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A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO EM AMBIENTES HOSPITALARES

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A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO EM AMBIENTES HOSPITALARES
Maicy Cristina Quintilhano de Souza
Tamara Rodrigues Dias
RESUMO: Após a Segunda Guerra Mundial, com um grande número de crianças e adolescentes mutilados e impossibilitados de irem à escola, as equipes médicas passaram a trabalhar com os profissionais da educação para um melhor desenvolvimento do aluno. O pedagogo da classe hospitalar teria a função de dar continuidade aos estudos da criança ou adolescente internado, porém ficando sempre atento a pré-disposição de cada um e adaptando o currículo para que atenda as necessidades educacionais especiais do internado. Na brinquedoteca o professor teria a função de motivar o internado a várias atividades lúdicas e recreativas, ocupando seu tempo ocioso e relacionando com a prática. Além da ocupação e da continuidade dos conteúdos escolares, estes pacientes tem suas questões psicoafetivos trabalhadas, e por muitas vezes a de suas famílias também por entender que o momento de dor, sofrimento e afastamento de suas atividades rotineiras afetam e abalam o lado emocional destas crianças e adolescentes. Para que este respaldo aconteça da melhor maneira possível é necessário o apoio da equipe médica, todos trabalhando em conjunto visando sempre o bem estar do internado e a qualidade do ensino prestado. O trabalho do pedagogo desta área vai muito além do trabalho de um pedagogo em uma classe regular, ele é pensado de uma maneira a dar um tratamento humanístico aos pacientes internados, ou seja, um olhar atento às questões afetivas destas crianças e adolescentes.
Palavras Chave: Qualidade, motivar, humanístico.
ABSTRACT:After World War II, with a large number of children and adolescents maimed and unable to go to school, medical teams started working with professional education for better development of the student. The teacher of the class hospital would have the task of continuing the child studies or hospitalized teen, but getting ever mindful of predisposition of each and adapt the curriculum to meet the special educational needs of the hospital. In the playroom the teacher would have a role to motivate hospitalized several play and recreational activities, taking his downtime and relating to the practice. In addition to the occupation and continuity of school subjects, these patients have their affective psychological issues worked, and often their families also to understand that the moment of pain, suffering and expulsion of their routine activities affect and undermine the emotional side of these children and adolescents. For this support as best as possible support of the medical staff is necessary, all working together always seeking the welfare of the hospital and the quality of the education. The work of the teacher in this area goes far beyond the work of a teacher in a regular class, it is thought of a way to make a humanistic treatment to inpatients, ie a close look at the emotional issues of these children and adolescents.
Keywords:Quality, motivate, humanistic.
INTRODUÇÃO
O pedagogo é um profissional cujo seu campo de atuação é bastante vasto. Um destes campos de atuação é a área hospitalar, que visa proporcionar a crianças e adolescentes que se encontram hospitalizada, a continuidade e o acompanhamento nos estudos durante o período de internação, para que o mesmo não seja prejudicado quando retornar a escola regular.
Este profissional também visa o carinho, alegria e momentos de aconchego, proporcionado aos pacientes que necessite deste apoio.
O objetivo deste trabalho é demostrar a importância do pedagogo no ambiente hospitalar, visando o bem estar da criança internada, de forma que a mesma possa continuar seus estudos propiciando uma melhor recuperação. Para isso visa responder algumas questões.
Primeiro iremos fazer um levantamento de como surgiu à pedagogia hospitalar. Segundo a função do pedagogo na classe hospitalar e na brinquedoteca. Terceiro visa responder qual o papel do pedagogo e sua importância no ambiente hospitalar.
Para respondermos a essas questões, foram feitos levantamentos bibliográficos sobre este tema.
A HISTÓRIA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR
Em meados do século XX no período da Segunda Guerra Mundial, houve um grande número de crianças e adolescentes que foram atingidos, mutilados e impossibilitados de irem à escola, e para suprir essas necessidades, em 1939 foi criado o CNEFEI – Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo a formação do profissional da educação para atuar em ambientes hospitalares.
E juntamente com o Ministério da Educação na França a equipe médica passou a trabalhar com os profissionais da educação, criando em 1939 o cargo de Professor Hospitalar.
