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TCC - Patologias em residências unifamiliares associadas à falta ou falha de impermeabilização estudo de casos

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
BRUNO VALCELI VIEIRA 
JOSÉ VITOR BARREIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES ASSOCIADAS À FALTA OU 
FALHA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
BRUNO VALCELI VIEIRA 
JOSÉ VITOR BARREIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES ASSOCIADAS À FALTA OU 
FALHA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASOS. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade 
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial 
à obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
 
Orientador: Ricardo Moacyr Mafra, Msc. 
 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, 
amigos e professores, que nos capacitaram e 
motivaram durante toda jornada acadêmica, 
possibilitando a formação deste sonho. 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente agradecemos a Deus por ter nos iluminado, dado saúde, força e fé, para 
trilhar esse caminho até aqui. 
Agradecemos nossos pais por todo carinho, apoio e educação nos oferecido desde 
sempre. 
A todos os familiares, namoradas e amigos por todo o apoio, compreensão e motivação 
nos ofertado, ajudando a vencer mais uma etapa muito importante em nossas vidas. 
Agradecemos a todos os nossos professores que compartilharam seus conhecimentos 
durante esta graduação e em particular ao professor e orientador Ricardo Moacyr Mafra. 
Agradecemos também, aos proprietários das residências estudadas nesse trabalho de 
conclusão de curso, por nos ter permitido entrar em seus lares e estuda-los. 
E por fim, fica aqui nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas que nos ajudaram 
de alguma forma durante todo o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. 
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas 
admiráveis.” (JOSÉ DE ALENCAR, 1857). 
 
RESUMO 
Manifestações patológicas decorrentes da ação da umidade são muito presentes em residências 
unifamiliares, principalmente na região sul do município de Palhoça - SC. Diante deste cenário 
extremamente preocupante, visualiza-se um crescimento tecnológico exponencial no que se 
refere a novos produtos e sistemas de impermeabilização, que são cada vez mais eficientes em 
corrigir ou impossibilitar a presença indesejada de patologias advindas da umidade. Entretanto, 
por questões culturais no Brasil, a execução da impermeabilização é frequentemente 
negligenciada. Desta forma, este trabalho tem o objetivo de analisar a situação atual e o 
histórico de 4 (quatro) casas localizadas na cidade de Palhoça, identificar as patologias 
existentes devido à falta ou falha na aplicação de algum sistema impermeabilizante e propor 
um método de correção viável para essa classe de obra. Além de proporcionar ao meio 
acadêmico mais um material acerca dessa problemática e tentar conscientizar todos os 
envolvidos na cadeia da construção de pequenas obras, sobre a importância da 
impermeabilização bem projetada e executada. Nessa perspectiva, referências bibliográficas 
foram levantadas a fim de definir os tipos de umidades e sistemas de impermeabilização 
existentes. Posteriormente, foram realizadas vistorias nas quatro residências analisadas, com o 
objetivo de aplicar um questionário com 12 (doze) perguntas aos proprietários, realizar a 
inspeção visual e registrar as fotografias dos locais que apresentavam algum tipo de patologia. 
Após as etapas de levantamento de dados, foram diagnosticadas as patologias em cada 
residência e, seus possíveis agentes causadores, além de sugerido um procedimento viável para 
solucionar os problemas encontrados. Por fim, subentende-se que realmente a má execução ou 
a falta completa de algum sistema de impermeabilização em residências unifamiliares, na região 
sul de Palhoça, permite o surgimento de manifestações patológicas em pouco tempo após a 
conclusão da obra. Ademais, os problemas encontrados foram basicamente os mesmos em todas 
as obras e todos causados pela umidade do solo, permitindo a aplicação do mesmo método de 
correção para solucionar todos os problemas constados. 
 
Palavras-chaves: Patologia. Impermeabilização. Residências. Unifamiliares. 
 
ABSTRACT 
Pathological manifestations resulting from the humidity’s action are very present in single-
family houses, especially in the southern region of Palhoça - SC. In this extremely worrying 
scenario, an exponential technological growth is seen regarding new products and 
waterproofing systems, which are increasingly efficient in correcting or preventing the 
unwanted presence of pathologies resulting from humidity. However, for cultural reasons in 
Brazil, waterproofing is often neglected. Thus, this paper aims to analyze the current situation 
and the background of four (4) houses located in the city of Palhoça, identify the existing 
pathologies due to the lack or the application failure of some waterproofing system and propose 
a viable correction method. In addition, this paper aims to provide the academic community 
with more material on this issue and try to raise awareness among all involved in the chain of 
small constructions about the importance of well designed and executed waterproofing. From 
this perspective, bibliographical references were raised in order to define the existing types of 
humidity and waterproofing systems. Subsequently, surveys were carried out in the four 
residences analyzed, with the purpose of applying a questionnaire with 12 (twelve) questions 
to the owners, performing the visual inspection and recording the photographs of the places that 
presented some type of pathology. After the data collection stages, the pathologies and their 
possible causative agents were diagnosed in each residence and a viable procedure to solve the 
problems found were suggested. Finally, it is understood that the bad execution or the complete 
lack of a waterproofing system in single-family houses in the southern region of Palhoça, allows 
the appearance of pathological manifestations shortly after the construction is completed. 
Moreover, the problems found were basically the same in all constructions and all of them was 
be caused by soil humidity, allowing the application of the same correction method to solve all 
the problems found. 
 
Keywords: Pathology. Waterproofing. Single-family houses 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Diferentes formas de ação dos fluidos na edificação .............................................. 24 
Figura 2 – Umidade no interior do concreto............................................................................. 26 
Figura 3 – Umidade de solo e suas consequências ................................................................... 26 
Figura 4 – Altura de ascendência da água em condições normais (à esquerda) e em condições 
com a utilização de revestimento (à direita) ............................................................................. 27 
Figura 5 – Método de correção de Ripper contra umidade de solo .......................................... 29 
Figura 6 – Efeito da contribuição do vento com a chuva ......................................................... 30 
Figura 7 – Vapor de água sofrendo condensação no teto de uma residência ........................... 32 
Figura 8 – Umidade gerada pelo rompimento da tubulação ..................................................... 33 
Figura 9 – Formação de eflorescência ...................................................................................... 34 
Figura 10 – Patologia de corrosão gerada no concreto .............................................................35 
Figura 11 – Descascamento de pintura na superfície de parede ............................................... 36 
Figura 12 – Desagregamento gerado no reboco da parede de alvenaria .................................. 36 
Figura 13 – Ação de mofo e bolor em parede de alvenaria ...................................................... 37 
Figura 14 – Ocorrência de criptoflorescência na parede da estrutura. ..................................... 38 
Figura 15 – Fissura gerada na base da parede de alvenaria ...................................................... 39 
Figura 16 – Representação do ângulo de tensão superficial ..................................................... 43 
Figura 17 – Argamassa com aditivo hidrófugo no assentamento de alvenaria ........................ 44 
Figura 18 – Aplicação da argamassa com colher de pedreiro e desempenadeira de madeira .. 45 
Figura 19 – Cristalização superficial do substrato.................................................................... 46 
Figura 20 – Mistura realizada com agitador mecânico............................................................. 47 
Figura 21 – Aplicação de argamassa polimérica ...................................................................... 47 
Figura 22 – Injeção de cristalizante liquido: 1) Execução dos furos; 2) Secagem inicial da parede 
com luz infravermelha; 3) Preparação do produto para ser inserido; 4) Introdução dos difusores 
na parede; 5) Injeção do cristalizante; 6)Posicionamento de luz vermelha para melhor 
cristalização do produto ............................................................................................................ 49 
Figura 23 – Representação de caimento e arredondamento de cantos ..................................... 50 
Figura 24 – Aplicação a frio de emulsão asfáltica.................................................................... 51 
Figura 25 – Aplicação a quente de asfalto modificado ............................................................ 51 
Figura 26 – Manta asfáltica ...................................................................................................... 52 
Figura 27 – Imprimação do substrato ....................................................................................... 53 
Figura 28 – Manta aplicada no sentido ortogonal ao fluxo de água ......................................... 54 
 
