Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Potencial de Ação e Sinapses Os potenciais de ação gerados por uma porção da membrana são similares em tamanho e duração, e não diminuem à medida que são propagados pelo axônio. É importante lembrar: a frequência e o padrão de potenciais de ação constituem o código utilizado pelos neurônios para transferir informação de um local para outro. Fases identificáveis do potencial de ação: osciloscópio A primeira parte, chamada de fase ascendente, é caracterizada por uma rápida despolarização da membrana - continua até o Vm atingir o valor máximo de pico, de aproximadamente 40 mV. A parte do potencial de ação em que o lado de dentro do neurônio está carregado positivamente em relação ao lado externo é chamada de pico de ultrapassagem. A fase descendente do potencial de ação é uma rápida repolarização do meio interno da membrana até ele ficar, de fato, mais negativo que o potencial de repouso. A última parte da fase descendente é chamada de undershoot, ou hiperpolarização pós-potencial. Por fim, há uma restauração gradual do potencial de repouso. O potencial de ação dura cerca de 2 milissegundos (ms), do início ao fim. Métodos utilizados para estudar o potencial: intracelular (colocação de um microeletrodo dentro de um neurônio ou axônio- difícil) ou extracelular (Essas correntes elétricas podem ser detectadas, sem que o eletrodo penetre no neurônio, se o eletrodo for colocado próximo da membrana). A membrana dessas fibras possui um tipo de canal de sódio fechado que se abre quando terminação nervosa é estirada ou sofrem estímulos. A cadeia de eventos, por conseguinte, começa desta forma: (1) vai acontecer um estímulo, (2) a membrana de fibras nervosas é estirada, (3) e canais permeáveis ao Na+ se abrem. MAS COMO ISSO ACONTECE? Devido ao gradiente de concentração e à carga negativa do interior da membrana, o Na+ atravessa a membrana através desses canais. A entrada de Na+ despolariza a membrana; isto é, a superfície citoplásmica (interna) da membrana torna-se menos negativa. Essa despolarização poderá gerar um potencial de ação, deve ser alçando limiar = Os potenciais de ação são causados pela despolarização da membrana além do limiar. Porem essa entrada de Na e despolarização pode acontecer de diferentes formas: canais sensíveis ao estiramento (pele), canais sensíveis a neurotransmissores, conta de uma corrente elétrica, etc. A taxa de geração de potenciais de ação depende da magnitude da corrente contínua despolarizante. Assim, a frequência de disparos de potenciais de ação reflete a magnitude da corrente despolarizante. Essa é uma das formas pelas quais a intensidade do estímulo é codificada no sistema nervoso. No entanto, existe uma frequência máxima de disparos = cerca 1000Hz. Período refratário absoluto: um potencial de ação é iniciado, é impossível iniciar outro por um intervalo de tempo, sendo cerca de 1 ms. Porem, mesmo após esse tempo ainda é difícil iniciar outro potencial = período refratário relativo = quantidade de corrente para despolarizar o neurônio até o limiar do potencial de ação é maior do que a normal. RESUMINHO: A despolarização da célula durante o potencial de ação é causada pelo influxo de íons sódio através da membrana, e a repolarização é causada pelo efluxo de íons potássio. Teoria: A membrana dessa célula tem três tipos de moléculas proteicas: bombas de sódio e potássio, canais de potássio e canais de sódio. Elas buscam manter gradiente de concentração. Normalmente, vamos encontrar mais Na fora das células e K dentro. K+ fluirá para fora da célula, a favor de seu gradiente de concentração, até que o interior se torne carregado negativamente. A corrente de potássio flui somente quando os canais de potássio na membrana se abrem. Dessa forma, os íons K+ fluem para fora da célula – desde que o potencial de membrana seja diferente do potencial de equilíbrio do potássio = suposição para neurônio ideal. A membrana de nosso neurônio ideal é permeável somente ao K+ O QUE ACONTECE COM SODIO? Como o potencial de membrana é mais negativo em relação ao potencial de equilíbrio do sódio, existe uma grande força motriz para o Na+. No entanto, como a membrana é impermeável ao Na+, não pode existir corrente resultante de Na+. AGORA ESSES CANAIS