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Aula 9 CORTE_PARTE 1

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1 
 
1 
 
CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
CURSO: Engenharia de Produção DISCIPLINA: Desenho 
CONTEUDISTAS: Hector Reynaldo Meneses Costa 
 Leydervan de Souza Xavier 
 Ricardo Alexandre Amar de Aguiar 
Designer Instrucional: Cristina Ávila Mendes/Fernanda Felix 
 
Aula 9– Corte - Parte 1 
 
"Primeiro estranha-se, depois entranha-se." (Fernando Pessoa) 
 
Metas 
Apresentar vistas auxiliares seccionais (“corte”) em desenho técnico. 
 
Objetivos 
Ao final desta aula você deverá ser capaz de: 
1. Desenhar vistas auxiliares seccionais a partir de perspectivas isométricas ou 
vistas ortográficas de uma peça ou conjunto de peças. 
2. Interpretar o desenho de vistas auxiliares seccionais e produzir vistas 
ortográficas e perspectivas de peças ou conjunto de peças. 
3. Representar vistas ortográficas a partir de uma perspectiva e representar uma 
peça em perspectiva, a partir da vistas ortográficas dadas. 
 
Pré-requisitos: 
Nesta aula, você terá uma atividade em que precisará dispor dos seguintes 
materiais de desenho: 
2 
 
2 
 
● Lapiseira 0,7 ponta de aço (grafite 2B); lapiseira 0,3 ponta de aço (grafite 
HB); 
● Esquadros 60º e 45º; régua de 30 cm ou escalímetro; borracha; 
● Bloco de papel (liso e com margem); 
● Fita crepe; compasso, guardanapo, pano ou flanela; 
● Álcool; 
● Acessórios opcionais: “mata-gato”, gabarito de círculos, papel quadriculado 
e isométrico, vassoura de mão com cerdas macias. 
 
No mundo da vida, os objetos, raramente, são maciços e de seção reta constante, 
como uma haste ou mesmo; nem mesmo são um objeto único, mas ao contrário, 
são conjuntos de objetos formando um todo. Um exemplo é a lapiseira de desenho 
que você pode estar usando agora. Se puder desmonte-a e observe quantos 
componentes possui. Possivelmente vai encontrar um corpo de polímero, em que 
está presa uma alça para se prender ao bolso; um anel de borracha macia, para se 
ajustar à garra formada pelo indicador, o polegar e o dedo médio na hora de 
escrever ou desenhar e que, no seu interior, acomoda um tudo central, de metal ou 
de plástico. Na parte de baixo deste tubo está uma pinça de três hastes, uma ponta 
cônica de metal ou plástico e uma mola. E na sua parte superior um pino de retenção 
das minas de grafite com uma borracha de apagar e por fora, está encaixada uma 
tampa cilíndrica oca. E como isto tudo funciona? Quando você aperta o polegar 
sobre a tampa cilíndrica, retendo o corpo da lapiseira com os outros quatro dedos, 
ela empurra o pino que faz o tubo descer contra a mola, a pinça se abre e o grafite 
é empurrado para dentro dela, sendo alinhado com o furo interno da ponta cônica. 
Ao soltar a tampa traseira, a pinça retém a mina e você pode escrever sem que o 
grafite gire. Quantos anos de engenharia, do lápis de carvão às lapiseiras, que o 
mercado oferece, algumas de alta qualidade e outras, nem tanto! Agora pense em 
desenhar cada peça destas em três vistas e, mais ainda, desenhar a lapiseira como 
3 
 
3 
 
um objeto único, em cujo interior estariam todos os componentes que comentamos! 
Muitas linhas tracejadas, difíceis de interpretar e, mais ainda, de cotar. Como 
resolver isto, já que a maioria dos equipamentos, dos mais simples aos mais 
sofisticados, são conjunto de muitas peças ou mesmo de outros conjuntos de 
peças? A solução para isto chama-se corte! Ou vistas auxiliares seccionais. 
 
9.1 Introdução 
Considere a figura 9.1, em que estão representados: um conjunto, uma sede, uma 
bucha e um eixo, cada um deles em duas vistas ortográficas não cotadas. 
 
 
Figura 9.1 Conjunto mecânico de três peças. Sequência de montagem 1-2. 
 