Figura 29 – Detalhe de colagem de manta em ralo .................................................................. 54 
Figura 30 – Colagem da manta asfáltica. ................................................................................. 54 
Figura 31 – Biselamento do transpasse entre camadas............................................................. 55 
Figura 32 – Configuração da impermeabilização com manta asfáltica. ................................... 55 
Figura 33 – Localização geográfica da edificação do caso I .................................................... 64 
Figura 34 – Residência unifamiliar do caso I ........................................................................... 65 
Figura 35 – Formação inicial de eflorescência ......................................................................... 65 
Figura 36 – Descascamento da pintura ..................................................................................... 66 
Figura 37 – Manifestação patológica gerada em todo o perímetro das paredes da garagem ... 66 
Figura 38 – Fundação viga baldrame ....................................................................................... 67 
Figura 39 – Ação da umidade de solo pelo contrapiso ............................................................. 68 
Figura 40 – Localização geográfica da edificação do caso II ................................................... 69 
Figura 41 – Residência unifamiliar do caso II .......................................................................... 69 
Figura 42 – Formação de mofo e bolor na sala ........................................................................ 70 
Figura 43 e 44 – Descascamento nas paredes dos dormitórios ................................................ 70 
Figura 45 – Parede com azulejo cerâmico ................................................................................ 71 
Figura 46 – Localização geográfica da edificação do caso III ................................................. 72 
Figura 47 – Residência unifamiliar do caso III ........................................................................ 72 
Figura 48 e 49 – Paredes do hall de entrada externo ................................................................ 73 
Figura 50 – Localização geográfica da edificação do caso IV ................................................. 74 
Figura 51 – Residência unifamiliar do caso IV ........................................................................ 74 
Figura 52 e 53 – Parede da cozinha .......................................................................................... 75 
Figura 54 – Impermeabilização da viga baldrame: 1) Realização de um rasgo longitudinal na 
parede de alvenaria, com 15 cm de altura e 100 cm de comprimento, alternados com distância 
de 80 cm; 2) Remoção da impermeabilização existente, limpeza da viga baldrame afim de 
isentar a presença de materiais pulverulentos e regularização da superfície do alicerce; 3) 
Aplicação de duas camadas a frio de emulsão asfáltica, conforme recomendado por Pereira 
(2013), em toda a extensão do corte; 4) Reconstrução da alvenaria nos trechos dos quais 
ocorreram o rasgo, com a utilização de blocos cerâmicos, cuidando para que seja bem cunhada 
com a alvenaria acima; 5) Repetição de todo o procedimento de impermeabilização nos trechos 
intermediários; 6) Reconstrução da alvenaria. ......................................................................... 76 
Figura 55 – Proposta de prevenção da umidade de solo relacionada com o contrapiso........... 77 
Figura 56 – 1) Remover todo o reboco até a altura de 80 cm em relação ao piso acabado; 2) 
Realizar reparos pontuais de alguma falha na parede de alvenaria, caso exista; 3) Executar uma 
 
camada de regularização sobre substrato de alvenaria cerâmica; 4) Aplicar primeira demão de 
argamassa polimérica; 5) Aplicar segunda demão de argamassa polimérica; 6) Aplicar terceira 
demão de argamassa polimérica; 7) Executar o novo chapisco; 8) Executar o novo reboco; 9) 
Executar a nova pintura ............................................................................................................ 78 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 – Percentual de gastos gerados para a construção de uma edificação ...................... 56 
Gráfico 2 – Evolução dos custos (Lei de Sitter) ....................................................................... 57 
Gráfico 3 – Gastos dos serviços de impermeabilização em diferentes etapas da obra ............. 58 
Gráfico 4 – Aquisição de produtos para as manutenções ......................................................... 58 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções ............................................. 24 
Quadro 2 - Análise dos pontos fortes e fracos do emprego do questionário ............................ 62 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
® Marca registrada 
Ø Ângulo de tensão superficial 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABCP – Associação Brasileira da Construção Industrializada 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização 
NBR – Norma Brasileira 
Riuni – Repositório Institucional da Unisul 
SciELO – Scientific Electronic Library Online 
SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil 
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 
UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................17 
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18 
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 19 
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 19 
1.2.2 Objetivo específico....................................................................................................... 20 
1.3 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................ 20 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 22 
2.1 ASPECTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO ESTUDO DA PATOLOGIA ......... 22 
2.2 AÇÃO DA UMIDADE NA ESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO .......................... 23 
2.2.1 Umidade de obra ......................................................................................................... 25 
2.2.2 Umidade de solo ........................................................................................................... 26 
2.2.3 Umidade de infiltração................................................................................................ 30 
2.2.4 Umidade de condensação ............................................................................................ 31 
2.2.5 Umidade acidental ....................................................................................................... 32 
2.3 PATOLOGIAS ORIGINADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES . 33 
2.3.1 Eflorescências .............................................................................................................. 34 
2.3.2 Corrosão ....................................................................................................................... 35 
2.3.3 Descascamento e desagregamento ............................................................................. 35 
2.3.4 Mofo e Bolor ................................................................................................................ 37 
2.3.5 Criptoflorescências ...................................................................................................... 37 
2.3.6 Fissura .......................................................................................................................... 39 
2.4 APECTOS GERAIS DA IMPERMEABILIZAÇÃO. ..................................................... 40 
2.4.1 Impermeabilização Rígida. ......................................................................................... 42 
2.4.1.1 Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo. ....................................................... 43 
2.4.1.2 Argamassa polimérica. ............................................................................................... 45 
2.4.1.3 Cristalizantes .............................................................................................................. 47 
2.4.2 Impermeabilização flexível. ........................................................................................ 49 
2.4.2.1 Membrana asfáltica. ................................................................................................... 50 
2.4.2.2 Manta asfáltica............................................................................................................ 52 
2.5 ANÁLISE DE CUSTOS GERADOS PELA MANUTENÇÃO CORRETIVA E 
PREVENTIVA ......................................................................................................................... 56 
2.5.1 Custos relacionados a impermeabilização ................................................................ 56 
 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 59 
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 59 
3.2 SOBRE A AMOSTRA E DELIMITAÇÃO DO TEMA. ................................................ 60 
3.3 INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA A COLETA DE DADOS ...................................... 60 
3.3.1 Questionário ................................................................................................................. 61 
3.3.2 Registro Fotográfico .................................................................................................... 63 
4 ESTUDO DE CASOS ....................................................................................................... 64 
4.1 CASO I ............................................................................................................................. 64 
4.1.1 Descrição do local ........................................................................................................ 64 
4.1.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ......... 65 
4.2 CASO II ........................................................................................................................... 68 
4.2.1 Descrição do local ........................................................................................................ 68 
4.2.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ......... 69 
4.3 CASO III .......................................................................................................................... 72 
4.3.1 Descrição do local ........................................................................................................ 72 
4.3.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local. ........ 73 
4.4 CASO IV .......................................................................................................................... 74 
4.4.1 Descrição do local. ....................................................................................................... 74 
4.4.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ......... 75 
4.5 SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS PARA CORREÇÃO DOS PROBLEMAS 
APRESENTADOS ................................................................................................................... 76 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 80 
5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 81 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 82 
APÊNDICES ........................................................................................................................... 89 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ELABORADO PARA O ESTUDO DE CASOS .... 90 
 
 17 
1 INTRODUÇÃO 
O emprego da impermeabilização nas construções é antiquíssimo, sendo possível 
constatar a sua utilização no passado em registros bíblicos, existindo como relato da aplicação 
de materiais betuminosos para a vedação na construção da arca de Noé e o uso do betume como 
argamassa para o assentamento dos tijolos de barro para a construção da Torre de Babel. 
Outrossim, a construção dos Jardins Suspensos da Babilônia, considerada uma das sete 
maravilhas do mundo antigo, foram exequíveis perante a realização da impermeabilização com 
asfalto. (BAUER, 1994). Ainda nesse sentido histórico: 
 
Os romanos e os incas já empregavam albumina (clara de ovo, sangue, óleos, etc.) 
para impermeabilizar saunas e aquedutos. Também no Brasil, nas cidades históricas, 
existem igrejas e pontes em perfeito estado de conservação, nas quais a argamassa de 
assentamento das pedras foi aditivada com óleo de baleia, utilizado como 
plastificante, visando a obtenção de estruturas menos permeáveis. (VEDACIT®, 
2010, p. 6). 
 
De acordo com Ripper (1986), a execução da impermeabilização nas construções civis 
é de extrema relevância, tendoem vista que a umidade é ainda considerada o maior problema 
das construções e da saúde de seus usuários. Em contrapartida, o desconhecimento das soluções 
corretas ou até mesmo a omissão da execução da impermeabilização nas edificações, acarretam 
no surgimento acerca dessa problemática. 
 
A incidência de problemas de umidade que ocorrem nas edificações é relativamente 
alta quando comparada a outros tipos de problemas, tais como trincas, descolamentos 
de revestimentos e outros. Em pesquisas realizadas no Brasil, constatou-se que 
aproximadamente 50% dos problemas que ocorrem em edificações são decorrentes da 
ação da umidade. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO 
INDUSTRIALIZADA, 1990, p. 110). 
 