ELES SERÃO ABERTOS Existe uma grande força motriz de entrada para o Na+ na célula. Assim, temos o necessário para gerar uma alta corrente de sódio através da membrana. Assumindo que a permeabilidade da membrana é agora maior ao sódio do que ao potássio, este influxo de Na+ despolariza o neurônio. - ASCENDENTE Como podemos explicar a fase descendente? Simples, os canais de sódio se fecham rapidamente, ao passo que os canais de potássio permanecem abertos, de forma que a membrana retorna a ser predominantemente permeável ao o K+. Então, o K+ fluirá para fora da célula até o potencial de membrana se igualar ao EK. PRÁTICA: Quando a membrana é despolarizada ao limiar, existe um aumento transitório na gNa. Isso permite a entrada de Na+ na célula, que despolariza o neurônio. Esse aumento na gNa tem de ser muito breve, pela curta duração do potencial de ação. Durante a restauração do potencial negativo da membrana ocorre um aumento transitório na gK durante a fase descendente do potencial de ação, permitindo ao K+ sair rapidamente do neurônio despolarizado. - Fixação de voltagem = medir os níveis de Na e K na membrana durante o potencial = fixar o potencial da membrana para analisar as mudanças na condutância. - CANAL DE SÓDIO DEPENDENTE DE VOLTAGEM: A proteína forma um poro na membrana e é altamente seletiva ao Na+, e o poro abre e fecha de acordo com alterações na voltagem da membrana. O canal de sódio dependente de voltagem é criado a partir de um único e longo polipeptídeo. A molécula possui quatro domínios distintos, numerados de I a IV; cada domínio consiste em seis segmentos de a- hélice transmembrana, numerados de S1 a S6. Os quatro domínos se unem para formar um poro entre eles. O poro fica fechado quando a membrana está em seu potencial de repouso negativo. Quando a membrana é despolarizada até o limiar, entretanto, a molécula sofre uma alteração conformacional para permitir a passagem de Na+ através do poro. Assim como o canal de potássio, o canal de sódio apresenta, junto ao poro, alças que se organizam para formar um filtro seletivo (Esse filtro faz o canal de sódio mais permeável ao Na+ do que ao K+). Aparentemente, os íons de Na+ são desprovidos de quase todas as suas moléculas de água associadas durante a sua passagem pelo canal. A água retida, que serve como uma espécie de “acompanhante” molecular para o íon. O complexo íon-água pode, então, ser utilizado para selecionar Na+ e excluir K+. Fixação de membrana (patch-clamp) = estudar correntes iônicas que passam através de canais iônicos individuais. A mudança de potencial de membrana em uma porção da membrana axonal de − 80 a − 65 mV provoca pouco efeito nos canais de sódio dependentes de voltagem. Eles permanecem fechados porque a despolarização da membrana ainda não atingiu o limiar. A mudança de potencial de membrana de − 65 a − 40 mV, entretanto, causa a rápida abertura desses canais. Um padrão de comportamento característico: 1. Eles abrem com pouco atraso (ativação rápida). 2. Eles permanecem abertos por cerca de 1 ms e, então, fecham-se (são inativados). 3. Eles não podem ser abertos novamente mediante despolarização até que o potencial de membrana retorne para um valor negativo próximo ao limiar. Efeitos de Toxinas sobre os Canais de Sódio: Algumas toxinas poderiam seletivamente bloquear os canais de sódio. A tetrodotoxina (TTX) obstrui o poro decanal permeável ao Na+ ligando-se fortemente a um sítio específico no lado externo do canal. A TTX bloqueia todos os potenciais de ação que são dependentes de sódio e, em geral, é fatal quando ingerida. CONDUÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO: Para transferir informação de um ponto a outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial de ação seja conduzido ao longo do axônio. Quando uma porção da membrana axonal é despolarizada suficientemente para atingir o limiar, os canais de sódio dependentes de voltagem se abrem e o potencial de ação é iniciado. Dessa forma, o potencial de ação faz seu caminho ao longo do axônio até alcançar o terminal axonal, assim iniciando a transmissão sináptica. Os potenciais de ação podem propagar-se sem decremento ao longo dos nervos sensoriais, uma vez que a membrana axonal é excitável e tem canais de sódio dependentes de