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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI -

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CENTRO UNIVERSITÁRIO - CESMAC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEANDRO WAGNER CALDAS DA SILVA 
MÁRIO ALCÂNTARA BRANDÃO NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O 
ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ – AL 
2017/2 
LEANDRO WAGNER CALDAS DA SILVA 
MÁRIO ALCÂNTARA BRANDÃO NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O 
ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito final, para conclusão do curso de 
Engenharia Civil do Centro Universitário – Cesmac, 
sob a orientação do Prof. Dr. Ednaldo Araújo 
Mendonça. 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ – AL 
2017/2 
LEANDRO WAGNER CALDAS DA SILVA
MÁRIO ALCÂNTARA BRANDÃO NETO
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O 
ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI
 
 
 
APROVADO EM: ____/____/________
________________________________
Prof. Dr. Ednaldo Araújo Mendonça
__________________________________________
Prof. Msc. Emerson Acácio Feitosa Santos
__________________________________________
Prof. Msc. José Wellington Pedro da Silva Filho
LEANDRO WAGNER CALDAS DA SILVA
MÁRIO ALCÂNTARA BRANDÃO NETO
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O 
ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito final, para conclusão do curso de 
Engenharia Civil do Centro Universitário 
sob a orientação do Prof. Dr. Ednaldo Araújo 
Mendonça. 
APROVADO EM: ____/____/________ 
 
__________________________________________
Prof. Dr. Ednaldo Araújo Mendonça 
Orientador 
 
__________________________________________
rof. Msc. Emerson Acácio Feitosa Santos
Avaliador Interno 
 
__________________________________________
rof. Msc. José Wellington Pedro da Silva Filho
Avaliador Externo 
 
LEANDRO WAGNER CALDAS DA SILVA 
MÁRIO ALCÂNTARA BRANDÃO NETO 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O 
ENGENHEIRO CIVIL NO SÉCULO XXI 
conclusão de curso apresentado como 
requisito final, para conclusão do curso de 
Engenharia Civil do Centro Universitário – Cesmac, 
sob a orientação do Prof. Dr. Ednaldo Araújo 
__________ 
__________________________________________ 
rof. Msc. Emerson Acácio Feitosa Santos 
__________________________________________ 
rof. Msc. José Wellington Pedro da Silva Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOTECA CENTRAL CESMAC 
 
 
 
 
B817i Brandão Neto, Mario Alcântara 
A importância do planejamento de obras para o engen heiro 
civil no século XXI / Mario Alcântara Brandão Neto, 
Leandro Wagner Caldas da Silva.-- Maceió , 2017. 
34 f.: il. 
 
TCC (Graduação em Engenharia Civil) - Centro Univer sitário 
CESMAC, Maceió, AL, 2017. 
 
Orientador: Ednaldo Araújo Mendonça. 
 
1. Planejamento. 2. Construção civil. 3. Programaçã o 
da obra. I. Silva, Leandro Wagner Caldas da. II. Me ndonça, 
Ednaldo Araújo. III. Título. 
 
 
 
CDU: 624 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE OBRAS PARA O ENGEN HEIRO NO 
SÉCULO XXI 
THE IMPORTANCE OF PLANNING WORKS FOR THE 21 CENTURY CIVIL 
ENGINEER 
 
 
Leandro Wagner Caldas da Silva 
Graduando do Curso de Engenharia Civil 
leandrowagners@gmail.com 
Mário Alcântara Brandão Neto 
Graduando do Curso de Engenharia Civil 
neto-brandao@hotmail.com 
Prof. Dr. Ednaldo Araújo Mendonça 
professorednaldo@terra.com.br 
 
RESUMO 
O planejamento acompanha o homem em seus atos desde os primórdios, e na construção civil não 
poderia ser diferente, uma vez que se trata de um ramo com processo produtivo que apresenta 
elevado grau de dispersibilidade em relação aos dois principais resultados: tempo de execução e 
custos. Principalmente porque diversos fatores influenciam nos resultados da obra, e 
consequentemente, no planejamento e no controle. Dentre desse contexto, este trabalho propõe o 
estudo da importância do planejamento eficiente na execução de obras. Para este fim, estudam-se os 
fatores intrínsecos da construção civil que afetam o planejamento da obra, destacando os principais 
aspectos que devem ser considerados na concepção do planejamento do empreendimento. Por fim, 
analisam-se os principais fundamentos da programação da obra, detalhando suas etapas e técnicas, 
resultando no cronograma da obra. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento. Construção civil. Programação da obra. 
 