Diante desse cenário preocupante, vivencia-se um momento onde a construção civil está 
passando por um grande avanço tecnológico, está cada vez mais se modernizando, haja vista 
que agora o mercado apresenta uma série de produtos e tecnologias, juntamente com a 
disponibilidade de normas, como por exemplo a NBR 9574/2008 que estabelece exigências e 
recomendações relacionadas a execução da impermeabilização, ferramentas essas, que visam 
propiciar o correto procedimento de sua utilização nas edificações. (ASSOCIAÇÃO 
BRSILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008). 
Em contrapartida, a absorção do conhecimento sobre a escolha e a correta aplicação do 
produto, se tornam fundamentais nesse processo, uma vez que essa grande gama de produtos 
 18 
com diferentes valores, podem provocar no entendimento de ser um processo de solução difícil, 
consequentemente levando as pessoas a não utilizarem a impermeabilização. (CUNHA; 
NEUMANN, 1979). 
Outro fator associado a esse problema está relacionado com a discrepância de valores 
gastos no aspecto comparativo da manutenção preventiva com a da manutenção corretiva. 
Identifica-se que os reparos realizados para corrigir os problemas gerados pela falta ou falha da 
impermeabilização são onerosos, tendo em vista que incorre na necessidade de remoção e em 
muitas ocasiões as perdas dos revestimentos para realizar a aplicação de um novo sistema de 
impermeabilização, promovendo ainda quando for necessário posteriormente a aplicação de 
uma nova camada de revestimento. (LIMA, 2012). 
Ao mesmo tempo, tendo conhecimento que a execução da impermeabilização na 
edificação é uma das principais etapas construtivas, uma vez que está diretamente ligada com 
a sua vida útil. É possível identificar que a sua realização ainda é falha, fato que pode ser 
justificado pela atual cultura utilizada na construção ou até mesmo a ausência de informação 
dessas ferramentas. Situação que se torna ainda mais alarmante para a construção de residência 
unifamiliares, perante o baixo investimento realizado para a edificação e que se torna ainda 
mais prejudicial quando ocorre a necessidade de correção dos danos causados. (APOLINÁRIO, 
2013). 
1.1 JUSTIFICATIVA 
Diante das inúmeras patologias decorrentes da ação da umidade em residências 
unifamiliares, observadas pelos autores deste trabalho de conclusão de curso, optou-se por 
abordar essa problemática nesta monografia. Visando conscientizar ainda mais os envolvidos 
no processo da construção sobre a importância do serviço de impermeabilização, e fornecer ao 
meio acadêmico mais um material de consulta sobre esse mal tão dispendioso, porém, de forma 
direcionada às pequenas construções. 
E observa-se que está constatação não é exclusiva dos autores deste trabalho, pois, 
Gomes e Neto (2018) por exemplo, alegam que patologias provenientes da ausência ou má 
aplicação dos elementos de impermeabilização são muito frequentes na construção civil e tal 
situação ocorre devido esse processo da construção ser comumente negligenciado pelos 
construtores. 
Ainda neste sentido, Apolinário (2013) afirma que essa negligência ocasiona transtornos 
para todas as partes envolvidas na construção e utilização do imóvel, uma vez que, os custos 
 19 
são ampliados significativamente com a recuperação das áreas degradadas, em comparação, 
caso a impermeabilização tivesse sido realizada corretamente durante a execução da obra. 
Por conseguinte, deparam-se com outro fator importante que justifica a escolha pela 
abordagem desse tema, que é a questão financeira referente ao retrabalho para corrigir essas 
manifestações patológicas. A esse respeito, Cichinelli (2014), informa que os gastos para 
executar um projeto de impermeabilização durante a confecção da obra representam de 1% a 
2% do custo global da construção, já os custos para remediar os problemas ocasionados pela 
falta ou falhas na sua aplicação, podem chegar a até cinco vezes o valor despendido 
inicialmente. E Salgado (2009, p. 20) colabora com a seguinte afirmação: “não existe ‘meia’ 
impermeabilização ou uma impermeabilização simplória. Isso gera tempo e dinheiro jogados 
fora e sérios transtornos no futuro!” 
Fortalecendo ainda mais a decisão dos autores em expor esse assunto, destaca-se que os 
problemas causados por este desmazelo, vão além de problemas financeiros, também afetam a 
saúde biológica dos usuários, pois acarretam no surgimento de mofos e fungos. E que 
associados aos danos de bens matérias do interior da construção e a desvalorização da tão 
sonhada residência, afetam também negativamente o psicológico dos moradores da edificação. 
(APOLINARIO, 2013). 
Constatado então, os inúmeros males advindos de tal problemática e também para que 
seja possível conscientizar os proprietários, construtores e profissionais da construção civil 
sobre a importância da impermeabilização, no sentido de evitar patologias, entende-se que é 
extremamente importante abordar esse tema e visa-se responder os seguintes questionamentos: 
É efetuado projeto de impermeabilização em residência unifamiliar nos dias atuais? Quais tipos 
de patologias associadas a falta de impermeabilização que são encontradas em residências 
unifamiliares e quais são seus agentes causadores? E qual ou quais procedimentos poderiam ser 
adotados para recuperar essas patologias? 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo geral 
Analisar as manifestações patológicas associadas à falta ou falhas de impermeabilização 
em residências unifamiliares, por meio de estudo de caso. 
 20 
1.2.2 Objetivo específico 
a) Efetuar um estudo referente aos sistemas de impermeabilização; 
b) Estudar os tipos de umidades que agem em uma construção e as manifestações 
patológicas diretamente relacionadas a ausência ou má aplicação de 
impermeabilizações; 
c) Desenvolver o estudo pertinente aos custos gerados com a impermeabilização em 
uma construção e o comparativo dos gastos provocados pela manutenção corretiva e 
preventiva; 
d) Identificar patologias e seus agentes causadores em residências unifamiliares, 
geradas pela falta ou má impermeabilização; 
e) Detectar por intermédio da aplicação de um questionário a existência de projeto de 
impermeabilização e recomendações técnicas relacionadas com a utilização dos 
sistemas impermeabilizantes nas edificações analisadas; 
f) Indicar soluções práticas, adequadas e viáveis para cada caso estudado, conforme as 
características do problema e da edificação. 
1.3 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA 
Na presente pesquisa, foi selecionado como opção a sua sistematização conforme os 
itens expostos abaixo: 
 
a) O primeiro capítulo registrará a introdução, sendo apresentado as informações 
relacionadas a formulação do problema, a justificativa, os objetivos e a sistematização 
da pesquisa; 
b) O segundo capítulo apresentará o estudo realizado na revisão bibliográfica, onde 
descreverá as informações relacionadas ao surgimento do estudo da patologia, os 
diferentes tipos de umidade que agem em uma estrutura, as patologias geradas pela ação 
da umidade, estudo da impermeabilização dentro de um contexto geral, os tipos de 
impermeabilizações mais indicados para obras de pequeno porte e um estudo 
comparativo dos gastos gerados damanutenção corretiva com a manutenção preventiva; 
c) O terceiro capítulo registrará a metodologia utilizada para o desenvolvimento do 
trabalho, sendo definido a classificação da pesquisa, sobre a amostra e delimitação do 
tema e a instrumentalização para a coleta de dados; 
 21 
d) O quarto capítulo será desenvolvido 4 (quatro) estudo de casos, apresentando a 
ocorrência e método corretivo de diferentes tipos de patologias encontradas nas 
residências unifamiliares; 
e) O quinto capítulo será desenvolvido a conclusão dos autores em relação as pesquisas 
bibliográficas desenvolvidas e o estudo de caso realizado. 
 22 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 ASPECTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO ESTUDO DA PATOLOGIA 
Em decorrência do anseio em buscar soluções construtivas que proporcionam a 
utilização de materiais leves, resistentes, duráveis e de baixo custo, associado com a evolução 
das técnicas de projeto e da sua execução, provocaram no crescimento da ocorrência de falhas 
construtivas. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 
1990). 
Ainda nesse sentido, o mesmo autor descreve que diante da intensificação das avarias 
manifestadas, o homem identificou a necessidade de buscar soluções para o surgimento desses 
problemas, intensificando em sua busca o comportamento dos materiais. Desta forma, surgiu 
um novo estudo, denominado “Patologia das Construções”, sendo utilizado diversos termos que 
já eram estudados no campo da medicina, sendo os principais conceituados da seguinte forma: 
 
a) Patologia: Danos que danificam o funcionamento da estrutura de forma parcial ou 
global, além de resultar problemas associados à sua estética; 
b) Patologia das Construções: Estudo que possui como objetivo identificar o defeito 
apresentado pelo material empregado e das partes constituintes que formam a 
edificação, exercitando como resultado, apresentar informações que buscam estabelecer 
o motivo para o surgimento desse problema e promover medidas que acarretam na sua 
prevenção e correção; 
c) Diagnóstico: Prescrição do motivo que gerou o problema e avaliação da sua 
gravidade para a estrutura; 
d) Prognóstico: Realização de estudo com base do diagnóstico, determinando a duração 
e término do problema, além de identificar a possibilidade da sua evolução; 
e) Terapia: Execução dos procedimentos adotados visando buscar a correção do 
problema gerado; 
f) Agente: Responsável pela causa do surgimento da patologia. 
 
Destaca-se que esse estudo diferente da medicina, não eram tratados com agilidade e 
apresentavam lentidão para a divulgação do estudo realizado. Fato esse exposto, que pode ser 
justificado perante os diversos problemas que eram detectados, associados a falhas de projetos, 
erros de concepção, desconhecimento de propriedades dos materiais e entre outros motivos. 
 23 
Outrossim, as ausências de um sistema de catalogação dos problemas patológicos, além de 
outros fatores, provocaram o atraso desse estudo, deixando de promover informações para os 
meios técnicos, que poderiam ter evitado a repetição do surgimento dessas anomalias. (SOUZA, 
2008). 
2.2 AÇÃO DA UMIDADE NA ESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO 
A umidade é considerada um dos problemas de maiores dificuldades para serem 
corrigidos na construção civil. (PEREZ, 1988). 
Segundo Souza (2008), os principais problemas identificados e corriqueiros na 
concepção e utilização de uma edificação, são decorrentes da penetração de água ou devido ao 
surgimento de manchas de umidade. Incumbe analisar que esses problemas gerados podem ser 
graves e de difíceis soluções, tais como: 
 
a) Danos no aspecto de utilização da edificação; 
b) Incômodo dos usuários e possibilidade de afetar a saúde desses ocupantes; 
c) Prejuízos em equipamentos e bens localizados na edificação; 
d) Danos financeiros. 
 
