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RESUMO Cultura do tomate - mosca branca da espécie Bemisia tabaci

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Tomate - mosca branca Bemisia tabaci 
 
O tomateiro, Solanum lycopersicum L., originário da América do Sul, encontra-
se amplamente distribuído em quase todo o mundo (Charlo et al. 2009, Júnior-Santos et 
al. 2009). Nos últimos anos, sua produção global duplicou em resposta ao crescimento 
do consumo, in natura ou industrializado, tornando-se uma das hortaliças mais 
cultivadas do planeta (Naika et al. 2006, Júnior-Santos et al. 2009). O plantio do 
tomateiro é considerado uma atividade de alto risco, decorrente da grande 
susceptibilidade às desordens fisiológicas, ao ataque de pragas e fitopatógenos e 
exigência em insumos e serviços, acarretando elevado investimento de recursos 
financeiros por unidade de área (Loos et al. 2008). 
Durante suas fases fenológicas, o tomateiro é infestado por diferentes insetos e 
ácaros-praga, que constituem fatores de risco para a sua produtividade e qualidade de 
frutos. Dentre estes, destaca-se a mosca branca Bemisia tabaci (Genn.), considerada 
uma das principais pragas, pela severidade dos danos diretos e pela transmissão de 
doenças viróticas, com grande impacto socioeconômico em todo o mundo. 
A mosca branca B. tabaci, é um inseto sugador de seiva, polífago, e já foi 
observado associado a 506 espécies de plantas anuais e herbáceas, incluindo o tomate. 
Pertence à ordem Hemiptera, família Aleyrodidae, com reprodução sexuada ou 
partenogenética. Os adultos são pequenos, com 1 a 2 mm de comprimento, possuem 
aparelho bucal picador-sugador e dois pares de asas de coloração branca. As ninfas 
apresentam aparelho bucal sugador-picador, são translúcidas e se locomovem nas folhas 
a procura de um local para se fixarem e iniciar a sucção da seiva. Os fatores climáticos 
são condicionantes para o desenvolvimento da mosca-branca. Altas temperaturas e 
baixa umidade relativa do ar favorecem seu desenvolvimento (Alencar, 2010; Lacerda; 
Carvalho, 2008; Haji et al., 2005; Fontes et al., 2010). 
Tanto ninfas como adultos se alimentam da seiva do floema das plantas, 
causando danos diretos como manchas, amarelecimento e queda das folhas com redução 
do vigor; e também danos indiretos, devido à excreção de ‘honeydew’ que favorece o 
desenvolvimento de fungos, e a transmissão de vírus (Schuster et al. (1996); Lenteren; 
Noldus, 1990; Byrne; Bellows, 1991; Berlinger, 1986) com subsequente 
desenvolvimento de fumagina, que causa escurecimento da superfície de folhas e frutos, 
comprometendo ainda mais a fotossíntese e a respiração (Davidson et al., 1994; 
Gruenhagen et al., 1993; Krügner, 1995; Yee et al., 1996. De acordo com Costa (1976) 
em baixas populações, os prejuízos estão relacionados apenas à transmissão de viroses; 
entretanto, ao atingir maiores proporções, além da atividade vetora, atua como praga. 
A disseminação de B. tabaci ocorre, frequentemente, pelo transporte de partes 
vegetais de plantas infestadas de um local para outro. Atualmente esta praga encontra-se 
disseminada por todo o país com relato de ocorrência em vários estados levando a 
perdas que podem variar entre 20 e 100%, dependendo da cultura, época e nível de 
infestação, entre outros fatores e prejuízos de até bilhões de dólares (Alencar, 2010; 
Lacerda; Carvalho, 2008; Haji et al., 2005; Fontes et al., 2010). O aumento da 
ocorrência da mosca-branca pode estar associado ao uso abusivo de inseticidas não 
seletivos aos inimigos naturais entre outros fatores, como a seleção para resistência dos 
insetos aos produtos utilizados (Silva et al., 2009). Entretanto, o uso de produtos não 
seletivos para mosca-branca pode eliminar também os inimigos naturais de outras 
pragas propiciando o aumento populacional de insetos (Costa et al., 1973). 
De acordo com Lacerda; Carvalho (2008), o controle biológico, atualmente é 
possível e consiste na preservação dos inimigos naturais da mosca-branca pelo uso de 
inseticidas seletivos. Várias espécies de inimigos naturais têm sido identificadas e já 
foram relatadas em associação com complexo de espécies de mosca branca. No grupo 
de entomopatógenos, diversos isolados dos fungos foram identificados com ação sobre 
a mosca branca (Lourenção et al. 2001; Togni et al. 2009), entre eles Beauveria 
bassiana (Bals.) Vuill. (Deuteromycotina: Hyphomycetes). 
A adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem sido uma alternativa viável e 
promissora para se conviver com as principais pragas dessa cultura. O MIP é definido 
como um conjunto de medidas que visam manter os prejuízos das pragas abaixo do 
nível de dano econômico, possibilitando a diminuição do uso de defensivos agrícolas e 
contribuindo com a sobrevivência dos inimigos naturais (Smith; Van Den Bosch, 1967). 
De acordo com Picanço et al., (2004) nesses programas, só são tomadas decisões de 
controle quando a intensidade do ataque das pragas é igual ou maior do que os níveis de 
controle ou de ação. Esse sistema objetiva a preservação ou o incremento dos fatores de 
mortalidade natural, por meio do uso integrado dos métodos de controle selecionados 
com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. 
 
 
 
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