 
 
ABSTRACT 
The planning accompanies the man in his acts from the beginning, and in the civil construction could 
not be different, since it is a branch with productive process that presents a high degree of 
dispersibility in relation to the two main results: execution time and costs. Mainly because several 
factors influence the results of the work, and consequently, in the planning and control. Within this 
context, this work proposes the study of the importance of efficient planning in the execution of works. 
For this purpose, we study the intrinsic factors of the civil construction that affect the planning of the 
work, highlighting the main aspects that should be considered in the planning of the project. Finally, we 
analyze the main fundamentals of the work's programming, detailing its stages and techniques, 
resulting in the work schedule. 
 
 
KEY WORDS: Planning. Civil construction. Work’s programming. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus todo poderoso, por iluminar sempre nossos caminhos e nos 
proporcionar as oportunidades e as conquistas. 
As nossas famílias, pelo carinho e apoio na realização desta etapa; em 
especial as nossas amadas mães e aos nossos amados pais, que se esforçaram e 
nos ajudaram. 
Ao professor Ednaldo Araújo e à professora Anne Dayse pela orientação 
neste trabalho. 
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente na elaboração deste 
trabalho, nossos sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................... 6 
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 7 
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................ 7 
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................. 7 
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 7 
2 SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO C IVIL ... 9 
2.1 SISTEMA TRADICIONAL ........................................................................................ 9 
2.2 SISTEMA DE LAUFER E TUCKER (1987) .............................................................. 10 
2.3 LEAN CONSTRUCTION ....................................................................................... 11 
2.4 SISTEMA LAST PLANNER ................................................................................... 11 
3 FATORES QUE INFLUENCIAM NO PLANEJAMENTO DAS OBRAS ............. 14 
3.1 ESPECIFICIDADES DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 14 
3.2 CARACTERÍSTICAS DO LOCAL ............................................................................ 16 
3.3 FATORES CLIMÁTICOS ........................................................................................ 17 
3.4 CICLO DE VIDA DA EDIFICAÇÃO ........................................................................... 17 
3.5 FATORES FINANCEIROS E CRONOGRAMA ............................................................. 19 
4 PROGRAMAÇÃO DE OBRAS .......................................................................... 22 
4.1 ETAPAS DA PROGRAMAÇÃO DE OBRAS ................................................................ 22 
4.2 DEFINIÇÃO DAS ATIVIDADES ESEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO ..................................... 23 
4.3 DEMANDA POR RECURSOS ................................................................................. 24 
4.4 TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO DE OBRA .............................................................. 25 
4.4.1 Programação com cronograma de barras Gantt ..................................... 25 
4.4.2 Programação com PERT-CPM ................................................................ 26 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 29 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 
6 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Considerações iniciais 
Desde os primórdios, o ato de planejar acompanha o cotidiano do homem. 
Segundo Menegolla e Sant’anna (2001), “o planejar é uma realidade que 
acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, 
pensou e imaginou algo na sua vida”. 
Todos os seres humanos planejam suas ações, desde aquelas mais simples 
até as mais complexas, buscando mais satisfação em suas vidas ou nas das 
pessoas de seu convívio (CASTRO et al., 2008). Entretanto, a utilização do 
planejamento como pré-etapa das ações não se restringe a vida social, pelo 
contrário, expande-se em praticamente todos os âmbitos profissionais, dentre eles 
pode-se destacar a relevância do planejamento no ramo da Engenharia. 
O Engenheiro é visto, e contratado, em muitos casos, como o profissional 
indicado para otimizar os recursos em determinado projeto, o que lhe acarreta a 
incumbência de fazer sempre o máximo com o mínimo, fazendo do planejamento 
uma etapa de grande relevância para o sucesso do projeto. 
No ramo da construção civil, as empresas sofreram transformações 
econômicas significativas nos últimos 20 anos, incluindo redução de tamanho das 
empresas e elevado incremento na competividade no setor (GONZÁLEZ, 2008). O 
altíssimo nível de competitividade acarreta a redução de margens de lucro, haja 
vista que há preços de mercado definidos para produtos convencionais, tais como 
apartamentos e residências em condomínios. Como consequência da nova 
realidade, grande parcela das empresas tem buscado ampliar a eficiência de seus 
processos através de ações de planejamento e gerenciamento da construção, tais 
como a otimização de processos, a implantação de programas de qualidade, a 
certificação e terceirização de grande parte das atividades necessárias à produção, 
dentre outros. Estas estratégias visam à redução dos custos das obras sem a perda 
da qualidade requerida pelo cliente, nas quais o planejamento da obra é etapa 
indispensável para manter a saúde econômica das empresas do setor de construção 
civil. 
Nos dias atuais, um aspecto é indispensável em qualquer projeto: a 
sustentabilidade, dada a necessidade de propiciar a qualidade de vida das gerações 
7 
 