O mesmo autor destaca que esses problemas de umidade podem surgir em diferentes 
elementos da construção, dos quais se enquadram as paredes, fachadas, elementos de concreto 
armado, etc. Sendo que essas irregularidades na maioria dos casos, são geradas por mais de uma 
causa. 
Nesse ponto de vista, Verçoza (1991) descreve que a ocorrência de umidade não é 
apenas uma causa de patologia, sendo que o seu aparecimento é identificado como um meio 
necessário para que ocorra na edificação outros tipos de patologia. Dentro desse aspecto, ela 
pode ser considerada como um agente para a manifestação de novas avarias, como por exemplo: 
Eflorescências, corrosões, mofo, bolores e até a causa de acidentes estruturais. 
Perante o exposto, destaca a análise realizada por Siqueira (2018), devido a ação de 
todas as manifestações patológicas geradas pela umidade, se torna fundamental o estudo sobre 
as formas de sua ocorrência, haja a vista que a proteção contra a presença da água em pontos 
indesejáveis da construção, acarretam em ganhos relacionados a sua durabilidade. É sabido que 
existe diversas formas de ação da água em uma edificação, tendo conhecimento do tipo de ação, 
 24 
proporciona na escolha da melhor forma de impermeabilizar esse local, na figura 1 é possível 
identificar as diferentes formas de ação dos fluidos em uma edificação. 
 
Figura 1 – Diferentes formas de ação dos fluidos na edificação 
 
Fonte: Pozzobon (2007 apud SIQUEIRA, 2018, p. 22). 
 
Atualmente a literatura descreve diferentes origens das manifestações da ação da 
umidade em uma edificação. De acordo com a Associação Brasileira da Construção 
Industrializada (1990), elas podem ser classificadas em: Umidade de obra, umidade do solo, 
umidade de infiltração, umidade de condensação e umidade acidental. 
O quadro 1 apresenta a relação dos tipos de umidade, suas origens e os locais da 
construção que pode ser possível identificá-las. 
 
Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções 
(continua) 
TIPOS DE 
MANIFESTAÇÃO DA 
UMIDADE 
ORIGEM LOCAL 
Umidade de Obra 
Surgimento durante o trabalho 
construtivo, se mantendo em um 
determinado período, e posteriormente 
desaparece de forma gradativa. 
Confecção de concreto, 
de argamassas e 
execução de pintura. 
Umidade de Solo 
Originada pela absorção da água do 
solo pelas fundações, paredes e 
pavimentos, percorrendo para outros 
pontos da edificação. 
Terra, através do lençol 
freático. 
 25 
Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções 
(conclusão) 
TIPOS DE 
MANIFESTAÇÃO DA 
UMIDADE 
ORIGEM LOCAL 
Umidade de Infiltração 
Penetração da água da chuva perante 
os elementos externos da edificação. 
Cobertura (telhados), 
paredes e lajes de 
terraço. 
Umidade de Condensação 
Relacionada com a ocorrência do 
vapor da água que condensa no 
interior de uma edificação. 
Paredes, forros, pisos, 
peças com pouca 
ventilação, banheiros, 
cozinhas e garagens. 
Umidade Acidental 
Ocorrência de vazamentos do sistema 
hidrossanitário de uma edificação. 
Paredes, telhados, pisos 
e terraços. 
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira da Construção Industrializada (1990, p. 110). 
2.2.1 Umidade de obra 
De acordo com Oliveira, M. (2015), esse tipo de umidade se faz presente em uma 
edificação após a finalização das atividades da obra, sendo que a água presente internamente 
nos elementos construtivos tende de forma gradativa desaparecer, esse processo de 
desaparecimento é possível perante o equilíbrio gerado entre o material e o ambiente. Um 
exemplo desse tipo de manifestação ocorre quando existe excesso de água na argamassa de 
reboco, e esta água é infiltrada para a parte interna da alvenaria, resultando desta forma, no 
tempo maior de cura que é prevista para o reboco. Segundo Verçoza (1987), é possível também 
identificar esse tipo de manifestação nas madeiras “verdes”, tendo em vista que ocorre uma 
variação entre 15 a 40% do seu peso relacionado a presença de água, quando são pintadas, 
propende a ocorrer o deslocamento da pintura devido ao transporte da água para o ambiente 
externo. 
Ainda nessesentido, Fusco (2008 apud BARBOSA, 2018) relata que essa situação pode 
ocorrer no concreto, perante o processo de endurecimento e cura do mesmo, surgem a formação 
de redes capilares devido a evaporação da água, sendo a presença da água se dividindo em três 
parcelas, com a maior de ar e vapor d’água, uma menor de água capilar e a terceira com a 
formação de uma película, sendo essa última responsável pelo procedimento das paredes 
absorvê-las. A figura 2 exemplifica a análise apresentada. 
 26 
Figura 2 – Umidade no interior do concreto 
 
Fonte: Fusco (2008 apud BARBOSA, 2018, p. 13). 
 
No que se refere ao tempo de ação dessa umidade em uma edificação, descreve Nappi 
(2002, p. 41), “de forma geral, as anomalias devidas a este tipo de umidade cessam num período 
mais ou menos curto de tempo, que depende das características e do tipo de utilização do 
edifício e da região climática em que o mesmo está inserido.” 
2.2.2 Umidade de solo 
Esse tipo de umidade também é titulado por alguns autores como umidade ascensional, 
titulação essa que se faz jus devido a sua forma de ocorrência, tendo em vista que a água 
presente no solo ascende, ou seja, sobe perante um fluxo vertical por ação da capilaridade, 
conforme ilustrado na figura 3. Esse trajeto ocorre do solo presente abaixo da fundação até a 
base das paredes, sendo identificado com mais ocorrência em fundações que apresentam solos 
argilosos. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990). 
 
Figura 3 – Umidade de solo e suas consequências 
 
Fonte: Casa e Construção (2010). 
 27 
A capilaridade apresenta a formação de condutos, que possuem como característica a 
formação de canais com diâmetros pequenos, permitindo a percolação da água nos materiais de 
construção que apresentam elevada porosidade, facilitando o trajeto da água, haja vista que não 
existe uma barreira que impossibilite este deslocamento, sendo que a água conclui o seu trajeto 
ao encontrar o equilíbrio com a força da gravidade. (SIQUEIRA, 2018). 
Segundo Verçoza (1991 apud SIQUEIRA, 2018), na maioria dos casos, a água atinge o 
limite de 80 cm de altura, podendo atingir uma altura maior caso a parede apresente algum tipo 
de revestimento, como por exemplo, revestimento cerâmico. Tendo em vista que a utilização 
do revestimento inibirá parcialmente a evaporação do fluido, conforme ilustração na figura 4. 
 
Figura 4 – Altura de ascendência da água em condições normais (à esquerda) e em condições 
com a utilização de revestimento (à direita) 
 
Fonte: Brito e Guerreiro (2003, p. 8). 
 
Nesse sentido, Brito e Guerreiro (2003) acrescentam que existem outros fatores que 
possibilitam a água atingir alturas maiores, além da existência de revestimento na parede, 
destaca-se que quanto maior for a espessura da parede maior será a quantidade de água vinda 
do solo e consequentemente também será maior o tempo para ocorrer sua evaporação. Outro 
fator está associado orientação geográfica, tendo em vista que paredes posicionadas no sentido 
contrário da orientação do sol, promovem da mesma forma no tempo maior para evaporação do 
fluido. 
Nappi (2002) destaca que pode ocorrer esse tipo de umidade por água originadas do 
lençol freático e águas superficiais. Sendo que cada tipo possui características e soluções 
diferentes. No que se refere à ocorrência proveniente do lençol freático, a sua fonte torna-se 
sempre ativa durante o ano e pode apresentar manchas de umidade em toda a parede, atingindo 
 28 
alturas superiores nas paredes do interior. Em contrapartida, as de origem das águas de 
superfície variam durante o ano, sendo identificado alturas superiores em paredes exteriores. 
No que se refere a correção desse tipo de problema, Ripper (1986) destaca que a 
substituição do revestimento danificado provoca uma recuperação paliativa no local, uma vez 
que o problema retornará ocorrer novamente no ambiente em curto espaço de tempo, tendo em 
vista que a ação da umidade não será devidamente controlada. 
Há diversos métodos que visam o tratamento desse tipo de problema, alguns sendo 
relacionados com o efeito de impedir a ascensão da água com o rebaixamento do lençol freático, 
métodos direcionados para a remoção da água das paredes, outros que buscam impossibilitar o 
acesso da água às paredes perante a construção de barreiras físicas ou químicas e procedimentos 
que visam ocultar o aparecimento desses problemas. (SALOMÃO, 2012). 
No entanto, Ripper (1986) relata que procedimento que apresenta o melhor resultado e 
comumente é realizado para sanar esse tipo de problema está relacionado com a substituição da 
impermeabilização existente de forma parcial ou a execução de uma nova entre a fundação e a 
alvenaria, conforme é descrito a seguir: 
 
