única pessoa, entretanto, pode emitir ordens para mais de uma (alcance de controle). Alcance de Controle Juntamente com a Unidade de Comando, o alcance de controle forma um processo dinâmico de atuação do Sistema de Comando de Incidentes. Esse princípio preconiza que o número de subordinados a cada individuo deve ser algo entre três e sete pessoas, e considera-se como valor ideal o número de cinco. Em função desses valores, serão avaliadas as necessidade de expansão ou retração da estrutura de comando definida para o evento. organização modular A partir dos princípios definidos anteriormente, de comando unificado, unidade de comando e alcance de controle, passa-se então à montagem da estrutura básica do sistema, caracterizada por uma organização modular. Esse modelo permite que as posições de trabalho (funções), possam somar-se (expansão do sistema) ou serem retiradas (retração) com facilidade. A sua distribuição obedecerá aos seguintes princípios: » tipo, magnitude e complexidade do evento; » será planejado de cima para baixo, de acordo com as necessidades ou tipo de ação; » será operacionalizado de baixo para cima, em função dos recursos disponíveis e do alcance de controle. 12 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs exemplo de estrutura de comando de resposta médica a desastres: Coordenador de Logística Médica Coordenador do PMA Coordenador Regulador de Campo Coordenador Apoio Psicologia Coordenador Área Vermelha Coordenador Área Amarela Coordenador Área Verde Coordenador Médico Geral Tais princípios devem ser rigorosamente observados no sentido de se evitar o desenvolvimento de uma estrutura esteticamente adequada, mas operacionalmente ineficaz, de forma que as funções de assistência devem assumidas inicialmente, evoluindo, à medida que recursos humanos forem sendo disponibilizados, para as funções de comando. Comunicações integradas No desenvolvimento de uma estrutura de SCI, as comunicações representam um ponto crítico, cujo desempenho poderá determinar o fracasso ou sucesso da operação. Influenciada por uma série de fatores, seus mecanismos e sua tecnologia estão em constante aprimoramento, sendo uma ferramenta que deve estar em constante avaliação e aperfeiçoamento, por meio de exercícios e checagens constantes. Como princípios básicos, que devem ser seguidos, temos: » as comunicações são estabelecidas em um único plano; » deve-se usar uma mesma e única fraseologia; » os canais e frequências são comuns ou interconectados; » as redes de comunicação devem ser predeterminadas e estabelecidas de acordo com o tamanho e complexidade do evento; » devem ser evitados os códigos; » sistemas de contingência devem estar previstos. 13 sistema de comando de incidentes │ Unidade única terminologia Comum Visando à comunicação entre os diferentes órgãos e o manejo eficaz dos recursos disponíveis, deve- se ter. » nomes comuns para recursos materiais e humanos; » instalações com denominações comuns e precisas; » funções e níveis de organização comuns e precisos. USA – Unidade de Suporte Avançado (SAMU) USB – Unidade de Suporte Básico (SAMU) UTE – Unidade Tática de Emergência (BOMBEIRO) VIR – Veículo de Intervenção Rápida (SAMU) URSA – Unidade de Resgate e Salvamento Avançado (BOMBEIRO) Qual a diferença? instalações com Localização determinada, denominação Precisa e Sinalizadas A partir da instalação do Comando do Incidente e da avaliação da cena, devem ser definidas as áreas onde deverão ser localizados os recursos e desenvolvidas as atividades durante o evento. Tais definições são fundamentais, no sentido de evitar a dispersão ou a distribuição desordenada dos recursos, impedindo sua utilização efetiva e prejudicando o controle da ação pelo comando do incidente. Além disso, tais áreas devem ter uma denominação comum e uma sinalização própria, facilitando a sua identificação e localização por todos os componentes do SCI. Lembrando que durante um desastre, essas instalações podem ter suas localizações alteradas em função de mudanças dinâmicas no cenário, devendo ser prevista a necessidade de retirada rápida de equipamentos e pessoal. Planos de Ação de incidentes Consolidados e integrados Uma vez que o Sistema de Comando de Incidentes supõe a participação de vários órgãos e instituições atuando conjuntamente num mesmo cenário, é fundamental