voltagem. Entretanto, para essa informação ser processada pelo resto do sistema nervoso central, esses sinais neurais devem ser transmitidos para outros neurônios. O processo de transferência de informação na sinapse é denominado transmissão sináptica. TIPOS DE SINAPSE: SINAPSES ELÉTRICAS: As sinapses elétricas são relativamente simples em estrutura e função e permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra = junções comunicantes. Quando as junções comunicantes interconectam neurônios, elas funcionam propriamente como sinapses elétricas. Na junção comunicante, as membranas celulares são separadas por uma distância de apenas 3 nm, e essa estreita fenda é atravessada por conjuntos de proteínas específicas, denominadas conexinas. Seis subunidades de conexina juntam-se para formar um canal, denominado conéxon, e dois conéxons (um de cada membrana) combinam-se para formar o canal da junção comunicante. O poro da maioria desses canais é relativamente grande. A maioria das junções comunicantes entre neurônios permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos = as sinapses elétricas são bidirecionais. Assim, um potencial de ação em um neurônio pré-sináptico pode gerar, quase instantaneamente, um potencial de ação no neurônio pós- -sináptico. Quando dois neurônios estão acoplados eletricamente, o potencial de ação no neurônio pré-sináptico induz um pequeno fluxo de corrente iônica para o outro neurônio através da junção comunicante. Essa corrente causa um potencial pós-sináptico (PPS) eletricamente mediado no segundo neurônio. Entretanto, um neurônio geralmente faz sinapses elétricas com muitos outros neurônios, de forma que vários PPS ocorrendo simultaneamente podem excitar fortemente um neurônio. Elas são frequentemente encontradas onde a função normal requer que a atividade dos neurônios vizinhos seja altamente sincronizada. EX: Correntes que fluem através das junções comunicantes durante as oscilações de membrana e potenciais de ação servem para coordenar e sincronizar a atividade dos neurônios olivares inferiores, e isso, por sua vez, pode contribuir para o refinamento do controle motor. SINAPSE QUÍMICA: A maioria da transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química. As membranas pré e pós-sinápticas nas sinapses químicas são separadas por uma fenda – a fenda sináptica – com largura de 20 a 50 nm, cerca de 10 vezes mais larga do que a fenda de separação nas junções comunicantes. A fenda é preenchida com uma matriz extracelular de proteínas fibrosas. Uma das funções dessa matriz é manter a adesão entre as membranas pré e pós-sinápticas. O lado pré-sináptico de uma sinapse, também chamado de elemento pré-sináptico, normalmente é um terminal axonal. Em geral, um terminal contém dúzias de pequenas esferas envoltas por membrana, cada uma com cerca de 50 nm de diâmetro, chamadas de vesículas sinápticas, contendo neurotransmissores, substâncias químicas utilizadas na comunicação com neurônios pós-sinápticos. Muitos terminais também contêm grânulos secretores, sendo denominadas vesículas grandes e eletronicamente densas. Acumulações densas de proteínas na e adjacentes à membrana plasmática, de ambos os lados da fenda sináptica, são denominadas diferenciações da membrana. No lado pré- sináptico, proteínas projetam-se para o citoplasma ao longo da face intracelular da membrana, parecendo um campo de pequenas pirâmides. As pirâmides e a membrana de onde se projetam são, de fato, os sítios de liberação de neurotransmissores, denominados zonas ativas, onde estão as vesículas. O acúmulo denso de proteínas dentro e logo abaixo da membrana pós- sináptica é denominado densidade pós- sináptica (DPS). A densidade pós-sináptica contém os receptores pós-sinápticos, que convertem os sinais químicos intercelulares em sinais intracelulares na célula pós- sináptica. Se a membrana pós-sináptica está em um dendrito, a sinapse é chamada de axodendrítica. Se a membrana pós-sináptica está no corpo celular, a sinapse é chamada de axossomática. Em alguns casos, a membrana pós-sináptica está em outro axônio, e essa sinapse é chamada de axoaxônica. Quando o axônio pré-sináptico contata um espinho dendrítico pós-sináptico, a sinapse é chamada de axoespinhosa. Em determinados neurônios especializados, os dendritos