a) Com a altura aproximada de 15 cm e 100 cm de comprimento, deve ser executado 
rasgos em toda a profundidade da alvenaria, sobre a impermeabilização a ser substituída 
ou a nova que será realizada, sendo os rasgos executados com distâncias alternadas de 
80 cm; 
b) Na existência de uma impermeabilização, deverá ser realizado a remoção da mesma, 
limpeza e regularização do alicerce (viga baldrame, fundações ou qualquer base da 
alvenaria); 
c) Aplicar duas camadas de algum material categorizado como uma impermeabilização 
flexível (sendo que as opções serão vistas posteriormente no presente trabalho) em toda 
a extensão do rasgo; 
d) Construir uma camada de proteção de argamassa de cimento e areia 1:4 e reconstruir 
a alvenaria com tijolos recozidos ou prensados em um comprimento de 80 cm, devendo 
o encunhamento ser bem executado. Deixar nas extremidades dos tijolos “dentes”; 
e) O procedimento deve se repetir para os trechos alternados de 80 cm que inicialmente 
não foram executados, permitindo desta forma um transpasse de 10 cm em cada lado 
sobre a impermeabilização já executada; 
f) Promover a realização deste procedimento em toda parede do ambiente; 
 29 
g) Executar o tratamento da parede úmida acima da faixa reconstruída, com a 
construção de novo revestimento. 
 
As etapas relacionadas com a substituição ou execução de uma nova impermeabilização 
na fundação do método de correção elaborado pelo autor anteriormente citado, pode ser 
visualizada resumidamente na figura 5. 
 
Figura 5 – Método de correção de Ripper contra umidade de solo 
 
Fonte: Ripper (1986, p. 74). 
 30 
2.2.3 Umidade de infiltração 
Esse tipo de umidade ocorre quando a água consegue adentrar a edificação, perante a 
existência de meios que possibilitam esse acesso, dos quais pode-se citar as fissuras, trincas, 
rachaduras ou falhas nas conexões dos elementos. Esse tipo de patologia tem como principal 
agente causador a água da chuva, onde somado com o vento aumenta a manifestação desse 
evento. (SIQUEIRA, 2018). 
 
Dentre os tipos de umidade que afetam as edificações, a umidade de infiltração é a 
que apresenta maior incidência, correspondendo a aproximadamente 60% dos casos 
mencionados. A seguir aparecem os problemas devido à umidade proveniente do solo 
e à umidade de condensação, representando respectivamente 15% e 10% dos 
problemas; os outros tipos de umidade (obra e acidental) no conjunto representam 
aproximadamente 15% no total. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA 
CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990, p. 110). 
 
Entretanto, Perez (1995 apud BARBOSA, 2018) afirma que para a ocorrência mais 
grave desse tipo de umidade acontecer, necessita da combinação da chuva com o vento, uma 
vez que sem essa combinação, a chuva ocorreria verticalmente, consequentemente, afetaria a 
edificação em uma menor intensidade, conforme demonstra a figura 6. 
 
Figura 6 – Efeito da contribuição do vento com a chuva 
 
Fonte: Rodrigues (2010 apud BARBOSA, 2018, p. 14). 
 
De acordo com Nappi (2002), esse tipo de avaria gera danos relacionados ao surgimento 
de manchas de tamanhos variáveis, onde a sua ocorrência se intensifica em dias com 
intempéries, desaparecendode forma gradativa quando retorna as boas condições climáticas. 
Contudo, caso esse período de chuva se estenda na região, esse problema pode agravar e se um 
fator para o surgimento de bolores, eflorescências e criptoflorescências. 
Ripper (1986), descreve diversos métodos que visam a prevenção e correção desse tipo 
de problema em uma edificação, utilizando produtos impermeabilizantes e diante de orientações 
 31 
construtivas, que visam sanar essas avarias em uma edificação. No entanto, a aplicação de cada 
método vai depender do local onde está ocorrendo essa anomalia. 
2.2.4 Umidade de condensação 
Barbosa (2018) analisa que esse tipo de avaria surge com a ocorrência da mudança do 
estado físico da água, perante o processo de liquefação, devido ao contato do vapor de água 
com a superfície mais fria. 
Siqueira (2018) destaca que devido à ausência de circulação de ar no ambiente, é 
gerado o processo de condensação da água, ocorrendo a formação de gotas de água, perante o 
contato do vapor da água com superfícies mais frias. 
Segundo Verçoza (1991), o dimensionamento correto das esquadrias ou a utilização 
de dispositivos como exaustores que permitem a ventilação nos ambientes, se tornam 
fundamentais para evitar o surgimento desse tipo de problema em uma edificação, tendo em 
vista que evitará o acumulo de água no estado gasoso no ambiente, onde a presença dessa água 
indesejável no local acaba gerando reações na estrutura, tornando um aumento de infiltração e 
a deterioração dos materiais que forma a edificação. Ainda nesse sentido, destaca-se a seguinte 
análise: 
 
Infiltração por condensação é um problema de umidade que não é resolvido com 
impermeabilização. A impermeabilização confina a infiltração de água, mas é a 
circulação de ar que torna os ambientes salubres, não deixando proliferar o mofo. A 
presença de umidade nas casas provoca doenças respiratórias. (VEDACIT®, 2010, p. 
11). 
 
No que se refere a análise dos locais que apresentam o maior número de problemas 
relacionados a ação dessa umidade, destacam-se os ambientes de ocupação que geram a 
produção de vapor de água, sendo gerado em maior quantidade nos banheiros, devido ao efeito 
do banho e nas cozinhas, provocados pela ação da produção do alimento e a limpeza dos 
materiais. (BRITO e GUERREIRO, 2003). Ademais, os mesmos autores destacam que a ação 
dessa umidade tende a se propagar rapidamente para os demais ambientes, destacando 
importância de impedir esse deslocamento, perante a realização do procedimento de manter 
esses ambientes fechados, impedindo a passagem do vapor de água para as salas internas 
adjacentes aos locais e conduzir esse vapor para o exterior da edificação, afim de evitar 
situações como apresenta a figura 7. 
 
 32 
Figura 7 – Vapor de água sofrendo condensação no teto de uma residência 
 
Fonte: ABCP (2013 apud BARBOSA, 2018, p. 15). 
 
Conforme já relatado, a ocorrência desse tipo de umidade está relacionada como uma 
das principais causas do surgimento do mofo, visto que diante do acúmulo de fungos que acaba 
gerando nas camadas de revestimento, os mesmos se proliferam diante da formação de colônias 
que culminam na alimentação de matérias orgânicos, causando grandes problemas relacionados 
a saúde dos ocupantes. (PITAN, 2013). 
2.2.5 Umidade acidental 
Segundo Vieira (2018), a umidade acidental é caracterizada principalmente pela 
ocorrência relacionada as falhas geradas nos sistemas de tubulações de uma edificação. Efeitos 
que podem ser justificados diante do elevado tempo que a rede de tubulação foi instalada no 
local, haja vista que a sua utilização acarreta no desgaste natural do sistema, sendo que a não 
realização de uma manutenção, acarretam no surgimento de avarias relacionadas ao 
rompimento desse sistema. 
A ocorrência desse tipo de anomalia, gera grandes transtornos aos moradores, podendo 
motivar elevados gastos relacionados a danos materiais, como por exemplo o assoalho de 
madeira de uma edificação, visto que ao entrar em contato com uma elevada quantidade de água 
e a absorção da mesma, arduamente esse material retornará ao seu estado inicial. (SILVA 
JUNIOR, LEAL JUNIOR; 2018). 
Ainda nesse sentindo, destaca a análise realizada por Souza (2008), onde apresenta a 
situação que a ocorrência desse tipo de umidade pode gerar além de grandes gastos, transtornos 
 33 
para localizar a origem do vazamento, uma vez que na maioria dos casos as tubulações 
encontram-se embutidas nas paredes e o surgimento desse tipo de problema acaba se 
manifestando em outra região, tendo em vista que o fluído pode percorrer a parede onde a 
tubulação está embutida. 
O aparecimento desse tipo de umidade pode trazer sérios danos a edificação e provocar 
avarias irreparáveis, a figura 8 registra o efeito devastador que pode acontecer, demostrando 
desta forma a importância de uma manutenção preventiva nas edificações mais antigas. 
(VERÇOZA, 1991). 
 
Figura 8 – Umidade gerada pelo rompimento da tubulação 
 
Fonte: Siqueira (2018, p. 27). 
 