que cada um desses órgãos possua um Plano de Ação de Incidentes – PAI próprio, de forma consolidada, e que seja capaz de se integrar 14 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs aos outros planos. Caso contrário, a tarefa de equacionar as diferenças e unificar os planos durante a ocorrência do evento será difícil, a qual demandará tempo e esforço do comando do incidente, acarretando retardo nas ações e ineficiência na resposta. Para alcançar esse objetivo, torna-se necessário a atualização constante desses planos por parte de cada órgão,mediante exercícios próprios, e a avaliação constante dos mesmos, por meio de exercícios conjuntos visando a integração e articulação dos mesmos. Muitas vezes, em função de diferentes cenários e situações, o PAI será definido durante a ação, sendo planejado e difundido a todos os participantes antes de sua execução. Como regra geral, cada plano deverá conter, em sua essência, as definições a cerca de: » objetivos do plano; » mecanismos de acionamento; » organização da estrutura; » estratégias de ação; » recursos a serem utilizados. manejo integral dos recursos Finalmente, como objetivo maior e final do Sistema de Comando de Incidentes, o manejo eficaz e integral de todos os recursos disponíveis, gerando uma resposta adequada e eficiente ao evento. Tal manejo permitirá: » otimizar o uso dos recursos; » garantir a segurança do pessoal envolvido; » contabilizar e controlar o uso de recursos humanos e materiais; » unificar e reduzir a dispersão no fluxo de comunicações; » reduzir as influências externas e dispersão dos comandos. 15 CAPÍtuLo 2 funções e Estrutura O SCI é uma forma de organização funcional, cujas funções e estrutura serão definidas de acordo com a magnitude e natureza do evento. Como exemplo, um evento complexo, envolvendo tarefas e funções para um cenário de grande porte. As funções básicas de comando são distribuídas na seguinte estrutura: Comando do Incidente Segurança Informação Pública Ligação Planejamento Administração e Finanças Operações Logística » Comando do Incidente – É a mais alta função no SCI e consiste em administrar (coordenar, dirigir e controlar) os recursos na cena, seja por competência legal, institucional, hierárquica ou técnica. Pode ser exercida por um comandante ou por um comando unificado. » Segurança – Tem por objetivo auxiliar o Comando do Incidente em questões relativas a avaliação de situações perigosas e inseguras; desenvolver medidas de segurança para o pessoal; deter ou prevenir ações inseguras por meio da cadeia normal de comando e alertar as questões de segurança durante a execução do PAI. » Informação Pública (Porta-Voz) – Serão desenvolvidas por meio do contato com os meios de imprensa e publico em geral, sendo responsáveis pelo manejo das informações acerca do incidente. Atua mediante um centro único de informações e comunicados periódicos à imprensa. » Ligação – Auxiliam o Comando Geral do Incidente nas ações de contato com os representantes de instituições de ajuda e cooperação. » Planejamento – Promover ações de previsão de necessidades; recolhimento, avaliação e difusão das informações sobre o andamento das ações no âmbito interno; realizar o controle dos recursos; compilar toda informação escrita do incidente, 16 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs elaborar o plano de ação para o próximo período operacional (normalmente em 24 horas); e planejar a desmobilização de todos os recursos do incidente. » Operações – Executar todas as operações de resposta; implementar e executar o PAI; e determinar as necessidades e solicitar recursos adicionais que se façam necessários. » Logística – Proporcionar instalações, serviços e materiais para apoio durante o evento, operação ou incidente; e assegurar o bem-estar de todo o pessoal, por meio de mantimentos e suprimentos às necessidades básicas das equipes. » Administração/Finanças – Administrar e justificar, junto a autoridades competentes, os gastos e necessidades que se façam necessários durante o evento. As designações dos ocupantes das funções descritas podem variar em função da magnitude do evento e de características próprias de cada instituição. De maneira didática, as designações seguem a seguinte terminologia: » Gerentes – também chamados de staff’s de comando, assumem as funções de segurança, informação e ligação. » Chefes de seção – responsáveis por uma área funcional principal no incidente – planejamento, operações, logística e administração. » Encarregados – responsáveis pelo manejo de todas as atividades em uma instalação – por exemplo, a área de espera, base. » Coordenadores, líderes ou supervisores – responsáveis por funções de apoio específicos a cada uma das funções anteriores. 