 
futuras. Neste âmbito, o setor de construção civil é um dos que mais pode contribuir, 
haja vista que este setor é grande consumidor dos recursos naturais e da energia 
para a fabricação dos materiais e para a operação e a manutenção das edificações 
(GONZÁLEZ, 2008). Além disso, a construção civil é uma das maiores geradoras de 
resíduos, provenientes da construção e da demolição, sendo responsável por 40% 
de todo o resíduo gerado pela sociedade (GONZÁLEZ, 2008). Sendo assim, o 
engajamento da indústria da construção na busca pelo desenvolvimento sustentável 
é essencial e a etapa primordial para isto se tornar viável é o planejamento das 
obras, haja vista que as construções devem ser inicialmente projetadas com 
características sustentáveis. 
1.2 Objetivos 
1.2.1 Objetivo geral 
O objetivo geral deste trabalho consiste em estudar a importância do 
planejamento na execução de obras com elevado nível de eficiência. 
1.2.2 Objetivos específicos 
• Analisar a importância do planejamento em todos os aspectos do 
cotidiano; 
• Estudar as características específicas das obras de edificações que 
podem interferir no cronograma de execução e/ou nos custos; 
• Estudar as principais técnicas de planejamento voltadas à construção 
civil, como o cronograma de Gantt e o diagrama PERT-CPM. 
1.3 Estrutura do trabalho 
Nesta seção apresenta-se uma síntese dos próximos capítulos deste trabalho. 
No Capítulo 2 se estuda os principais sistemas de planejamento e controle de 
obras, destacando os principais aspectos, vantagens e desvantagens. 
O Capítulo 3 trata dos principais fatores que podem influenciar o 
planejamento das obras. Neste capítulo, discutem-se os aspectos que o Engenheiro 
Civil deve considerar para obter um planejamento eficiente, mostrando-se as 
8 
 
 
características peculiares da construção civil, bem como a influência das 
características locais e dos fatores climáticos na execução obra, além de 
estabelecer uma visão moderna sobre o planjemento da edificação pensando em 
seu ciclo de vida e seus respectivos custos. Ainda discute-se a relevância dos 
fatores financeiros (custos e recursos) e do cronograma no planejamento da obra, 
haja vista que estes consistem a essência das técnicas de planejamento mais 
utilizadas na construção civil. 
Já, o Capítulo 4 aborda as principais técnicas de planejamento da construção 
civil, ou seja, apresentam-se os principais aspectos do planejamento das obras, bem 
como se estuda os detalhes das técnicas de programação com cronograma de 
barras (Gantt) e a programação com PERT-CPM. 
Por fim, no Capítulo 5 são feitas as considerações finais do trabalho. 
 
9 
 
2 SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O trabalho de Magalhães et al. (2015) aborda um aspecto relevante na 
construção civil, uma vez que os autores destacam os diferentes tipos de sistemas 
de planejamento e controle aplicados a obras. 
Neste âmbito, Ballard (1994) destaca a relevância do planejamento e controle 
com a finalidade de melhorar a eficiência da produtividade na construção civil, 
através da redução de atrasos, da otimização da sequência de produção e da 
distribuição da mão de obra, e da coordenação das múltiplas atividades 
interdependentes. 
Coelho (2003) corrobora com esse entendimento, pois este autor define o 
controle de um processo como o monitoramento da produção, no qual se compara o 
trabalho realizado com o previsto. A partir do monitoramento, as ações necessárias 
são incorporadas visando à eficiência da produção, permitindo acelerar o 
cronograma e reduzir custos. 
Sendo assim, este capítulo tem a finalidade de estudar e discutir os principais 
sistemas de planejamento e controle de obras. 
2.1 Sistema tradicional 
O sistema de planejamento e controle mais empregado na construção civil 
estabelece a produção como uma gama de tarefas de conversão, a qual transforma 
os insumos em produtos (COELHO, 2003). Esse sistema se baseia no método do 
caminho crítico (CPM) e na técnica de avaliação e revisão de programa (PERT). 
Ambas as técnicas serão vistas em detalhes no Capítulo 4 deste trabalho. 
Todavia, Koskela (1992) aponta algumas deficiências no sistema tradicional 
de planejamento e controle de obras. Este autor menciona que os fluxos físicos 
entre as atividades não são contabilizados, o que pode acarretar erros, uma vez que 
grande parcela dos custos é proveniente desses fluxos. Além disso, o controle da 
produção direciona seu foco nos subprocessos individuais em detrimento ao 
processo global, o que gera impacto bem reduzido no resultado global 
(MAGALHÃES et al., 2015). 
 
