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1 1 CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CURSO: Engenharia de Produção DISCIPLINA: Desenho CONTEUDISTAS: Hector Reynaldo Meneses Costa Leydervan de Souza Xavier Ricardo Alexandre Amar de Aguiar Designer Instrucional: Cristina Ávila Mendes/Fernanda Felix Aula 10– Corte. Segunda parte "Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é bobo ou não tem arte!” (ditado popular) Metas Apresentar vistas auxiliares seccionais (“corte”) em desenho técnico aplicado a conjuntos mecânicos. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Desenhar vistas auxiliares seccionais a partir de perspectivas isométricas ou vistas ortográficas de uma peça ou conjunto de peças. 2. Interpretar o desenho de vistas auxiliares seccionais e produzir vistas ortográficas e perspectivas de peças ou conjunto de peças. 3. Desenhar conjuntos a partir de vistas ortográficas e auxiliares seccionais de peças. Pré-requisitos: Nesta aula, você terá uma atividade em que precisará dispor dos seguintes materiais de desenho: 2 2 ● Lapiseira 0,7 ponta de aço (grafite 2B); lapiseira 0,3 ponta de aço (grafite HB); ● Esquadros 60º e 45º; régua de 30 cm ou escalímetro; borracha; ● Bloco de papel (liso e com margem); ● Fita crepe; compasso, guardanapo, pano ou flanela; ● Álcool; ● Acessórios opcionais: “mata-gato”, gabarito de círculos, papel quadriculado e isométrico, vassoura de mão com cerdas macias. 9.4 Omissão de corte Em alguns casos estudados foi mencionada a omissão de corte, ou seja, quando um elemento é cortado pelo plano de corte mas a representação deste elemento, usando-se hachuras, não é desenhada. A razão disto é que alguns elementos tipicamente usados para fixação, como pinos, parafusos, rebites, porcas, arruelas, contrapinos e outros, que são comuns e têm uma geometria bem definida e familiar, como eixos, dentes de engrenagens, chavetas, manípulos e volantes são mais facilmente identificáveis quando aparecem no interior de conjuntos, sem ser hachurados. Já quando esses elementos estão sendo representados como peças, pode-se e deve-se cortá-los para representar detalhes interiores e realizar a cotagem completa. Outro caso de omissão de corte são as orelhas as nervuras e os braços de polias, engrenagens, volantes e outras peças não-maciças. Para esses casos, omite-se o elemento para que a geometria da peça não seja confundida com a de outras que possuem seção maciça. Na figura 9.16 constam duas polias, uma com braços e a outra com uma seção maciça, na forma de disco. 3 3 Figura 9.16 Omissão de corte em braços de polias. Observe a diferença de representação de cortes: os braços aparecem cortados, mas com omissão de corte e o disco aparece hachurado. Compare a representação da polia com braços quando não há omissão de corte com a da polia com disco maciço: a menos dos furos que existem no disco e não foram colocados nos braços, as representações são idênticas, o que poderia causar confusão e, por isto, esta alternativa não deve ser usada. Na figura 9.17 está A A A-A B B B-B Braço Braço Disco A-A Braço sem omissão de corte. Em desacordo com a NBR10067/95 4 4 indicada uma peça com orelhas e nervuras, com outros casos de omissão de cortes. Figura 9.17 Peça com orelhas e nervuras. Na figura 9.17 há vários casos importantes para serem observados. O primeiro é o de omissão de cortes de orelhas e de nervuras. O segundo é que as orelhas foram rebatidas para ficar alinhadas com o plano de corte passando sobre as nervuras, ao centro da peça. Se houvessem outros elementos com simetria radial o mesmo seria feito para concentrar todas as informações em uma única representação e Secção maciça hachurada Orelhas rebatidas para ficar alinhadas com o plano de corte Omissão de corte na nervura Omissão de corte na orelha A A A-A 5 5 sem necessidade de se fazer qualquer indicação sobre isto, conforme determina a NBR10067/95. Nesta peça, também, pode-se comparar uma seção maciça na base com a geometria em que está presente uma nervura. Se não fosse feita a omissão de corte na nervura, os cortes nesta região e na base gerariam a mesma representação, podendo causar confusão na interpretação e, por isto, não se usa esta alternativa. Na figura 9.18 estão reunidas todas as peças de um conjunto, em parte já discutido nas figuras anteriores. Na figura estão: uma base, um pino, duas polias, um parafuso e uma placa. Observe cada elemento e passe à figura 9.19 em que será apresentado o corte do conjunto montado. Figura 9.18 Detalhamento das peças para montagem de conjunto mecânico. D D D-D 6 6 Figura 9.19 Corte do conjunto mecânico. Observe que na figura 9.19 as polias foram montadas no pino que, por sua vez, foi introduzido na base. A base está apoiada sobre uma placa e será fixada por quatro parafusos com cabeça Allen (sextavado interno). Analise o plano de corte B-B indicado na vista superior da base montada sobre a placa. Como se trata de um conjunto, o pino aparece em primeiro plano e serão omitidas as hachuras correspondentes ao seu corte. Observe, também, que o parafuso, no caso em meio corte, também, não foi hachurado, por ser um componente de geometria definida, fica melhor caracterizado sem hachuras. Em outra aula, a seguir, a representação de parafusos será detalhada. Nesta montagem, as polias foram supostamente