17 CAPÍtuLo 3 instalações e recursos Instalações são espaços físicos ou estruturas fixas ou móveis, designadas pelo Comando do Incidente, para cumprir uma determinada função no Sistema de Comando de Incidentes. instalações Comuns São aquelas que cumprem com as necessidades na maioria dos cenários e incidentes, que são: » Posto de Comando – PC. » Área de Espera – AE. » Área de Concentração de Vítimas – ACV. outras instalações São aquelas que podem ser utilizadas ou não, a depender das características do evento, podendo ser: » base; » heliponto; » helibase; » acampamento. A definição da necessidade e local das instalações serão realizadas pelo Comando do Incidente, após avaliar as ações prioritárias, as necessidades envolvidas, os riscos inerentes ao evento e aos locais estabelecidos. O Posto de Comando – PC será o local a partir do qual, se exercerá o Comando do Incidente. Poderá ser fixo ou móvel, devendo ser único no local e identificado pelo símbolo. PC Posto de comando 18 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs A Área de Espera (AE) será o local no qual todos os recursos, humanos e materiais, deverão inicialmente ser concentrados, até que sejam designados para desempenhar sua função. De acordo com os recursos envolvidos, poderá haver diferentes áreas de espera para um mesmo evento. Deverá ser identificado pelo símbolo. E Área de Espera O estabelecimento do Posto de Comando – PC e da Área de Espera – AE devem obedecer a algumas condições comuns para suas instalações. » Visibilidade e segurança adequadas. » Facilidade de acesso e circulação. » Área segura, fora da zona quente ou área de risco. » Disponibilidade de comunicação. » Afastado da cena, do ruído e da confusão. » Capacidade de mobilização e expansão física. 19 sistema de comando de incidentes │ Unidade única A Área de Concentração de Vítimas – ACV é o local estabelecido para efetuar a classificação, estabilização inicial e destinação das vitimas de um incidente. Para a definição de seu local, devem ser considerados os seguintes aspectos. » Segurança. » Proximidade com a cena. » Acessibilidade aos veículos de evacuação. » Capacidade de expansão. » Isolamento do acesso ao público. » Fluxo eficiente de vítimas e equipes médicas. Será identificada pelo símbolo: Área de Concentração das Vítimas ACV Recurso é todo equipamento e/ou pessoal disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua aplicação tática em um incidente. Como exemplos, temos viaturas, medicamentos, bombeiros, médicos, ambulâncias, ferramentas etc. Todos são inicialmente alocados na Área de Espera e devidamente registrados pelo encarregado da área, sendo passada a informação ao Comando do Incidente. À medida da necessidade e disponibilidade, esses recursos serão designados pelo Comando do Incidente para atuação em diferentes áreas no cenário. 20 CAPÍtuLo 4 Estabelecendo o SCi e transferindo o comando Numa situação adversa, a instalação do SCI se iniciará assim que a primeira pessoa com capacidade técnica e operacional chegar ao local do incidente. Alguns passos básicos deverão ser seguidos no estabelecimento do SCI: » Informar a base ou central da chegada a um local de incidente ou evento adverso. » Assumir e estabelecer um Posto de Comando. » Avaliar a situação. » Estabelecer um perímetro de segurança. » Estabelecer seus objetivos. » Determinar as estratégias. » Determinar a necessidade de recursos e possíveis instalações. » Preparar as informações para transferir o comando. Ao assumir e estabelecer um Posto de Comando, deve-se assegurar as seguintes condições. » Segurança e visibilidade. » Facilidade de acesso e circulação. » Disponibilidade de comunicação.» Capacidade de expansão física. » Distância da cena, ruído e confusão. A avaliação da situação deve considerar os seguintes aspectos. » Qual a natureza do incidente. » O que ocorreu. » Quais ameaças ainda estão presentes. » Qual o tamanho estimado da área afetada. » Como o incidente pode evoluir. 