10 
 
Outra deficiência relevante do sistema tradicional é o fato deste não levar em 
conta que as solicitações dos clientes podem acarretar em produtos inadequados ao 
mercado, uma vez que, nesse sistema, estabelece-se que a qualidade do produto 
somente pode ser elevada com a utilização de insumos de melhor 
qualidade(KOSKELA, 1992). 
2.2 Sistema de Laufer e Tucker(1987) 
No sistema apresentado por Laufer e Tucker (1987), o planejamento deve 
contemplar as respostas para quatro questionamentos principais (Figura 1): 
• O que fazer? (atividades); 
• Como realizar? (método); 
• Quem irá executar? (recursos); 
• Quando executar? (cronograma). 
 
Figura 1 – Quatro questionamentos principais do sistema de 
Laufer e Tucker (1987)1. 
O processo do planejamento e controle, com foco nesses quatro pilares, deve 
ser realizado nas dimensões horizontal e vertical (MOURA, 2008). A dimensão 
horizontal consiste nas etapas através das quais o planejamento e o controle são 
executados, tais como a preparação dos planos, a coleta das informações, a 
avaliação do processo de planejamento, dentre outros. Já, a dimensão vertical se 
refere ao vínculo dessas etapas citadas aos diferentes níveis gerenciais da 
organização (MAGALHÃES et al., 2015). 
 
1Fonte: O autor. 
11 
 
Laufer e Tucker (1987) enfatizam que o planejamento não deve ser preparado 
sem o estabelecimento dos métodos de produção. Além disso, a eficiência do 
planejamento está condicionada à integração com o sistema de controle da 
produção. A integração do planejamento com o controle permite o controle da 
produção, o gerenciamento das várias unidades envolvidas na obra e a comparação 
de diferentes alternativas, melhorando a tomada de decisão (MOURA, 2008). 
2.3 Lean Construction 
A filosofia de produção Lean Construction tem por base o Modelo Toyota de 
Produção, a qual for apresenta no trabalho de Koskela (1992). O Lean Construction 
apresenta como princípio fundamenal a entrega do produto de modo a maximizar o 
valor agregado e minimizar o desperdício (BALLARD e HOWELL, 2004). 
Nesse modelo a obra deve ser tomada como fluxo, apresentando dois 
processos primários, os quais são o projeto e a construção. A construção é 
composta pelos processos de fluxo de materiais e de trabalho. De modo geral, os 
custos, a duração e o valor para o cliente são os parâmetros de resposta do modelo 
(KOSKELA, 1992). 
A aplicabilidade do Lean Construction não se restringe aos processos de 
produção, o sistema pode ser aplicado também aos processos de cunho gerencial 
(FORMOSO, 2001). 
Formoso (2001) salienta que o processo de fluxo de trabalho deve ser 
controlado e gerenciado, fazendo-se necessário a sincronização das equipes no 
canteiro de obras de modo a se manter fluxo de trabalho contínuo. Portanto, o 
planejamento e o controle da produção devem levar em consideração o 
gerenciamento dos fluxos dos materiais e das equipes de trabalho, enfatizando a 
redução das atividades que não agregam valor ao produto. 
2.4 Sistema Last Planner 
O sistema Last Planner, proposto Ballard e Howell (2003), concentra seu foco 
no detalhamento do planejamento das etapas pré-execução ao invés do 
planejamento como um todo (KOSKELA e HOWELL, 2002). 
12 
 
