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Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP Curso de Graduação em História Metodologia da História I Millena Benicio Silva FICHAMENTO DE LEITURA Autor: Robin Blackburn Título: Ideologia na Ciência Social: Ensaios Críticos Sobre a Teoria Social Assunto: A Contribuição de Karl Marx para a Historiografia - E. J. Hobsbawm Local: Rio de Janeiro Editora: Paz e Terra Ano: 1982 Palavras-Chaves marxismo, estruturalista-funcionalista, história, teoria socioeconômica, sociedade, relações sociais I. Dimensões do método marxista - fator econômico, localização da complexa dinâmica estrutural de todas as formações sociais. II. Realizações intelectuais promovidas no século XIX - história como disciplina acadêmica não está entre elas. 1. retrocesso da história, exceto nas técnicas de pesquisa. 2. história acadêmica na última fase do século XIX - oposição à generalização dos fatos e conjunto de critérios empíricos para análise de documentos e fontes escritas, além do uso de ciências auxiliares. III. Limitação do fenômeno histórico - acontecia por conta do processo aplicado no estudo. Não tinham o objetivo de concentrar-se na história dos acontecimentos, mas valorizavam uma narrativa cronológica. 1. centro da pesquisa do historiador: acontecimentos que giravam em torno da história da guerra, da política e da diplomacia. IV. Pensamento científico popular - caminho onde as hipóteses se originam do estudo dos fatos. Explicação através das ligações de “causa e efeito”. 1. historiadores ingênuos pois não sabiam que eram ou que seguiam uma metodologia positivista, ideal para o estudo das ciências naturais (metodologia consciente). V. Século XIX - comparação da história com outras ciências, humanas e sociais, tinha- se uma disciplinada atrasada - estudo da contribuição do marxismo para definição dos meios para exploração do passado. 1. estudo da história para compreensão da sociedade humana, no tempo presente e passado. VI. mudanças na historiografia em 4 pontos - Arnaldo Momigliano. Cem anos após as ideias de L. von Ranke. 1. interesse na história socioeconômica. 2. não era fácil usar as “ideias” como explicação da história. 3. relação entre a explicação dos fatos históricos e a explicação dos atos individuais. 4. sem um desenvolvimento significativo em certa direção [sem um fim último, como filosofias da história]. VII. Movimento Anti-Ranke - anos 50. Substituição da estrutura idealista, declínio da história política, por uma estrutura materialista, ascensão da história econômica ou sociológica. 1. o “problema social” dominou a historiografia da segunda metade do século XX - influência marxista. VIII. Positivismo contribuiu de forma limitada e temporária na historiografia - introdução de conceitos e métodos das ciências naturais na investigação das ciências sociais. IX. Influência e contribuição marxista - materialismo histórico. Descrito como “determinismo econômico" - valorização da perspectiva econômica para o desenvolvimento histórico da humanidade. 1. influência marxista na França foi pequena - reorientação dos historiadores franceses foi dirigida pela escola dos Annales. Sem necessidade da teoria de Marx. 2. a criação da historiografia moderna de países asiáticos e latino-americanos está intrinsecamente baseada no marxismo. 3. marxismo vulgar: movimentos inspirados pelo pensamento marxista que não são necessariamente marxistas ou que não representam o pensamento amadurecido de Marx. 4. ênfase generalizada sobre os fatores econômicos e sociais da história - produto da influência marxista, porém sem conexão com o pensamento marxista. X. Hierarquia do fenômeno social: Bases e Superestrutura: 1. teoria de maior impacto sobre a história e ciências sociais, de Marx. 2. Modelo de sociedade composto de níveis e relações. 3. a influência marxista dominante no século XX. 4. crítica ao positivismo - especificamente ao assimilar o método de estudo das ciências naturais ao método de estudo das ciências sociais, ou estudo do não-humano ao humano. 