Já no Brasil foi através da Resolução nº 41 de outubro de 1995 no item 9, do Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, a legislação reconheceu o “direito de desfrutar de forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. (BRASIL, 1995)
Pois todo o aluno que frequentasse a classe hospitalar possuía um cadastro com seus dados pessoais, de hospitalização e da escola que estava frequentando, e ao final de cada aula o professor faria registros sobre o desenvolvimento do aluno, e também os conteúdos que foram trabalhados. E somente após a alta hospitalar, seria enviado um relatório descritivo das atividades realizadas, seu desempenho, novas posturas adotadas e dificuldades apresentadas.
E para que isso fosse legitimado, seria necessário o carimbo e a assinatura do diretor, a fim de encaminhar à escola, todo o histórico do aluno hospitalizado.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) a proposta é que todas as crianças e adolescentes tenham oportunidades possíveis para que o progresso de desenvolvimento e aprendizagem não seja suspenso, prejudicando o seu pleno desenvolvimento escolar.
O MEC também denomina essa modalidade de atendimento como classe hospitalar (Brasil, 2002). 
FUNÇÃO DO PEDOGOGO NA CLASSE HOSPITALAR E NA BRINQUEDOTECA
A palavra classe tem em seu significado variado, (pode ser entendida como um grupo de alunos, turma ou até mesmo um grupo determinado por condições socioeconômicas, ou também pela atuação do profissional na área da saúde).
Essa implantação de Classe Hospitalar em hospitais pretende incluir a criança e o adolescente doente, no seu novo modo de vida, criando um ambiente acolhedor e humanizado privilegiando suas relações sociais e familiares, mantendo contato com seu mundo exterior.
A sua criação deve ser vista com seriedade, responsabilidade promovendo uma melhor qualidade e vida, pois é uma questão social.
Para melhor entendermos essa proposta, o documento define Classe Hospitalar Como:
Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. (BRASIL, 2002, p.13).
Segundo Fonseca (2010), o “atendimento escolar hospitalar”, refere-se ao acompanhamento dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança doente durante sua internação no hospital, ou seja, de acordo com o MEC (2002) chama-se Classe Hospitalar.
A função do pedagogo na classe hospitalar é de dar continuidade, aos estudos da criança ou do adolescente internado, mas sempre ficando atento, a pré-disposição dos mesmos para o desenvolvimento das atividades que são diferentes das de uma escola, dada a situação momentânea dos internados, pois a estrutura e a equipe profissional não são as mesmas, e esses fatores interferem no processo educativo.
Tendo em vista esse processo o professor deve adaptar um currículo que atenda as necessidades educacionais de cada criança ou adolescente internado, desenvolvendo atividades mais lúdicas, mas não deixando de lado as educativas.
Um projeto que foi criado para ajudar ascrianças que estão hospitalizadas, e trazer a tecnologia virtual foi o Projeto Eurek@Kids, proporcionando aos hospitalizados, um estimulo as atividades colaborativas de aprendizagem, a socialização e o desenvolvimento do pensar criativo.
De acordo com Matos:
Como os escolares hospitalizados precisam de estímulos mais intensos de motivação, a proposta busca amenizar a problemática que uma doença pode causar. Para isso, é importante que o ambiente possa oferecer uma interação com ludicidade, para que os alunos se sintam instigados a interagirem com seus colegas, professores da escola e do hospital e com o próprio ambiente (MATOS, 2009, p. 214).
Pois com essas experiências, Matos afirma que:
Tais experiências integram professores, equipes médicas, enfermos, familiares, realidades escolares e outros profissionais envolvidos, promovendo assim novos olhares, novos fazeres, novo sentido ao ambiente hospitalar. Minimiza-se no escolar hospitalizado o sentimento de enfermo esperando a cura, tornando-o agente ativo no seu processo de recuperação (MATOS, 2009, p. 203).
Tendo um bom conhecimento da rotina do hospital, facilita o trabalho do professor na escola hospitalar como um todo, pois sabendo como o hospital funciona, ele poderá encontrar um espaço para a sua efetiva atuação pedagógica – educacional com as crianças e adolescentes hospitalizadas.
Sendo assim Fonseca diz que:
Em geral, as escolas hospitalares funcionam no horário da tarde, o que evita possíveis tensões com a rotina médico – hospitalar que tende a ser mais intensa no período da manhã, quando acontecem as rondas médicas, muitos dos exames e decisões quanto ao tratamento e a alta (FONSECA, 2003, p. 38).