Esse sistema introdoziu alguns métodos de produção de alto desempenho no 
médio prazo, bem como no curto prazo (MOURA, 2008). 
O planejamento de longo prazo define metas globais e os fundamentos que 
regem o projeto, os quais estabelecem o ritmo do processo de produção (BALLARD, 
2000). A principal programação nessa fase do planejamento deve ser a 
disponibilização dos recursos que requerem prazo elevado de aquisição 
(FORMOSO, 2001). 
O planejamento de médio prazo parte dos pressupostos definidos no 
planejamento de longo prazo. A partir disso, as atividades de execução em médio 
prazo são estabelecidas. Nessa fase, o foco passa a ser a programação de 
recursos, principalmente àqueles que possuem médio prazo para aquisição 
(MOREIRA e BERNADES, 2001). 
Identifica-se, em muitos projetos de obras, um grande espaçamento entre os 
planejamentos de longo e de curto prazo em virtude da não utilização de maneira 
adequada do planejamento de médio prazo. Isto acarreta a redução da eficiência do 
sistema de planejamento e da sua eficácia nas predições (HAMZEH et al., 2012). 
Ballard (2000) elenca algumas funções relevantes do planejamento de médio 
prazo: 
• Definição da sequência de atividades e do ritmo de execução; 
• A divisão das atividades do planejamento de longo prazo em frentes de 
trabalho; 
• Equalização do trabalho necessário e da capacidade produtiva; 
• Detalhamento de técnicas de execução; 
• Disposição dos estoques de serviços para a execução. 
Outra etapa do planejamento consiste no planejamento de trabalho semanal, 
o qual representa planos mais detalhados do processo, identificando a dependência 
entre as atividades e impactando efetivamente na produção da obra (MAGALHÃES 
et al., 2015). 
Alguns critérios devem ser levados em consideração na elaboração do 
planejamento semanal, tais como a sequência de atividades correta, a demanda 
coerente de trabalho e a viabilidade da execução das atividades. Acerca das 
atividades que não foram concluídas de modo satisfatório, busca-se os motivos, 
13 
 
adotando ações corretivas, tornando-se um processo de melhoria continuada 
(BALLARD, 2000). 
O Last Planner fundamenta-se em dois conceitos primordiais, os quais são o 
controle da produção e o controle do fluxo do trabalho. O controle da produção 
permite otimizar o projeto através da aprendizagem contínua e das ações corretivas. 
O controle do fluxo de trabalho possibilita a definição da melhor sequência de 
atividades, minimizando os custos (COELHO, 2003). 
O sistema de planejamento e controle Last Planner apresenta como 
vantagem o fato do sistema convencional não conseguir distinguir o que deveria ser 
executado no canteiro de obras do que efetivamente pode ser feito, enquanto que o 
Last Planner consegue realizar a referida distinção através da análise das restrições 
do projeto, da capacidade da produção e do fluxo de trabalho. 
14 
 
3 FATORES QUE INFLUENCIAM NO PLANEJAMENTO DAS OBRAS 
Algumas variáveis presentes nas diversas obras afetam diretamente o 
planejamento, de modo que estas devem ser tratadas com a devida atenção na fase 
da concepção do projeto. 
Primeiramente, o Engenheiro Civil deve saber das características peculiares 
da execução de um projeto de construção, além disto, algumas variáveis são de 
grande relevância e podem ditar o andamento da execução do projeto, tais como a 
topografia e a acessibilidade do local, bem como os fatores climáticos e o ciclo de 
vida da edificação. Ademais, os fatores financeiros e o cronograma são a essência 
do planejamento de uma obra. 
Sendo assim, o estudo dos fatores que influenciam no planejamento das 
obras é de grande valia para a otimização do processo de execução de obras de 
construção. 
3.1 Especificidades da construção civil 
O setor da construção civil apresenta algumas características específicas, que 
acarretam impacto nos custos e no planejamento das obras (GONZÁLEZ, 2008). 
Economicamente, em termos gerais, as empresas do ramo são pequenas, 
com baixa capacitação tecnológica e inteligência competitiva, o que acaba reduzindo 
a margem de lucro e o tempo de atuação das mesmas no mercado. Entretanto, a 
contemporaneidade exige das empresas do setor a inovação nos diversos âmbitos, 
todavia, atualmente, esse processo de inovação na construção civil ainda é lento no 
Brasil (GONZÁLEZ, 2008). 
O investimento em tecnologia permite as empresas do ramo venderem o valor 
do produto agregado, o que possibilita o aumento das margens de lucro, e 
consequentemente, traz novos modelos de negócio para o setor. Sendo assim, o 
planejamento é fundamental para a sustentabilidade econômica do setor de 
construção civil. 
Além disso, há outras peculiaridades na construção civil que exigem um 
planejamento eficiente para alcançar uma execução eficaz da obra. 
15 
 
Primeiramente, a obra é um ambiente com elevado nível de perdas, o que 
acarreta no aumento nos custos finais, conforme se ilustra na Figura 2. 
Inerentemente, a mão de obra é poucoqualificada, pois na maioria das obras, o 
trabalho é cansativo e temporário. Todavia, um bom planejamento da obra permite 
um controle mais eficaz das perdas, acarretando a redução dos custos e 
possibilitando melhores condições de trabalho para os funcionários, o que pode 
propiciar a atração de pessoas mais qualificadas para o setor. 
 