ConjuntoSede
Bucha
Eixo
1º 2º
4 
 
4 
 
Na figura 9.1 as setas sugerem que ( em 1º) a Bucha (contorno adjacente indicado 
com linha do tipo traço e dois pontos) é introduzida na Sede e, em seguida (em 2º), 
o Eixo é introduzida na Sede já montada com a Bucha. Ao final do 2º passo, obtém-
se o Conjunto. As superposições de linhas tracejadas no primeiro e no segundo 
passo dificultam a compreensão do conjunto montado, e sem a prévia apresentação 
de seus componentes e de sua sequência de montagem, a tarefa seria ainda mais 
difícil. Além disto, seria impraticável a cotagem completa. Para superar este 
problema recorrente, são usadas, além das vistas ortográficas principais, as 
chamadas vistas auxiliares seccionais. 
Uma vista seccional ou, na linguagem técnica cotidiana, “corte”, seria uma vista 
obtida da peça projetada sobre um plano secante a ela. Assim, a parte da peça que 
estivesse entre o observador e o plano secante seria removida, para que o 
observador pudesse observar o interior da peça. 
O sentido de observação é sempre o sentido sugerido pelas setas, nas 
extremidades do plano secante ou de corte. Respeitando o sistema projetivo usado, 
como por exemplo, o do primeiro diedro, tudo o que estiver sendo observado na 
região definida pelo plano secante, ou seja na interseção do plano secante com a 
peça, vai ser projetado através do rebatimento deste plano secante em um plano de 
projeção. 
Na figura 9.2 estão indicados, na vista superior e na vista frontal, alguns traços de 
planos secantes ou de corte, com linhas do tipo traço-e-ponto com extremidades 
mais largas, ao lado das quais estão duas letras maiúsculas e iguais. Sobre as 
extremidades da linha que indica o traço do plano de corte estão duas setas indo 
ao encontro das linhas. 
Analise que poderiam ser indicados infinitos outros planos. Ao lado desta 
representação, estão indicadas as respectivas operações de corte, realizadas com 
auxílio dos três planos (AA, BB e CC). Observe que a parte da peça entre o 
observador e o plano é removida e a parte remanescente exibe o interior da peça, 
5 
 
5 
 
que se quer representar, mas que ainda não está visível nesta posição. Este interior, 
precisa, agora, ser rebatido, como está representado na figura 9.3, para que se 
possa ver, os detalhes internos, antes encobertos. 
 
Figura 9.2 Traços de planos e letras indicativas sobre as vistas do conjunto 
anterior. Setas indicativas de sentido de observação. 
 
 
 
A
A
B
B
C C
B
B
C C
A
A
6 
 
6 
 
 
Figura 9.3 As vistas seccionais e o sentido de projeção a partir dos traços dos 
planos e do sentido de observação indicado pelas setas. 
 
Observe na figura 9.3 que, usando o sistema projetivo do primeiro diedro, o que está 
contido no plano secante (AA, BB e CC) vai ser rebatido em um plano que se localiza 
após o objeto. Isto foi indicado através de setas, partindo do traço de cada plano de 
corte em direção ao que foi designado como plano de projeção do corte. 
Para associar esta operação da geometria descritiva com uma operação mecânica 
realizada sobre um objeto qualquer, observe a figura 9.4. 
 
A
A
B
B
C C
Plano de 
corte
Plano de 
projeção do 
corte
Plano de 
corte
7 
 
7 
 
 
Figura 9.4 Indicação de duas operações de corte, por serragem, de um conjunto. 
 
Na representação estão indicadas duas formas possíveis de ser serrar o conjunto 
na forma de um bloco. A indicada por AA, no sentido de seu eixo maior e outro, BB 
no sentido de seu eixo menor. Observe o que acontece quando se opera o corte AA 
e, em seguida, se remove, a parte entre o observador e o bloco serrado, isto está 
ilustrado na figura 9.5. 
A
A
B
B
8 
 
8 
 
 
 
Figura 9.5 Vista em perspectiva do conjunto na forma de bloco, após o corte 
paralelo ao eixo longitudinal (maior) e remoção da metade anterior. Separação do 
conjunto em duas partes, cortadas pela metade. 
 