Os professores das classes hospitalares devem manter uma rotina de horário para cada aluno, bem como disponibilizar um local adequado dentro do hospital para que as aulas aconteçam, sempre respeitando a saúde do aluno/paciente e sua pré-disposição para realizar as atividades propostas.
No primeiro contato com o aluno hospitalizado, o professor deve ler o prontuário, para tomar conhecimento da situação de saúde da criança ou adolescente internado, se após o convívio com outras pessoas ligadas a escola, e os prognósticos do tratamento teve evolução, deve levar em conta o que o aluno já sabe e a partir daí criar meios para que o ensino seja efetivo. É importante saber a faixa etária, as necessidades especiais aparentes etc., podendo assim criar subsídios para a elaboração de um planejamento mais assertivo.
No ambiente hospitalar também possui a brinquedoteca, no Brasil ainda é recente e pouco conhecida, surgiu na necessidade de estimular crianças deficientes e a troca de brinquedos, na qual a falta de espaço e de segurança restringia ou impedia o brincar, e só se tornou obrigatória após a Lei Federal 11.104, de 21 de março de 2005 em hospitais públicos e privados, reconhecendo a importância do brincar das crianças e adolescentes em situações de risco. A função da brinquedoteca é de desenvolver as práticas educativas, recreativas e artísticas, essas funções não precisa ser desenvolvida somente pelo pedagogo, mas também pode ser desenvolvidas por voluntários, brinquedistas. A brinquedoteca ameniza os traumas da internação e pode atuar como terapia, pois o prazer de brincar nesse ambiente auxilia a criança a dominar suas angústias, medos, a controlar ideias e impulsos.
Segundo Debortoli:
Brincar é muito importante para a criança pois é por meio desta ação que ela usufrui de plenas oportunidades que lhe possibilitam desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma (DEBORTOLLI, 2000).
Neste caso, mesmo que a criança esteja internada, o brincar é muito importante para a sua recuperação e interação, pois quando a criança não brinca, ou brinca sozinha ela tende a não brincar por muito tempo, ou até mesmo fica deitada em cima de uma cama, a sua recuperação é mais lenta e mais dolorosa. 
A função do pedagogo na brinquedoteca é de estimular a criança e o adolescente internado à liderança, e o respeito às normas estabelecidas, e está ligada a variadas atividades lúdicas e recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos, pinturas e a construção de brinquedos entre outros, contribuindo para a continuação dos estudos no hospital ocupando o tempo ocioso, e relacionando a teoria com a prática.
Segundo Friedmann:
A brinquedoteca é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade e o potencial para desenvolver as características lúdicas. É hoje, um dos cominhos mais interessantes que pode ser oferecido às crianças de qualquer idade e faixa socioeconômica. O intuito é de resgatar, na vida das crianças, o espaço fundamental da brincadeira, que vem progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento infantil como um todo FRIEDMANN (1992, p.30).
Quando a criança e o adolescente entram em uma brinquedoteca, os mesmos devem ser tocados pela magia proporcionada pelo ambiente através da sua decoração, pois a alegria e o afeto pelo que veem devem ser palpáveis.
Quando alguém chega à porta de uma brinquedoteca deve ser tocado, deve ser atingido pela magia do lugar; precisa sentir que chegou a um lugar muito especial, pois é um lugar onde se respeita o ser humano criança e o mistério do seu vir a ser. (CUNHA, 1994, p.15).
Sendo assim, a brinquedoteca favorece as trocas afetivas, as brincadeiras e a convivência alegre e descontraída tirando o valor do brinquedo, e abrindo portas para o brincar, possibilitando a aprendizagem e o compartilhamento com os outros, tendo como objetivo, se adequar à demanda em que esta situada, cultivando uma forma de convivência espontânea e democrática, desenvolvendo o respeito mútuo e renovando a criatividade das crianças e adolescentes.
A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO HOSPITALAR
O atendimento escolar a crianças e adolescentes hospitalizados é um meio de lutar contra a exclusão da criança ou adolescente doente.
Quando uma criança ou adolescente tem a oportunidade de ter o contato em uma sala de aula hospitalar e/ou uma brinquedoteca no período em que se encontram hospitalizados, suas dores e medos tende a serem minimizados, já que neste contexto também é trabalhado as questões psicoafetivos, humanísticas e emocionais destes pacientes, e por muitas vezes suas famílias também recebem estes cuidados.