21 sistema de comando de incidentes │ Unidade única » Como seria possível isolar a área. » Quais seriam os locais mais adequados para o PC, AE e ACV. » Quais as rotas de acesso e de saída mais seguras para permitir um fluxo seguro e adequado de materiais e pessoal. » Quais as necessidades em termos de recursos e organização. » Ao estabelecer um perímetro de segurança, devem ser consideradas as seguintes características do cenário. » Tipo de incidente. » Tamanho estimado da área afetada. » Topografia da região afetada e vizinha. » Localização do incidente em relação à via de acesso e áreas disponíveis ao redor. » Áreas sujeitas a deslizamentos, explosões, queda de escombros, cabos elétricos caídos etc. » Condições atmosféricas. » Possível entrada e saída de veículos. A função de isolamento deve ser coordenada junto com o organismo de segurança correspondente no local, solicitando ao mesmo a retirada de todas as pessoas que se encontrem na zona de risco, exceto o pessoal autorizado. Após o isolamento da área, devem ser estabelecidos os objetivos da ação e uma estratégia para alcançar os mesmos. Tais ações podem fazer parte de um Plano de Ação de Incidente – PAI já previamente definido, ou serem definidos a partir de um cenário novo que se faça presente. As necessidades de recursos e as localizações das possíveis instalações também já podem estar previamente definidos no PAI, ou serem avaliadas e identificadas neste momento inicial. Durante o ataque as Torres Gêmeas em 11/9/2001, em Nova York, onde foram localizados o PC e a AE do evento? Qual foi o resultado? Qual a causa disso? A chegada no local do incidente de pessoal tecnicamente qualificado ou com responsabilidade institucional definida, torna necessário a transferência do comando a essa pessoa, assumindo a responsabilidade pelo Comando do Incidente. Essa transferência, se dará, num primeiro momento, pessoalmente, de forma verbal, e deverão ser transmitidas as seguintes as seguintes informações: 22 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs » estado do incidente; » situação atual de segurança; » organização atual; » designação de recursos; » recursos solicitados e a caminho; » instalações estabelecidas; » plano de comunicações; » provável evolução. Uma vez feita a transferência do comando, todo o pessoal em operação deverá ser informado da mudança, bem como a identificação do novo comandante do Incidente. Devido a sua capacidade de expansão e contração, a estrutura do SCI é eficaz e eficiente no manejo de operações ou incidentes de qualquer natureza. Na grande maioria dos incidentes menores, somente a ativação das funções de comando e operações serão suficientes para uma resposta adequada. Uma identificação inicial adequada e estimativa de prováveis consequências permitirá que se calcule o número de recursos necessários e a necessidade de expansão do sistema, delegando-se novas funções e alocando mais recursos. A avaliação deve ser mantida durante toda a operação, e caberá ao comandante do incidente definir a necessidade de maior expansão, contração ou desmobilização de recursos e funções. 23 CAPÍtuLo 5 treinamento e Avaliação Assim como qualquer procedimento técnico, o segredo entre o sucesso ou o fracasso na sua realização está na sua repetição e avaliação constantes, visando ajustar os erros, adequar as diferenças entre a teoria e a prática e tornar a sua utilização difundida e bem conhecida por todos os envolvidos com situações de crise. Dessa forma, é fundamental para o sucesso da aplicação do Sistema de Comando de Incidentes, que sejam realizados exercícios básicos e complexos, com todos os órgãos e instituições de resposta, para que sejam colocados em prática e articulados entre si seus Planos de Atendimento Inicial. Cada instituição deve ter seu PAI bem definido e colocado em prática regularmente, seja por meio de exercícios de mesa, de exercícios simulados menores ou grandes exercícios. Lembrando que todas essas ações devem ser devidamente registradas, por meio de formulários e relatórios próprios que permitam a sua avaliação critica após a sua realização, para que possam ser propostas mudanças no sentido de aperfeiçoar e tornar mais eficiente a resposta a situações de desastre. 