Na figura 9.5 está representada o que se chama de perspectiva explodida, em que 
as peças foram separadas, mas preservou-se seu alinhamento quando estavam 
montadas. Cada peça aparece, cortada ao meio, como seria visto pelo observador. 
Nas faces das peças está representado,com linhas paralelas, o suposto efeito do 
contato destas com a serra, arranhando as superfícies cortadas. 
Se, por um lado, a perspectiva ajuda a visualizar o conjunto cortado, por outro, não 
favorece a cotagem precisa de cada detalhe e, por isto, o que se procura é a vista 
seccional representada, juntamente, com as demais vistas ortográficas, para se 
A-A
9 
 
9 
 
conseguir cotar todos os elementos visíveis externamente e, agora após o corte, 
internamente também. 
 
9.2 Representação de Vistas Auxiliares Seccionais 
 
Na figura 9.6 existem várias informações importantes sobre vistas seccionais e as 
convenções normalizadas pelas normas NBR10067/95 e NBR12298/95 para sua 
representação. Outros detalhes dessas normas serão apresentados adiante. 
Possibilidades de representação das vistas seccionais segundo a NBR 10067/95 da 
peça mostrada na figura 9.5 são apresentadas na figura 9.6. 
As vistas ortográficas do conjunto montado mostram como a superposição de linhas 
tracejadas dificulta o entendimento de cada componente, o que motiva o uso de 
vistas seccionais. Para isto são usadas, em geral, duas etapas: 
 
 1ª Etapa: em geral, se indica cada plano de corte em uma ou mais vistas, 
com linha traço-e-ponto estreita e extremidades mais largas, pares de letras 
colocada as proximidades destas extremidades e setas representativas do 
sentido de observação. Nas figura 9.6.a esta etapa aparece na primeira fila 
de desenhos, à direita; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
10 
 
 
 
Figura 9.6a. Indicação dos planos secantes, sentido de observação do corte e 
designação de vistas seccionais. 
 
 
 
 
 
 
 
B
BVistas ortográficas
Indicação dos planos de corte e
 sentidos de observação
A A
11 
 
11 
 
 
 1ª Alternativa 2ª Alternativa 
 
 3ª Alternativa 4ª Alternativa 
Figura 9.6b. Vistas do conjunto cortado. Indicações e formas de disposição das 
vistas seccionais e ortográficas segundo a NBR10067/95. 
 
A A
B
B
A-A B-B
Vistas seccionais representadas sobre as 
vistas ortográficas e indicação dos planos 
secantes e sentido de observação por 
pares de letras e setas, respectivamente. 
Vistas seccionais representadas sobre as 
vistas ortográficas sem qualquer indicação 
dos planos secantes e do sentido de 
observação. 
A A
B
A-A
B-B
B
A A
B
A-A B-B
B
Vistas seccionais associadas às vistas 
ortográficas principais. Todas as posições 
relativas ao primeiro diedro. Indicações de 
planos secantes, vistas seccionais por pares 
de letras e sentido de observação por meio 
de setas.
Vistas seccionais associadas às vistas 
ortográficas principais. Apenas as vistas 
ortográficas respeitam as posições relativas 
ao primeiro diedro. Indicações de planos 
secantes, vistas seccionais por pares de letras 
e sentido de observação por meio de setas.
12 
 
12 
 
 
 2ª Etapa: as vistas seccionais serão representadas e, para isto, há quatro 
alternativas: 
a) As vistas seccionais são desenhadas sobre as posições das vistas ortográficas 
principais, substituindo-as de acordo com o sistema projetivo usado. No caso do 
primeiro diedro, o corte longitudinal na vista superior vai ser representado na 
posição da vista frontal (se a seta apontar para cima ou na posição da vista posterior 
(se a seta apontar para baixo) e, no caso do corte transversal sobre a vista superior, 
a vista seccional ocupará a posição da vista lateral direita ou da vista lateral 
esquerda, conforme o sentido de observação para a direita ou para a esquerda, 
respectivamente. Na primeira alternativa da figura 9.6b este caso foi explorado. 
Observe que os pares de letras foram usados tanto para indicar os planos de corte 
quanto para designar as vistas seccionais correspondentes. Esta é a alternativa 1, 
que constitui a mais simples de todas e a mais usada, sempre que possível. 
b) As vistas seccionais são desenhadas como na 2ª alternativa da figura 9.6b, mas 
desta vez, sem nenhuma indicação dos planos de corte nem das vistas geradas por 
estes. Esta alternativa está prevista na NBR10067/95 para quando a posição do 
corte for clara, dispensando-se as indicações mencionadas. Apesar desta 
informação, recomenda-se, com base na experiência prática e profissional, que esta 
alternativa não seja usada. Deve-se, sempre, indicar os planos de corte e designar 
as vistas geradas, para maior segurança de interpretação dos desenhos. 
c) As vistas seccionais, identificadas e associadas aos planos de corte, também 
identificados, são desenhadas de forma complementar às vistas ortográficas pré 
existentes e são posicionadas segundo o sistema projetivo usado, sendo adotadas 
as posições mais adequadas disponíveis. Por exemplo, o corte AA ocupa a posição 
de uma vista posterior e o BB a de uma vista lateral direita. Esta alternativa é usada 
quando a quantidade de detalhes justifique mais de três vistas (entre ortográficas 
principais e seccionais) e seja conveniente manter a visão externa das peças ou 
13 
 