O artigo 205 da Constituição Federal de 88, diz que:
A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando seu pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Isto quer dizer que se a Constituição Federal diz que a educação é um direito de todos, ela garante que a educação atinja a todos independentemente de onde e de como o educando esteja, se ele está em um ambiente escolar ou não.
 O sucesso do trabalho feito pelo pedagogo hospitalar depende do trabalho coletivo e cooperativo de todos profissionais da saúde do hospital onde a criança ou adolescente se encontram, pois um trabalho em conjunto é mais bem sucedido, já que tem o apoio e as ideias de todos.
A criança é também um cidadão, com direitos a serem respeitados e a serem atendidos, mesmo que se encontrem hospitalizados.
Freire nos diz que “Ler, escrever e contar são domínios essenciais a qualquer condição social, econômica ou mesmo de saúde”. Portanto este direito deve ser assegurado e pensado com um olhar mais atento a estas crianças e adolescentes que precisam de uma atenção especial em um momento difícil pelo qual estão passando.
Embora estas crianças e adolescentes estejam inseridas em um ambiente incomum para elas, deve ser trabalhado o que diz a legislação educacional brasileira, fazendo as intervenções e adequações necessárias, pensando sempre nas necessidades e interesses de cada aluno hospitalizado. Pensando em nortear o trabalho feito com estes alunos hospitalizados, o documento Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar:estratégias e orientações (Brasil, 2002), orienta a escola em ambiente hospitalar nos meios e métodos a serem seguidos.
Em nosso país verificamos que são poucos os hospitais que prestam este tipo de atendimento. Porém também notamos que cada vez mais os hospitais estão abrindo os olhos, e percebendo a importância da pedagogia no ambiente hospitalar, enfatizando a questão humanística.
Estes profissionais estão inseridos no ambiente hospitalar para que de fato seja realizado um trabalho educativo de qualidade, que consiste em proporcionar atividades diversificadas, como acompanhamento e continuidade da vida escolar do paciente. Sem esquecer-se do lúdico como forma de amenizar o sofrimento e garantir a eficácia do ensino prestado a estas crianças e adolescentes. 
O pedagogo neste ambiente precisa ser comprometido e flexível a fim de fazer alterações sempre que necessário em seus planejamentos, já que estamos falando de alunos hospitalizados, cujo sua rotina é incerta podendo sempre ser alterada, dado a necessidade de alteração em um tratamento, por exemplo. Se tornando assim um desafio a cada dia, que tem como recompensa a melhora no aspecto educacional e saúde destes pacientes.
Dentro deste olhar para a pedagogia hospitalar Freitas e Castro diz que “O papel da educação no hospital e, com ela, o do professor, é propiciar a criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele, como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida. A escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria do que chamamos pedagogia hospitalar. Seu objetivo é acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhora do seu quadro clínico.”
O PAPEL DO PEDAGOGO
A pedagogia se preocupa com o processo de ensino aprendizagem das crianças, bem como um olhar atento aos cuidados e ao bem estar das mesmas. Por este motivo cada vez mais os pedagogos vão ao encontro das crianças e adolescentes independentemente de onde elas estejam.
O papel do pedagogo vai muito além, do que apenas acompanhar pacientes na continuidade dos estudos fora da escola, este profissional também visa oferecer a estes pacientes um tratamento mais humanístico, cuidando do lado emocional de crianças e adolescentes hospitalizadas.
A ligação que existe entre professor-aluno, aluno-professor, permite que aconteça uma troca grandiosa de saberes e vivencias que enriquecem ainda mais o trabalho deste profissional.
Ao compartilharmos, no dia a dia do ensinar e do aprender, atitudes e modos de ação, cada um, vamos internalizando conhecimentos, habilidades, experiências, valores, rumo a um agir crítico reflexivo, autônomo, criativo e eficaz, solidário. Tudo em nome do direito a vida e a dignidade de todo o ser humano, do reconhecimento das subjetividades, das identidades culturais, da riqueza de uma vida em comum, da justiça e da igualdade social (LIBÂNEO, 1998, p. 5).
A escuta se refere à apreensão/compreensão de expectativas e sentidos, ouvindo através das palavras, as lacunas do que é dito e os silêncios, ouvindo expressões e gestos, condutas e posturas. [...]
Numa perspectiva de atenção integral, como escuta a vida, o desenvolvimento da escuta se dirige a promoção da saúde (promoção de vida e de sentidos) e não só ao tratamento, por isso, se volta tanto aos processos interativos de percepção e sensibilidade as condutas infantis e sintomas somatórios, quanto ao acompanhamento dos processos assistenciais. (CECCIM, 1997, p. 31).