ajustadas ao pino, mas há outras formas de fixação com chavetas, estrias, parafusos prisioneiros, que você conhecerá futuramente. B B B-B 7 7 9.5 Seções Em muitas situações é preciso representar a seção transversal de uma peça, o que difere do objetivo de uma vista seccional, em que aparece a seção transversal na região do plano de corte e, também, os detalhes projetados em planos posteriores ao do plano de corte, em relação ao observador. Em situações em que a seção transversal do objeto varia ao longo de seu eixo longitudinal, como no caso de eixos ou pinos escalonados, ou de vigas e outros elementos estruturais, dutos de ventilação e tubulações, cascos navais, etc, a aplicação de seções é recorrente. Na figura 9.20 o eixo representado na figura 9.19 serve de aplicação para exemplos de seções. 8 8 Figura 9.20 Seções e vistas seccionais de pino escalonado. A A A-A 1 2 B B C C D D B-B C-C D-D SEÇÕES ELEMENTOS VISÍVEIS EM PLANOS POSTERIORES AO DA SEÇÃO E E E-E VISTAS SECCIONAIS (CORTES) 3 B-B C-C A-A 9 9 Na figura 9.20 estão representados, próximo e logo abaixo do pino escalonado, diversos casos de seções e, ainda mais abaixo, quatro casos de vista seccional (corte). A norma NBR10067/1995 prevê três formas de representar a seção: (1) diretamente sobre a peça, usando hachuras e linha estreita no contorno da seção; (2) no prolongamento da linha traço-e-ponto indicativa do plano de corte, com linha larga no contorno da seção; e (3) Em qualquer parte do desenho, com indicação do plano de corte e designação da seção com par de letras maiúsculas. Neste caso o contorno é executado com linha larga e são aplicadas hachuras. Na figura 9.20 os três casos estão indicados pelos números 1, 2 e 3. Para efeito de comparação foram representados quatro cortes, sendo dois deles passando pelo mesmo plano secante usado para gerar a secção A-A. Os cortes gerados foram os A-A e E-E. Observe que o sentido de observação do corte A-A é o mesmo do usado na seção A-A. No corte, os elementos projetados em planos posteriores ao do plano secante são representados, conforme o sistema projetivo do primeiro diedro, usado neste caso. O mesmo não acontece com a seção, em que aparecem apenas os detalhes relativos ao do plano secante. Ao se mudar o sentidode observação do corte, como ocorre com E-E, as representações da seção A-A e do corte E-E são idênticas, porque os detalhes que apareceriam em E-E, posteriores ao plano de secante, e que fariam a distinção para a seção A-A, não estão representados. Isto porque, neste sentido de observação, os elementos que apareceriam são internos e, por convenção, não se representa elementos como estes com linhas tracejadas nas vistas seccionais. Os outros dois cortes, B-B e C-C, devem ser comparados com as seções obtidas nos mesmos pontos, para identificar que as linhas correspondentes à borda do furo posterior ao plano de corte são representados nos cortes, mas não aparecem nas seções. As marcações em vermelho ilustram esta diferença. Observe, ainda, que as denominações para seções ou vistas seccionais (cortes) são as mesmas, cabendo ao leitor interpretar o tipo de aplicação de corte que está sendo usado. 10 10 Atividade 1 (Objetivos 1 e 2) Deseja-se, com uma única operação de corte, produzir uma vista seccional que permita cotar, apenas nela, todos os detalhes da peça que está representada em duas vistas. Na folha de papel legendada, esboce uma vista onde será indicado o plano de corte e outra, seccional, com a cotagem completa. Atividade 2 (Objetivo 3) Considere um conjunto formado pela peça da atividade anterior em que são inseridos um tampão e um pino, cada um representado em duas vistas, a seguir. Esboce uma vista do desenho de conjunto e um corte cotado. Use o papel legendado A4 padrão Cefet/RJ. 11 11 Atividade 3 (Objetivo 2) Desenhe com instrumentos o corte do Tampão em perspectiva. Considere como face principal aquela capaz de mostrar a vista indicada pela seta, na figura a seguir. Use a folha padronizada do Cefet/RJ. Pino Tampão 12 12 Referências Bibliográficas ESTEPHANIO, Carlos. Desenho Técnico Básico; 2o. e 3o. graus. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984. FRENCH, Thomas E. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. 6. ed. São Paulo: Globo, 1999. MICELI, Maria Teresa; FERREIRA, Patrícia. Desenho Técnico Básico. 2 Edição.Rio de Janeiro: Editora Ao Livro Técnico,2003. SILVA, Sylvio F. da. A Linguagem do Desenho Técnico. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1984. LEAKE, James M.; BORGERSON, Jacob L. Manual de Desenho Técnico para Engenharia, Desenho, Modelagem e Visualização. 2ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2015 SILVA, Arlindo; RIBEIRO, Carlos Tavares; DIAS, João; SOUSA, Luís . Desenho Técnico Moderno. 4ª edição.Rio de Janeiro: LTC, 2014. RIBEIRO, Antônio Clélio; PERES, Mauro Pedro; IZIDORO, Nacir. Curso de Desenho Técnico e Autocad, São Paulo, Person Education, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR10067: princípios gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: aplicação de linhas em desenhos –tipos de linhas – larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984. 13 13 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298: Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995.
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