13 
 
conjuntos para efeito de cotagem ou melhor interpretação. Quando o números de 
vistas seccionais cresce esta alternativa, que é a 3ª da figura 9.6b. tende a ser 
inviável. 
d) As vistas seccionais, identificadas e associadas aos planos de corte, também 
identificados, são desenhadas de forma complementar às vistas ortográficas pré 
existentes e são posicionadas em qualquer lugar da folha de desenho, 
preferencialmente, próximas às vistas onde foram assinalados os planos de corte 
que as geraram. Esta, que é a 4ª alternativa da figura 9.6b, costuma ser usada 
quando o número de planos de corte cresce ou quando, por conveniência, o laiaute 
da folha de desenho não permite agrupar as vistas como prevê o sistema projetivo. 
 
Ainda, na figura 9.6b, podem ser observados conjuntos de linhas paralelas, 
igualmente espaçadas, fazendo entre si 90°. Essas linhas são chamadas hachuras 
e são desenhadas com linhas mais estreitas do que as usadas nos contornos das 
peças. De modo semelhante às marcas que a serra deixaria no objeto do mundo da 
vida, usa-se hachuras para indicar que o plano secante cortou algum tipo de 
material e, para que se possa fazer a distinção entre peças diferentes e entre 
materiais diferentes, cortados em um conjunto, adotam-se as seguintes 
convenções: cada material será hachurado com um padrão próprio e peças 
adjacentes de materiais idênticos serão hachuradas de modo que as hachuras de 
cada uma sejam ortogonais às da peça vizinha. No caso de três ou mais peças 
adjacentes de mesmo material, o que é raro, esse efeito não é viável. A 
NBR12298/95 normatiza o uso de hachuras e será explorada em maiores detalhes 
adiante. Algumas peculiaridades do processo de corte e sua representação são 
indicados na figura 9.7. 
Na figura 9.7 o conjunto cortado, A-A, pelo plano secante AA é apresentado à 
esquerda e, à direita, estão as perspectivas explodidas do corte das duas peças 
que formam o conjunto. A peça interna foi ampliada para melhor identificação de 
14 
 
14 
 
seus elementos. Os elementos identificados por números de 1 a 16 nas duas 
representações ajudam a estabelecer a correspondência das linhas e superfícies 
entre elas. 
 
 
Figura 9.7 Análise de traçado de vistas seccionais: furos com rebaixo. 
 
Observe atentamente cada elemento e, particularmente, examine o de número 10 
na perspectiva e, as linhas superpostas 5≡6≡10, na vista seccional. Por alguma 
razão, a maioria absoluta (9 em cada 10) dos alunos tende a não representar a 
linha, no caso de furos com rebaixo, como é o caso da figura, o que constituí erro 
no desenho. Analise, também, as superfícies curvas das paredes ao fundo dos furos 
que não são alcançadas pelo plano secante e, por isto, não aparecem hachuradas 
na vista seccional. Como há dois furos cortados, há dois retângulos não 
hachurados. Esta regra deve ser sempre observada: áreas em branco(não-
hachuradas) indicam superfícies posteriores ao plano secante. 
A-A
A-A
1
1
2 3
2
3
4
4
5≡6≡10
5
6
7
78
8≡9
9
10
11
11
12
12
13
13
15
14≡15
14
16
16
15 
 
15 
 
Considere, ainda, que qualquer plano secante admite dois sentidos de observação, 
correspondendo, cada um, a olhar uma das duas metades do objeto cortado, 
removendo a outra. Quando o objeto é simétrico e o plano de corte passa pelo eixo 
de simetria as duas metades serão idênticas mas, ainda assim, é preciso respeitar 
o sistema projetivo e dispor a vista seccional na posição correta, em relação às 
demais vistas. Observe o caso da peça cortada representado na figura 9.8, com 
dois planos de cortes e sentidos de observação diferentes. Para facilitar o 
entendimento da peça, os dois cortes foram explorados segundo dois pontos de 
vista diferentes, representados cada um, por um perspectiva isométrica. 
 