Barbosa (2018), reafirma que a realização de uma manutenção preventiva visa a 
combater o aparecimento desse tipo de problema, no entanto, nas eventualidades de sua 
ocorrência, a correção deverá ser executada com a substituição da tubulação ou do dispositivo 
que apresenta avaria e a recuperação do material que foi deteriorado. 
2.3 PATOLOGIAS ORIGINADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES 
As presenças dos tipos de umidades elencadas no presente trabalho podem provocar o 
surgimento de diversas manifestações patológicas em uma estrutura. (FIORITO, 1994). Ainda 
nesse sentido, Barbosa (2018) elenca que a ação da umidade na estrutura pode desencadear a 
ocorrência das patologias de eflorescências, corrosão, descascamento e desagregamento, mofo 
e bolor, criptoflorescências e fissuras, sendo essas consideradas pelo autor como as principais, 
onde é possível detectar o seu aparecimento com uma maior frequência. 
 34 
2.3.1 Eflorescências 
De acordo com análise realizada por Fiorito (1994), existe uma relação muito direta da 
ocorrência desse tipo de patologia com a presença de água na estrutura, proveniente da ação da 
umidade. 
Entretanto, para que ocorra o seu surgimento, existe a necessidade de uma combinação 
de outros fatores, além da água já anteriormente citada, o advento de teor de sais solúveis 
presentes na argamassa de assentamento ou do revestimento de reboco, juntamente com a ação 
de uma força, dos quais se enquadram a pressão hidrostática ou a evaporação do qual permitirá 
que a solução salina surge na superfície da parede. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA 
CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990). 
A eflorescência gera a formação de manchas esbranquiçadas ou estalactites, tornando o 
seu aparecimento em grandes danos estéticos a estruturas, a figura 9 exemplifica a ocorrência 
desse tipo de avaria em uma estrutura. (FIORITO, 1994). 
 
Figura 9 – Formação de eflorescência 
 
Fonte: Tintas Pig (2019). 
 
Desta forma, pode ser interpretado que o surgimento dessa anomalia ocorre da seguinte 
forma: 
 
As eflorescências aparecem quando a água atravessa uma estrutura que contém sais 
solúveis como os nitratos alcalinos, carbonato de cálcio, sulfatos, sais de ferro 
sulfoaluminato. Esses sais podem estar nos tijolos, no cimento, na areia, na argamassa 
e na cal. Em contato com a umidade vinda através das paredes, esses sais são 
carregados pelas paredes e fazem aparecer manchas, bolhas, descolamento ou 
descoramento da pintura. (VEDACIT®, 2010, p. 12). 
 35 
2.3.2 Corrosão 
A umidade é considerada como um fator predominante para o surgimento de problemas 
relacionados a corrosão, o efeito gerado na estrutura é relacionado a oxidação do ferro e do aço, 
e até mesmo podendo reduzir a área de seção de resistente do material, desta forma, se torna 
fundamental a utilização de um concreto impermeável, sendo assim, a água não alcançará as 
armadurasda estrutura e consequentemente evitará transtornos relacionados a destruição do 
material. (SCHÖNARDE, 2009 apud BARBOSA, 2018). 
Complementando essa análise, Siqueira (2018) descreve que esse tipo de manifestação 
patológica pode ser considerado como sendo a pior que atinge uma estrutura, e que o seu 
surgimento pode ser caracterizado diante da ausência ou falha da aplicação de uma 
impermeabilização, sendo que as ocorrências de outros fatores podem acelerar esse problema, 
situações relacionadas com a alta porosidade do concreto, cobrimento do concreto inferior ao 
estipulado por norma e entre outros fatores. 
A figura 10 registra o episódio de um elemento construtivo submetido ao efeito da 
patologia relacionada a corrosão, dos quais reitere-se a análise já registrada dos possíveis efeitos 
devastadores que o problema poderá gerar na estrutura. 
 
Figura 10 – Patologia de corrosão gerada no concreto 
 
Fonte: Medeiros (2019). 
2.3.3 Descascamento e desagregamento 
Hussein (2013) alega que o aparecimento da manifestação patológica de descascamento 
(figura 11), podem ter como o seu surgimento por diversos motivos, entre eles, está relacionada 
com a má aplicação da tinta, o descumprimento do período de cura do reboco para a realização 
dos serviços de pintura e o excesso de umidade. 
 36 
Figura 11 – Descascamento de pintura na superfície de parede 
 
Fonte: Montecielo (2016, p. 8). 
 
Complementando os possíveis agentes causadores dessa manifestação patológica, 
destaca-se o registro de Montecielo (2016, p. 7) “Quando há má aderência da tinta devido a sua 
diluição ter sido incorreta na hora da preparação, superfície calcinada que não tenha possuído 
preparação adequada ou uma superfície que não tenham eliminado totalmente o pó após um 
lixamento.” Nesse sentido, é possível identificar que a ocorrência dessa patologia gera danos 
relacionados a questão estética da estrutura. 
No que se refere a manifestação patológica de desagregamento, figura 12, tem como seu 
princípio o mesmo efeito do descascamento, entretanto, essa avaria está associada com danos 
gerados na massa do reboco, produzindo uma espécie de esfarelamento do material. 
(MONTECIELO, 2016). A mesma autora destaca que na maioria dos casos, o seu aparecimento 
é motivado pela umidade de solo. 
 
Figura 12 – Desagregamento gerado no reboco da parede de alvenaria 
 
Fonte: Sabino (2014 apud OLIVEIRA, V., 2017, p. 19). 
 37 
2.3.4 Mofo e Bolor 
De acordo com Schönardie (2009 apud BARBOSA, 2018), o mofo e o bolor são 
considerados como fungos vegetais, onde a sua manifestação possui como característica o 
escurecimento da superfície onde a patologia está agindo, conforme o exemplo da figura 13, 
ademais, sua ocorrência gera danos a estrutura. Perante o fato de serem de origem vegetal, se 
torna essencial para sua sobrevivência e continuação de sua manifestação a presença de 
umidade neste meio. 
 
Figura 13 – Ação de mofo e bolor em parede de alvenaria 
 
Fonte: Neiva coelho imóveis (2013). 
 
Diante da alteração que a manifestação patológica provoca na superfície da estrutura, 
pode ocorrer em algumas situações a necessidade de refazer o revestimento, ocasionando a 
realização de uma manutenção corretiva muito onerosa. (SOUZA, 2008). 
O mesmo autor destaca que na maioria dos casos o surgimento desta avaria está 
associado com o agente causador da ação das umidades de infiltração, de solo, acidental e na 
grande maioria dos casos, a umidade de condensação. 
2.3.5 Criptoflorescências 
A criptoflorescência possui as mesmas características de formação da eflorescência, 
entretanto, o que difere de uma manifestação patológica em relação a outra está relacionada 
 38 
com a gravidade da sua manifestação, visto que na criptoflorescência ocorre a formação de 
grandes cristais salinos no interior da estrutura da parede de alvenaria ou nos elementos de 
concreto. Destaca-se que a manifestação desse problema pode gerar grandes danos na estrutura, 
podendo formar rachaduras e em algumas situações provocar desabamento da parede, visto que 
diante de um crescimento dessa anomalia, os cristais que são gerados podem pressionar a massa, 
provocando nos danos mencionados. (MONTECIELO, 2016). 
De forma mais resumida Nappi (2002) realiza a seguinte diferenciação “Quando esta 
cristalização se dá no interior da superfície o fenômeno é chamado de criptoflorescência e, 
quando no ambiente exterior, de eflorescência.” A figura 14 ilustra a ação da criptoflorescência 
no interior da estrutura, sendo possível confirmar sua ação ocorrendo entre o emboço e o reboco. 
 
Figura 14 – Ocorrência de criptoflorescência na parede da estrutura. 
 
Fonte: Kauffeman (2017, p. 25). 
 
Kauffeman (2017) completa a análise relacionada a ocorrência desse tipo de 
manifestação patológica nas estruturas associada a presença do composto químico sulfato, do 
qual é encontrado de forma abundante em nosso meio ambiente, sendo localizado naturalmente 
nos minerais da terra. Esse composto em contato com a água, acarretam no aumento de volume, 
desencadeando a desagregação dos materiais, principalmente aqueles identificados na 
superfície. 
 39 
2.3.6 Fissura 
De acordo com a análise realizada por Thomaz (1989), a ocorrência de fissuras na 
superfície de uma estrutura pode ser justificada diante da variação gerada do teor de umidade, 
visto que através de um aumento ou redução, os materiais porosos sofrem variações 
relacionados a suas dimensões, sendo que o aumento gera expansão do material e a redução 
provoca contração do mesmo, esses movimentos que são gerados e que estão relacionados com 
o surgimento deste problema, podem ser denominados como fissuras higroscópicas. 
Incumbe relatar que os surgimentos de fissuras higroscópicas são semelhantes as 
fissuras geradas diante das variações de temperatura. Ademais, em uma análise quantitativa, 
voltada a questão da absorção da água no material de construção, são originados por dois 
fatores: Porosidade e a capilaridade, sendo o segundo com a maior importância. (HUSSEIN, 
2013). 
Barbosa (2018) destaca que um dos exemplos mais corriqueiros relacionados com o 
surgimento da fissura tendo como seu agente causador a umidade, surge na base das paredes de 
alvenaria, conforme exemplo ilustrado na figura 15, podendo ter como sua justificativa o efeito 
da existência de uma maior quantidade de umidade nas camadas inferiores do assentamento da 
parede de alvenaria, apresentado desta forma em uma maior expansão. 
 