5. percepção das relações que buscam a produção e reprodução - a primeira teoria estrutural-funcionalista. XI. Os fatos da evolução social: por que e como as sociedades se transformam? 1. o marxismo explica através da teoria de existência de uma estrutura social e sua dinâmica interna de mudança (pág 252). XII. Duas críticas às teorias mais influentes das ciências sociais dos nossos dias 1. a primeira é mecanismo que domina grande parte das ciências sociais: inutilidade de modelos mecânicos sofisticados - utilizado para encontrar métodos de conseguir mudança social sem a revolução social. i. reduzem o processo da história a uma simples mudança da sociedade tradicional para moderna ou industrial 2. a segunda é a crítica das teorias estrutural-funcionalistas - são em muitos pontos estéreis o que leva a negar a historicidade ou a transformação em algo diferente. XIII. O ponto chave da história descobrir como a humanidade se desenvolveu 1. diferenciar os mecanismos de desenvolvimento social de evolução biológica para que se evite utilizar o termo “evolução” ao se tratar de desenvolvimento social. XIV. A discussão se dá em torno das discussões sobre terminologia e termos. 1. a possibilidade de classificar a sociedade em ordem hierárquica. i. estrutural-funcionalistas: evitam usar “adiantados” e “atrasados” 2. sobre os mecanismos de mudança: i. as observações são válidas embora não tenham grande utilidade para o historiador que deseje explicar o conteúdo específico - e não apenas a estrutura geral ii. irrelevantes à mudança evolutiva 3. As sociedades humanas precisam ser capazes de se organizarem para subsistirem. XV. A mesma análise não pode ser usada para explicar a mudança histórica e a fundamental. 1. Para o estruturalista o caminho mais fácil é omitir a mudança. 2. mas o estruturalismo precisa encontrar meios de explicar a mudança - deixa a história para outros estudiosos. XVI. Estruturalismo do marxismo leva à conclusão de que a mudança histórica se torna a simples combinação de certos elementos. XVII. A teoria permite analisar com a maior precisão a definição dos vários “níveis” sociais - porém ela não explica por que a Grã-Bretanha do século XX é tão diferente daquela da era neolítica. 1. peculiaridades que distinguem o marxismo das outras teorias estruturalistas- funcionalistas: modelo de níveis - relações sociais de produção no nível principal. 2. hierarquia de níveis necessária para explicar porque a história tem uma direção. 3. ordem na sucessão dos sistemas socioeconômicos: produto das relações sociais de produção. i. certos fenômenos sociais não podem aparecer na história antes de outros ii. a sucessão de sistemas não pode abordar uma única dimensão 4. O pensamento de Marx é sociológico e econômico ao mesmo tempo. XVIII. As contradições internas desses sistemas permitem os mecanismos para a mudança - transformação em desenvolvimento. 1. ciências sociais vulgares: um sistema específico é o modelo que deve ser alcançado por todas as mudanças. XIX. Estado como legitimador da ordem social - controla conflito de classes 1. teoria marxista clássica - Origem da Família. 2. “uma conspiração dos ricos para seu próprio benefício” - a causa direta das misérias dos pobres. XX. cientistas sociais: construção de modelos de equilíbrio. Baseiam-se na tensão ou no conflito. 1. enfatizavam os elementos integrantes e normativos da vida social. XXI. Problemas históricos específicos - sucessão das formações socioeconômicas. Influência de Marx marcante - abordagem brilhante e profunda da visão marxista, porém revela falhas ao se tratar dos períodos pré-capitalistas. XXII. Grundrisse - as ideias mais maduras de Marx sobre a história. Característicada historiografia marxista contemporânea: crítica do esquema econômico-determinista. XXIII. Função primitiva do materialismo histórico: aproximar a história das ciências sociais - evitar a simplificação do modelo positivista de análise. 1. Atualmente enfrenta a historicização rápida das ciências sociais. 2. ciências que têm improvisado por conta própria - sofisticadas tecnicamente, porém, encontram-se pontos mais primitivos do que os do século dezenove.
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