 
Figura 9.8 Cortes e diferenças de posição e do sentido de observação para peça 
sem simetria em relação ao menor eixo. 
 
A
A
A
A
A-A
A
A
A-A
A
A
A
A
A
A
16 
 
16 
 
Na figura 9.8 a escolha do local de corte conjugado a um sentido de observação 
permitirá identificar e cotar detalhes diferentes. No conjunto à esquerda, pode-se 
detalhar o bloco disposto sobre o rebaixo retangular e, no conjunto à direita, pode-
se detalhar o furo retangular sob o rebaixo retangular. 
Na figura 9.9 está representada outra possibilidade, explorando a simetria em 
relação ao eixo maior, com o corte B-B. 
 
 
Figura 9.9 Corte explorando a simetria da peça em relação ao eixo maior. 
 
Na figura 9.9 um único corte permitiria definir duas dimensões do bloco inserido no 
rebaixo e duas dimensões do furo retangular (largura e profundidade). Nada impede 
que sejam usadas as duas representações, como está indicado na figura 9.10. 
 
B
B
B B
B-B
B
B
17 
 
17 
 
 
Figura 9.10 Perspectivas isométricas, vistas ortogonais e dois cortes transversais 
aos eixos principais da peça. 
 
 
9.3 Tipo de Vistas Auxiliares Seccionais 
 
Segundo a NBR10067/95 os cortes podem ser: totais, parciais, meio-corte e corte 
em desvio. 
 
9.3.1 Corte Total 
No corte total, toda a extensão da peça ou do conjunto de peças é cortada. Os 
exemplos usados até aqui nas figuras anteriores são exemplos de cortes totais. Na 
figura 9.11 está representado um corte total longitudinal de um pino escalonado com 
dois furos passantes perpendiculares entre si. 
A
A
B
B
A
B
B
A
A
A
A-A
B B
B-B
18 
 
18 
 
 
Figura 9.11 Corte total de um pino com seção escalonada e furos passantes. 
 
Observe que não foram feitas indicações do plano de corte nem designação do 
corte, já que a interpretação das vistas é clara. Analise, em seguida, a figura 9.12, 
em que estão representados o pino e a base em que este será montado, formando 
um conjunto. 
 
 
Figura 9.12 Pino e base: vistas ortográficas. 
Nervuras
Placas
Base
Pino
19 
 
19 
 
 
9.3.2 Meio-corte 
Para mostrar os detalhes da base, será aplicado um meio-corte, representado sobre 
a vista lateral direita, conforme a figura 9.13. 
 
Figura 9.13 Meio-corte da base. 
 
Observe o uso do meio-corte aplicado sobre a vista lateral direita da peça, o que 
permite se represente, simultaneamente, o interior e o exterior da peça. Este tipo de 
corte se aplica a peças com simetria e, por isto, os detalhes cortados são omitidos 
na vista, não se usando linhas tracejadas para não sobrecarregar a vista. É o que 
se observa com os furos com rebaixos: o furo aparece em corte, mas o outro, 
simétrico a este foi omitido na metade da peça representada em vista. Outra 
questão importante é que as nervuras, quando cortadas, não são hachuradas. Isto 
se chama omissão de corte e será explorado ao longo das próximas seções. Outro 
item é que, como o meio corte se aplica sobre um eixo de simetria, na maioria das 
vezes não é necessário fazer a indicação do plano de corte em outra vista, nem 
indicar o corte. 
Agora, em relação à mesma base, na figura 9.14 serão usados vários planos de 
corte, o que permite detalhar elementos em planos diferentes. 
 