Figura 2 – Evidências de perdas em um canteiro de obras2. 
Aliado a isso, está o fato da indústria da construção apresentar elevado índice 
relativo de acidentes de trabalho, os quais podem acarretar prejuízos financeiros, 
ambientais e humanos, bem como atrasar o andamento da obra previsto no 
cronograma (GONZÁLEZ, 2008). 
Outras características inerentes da construção civil, que influenciam no 
planejamento, são a produção móvel e a incidência de intempéries sobre as 
edificações. A produção móvel consiste na fabricação itinerante dos materiais 
necessários à construção da edificação, e o fato da fábrica ser móvel se deve à 
mudança de local e à temporariedade da obra. Além disso, a produção da edificação 
 
2Fonte: Logística na construção civil (2017). 
16 
 
está sujeita à ação de intempéries, as quais acarretam um nível de incerteza na 
execução do projeto e requerem cuidados e um planejamento eficiente para o 
cumprimento do cronograma previsto, bem como para evitar custos imprevistos. 
3.2 Características do local 
O local em que a obra vai ser executada também influencia demasiadamente 
no planejamento. Basicamente, dois fatores devem ser levados em consideração na 
fase do planejamento da obra, estes são a topografia e a acessibilidade do local. A 
Figura 3 ilustra um trabalho de topografia. 
 
Figura 3 – Exemplo de trabalho de topografia do local da obra3. 
No que concerne à topografia, é relevante estudar as condições de relevo e 
geologia do terreno da obra a fim de adequar o projeto às condições reais da 
execução, definindo primeiramente a viabilidade da execução, bem como identificar 
as necessidades específicas provenientes da topografia do terreno. O estudo 
detalhado da topografia no planejamento da obra evita imprevistos e seus impactos 
nos custos e no cronograma da execução. 
 
3Fonte: Transnogueira terraplenagem transportes (2017). 
17 
 
A análise da acessibilidade do local também é muito importante, haja vista 
que o planejamento estabelece toda a logística de abastecimento de materiais e 
equipamentos para a obra, todavia se os acessos do local não condizem com o 
esperado, o Engenheiro passará por transtornos para viabilizar a execução da obra 
nos prazos determinados. 
3.3 Fatores climáticos 
De modo geral, os fatores climáticos são os aspectos mais imprevisíveis e 
que fogem do controle na execução de uma obra, sendo, muitas vezes, os 
responsáveis pelo atraso no cronograma. Todavia, mesmo com essa 
imprevisibilidade desses fatores, um planejamento eficiente pode mitigar os efeitos 
do clima na execução da obra. 
O planejamento deve considerar a tipologia do clima do local da edificação a 
ser construída, determinando o período do ano com maior probabilidade de chuvas e 
dessa forma, contabilizar essa interferência climática no cronograma de execução e 
traçar planos mais eficientes de execução, estabelecendo outras diretrizes na obra 
nos períodos chuvosos, de modo a otimizar a produtividade e mitigar os prejuízos no 
prazo previsto de entrega. 
Entretanto, cumpre ressaltar que o clima é um fator que não se pode 
controlar, então mesmo com um planejamento eficiente e adequado, imprevistos 
devido a fatores climáticos podem ocorrer. Sendo assim, o planejamento torna-se 
ainda mais relevante para o cumprimento do cronograma de execução da obra. 
3.4 Ciclo de vida da edificação 
O planejamento eficiente de uma obra deve levar em consideração o ciclo de 
vida da edificação, haja vista que, em muitos casos, os custos e os recursos 
relacionados ao uso, manutenção e demolição representam parcela mais 
significativa do que no processo de construção (GONZÁLEZ, 2008). 
A avaliação do ciclo de vida (ACV) da edificação é uma técnica utilizada para 
mensuração dos materiais e da energia envolvidos no desenvolvimento do produto, 
estimando os impactos ambientais ao longo de toda a vida útil de uma edificação. 
Neste âmbito, alguns países europeus definiram que os novos prédios públicos 
18 
 
