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EXAME ANDROLÓGICO Finalidade: avaliar aptidão reprodutiva de um macho, avaliar fertilidade de um reprodutor Baseado: saúde geral, saúde hereditária, saúde genital e potencial de fertilidade INDICAÇÕES Seleção e comercialização de reprodutores Avaliação do potencial reprodutivo na pré-estação de monta Diagnóstico de sub ou infertilidade Avaliação para preservação de sêmen in vitro INTRODUÇÃO Reflete atuais condições reprodutivas do macho Observação das condições semiológicas, sanidade, alterações genéticas, saúde geral, deficiências na cópula (alterações locomotoras ou do sistema genital) e problemas espermáticos Laudo nunca é definitivo, validade de 60 dias ETAPAS DO EXAME 1. Identificação do animal 2. Histórico e anamnese 3. Exame clínico geral 4. Exame clínico específico 5. Comportamento sexual 6. Espermograma: características físicas e morfológicas 1) IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL Proprietário, nome, raça, idade, número de registro, procedência do animal 2) HISTÓRICO E ANAMNESE Saúde do indivíduo e do rebanho Sistema de monta ou como doador de sêmen Número de fêmeas cobertas/ reprodutor Fertilidade a campo Condições ambientais Alimentação Ascendência e descendência Número de fêmeas gestantes/ reprodutor Procedência do animal 3) EXAME CLÍNICO GERAL FC, FR, T°C Exame do sistema digestório Exame do sistema locomotor (aprumos e lesões de membros prejudicam a cópula Condições corporais e defeitos congênitos 4) EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO Cordão espermático (observar calibre e diâmetro dos vasos – responsáveis pela termorregulação) Escroto: forma (caprinos é bipartido), lesões ou cicatrizes, ectoparasitas Testículos: simetria, forma, mobilidade, consistência e posição Biometria testicular: fita ou paquímetro Equinos: largura e comprimento Touros: circunferência → europeu + 30 meses ≥ 35cm / zebuínos + 30 meses ≥ 30cm Epidídimos: cabeça, corpo, cauda, simetria, delineamento, consistência Prepúcio: tamanho, forma, secreções, integridade do óstio Pênis: em repouso e em excitação Glândulas anexas: volume e sensibilidade, secreções AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA Funículos espermáticos: (Varicocele – dilatação das veias presentes dentro do escroto) Testículos: (tumores, hidrocele, hematomas) Epidídimos Glândulas anexas: transretal (grandes animais), transabdominal (pequenos animais) 5) COMPORTAMENTO SEXUAL Cortejo, ereção, protrusão do pênis, procura, introdução, ejaculação, período refratário Colocar 2 ou mais vacas em estro com cada touro Anotar todas as manifestações do macho num período de 10 minutos Escores de 0 a 10 FREQUÊNCIA ÓTIMA DE SERVIÇO DEPENDE: Condições físicas do reprodutor: nem debilitado, nem obeso Qualidade seminal e reserva de espermatozoides depende da produção e eliminação diária de sptz Machos com boa qualidade de sêmen podem e devem ser usados maciçamente Manejo reprodutivo Comprimento da estação de monta: ↓ libido, mas não número de espermatozoides Comportamento individual Espaço disponível Estímulos sexuais presentes 6) ESPERMOGRAMA Avaliação do reprodutor: qualificação zootécnica, sanidade geral, sanidade reprodutiva e genética Colheita do sêmen Análise do sêmen: características físicas e morfológicas MÉTODOS DE COLHEITA DE SÊMEN a) Massagem das ampolas dos ductos deferentes e glândulas vesiculares: Sêmen não sai com boa qualidade b) Coleta manual: Usado em suíno e cão (única espécie que não ejacula diretamente para o meio exterior – gotejamento) Pode ser feito com presença de fêmea ou manequim Cuidado com choque térmico c) Eletro ejaculação: ruminantes e silvestres Indução artificial do reflexo de ereção e ejaculação Centros controladores – região sacral da medula Sêmen geralmente é mais diluído Não necessita de condicionamento d) Vagina artificial: ruminantes e equinos Sêmen de melhor qualidade Presença de fêmea ou manequim Pouca variação das condições naturais Permite controle de choques térmicos Permite controle de contaminação MANEQUINS Bovino: bem almofadada Suíno: piso antiderrapante Equinos: égua bem contida e com bandagem na cauda Ovinos: manequim com vagina artificial acoplada VAGINA ARTIFICIAL MONTAGEM DA VAGINA ARTIFICIAL Encher com água morna (37°C) para facilitar a ejaculação PREPARAÇÃO NO LABORATÓRIO Todos os equipamentos para manipulação do sêmen devem estar a 37°C LAVAGEM DO PÊNIS Lavar primeiro a glande e depois lavar até a base do pênis, não pode ser colocado nenhum produto COLHEITA DO SÊMEN Direcionar o pênis para a vagina e coletar o ejaculado MANIPULAÇÃO NO LABORATÓRIO Filtrar o sêmen para retirar sujidades