Figura 15 – Fissura gerada na base da parede de alvenaria 
 
Fonte: Thomaz (1989, p. 42). 
 
Por fim, Thomaz (1989) ratifica a semelhança do surgimento da fissura devido a 
variação da umidade com relação a variação da temperatura, entretanto, em muitas ocasiões a 
presença de eflorescência no local facilita o diagnóstico, permitindo identificar que o 
surgimento da anomalia é devido a presença da água. Ademais, no que se refere ao processo de 
recuperação é de deveras atenção considerar as fissuras como ativas, haja vista que as 
movimentações higroscópicas da alvenaria podem voltar a ocorrer no local. 
 40 
2.4 APECTOS GERAIS DA IMPERMEABILIZAÇÃO. 
No que se refere ao termo “impermeabilização”, Cunha e Neumann (1979) destacam 
que esta palavra pode ter diferentes definições, dependendo da área de atuação, instrução ou 
ponto de vista de cada pessoa, mas, que o dicionário Aurélio define como o “processo pelo qual 
se torna impermeável um tecido, um papel, um revestimento, etc.” 
No entanto, no âmbito da engenharia civil a NBR 9575 (2010, p. 5), especifica que a 
impermeabilização é um “conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços), composto 
por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação 
deletéria de fluidos, de vapores e da umidade.” 
Todavia, Salgado (2009, p. 174) entende impermeabilização como: “[...] todo e qualquer 
sistema de revestimento destinadoa promover a estanqueidade da água ou qualquer outro 
elemento fluídico.” Sendo estanqueidade definida pela já mencionada NBR 9775/2010, como: 
 
[...]propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir a 
penetração ou passagem de fluidos através de si. A sua determinação está associada a 
uma pressão-limite de utilização (a que se relaciona com as condições de exposição 
do elemento ao fluido).” (NBR 9775, 2010, p.4). 
 
Ainda no tocante de definição, Borges (2009) diz que impermeabilização é o nome dado 
ao serviço executado no intuito de evitar o contato da água com a construção, prevenindo-se do 
surgimento de problemas provenientes da presença da água, seja por capilaridade ou 
percolação. 
E o Instituto Brasileiro de Impermeabilização – IBI (2017a) define a impermeabilização 
como uma técnica de aplicação de produtos específicos em vários pontos de uma obra que 
sofrem o contato direto com a água, para proteger a estrutura contra ação degradante deste 
fluído. 
Entendido o que é a impermeabilização, Lima (2012) afirma que a ultimamente as 
pessoas estão se preocupando mais com este serviço em projetos residenciais, uma vez que, o 
frequente negligenciamento nesta importante etapa da obra, acarreta em uma série de reparos, 
que muitas vezes resulta em novos problemas. 
Rocha (1995 apud CRUZ, 2003), informa que devido aos profissionais da área de 
Engenharia Civil estarem desenvolvendo maior atenção com a estanqueidade das edificações, 
visando aumentar a durabilidade e a qualidade das obras, a impermeabilização está perdendo o 
estigma de problema e sendo agraciada com o status de área essencial nas novas construções. 
 41 
Acerca do exposto, IBI (2017b) relata que essa consciência sobre importância da 
impermeabilização para assegurar a durabilidade e salubridade das edificações, ocorre 
principalmente, devido ao avanço da tecnologia e o maior conhecimento sobre o 
comportamento das estruturas adquirido no decorrer dos últimos anos. E atualmente passou a 
ter um papel ainda mais relevante com a entrada em vigor da nova versão da NBR 15.575 
“Edificações habitacionais – Desempenho”, em 2013. 
Ademais, a conjuntura supracitada vem contribuindo para que os diversos setores da 
construção civil dispendam constantemente seus recursos em forma de investimentos na área 
da impermeabilização, visando um melhor desempenho das novas edificações, com o 
desenvolvimento de novas tecnologias e profissionalizando ainda mais a mão de obra envolvida 
na escolha, projeto e execução desse serviço. (LIMA, 2012). 
Com o surgimento de inúmeras tecnologias, existiu a necessidade de dividir e classificar 
esses produtos e, sobre isso, Nakamura (2015) atesta que até 2010 a NBR 9575 dividia os tipos 
de impermeabilização em rígidos e flexíveis, mas com a revisão realizada nesse ano, passou a 
classificar os produtos conforme seu composto constituinte, ou seja, em cimentícios, asfálticos 
e poliméricos. 
No entanto, Bauer (1994) informa que mesmo existindo diversos processos de 
impermeabilização, de modo geral, esse serviço pode ser classificado em impermeabilizações 
rígidas e flexíveis. Neste sentido, Vieira leciona o seguinte: 
 
No que se refere à impermeabilização do tipo rígido, trata-se de uma série de materiais 
que podem ser aplicados na construção e que não estão sujeitos a fissurações. No que 
se refere à impermeabilização do tipo flexível, passível de fissuração, existem as 
membranas e as mantas. (VIEIRA, 2018, p. 2). 
 
Visto como se dá a classificação, Bauer (1994), firma que o triunfo desse serviço, está 
diretamente relacionado com a escolha do processo de impermeabilização para cada caso em 
particular, e um mínimo detalhe mal executado ou fora do previsto, pode comprometer todo o 
sistema, resultando em aborrecimentos para todos os envolvidos. 
Quanto à escolha do sistema mais adequado, Salgado (2014 apud SILVA e TOMAZ, 
2016) defende que dependerá de uma criteriosa análise de vários fatores, dentre eles: as 
características de instabilidade do local que receberá a impermeabilização, ou seja, se estará 
sujeito a fissurações, movimentações, etc.; e ao quão exposto estará à cargas e intempéries. 
 42 
2.4.1 Impermeabilização Rígida. 
A NBR 9575 (2010, p. 5) define impermeabilização rígida como um “conjunto de 
materiais ou produtos que não apresentam características de flexibilidade compatíveis e 
aplicáveis às partes construtivas não sujeitas a movimentação do elemento construtivo.” 
Em complementação a definição citada, Salgado (2009) diz que se trata de concretos ou 
argamassas que se tornam impermeáveis com a adição de aditivos e que agem no sistema capilar 
tamponando todos os poros do elemento, não permitido a percolação da água. E esse tipo de 
impermeabilização caracteriza-se por não apresentar a propriedade de trabalhar conforme a 
estrutura principal da construção. 
A esse respeito, Bauer tem a seguinte colocação: 
 
As impermeabilizações espessas, ou impermeabilizações de massa, ou 
impermeabilizações rígidas, são as impermeabilizações que se conseguem com o 
próprio concreto ou argamassa. Neste caso se usa um concreto ou argamassa 
impermeável por si mesmo, ou impermeabilizado com o uso de aditivo. É o sistema 
mais adequado (de modo geral) para infiltrações por pressão, especialmente se são 
altas. Entre os sistemas rígidos estão as impermeabilizações feitas com concreto 
impermeável, a impermeabilização com revestimento de argamassa impermeabilizada 
e as injeções impermeabilizantes. (BAUER, 1994, p. 788). 
 
Compreendido o que é um sistema de impermeabilização rígida e em concordância com 
as definições supracitadas, Cichinelli (2014) menciona que este processo é indicado pra áreas 
da estrutura que não tenham exposição ao sol, uma vez que, a oscilação da temperatura pode 
provocar variação no volume do elemento impermeabilizado, a qual o sistema não teria 
capacidade de absorver, formando assim fissuras ou trincas que comprometeriam o perfeito 
funcionamento da impermeabilização. Desta forma, orienta-se que a aplicação seja realizada 
em locais como: subsolos, poços de elevador, caixas d’água enterradas, piscinas enterradas, 
pisos internos em contato com o solo, fundações, etc. 
Diante do exposto, Ferreira (2012) esclarece que os impermeabilizantes deste sistema, 
podem ser encontrados como aditivos químicos para argamassas e concretos, ou como 
argamassas industrializadas, ou também, como misturas em forma de tinta, que tornarão uma 
superfície impermeável quando aplicadas. 
Corroborando com essa afirmação Anuário Construção (2014), defende que os tipos de 
impermeabilizantes rígidos mais utilizados na construção civil, são: argamassa impermeável 
com aditivo hidrófugo; argamassa polimérica; e cristalizantes. 
 43 
2.4.1.1 Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo. 
Segundo a NBR 9575 (2010), é um tipo de impermeabilização em forma de argamassa 
dosada em obra, formada por areia, cimento, água e aditivo hidrófugo, a qual aplica-se em 
substrato de alvenaria. Em concordância a essa afirmação, a NBR 9574/2008 afirma que: 
 
A argamassa deve ser preparada in loco e não deve ser industrializada, composta por 
areia, cimento Portland, aditivo hidrófugo e água potável (ABNT NBR 12170). 
A areia lavada deve ser de granulometria de 0,075 mm a 3 mm, classificada como 
média, isenta de substâncias ou materiais argilosos. (NBR 9574, 2008, p. 2). 
 