devem ser construídos em estruturas metálicas ou em madeira, facilitando, assim, a 
reciclagem em comparação ao concreto (GONZÁLEZ, 2008). 
ACV verifica os impactos ao meio ambiente atrelados a determinado 
processo, produto ou atividade, mediante avaliação qualitativa e quantitativa da 
energia dos materiais utilizados na produção, bem como dos resíduos gerados. A 
ACV estuda todo o ciclo do processo, produto ou atividade, principalmente 
identificando oportunidades para a introdução de melhorias no projeto, visando à 
redução dos danos ambientais (ABNT NBR ISO 14040, 2001). 
A avaliação do ciclo de vida da edificação é relevante no planejamento da 
obra, haja vista que após a ACV pode-se escolher os materiais através de 
parâmetros do impacto dos mesmos à natureza. Entretanto, esta análise é 
complexa, pois depende das características locais. 
Ademais, a avaliação dos custos atrelada ao ciclo de vida da edificação 
permite estimar o impacto do projeto durante todo o ciclo de vida do imóvel. Como 
as edificações, em geral, apresentam vida útil prolongada, os custos não podem ser 
meramente somados, haja vista que os custos de projeto e construção concentram-
se em um período de tempo relativamente curto, enquanto que os custos de 
manutenção são distribuídos por um período de tempo longo, além dos custos de 
demolição, cujo período de tempo está afastado demasiadamente da época da 
construção, conforme se observa na Figura 4. Em se tratando de custos, o fator 
tempo é extremamente relevante, pois há a incidência de juros sobre o capital, por 
isso esses custos não podem ser comparados diretamente. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 4 – Custos de um edifício em 50 anos4. 
3.5 Fatores financeiros e cronograma 
Os fatores financeiros podem ser desmembrados em custos e recursos. 
Trata-se de uma das partes mais importantes do planejamento, haja vista que o 
financeiro influencia demasiadamente no andamento da obra. 
Os custos de uma obra envolvem três categorias de insumos: materiais, mão-
de-obra e equipamentos, conforme ilustra o esquema da Figura 5. A categoria de 
materiais tem composição diversa, como por exemplo, areia, cimento, cerâmica, aço, 
etc. Os materiais apresentam condições de pagamento, entrega e armazenamento 
amplamente diferenciados entre si e sobre eles incidem alguns tributos, tais como 
IPI e ICMS. A entrega e o armazenamento dos materiais devem ser minuciosamente 
analisados no planejamento a fim de evitar problemas que possam propriciar o 
atraso na entrega da obra. 
 
 
 
4 Fonte: Ceotto (2009). 
20 
 
 
Figura 5 – Composição dos custos de uma obra5. 
A mão-de-obra é composta pelos funcionários que atuarão no canteiro de 
obras, tais como serventes, mestres de obra, técnicos, pedreiros, etc. Acerca da 
mão-de-obra incide um elevado e diversificado conjunto de tributos, conhecidos 
como encargos sociais. Já os equipamentos (betoneiras, vibradores, elevadores, 
guinchos, furadeiras, etc) podem sofrer depreciações contábeis, servirem a várias 
obras e serem alugados (GONZÁLEZ, 2008). 
Observa-se que a composição dos custos é complexa, e, além disso, dada a 
diversidade em sua composição, a probabilidade de falha é elevada, então se faz 
cada vez mais necessário um planejamento eficiente visando à mitigação da 
ocorrência de falhas que possam elevar os custos, uma vez que essa elevação pode 
acarretar atrasos significativos na obra ou até mesmo a perda de suaviabilidade 
financeira, comprometendo todo o trabalho já realizado. 
A disponibilização dos recursos também é outro fator relevante no 
planejamento da obra, haja vista que, na maioria dos casos, a execução inicia-se 
com recursos próprios e os recursos vão sendo disponibilizados durante o 
andamento da execução da obra através das medições. Esta é uma característica 
peculiar da construção civil, o pagamento se dá por etapas, através das medições 
definidas inicialmente no cronograma físico-financeiro. 
 
5 Fonte: O autor. 
21 
 
No cronograma físico-financeiro está a essência do planejamento, haja vista 
que este envolve as duas variáveis mais importantes da obra: o tempo de execução 
e os custos. A Figura 6 apresenta um exemplo de um cronograma físico-financeiro. 
O cronograma físico concerne ao andamento dos serviços da obra, enquanto que o 
financeiro estima os gastos mensais. 
 