24 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs O artigo sugerido (em inglês) relata a resposta ao atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, no Pentágono (EUA), e mostra as dificuldades encontradas, mesmo com o uso do ICS. <http://www.semp.us/publications/biot_reader.php?BiotID=135> O site a seguir mostra apresentação em powerpoint sobre o ICS: <www.emacintl.com/docs/ICS%20Overview.ppt> O site a seguir mostra como foi o atendimento inicial ao atentado terrorista de Oklahoma City e a resposta de comando: <http://www.ojp.usdoj.gov/ovc/publications/infores/respterrorism/> O ICS possui dentre outros os seguintes benefícios: » atende as necessidades de incidentes de qualquer natureza e tamanho; » permite que diferentes agências e serviços possam rapidamente estar dentro da mesma estrutura; » provê rápido e eficiente apoio logístico e administrativo às equipes operacionais; » é altamente custo/efetivo ao impedir a duplicação de ações. responsabilidade dos líderes De acordo com a Federal Emergency Management Agency – FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergência), os líderes devem possuir várias responsabilidades. Um bom líder operacional irá: » assegurar práticas de trabalho seguras; » assumir o comando dos recursos de trabalho; » motivar com atitude de “poder fazer com segurança”; » demonstrar iniciativa; » comunicar-se fornecendo instruções específicas e solicitando feedback; » supervisionar as ações de campo; » avaliar a efetividade do plano; » entender e aceitar a necessidade de modificação de instruções ou planos. 25 sistema de comando de incidentes │ Unidade única São deveres do líder operacional: » assumir o comando dentro de sua hierarquia apropriada; » estar preparado para sair de uma função tática para assumir uma função de liderança; » ser eficiente em seu trabalho; » tomar decisões no tempo adequado; » ter certeza de que foi compreendido; » preparar seus subordinados para ações futuras. Comunicação integrada Com relação à comunicação integrada, ainda de acordo com a FEMA: » assegure-se quanto ao compartilhamento de informações. Todo profissional deve estar pronto para: › “brifar” os demais sempre que necessário; › ações de Debriefing; › comunicar riscos aos demais; › receber e repassar informações e perguntar quando tiver dúvidas. Briefing Ao realizar o briefing, algumas ações devem estar claras: » Missão: o que terá que ser feito. » Propósito: porque terá que ser feito. » Conclusão: como saber que foi feito. gerenciamento por objetivos (segundo a fEmA) O ICS é gerenciado por objetivos. Os objetivos são comunicados para toda a organização ICS a partir do processo de planejamento. Quais seriam os passos para estabelecer os objetivos? 26 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs » Passo 1: entender a política e ações da agência ou Instituição; » Passo 2: acesso à situação do incidente; » Passo 3: estabelecer objetivos da ação; » Passo 4: seleção de estratégia apropriada para alcançar os objetivos; » Passo 5: fornecer direção tática; » Passo 6: prover follow-up. Quais são as prioridades absolutas do ICS: 1. salvar vidas; 2. estabilizar o incidente; 3. preservação do Patrimônio. Cada Incidente deve ter um Plano de Ação de Incidentes que: » especifique os objetivos do incidente; » estabeleça as atividades a serem cumpridas; » cubraum período de ações chamado período operacional. Basicamente, o Plano de Ação de Incidentes deve responder as seguintes perguntas. » O que nós queremos fazer? » Quem é responsável por fazê-lo? » Como nos comunicamos uns com os outros? » Qual é o procedimento se alguém fica ferido? O Bureau dos Serviços de Emergência do Estado de Idaho (USA), fez uma análise sob o ponto de vista de “lições aprendidas” no evento de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center, sobretudo no quesito, “Comando”. » New York City não tinha, nem usava o ICS. » NYC Police Fire Departments possuem longa história de planejamentos independentes. » Planos dos bombeiros e da polícia eram particularmente incompatíveis. » Não havia nos bombeiros, planos para eventos multicomplexos. 