A escuta e a observação é fundamental a um pedagogo, esteja ele em qualquer área de atuação, pois são estes dois elementos que proporcionam a elaboração de um bom planejamento e que subsidiam uma reflexão a cerca do que se vê e se ouve no processo de aprendizagem da escolarização hospitalar.
Este planejamento deve se adequar as diferentes necessidades e diversidades em que o pedagogo irá encontrar em um ambiente hospitalar. As estratégias, os recursos e o modo de trabalhar devem ser pensados de uma maneira que supere o ambiente físico de uma sala convencional, já que as situações vividas no cotidiano hospitalar vão além do saber pedagógico. Este ambiente nos faz enxergar de uma maneira diferente nossas práticas, e o quanto elas interferem no desenvolvimento da criança ou adolescente hospitalizado.
CONCLUSÃO
O trabalho do pedagogo no hospital existe no Brasil desde a década de 50, e gradativamente a sociedade brasileira vem tomando conhecimento dos direitos das crianças hospitalizadas, na qual necessita continuar seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo.
Nessa perspectiva o trabalho do pedagogo possibilita dinamizar a rotina hospitalar, onde a criança e ou adolescente internado receberão um atendimento adequado ao seu nível de desenvolvimento, de maneira a aliviar e minimizar o trauma da hospitalização, garantindo o seu progresso na aprendizagem.
A criança aprende enquanto brinca, desenvolve-se espontaneamente, formando seus próprios pontos de vista. O papel do pedagogo hospitalar é possibilitar à criança, a construção de novos conhecimentos de forma prazerosa, por meio do lúdico, pois as ações lúdicas também podem ser consideradas educativas, pois a criança necessita brincar para ser ela mesma, pois toda a criança tem o direito de brincar, inclusive aquela que se encontra hospitalizada, proporcionando muitas aprendizagens significativas, visando à melhoria das condições de vida dos pacientes, bem como sua continuidade escolar, para que assim ele possa retornar a turma pela qual ele pertence quanto tiver de aula médica. Com isso ele não será prejudicado em seus estudos, pois estará sempre junto a sua turma mesmo que não consiga estar dentro de uma escola regular.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Declaração dos direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Resolução nº 41 de 13 de outubro de 95. Brasília: Imprensa Oficial, 1995. 
BRASIL, M. J. Estatuto da criança e do adolescente. Diário Oficial da União, 13 de julho de 1990. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 19 jul. 2015.
CECCIM, R; CRISTÓFILO, L; KULPA, S; MODESTO, R. Escuta pedagógica à criança hospitalizada. IN CECCIM, R; CARVALHO, P. (org.). Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto Alegre: ed. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 1997.
DEBORTOLI, J. A. O. As crianças e a brincadeira. In CARVALHO, A; SALLES; GUIMARÃES, M. (org.) Desenvolvimento e aprendizagem. Belo Horizonte: ed. UFMG, 2002. p. 77 – 88.
CUNHA, N. H. S. Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo. In: FRIEDMANN, A. (org.). O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Scritta. 1992. 
ESTEVES, C. R. Pedagogia hospitalar: um breve histórico. Disponível em:
<http://educacao.salvador.ba.gov.br>. Acesso em: 06 jul. 2015.
FONSECA, E. S. Atendimento escolar no ambiente hospitalar.ed.Memnom: São Paulo, 2003. 	
FONTES, A. R; SCARELLI, G. Educação no ambiente hospitalar: classe hospitalar, escolarização hospitalar ou pedagogia hospitalar?. Disponível em: <http://www.unit.br/pdf>. Acesso em: 18 jul. 2015.
FREITAS 2005, p. 135 apud CASTRO 2009, p. 47
JUSTI, E. M. Q; FONSECA, E .S; SOUZA, L. R. S. Pedagogia e escolarização no hospital.ed. IBPEX. Curitiba. 2011.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez. 1998.
MATOS, E. L. M. (org.). Escolarização hospitalar: educação e saúde de mãos dadas para humanizar. Petrópolis/ RJ: Vozes. 2009.
MEC/SEESP. Política nacional de educação especial. Educação Especial: um direito assegurado. Livro 1. Brasília: Secretaria de educação especial. 1994.

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