e retirar a fração gel, separar sêmen para outras análises, DILUIÇÃO DO SÊMEN Cuidado com choque osmótico, misturar o diluente gradativamente ANÁLISE FÍSICA Aspecto, volume, motilidade, concentração, vigor CARACTERÍSTICAS FÍSICAS a) Volume Varia inter e intra-espécie Aumento de volume: fêmea em estro, eletro ejaculação, contaminação com água ou urina Diminuição de volume: animais jovens, uso excessivo, vesiculite Touro (5 a 7mL), garanhão (30 a 100mL), varrão (200 a 300mL), carneiro e bode (0,5 a1,5mL), cão (2 a 8mL) b) Turbilhonamento Formação de ondas em uma gota de sêmen Quanto maior o número de ondas, maior o turbilhonamento Relaciona-se com concentração, motilidade e vigor Escala de 0 – 5 (ideal > 3) Análise em M.O em 100x Não é desclassificatório Utilizados somente em ruminantes (ejaculado tem alta concentração de espermatozoides) c) Motilidade (total e progressiva) Porcentagem de espermatozoides móveis Uma gota de sêmen em aumento de 100 a 400x Para doação de sêmen: ≥ 70% Para sêmen congelado: ≥ 50% d) Vigor Vitalidade do movimento do espermatozoide Escala de 0 – 5 (ideal ≥ 3) e) Concentração espermática Varia com fatores intrínsecos e extrínsecos (exemplo – método de coleta) Espectofotômetro, contador eletrônico (Sperm Counter) ou câmara de Neubauer Concentração normal média de espermatozoides/mL Bovinos (1 bilhão), suínos (100 milhões), equinos (120 milhões), cão (300 milhões), carneiro e bode (3 bilhões) Diluição 1:20 (1 gota de sêmen: 19 gotas de água) ANÁLISE MORFOLÓGICA Técnicas de preparação úmida – contraste de fase Esfregaço corado: Eosina-Nigrosina, Tripan Blue/ Giemsa, Willian’s, Panótico, Karras modificado, Ceroviski Técnicas de preparação úmida – DIC (Microscopia de contraste de interferência diferencial) MORFOLOGIA ESPERMÁTICA DEFEITOS MAIORES Relacionados com patologias do testículo e epidídimo Interferem diretamente na fertilidade Defeitos do acrossoma (descolamento, Knobbed, etc.) GCP (gota citoplasmática proximal) Subdesenvolvimento e cabeça pequena anormal Piriforme e estreito na base Contorno irregular Formas teratológicas Pounch formation (formação de vesículas) Defeitos de peça intermediária Cauda fortemente dobrada Cauda enrolada na cabeça DEFEITOS MENORES Não comprometem tanto a fertilidade GCD (gota citoplasmática distal) Cabeça delgada e pequena normal Cabeça isolada normal Peça intermediária Peça intermediária retroaxial, abaxial e obliqua Cauda dobrada ou enrolada Cabeças gigantes, curtas e largas Defeitos espermáticos Primários Terciários Secundários Origem Defeitos espermáticos Maiores → relacionados à infertilidade/condição patológica Menores → não interferem muito na fertilidade Importância para a fertilidade Onde os espermatozoides são produzidos, patologias dentro dos testículosdurante a espermatogênese Patologias causadas depois da saída dos espermatozoides dos testículos Choque térmico, osmótico... DEFEITOS ESPERMÁTICOS 1. Normais 2. Cabeça e caudas livres 3. Edema de acrossoma 4. Separação de acrossoma 5. Gota citoplasmática proximal 6. Gota citoplasmática distal 7. Cauda enrolada 8. Cauda fortemente enrolada 9. Macrocefalia 10. Microcefalia 11. Cabeça pontiaguda 12. Inserção excêntrica 13. Peça intermediária e caudas duplas 14. Cabeça dupla 15. Peça intermediária dupla 16. Cauda dupla LIMITES DE ESPERMATOZOIDES PATOLÓGICOS POR ESPÉCIE 30% de defeitos totais: 20% defeitos maiores e 10% defeitos menores → aceito 30% de defeitos totais: 30% de defeitos menores → aceito 30% de defeitos totais: 30% de defeitos maiores → não aceito DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS x PARÂMETROS ESPERMÁTICOS Variáveis do sêmen Transtornos patológicos ↓ MOT ↑ PAT ↓ CONC Hipoplasia testicular, degeneração testicular (2° e 3° graus), orquite (com leucócitos), imaturidade sexual ↓ MOT ↑ PAT ↑ CONC Disfunção do epidídimo, defeitos mitocondriais (em elevada proporção), epididimite (com leucócitos) ↓ MOT ↓ PAT ↑ CONC Deficiência no metabolismo espermático, aglutinação espermática ↓/↑ MOT ↑ PAT ↑ CONC Espermatogênese imperfeita (knobbed), imaturidade sexual (GCP elevada), degeneração testicular (1° e 2° graus), hipoplasia testicular ↓/↑ MOT ↓ PAT ↓ CONC Criptorquidismo unilateral, hipoplasia testicular Azoospermia Criptorquidismo bilateral, hipoplasia testicular (bilateral total), degeneração testicular (3° grau/ fibrose e calcificação) ANÁLISES DA INTEGRIDADE ESPERMÁTICA Teste hiposmótico (HOS) ou osmótico (HO) Colorações supra vital (corantes supra vitais) → eosina negrosina, tripan blue Sondas fluorescentes Diversos tipos de análises das funções e integridade dos espermatozoides)
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