20 
 
20 
 
9.3.3 Corte em desvio 
No corte em desvio, segundo a nomenclatura NBR 10067/95, são usados vários 
planos de corte. Neste caso, quase sempre, será necessário indicar, por meio de 
linha traço-e-ponto estreita com extremidades mais largas, os planos de corte em 
uma vista e indicar o corte, aplicado sobre uma das vistas ortogonais ou em 
separado, com duas letras maiúsculas separadas por traço, conforme consta do 
exemplo da figura 9.14. 
 
 
Figura 9.14 Cortes em desvio aplicados na Base. 
 
Na figura 9.14 os dois cortes em desvio, com sentidos de observação opostos, 
permitem explorar diferentes detalhes da base. No corte B-B pode-se cotar a 
profundidade do furo onde será inserido o pino, mas o furo rebaixado da base 
aparece pela metade e não se representou a nervura (com omissão de hachura), 
A
A
B
B
B-BA-A
21 
 
21 
 
como pode ser feito no corte A-A. Outro aspecto é que, no corte B-B, a metade do 
furo rebaixado, não cortado, aparece desta vez em linha tracejada de forma 
diferente do que ocorreu no meio-corte da figura 9.13, porque, agora, trata-se de 
corte em desvio em que não se usa a convenção de omitir na vista elementos 
simétricos representados em corte. Mas, observe que nenhum detalhe presente 
atrás do plano de corte aparece representado, ou seja, não aparecem elementos 
em linha tracejada em conjunto com o corte. A figura também ilustra que podem ser 
feitos tantos cortes quantos necessários para esclarecer os detalhes e a cotagem 
da peça, ou do conjunto, mas, deve-se, sempre, optar pela forma mais econômica, 
como menos desenhos. 
 
9.3.4 Corte parcial 
Neste caso o corte é indicado diretamente sobre a vista e delimitado por uma linha 
estreita manual ou em zigue-zague conforme a NBR 8403. O corte parcial pode ser 
aplicado em conjunto com outros cortes. Na figura 9.15 o pino indicado 
anteriormente foi modificado e para indicar o furo cego transversal ao eixo 
longitudinal, foi usado um corte parcial. 
 
22 
 
22 
 
 
 
 
Figura 9.15 Aplicação de corte parcial a um pino com pequeno furo transversal. 
 
Observe que este corte parcial permite cotar a profundidade e o diâmetro do furo, 
sem necessidade de um novo corte transversal sobre o furo. Neste caso, o corte 
parcial poderia ser aplicado com ampliação da vista (como foi feito em relação às 
representações anteriores) e está ilustrado na parte superior da figura 9.15 ou, 
alternativamente, em um detalhe ampliado x- vezes, conforme indicado na parte 
inferior da mesma figura. 
Finalmente, deve-se considerar que qualquer combinação de vistas seccionais 
pode ser usada para representar e permitir a cotagem de uma peça ou conjunto de 
peças, o que inclui cortes totais, parciais, meio-corte ou corte em desvio, aplicados 
uma ou mais vezes isolada ou complementarmente. 
 
 
Z
Z
Z 
(x:1)
23 
 
23 
 
Referências Bibliográficas 
ESTEPHANIO, Carlos. Desenho Técnico Básico; 2o. e 3o. graus. Rio de Janeiro: 
Ao Livro Técnico, 1984. 
FRENCH, Thomas E. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. 6. ed. São Paulo: 
Globo, 1999. 
MICELI, Maria Teresa; FERREIRA, Patrícia. Desenho Técnico Básico. 2 
Edição.Rio de Janeiro: Editora Ao Livro Técnico,2003. 
SILVA, Sylvio F. da. A Linguagem do Desenho Técnico. Rio de Janeiro: Livros 
Técnicos e Científicos, 1984. 
LEAKE, James M.; BORGERSON, Jacob L. Manual de Desenho Técnico para 
Engenharia, Desenho, Modelagem e Visualização. 2ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 
2015 
SILVA, Arlindo; RIBEIRO, Carlos Tavares; DIAS, João; SOUSA, Luís . Desenho 
Técnico Moderno. 4ª edição.Rio de Janeiro: LTC, 2014. 
RIBEIRO, Antônio Clélio; PERES, Mauro Pedro; IZIDORO, Nacir. Curso de 
Desenho Técnico e Autocad, São Paulo, Person Education, 2013. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR10067:princípios 
gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: aplicação de 
linhas em desenhos –tipos de linhas – larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298: 
Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico. Rio 
de Janeiro, 1995.

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