fazem contato com outros dendritos, e a sinapse é chamada de dendrodendrítica. As sinapses nas quais a diferenciação de membrana no lado pós-sináptico é mais espessa que no lado pré-sináptico são chamadas de sinapses assimétricas, ou sinapses tipo I de Gray - excitatórias; e aquelas nas quais as diferenciações de membrana são similares na espessura são chamadas de sinapses simétricas, ou sinapses tipo II de Gray - inibitórias. Deve haver um mecanismo para a síntese dos neurotransmissores e seu consequente “empacotamento” dentro das vesículas sinápticas, um mecanismo que cause o derramamento de neurotransmissores das vesículas na fenda sináptica em resposta a um potencial de ação pré-sináptico, um mecanismo para produzir uma resposta elétrica ou bioquímica ao neurotransmissor no neurônio pós-sináptico, e um mecanismo para remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica. A transmissão sináptica química requer que neurotransmissores sejam sintetizados e estejam prontos para liberação. Uma vez sintetizados no citosol do terminal axonal, os neurotransmissores aminoácidos e aminas devem ser captados pelas vesículas sinápticas. Concentrar esses neurotransmissores dentro da vesícula é o trabalho dos transportadores, proteínas especiais embutidas na membrana vesicular. A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um potencial de ação ao terminal axonal. A despolarização da membrana do terminal causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem nas zonas ativas. Eles são permeáveis ao Ca2+, em vez de ao Na+. Há uma grande força condutora impulsionando o Ca2+ para o interior. A elevação resultante na [Ca2+]i é o sinal que causa a liberação dos neurotransmissores da vesícula sináptica. As vesículas liberam seus conteúdos por um processo denominado exocitose. A membrana da vesícula sináptica funde-se com a membrana pré-sináptica nas zonas ativas, permitindo que o conteúdo da vesícula seja derramado na fenda sináptica. A membrana vesicular é posteriormente recuperada por um processo de endocitose, e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissor. Durante os períodos de estimulação prolongada, as vesículas são mobilizadas a partir de um estoque de vesículas que está ligado ao citoesqueleto do terminal axonal. Os neurotransmissores liberados dentro da fenda sináptica afetam os neurônios pós- sinápticos por se ligarem a proteínas receptoras específicas que estãoembutidas nas densidades pós-sinápticas. Embora haja bem mais de 100 diferentes receptores para neurotransmissores, eles podem ser divididos em dois tipos: canais iônicos ativados por neurotransmissores e receptores acoplados a proteínas G. Os canais iônicos ativados por transmissores geralmente não apresentam o mesmo grau de seletividade iônica que os canais iônicos dependentes de voltagem. A despolarização transitória do potencial da membrana pós-sináptica causada pela liberação de neurotransmissor é denominada potencial excitatório pós- -sináptico (PEPS). A ativação sináptica de canais iônicos abertos por acetilcolina e por glutamato causa PEPSs. A hiperpolarização transitória do potencial de membrana pós-sináptico causada pela liberação de neurotransmissor pela pré- sinapse é denominada potencial inibitório pós-sináptico (PIPS). A ativação sináptica de canais iônicos abertos por glicina ou GABA causa um PIPS. O neurotransmissor liga-se ao receptor na membrana pós-sináptica. O receptor proteico ativa pequenas proteínas, proteínas G, as quais se movem livremente ao longo da face intracelular da membrana pós-sináptica. As proteínas G ativadas, por sua vez, ativam proteínas efetora - segundos mensageiros RESUMINHO SINAPSE QUÍMICA: Potencial de ação: ativa canais de cálcio voltagem-dependentes na membrana da célula. Ca2+ concentração muito maior fora do neurônio do que dentro dele, invade a célula. Isso permite que as vesículas sinápticas se fundam com a membrana do axônio terminal, liberando o neurotransmissor dentro da fenda sináptica. Ativação de receptores pós-sinápticos: abertura ou fechamento de canais iônicos na membrana celular. Isto pode ser despolarização — tornar o interior da célula mais positivo — ou hiperpolarização — tornar o interior da célula mais negativo — dependendo dos íons envolvidos.
Compartilhar