Sabido a composição desse tipo de material impermeabilizante, Vedacit® (2012) 
comenta sobre a ação química do aditivo empregado na argamassa, informando que ele reage 
com a cal livre do cimento criando sais cálcios insolúveis, ocasionando então, a hidrofugação 
dos poros, mas, possibilitando a respiração dos materiais. E como ele ajuda a tamponar o 
sistema capilar, reduz o ângulo de tensão superficial do substrato, reduzindo a infiltração da 
água, conforme visualiza-se na figura 16. 
 
Figura 16 – Representação doângulo de tensão superficial 
 
Fonte: Vedacit® (2012, p. 14). 
 
Vedacit® (2016) alega que esse sistema de impermeabilização é muito indicado para 
revestimentos internos e externos de paredes, e para assentamentos de alvenarias em contato 
com baldrames. 
No que se refere a aplicação deste tipo de impermeabilização, no assentamento de 
alvenaria em contato com baldrames, o mesmo autor supracitado, orienta que a argamassa com 
aditivo hidrófugo seja usada em no mínimo até a 3ª fiada, ou mais, caso essa fiada não atinja 
60 cm acima do piso de referência, conforme exemplificado na figura 17. 
 44 
Figura 17 – Argamassa com aditivo hidrófugo no assentamento de alvenaria 
 
Fonte: Adaptado de Vedacit® (2016, p.150). 
 
A respeito da aplicação nos revestimentos de parede, ou seja, rebocos, a já mencionada 
NBR 9574 (2008), especifica que é necessário criar uma ponte de aderência entre o substrato e 
a argamassa impermeável, umidificando a alvenaria e chapiscando-a com cimento e areia. 
Desenvolvido essa ponte de aderência, a mesma norma informa que: 
 
A argamassa impermeável deve ser aplicada de forma contínua, com espessura de 30 
mm, sendo a aplicação em camadas sucessivas de 15 mm, evitando-se a superposição 
das juntas de execução. A primeira camada deve ter acabamento sarrafeado, afim de 
oferecer superfície de ancoragem para camada posterior, sendo a argamassa 
impermeável manualmente adensada contra a superfície para eliminar ao máximo o 
índice de vazios. As duas camadas devem ser executadas no mesmo dia, caso 
contrário, a última camada deve ser precedida de chapisco. 
Quando houver descontinuidade devido a interrupção de execução, a junta deve ser 
previamente chanfrada e chapiscada. 
A última camada deve ter acabamento com uso de desempenadeira. (NBR 9574, 2010, 
p. 2). 
 
Em contrapartida, Sika® (2018), defende que a aplicação da argamassa 
impermeabilizante pode ser efetuada em três camadas consecutivas, com cerca de 1 cm de 
espessura cada uma e para efetuar o desempeno da última camada deve-se usar uma 
desempenadeira de plástico ou madeira, conforme observa-se na figura 18. O mesmo autor, 
orienta não alisar da última camada com colher de pedreiro ou desempenadeiras de aço. 
 45 
Figura 18 – Aplicação da argamassa com colher de pedreiro e desempenadeira de madeira 
 
Fonte: Nakamura (2006). 
 
Ademais, Souza (1997 apud BARBOSA, 2018), elenca como vantagens desta 
impermeabilização: o custo reduzido; a fácil execução; a fácil aquisição dos insumos 
empregados; e a possibilidade de aplicação em substrato úmido. E como desvantagens, elenca: 
a necessidade de controlar a dosagem; a grande influência da mão de obra e das matérias usados; 
a baixa capacidade de absorção de deformação; e pouca confiabilidade relativa. 
2.4.1.2 Argamassa polimérica. 
De acordo com a NBR 9575 (2010, p. 2) a argamassa polimérica é um “tipo de 
impermeabilização industrializada aplicada em substrato de concreto ou alvenaria, constituída 
de agregados minerais inertes, cimento e polímeros, formando um revestimento com 
propriedades impermeabilizantes.” 
Neste sentido, Anuário Construção (2014), complementa informando que são produtos 
comercializados na versão bicomponente, sendo, uma parte líquida, composta por polímeros e 
outra parte em pó, a qual é formada por cimentos e agregados minerais. Para realizar a 
aplicação, deve-se misturar esses componentes até obter-se uma total homogeneização da 
mistura. 
Anuário Construção (2014) também informa, que essa argamassa tem propriedades que 
lhe confere a capacitada de entranhar-se no sistema capilar do substrato, desenvolvendo uma 
cristalização superficial, e assim, impossibilitando a infiltração da água. Conforme 
exemplificado na figura 19. 
 46 
Figura 19 – Cristalização superficial do substrato 
 
Fonte: Anuário Construção (2014, p. 111). 
 
Ainda nesta ótica, Sayegh (2001), diz que a capacidade de impermeabilização desse tipo 
de produto, advém da graduação cerrada dos agregados empregados na mistura, e 
principalmente, do surgimento de uma película de polímero que impossibilita a penetração do 
fluido no substrato. O mesmo autor, informa que essa impermeabilização suporta a pressões 
negativas e positivas, além de conseguir absorver pequenas movimentações da estrutura. 
Visto as características deste impermeabilizante, Vedacit® (2016) indica sua utilização 
em fundações, cortinas de contenção, paredes, subsolos, reservatórios, piscinas, poços de 
elevador, áreas molhadas e molháveis, no intuído de precaver ou corrigir infiltrações e 
umidades nestes elementos. 
No que tange a realização da aplicação desse material, a NBR 9574 (2008), expressa 
que o tempo para a utilização da mistura após a homogeneização dos componentes pó e resina, 
não deve ser superior ao indicado pelo fabricante. Esta norma, ainda orienta que aplicação seja 
efetuada em demãos com intervalos de 2 a 6 horas e que o sentido entre cada camada aplicada 
seja cruzado. Informa também, que se no momento da aplicação de uma camada posterior, a 
anterior já estiver seca, deve-se umedecer a demão aplicada antes de realizar a próxima. 
Em complementação ao indicado na NBR 9574/2008, Vedacit® (2012) aconselha 
misturar os componentes pó e líquido, com a utilização de um agitador mecânico e que as 
aplicações das demãos cruzadas sejam efetuadas com broxas ou trinchas, conforme as figuras 
20 e 21. 
 47 
Figura 20 – Mistura realizada com agitador mecânico 
 
Fonte: Weber Saint-Gobain® (2019). 
 
Figura 21 – Aplicação de argamassa polimérica 
 
Fonte: Anuário Construção (2014, p. 110). 
 
Diante do apresentado, evidencia-se a colocação observada em Anuário Construção 
(2014), de que a argamassa polimérica é um dos tipos de impermeabilização rígidos mais 
usados no Brasil, muito devido a fácil aplicação e ao menor custo em comparação com outros 
sistemas impermeabilizantes. 
2.4.1.3 Cristalizantes 
Na opinião de Borges (2009), cristalizantes são cimentos compostos por aditivos 
químicos, de pega rápida, resistentes a sulfatos, que adentram os poros do elemento a ser 
impermeabilizado, cristalizando-se ao ter contato com a água advinda da infiltração ou com a 
umidade. 
Neste sentido, em Vedacit® (2016, p.172) encontra-se a seguinte definição: “É um 
produto à base de cimentos e aditivos especiais, que possuem a propriedade de penetração por 
 48 
osmose nos capilares da estrutura, formando um gel que se cristaliza, incorporando compostos 
de cálcio estáveis e insolúveis.” 
Ainda nesse contexto, Ferreira (2012), diz que cristalizantes são compostos químicos, 
constituídos de cimentos aditivados, resinas e água, que se aplica diretamente sobre o substrato. 
Eles se infiltram no sistema capilar da estrutura e ao entrarem contato com a água proveniente 
da infiltração, formam cristais que tamponam os poros, formando uma barreia impermeável. O 
mesmo autor, aconselha sua utilização em locais propícios a umidade, reservatórios enterrados, 
baldrames e piscinas enterradas. 
Visto o que são cristalizantes e onde podem ser aplicados, Cichinelli (2012), atenta que 
esse tipo de impermeabilização é comercializado de forma liquida e em pó, podendo ser 
monocomponente ou bicomponente. 
No que concerne o cimento cristalizante, ou seja, a versão em pó desse sistema, Silveira 
(2001 apud RIGHI, 2009), leciona que é um produto aplicado ao substrato previamente 
saturado, em forma de pintura, utilizando-se trinchas ou brochas. 
A respeito dessa forma de aplicação, Borges (2009), orienta os seguintes passos: 
 
Após a execução do preparo da base da superfície a impermeabilizar, esta deverá ser 
encharcada com água. Em um recipiente, fazemos a mistura do cimento cristalizante, 
adesivo acrílico e água na proporção de 1 parte de cimento, 8 de água e 2 de aditivo 
até formar pasta com consistência de tinta. 
Dá-se sobre a superfície a impermeabilidade, uma demão do produto aplicado com 
trincha. 
Após um intervalo

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