27 sistema de comando de incidentes │ Unidade única » Não havia sistemas para avaliação de problemas multicomplexos. (Joint Exercises and Joint AAR). » Não havia planos formais nos bombeiros, em nível operacional. » Havia um agreement (assinado em 1993) para bombeiros e policiais compartilharem os helicópteros da polícia em incêndios em prédios altos, e treinamento para combate à incêndios em edifícios. » Houve apenas um voo de familiarização com bombeiros e policiais antes de 11/9/2001 (sem registro). Nenhum treinamento conjunto foi realizado. » Os planos de resposta dos bombeiros acima do nível tático possuia diversas lacunas no comando e controle. » “Ninguém tinha um plano.” (Aide to Fire Chief killed in the collapse of the north tower). » Simulados raramente possuem mais de 100 participantes. Acima de 1000 bombeiros responderam ao World Trade Center. » Bombeiros que sobreviveram disseram que entraram nas torres sem uma missão claramente definida. » Um Comando Unificado não foi estabelecido. » Chefes de Bombeiro realizaram comando nos lobbies das torres. » Comando da Polícia foi estabelecido três quarteirões além da esquina das ruas Church e Vessey. » A polícia não trabalhou em conjunto com os bombeiros, eu não sei porque. (Thomas Von Essen, Fire Commissioner, 1996 – 2001). » Comandantes da polícia e dos bombeiros raramente se falaram e não coordenaram estratégias em conjunto. » Bombeiros, contrariamente às orientações, correram para carros de combate à incêndio que já estavam lotados. » Quando ordenados a deixarem os caminhões de bombeiros, passaram a dirigir-se às torres em carros privados e metrô. » Policiais da Autoridade Portuária abandonaram seus postos nas pontes, túneis e portos. » Um número exagerado de bombeiros foi enviado às Torres Gêmeas. 28 UNIDADE ÚNIcA │sIstEmA DE comANDo DE INcIDENtEs » Muitos bombeiros entraram nas torres sem terem recebido esta orientação. (sessenta bombeiros que estavam de folga, morreram). » Muitos bombeiros se autodespacharam para o local e ignoraram as áreas de estacionamento. O Comando não sabia quantos e quais bombeiros estavam nas torres. » A Unidade de Serviços de Emergência do Departamento de Polícia (ESU) enviou equipes às duas torres. » Os policiais da ESU são treinados em táticas de resgate e frequentemente realizam as mesmas funções que os bombeiros. » Nas escadas, bombeiros e policiais da ESU ajudaram-se mutuamente no transporte de equipamentos, primeiros socorros e envio de mensagens. » Policiais da ESU não checaram com os bombeiros sobre quem estava no comando do resgate. » O sistema de rádios dos bombeiros falhou da mesma forma que tinha ocorrido no atentado a bomba no mesmo prédio em 1993. » Nenhuma outra instituição teve problemas de comunicação tão graves no dia 11 de setembro, como os bombeiros. » Assistant Fire Chief Donald J. Jones, que participou do combate às chamas em 1993, escreveu, façam planejamentos e construam Planos de Contingência. » Chief Burns também escreveu um relatório federal em 1994, “nossa efetividade é boa na mesma proporção em que conseguimos nos comunicar.” » Enquanto dirigia-se para as torres, Chief Burns lembrou seus colegas à respeito dos graves problemas de comunicações que experimentaram em 1993, no atentado à bomba ao WTC. » Em 11 de setembro, ele assumiu o comando das operações na Torre Sul, o segundo edifício a ser atingido, mas o primeiro a desmoronar. Chief Burns faleceu. » Durante os minutos finais, a maioria dos bombeiros na Torre Norte não sabia que a Torre Sul havia desmoronado. » A maioria dos bombeiros na Torre Norte não sabia o quanto era urgente para eles abandonarem o edifício. 29 Para (não) finalizar Lições aprendidas » Planejamento independente = custam vidas. » Treinamento isolado = custam vidas. » Simulados independentes = custam vidas. » Falha de comunicações = custam vidas. » Simule o “Plano”. » Se o plano está ruim, modifique-o (por escrito). » Faça simulados com outras instituições em conjunto. » Simule o Comando Unificado. » Autodespacho para socorro não devem ser aceitos. 30 referências Curso Sistema de Comando de Incidentes, Programa de Capacitação da OFDA – LAC / USAID Emergency Resource Tracking FAQ – OnSite ERT. Federal Emergency Management National Incident Management System. FEMA Incident Command Resource Center. Incident Commander Crisis Training Simulation Software. Search and Rescue Dogs of the United States- SARDUS. UN Wildfire Working Group report recommending use of IC.
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