Figura 6 – Exemplo de cronograma físico-financeiro de uma 
obra6. 
O cronograma físico-financeiro consiste no objeto principal das duas mais 
relevantes técnicas de planejamento na construção civil: a programação com 
cronograma de barras (Gantt) e a programação com PERT-CPM, os quais serão 
estudados com detalhes no próximo capítulo. 
 
 
 
6 Fonte: Qconcursos.com (2017). 
22 
 
4 PROGRAMAÇÃO DE OBRAS 
O setor da construção civil apresenta um dos processos de produção com 
maior grau de dispersibilidade em relação as suas principais variáveis: o prazo de 
conclusão e o custo total da obra. Sendo assim, o planejamento e o controle da obra 
são de grande relevância, sendo considerados como funções gerenciais 
básicas(HERNANDES, 2002). 
Na execução da obra de um empreendimento requer a combinação das 
variáveis tempo, custos e recursos. A alocação eficiente dos recursos no tempo, e o 
controle, somente são possíveis com planejamento e programação 
eficientes(HERNANDES, 2002). 
Além disso, o planejamento eficiente acarreta outros benefícios, tais como o 
conhecimento pleno da obra, a identificação de situações desfavoráveis, a relação 
estreita com o orçamento, a agilidade nas decisões, dentre outros. 
4.1 Etapas da programação de obras 
A programação da obra requer um tratamento cuidadoso, uma vez que são 
necessários conhecimentos detalhados sobre o projeto, os recursos financeiros 
disponíveis, os prazos de entrega de materiais, a disponibilidade de mão-de-obra, o 
prazo global para a entrega da obra, dentre outras informações relevantes 
(GONZÁLEZ, 2008). 
Sendo assim, a programação precisa de um roteiro bem delineado 
(MESSIAS, 2014). Segundo Fachini (2005), as principais etapas na programação 
das obras são: 
• Definição das atividades a serem realizadas visando à execução da 
obra, levando em consideração as tecnologias e técnicas construtivas 
adotadas; 
• Definição da sequência de execução das atividades necessárias; 
• Projeção da demanda por recursos (tempo, mão-de-obra e material) 
que cada atividade requer; 
• Realização de estudos qualitativos e quantitativos em cada fase da 
obra; 
23 
 
• Avaliação das técnicas construtivas e do tempo de execução. 
4.2 Definição das atividades e sequência de execuçã o 
O estabelecimento das atividades que são necessárias é um aspecto 
essencial no planejamento da obra, uma vez que o negligenciamento de alguma 
atividade pode acarretar problemas no desenvolvimento da execução. 
Geralmente, utiliza-se a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) para a 
identificação das atividades. A EAP consiste em uma estruturação das atividades em 
níveis, conforme se exemplifica na Figura 7, através dos quais é possível 
desmembrar a totalidade da obra em níveis progressivamente menores (MESSIAS, 
2014). 
 
Figura 7 – EAP para reforma da casa7. 
A distribuição dos serviços na programação de curto prazo nem sempre é 
semelhante àquela do orçamento, uma vez que a divisão estabelecida no orçamento 
aborda critérios específicos, tais como as medições, a identificação visual, dentro 
outros. 
Na programação da obra é imprescindível dividir ou agrupar os serviços, de 
acordo com o modo de execução de cada serviço. As atividades que necessitam ser 
executadas de modo intermitente e simultâneo devem ser divididas. Nesta categoria, 
enquadram-se os serviços concernentes aos pisos, revestimentos, alvenaria, 
estrutura de concreto, etc. Enquanto que as atividades de execução de modo 
 
7 Fonte: EAP – Estrutura Analítica de Projeto (2017). 
24 
 
contínuodevem ser agrupadas, tais como os serviços de instalações elétricas e 
hidráulicas (GONZÁLEZ, 2008). 
Sendo assim, o orçamento necessita passar por reformulação de modo que 
este seja compatível com a programação da obra. 
A sequência das atividades na execução também é relevante na programação 
da obra. Para a determinação desta sequência, é imprescindível pensar como a obra 
será executada. Nesta etapa são analisadas as interdependências entre as 
atividades, definindo a estrutura do cronograma. 
4.3 Demanda por recursos 
Diferentemente de outras áreas, na construção civil quando se trata de 
demanda de recursos em cada atividade da programação da obra, leva-se em 
consideração o tempo e a mão-de-obra como recursos tão importantes quanto os 
recursos financeiros. 
O planejamento do tempo de duração de uma obra é um dos elementos 
essenciais no projeto. Essa estimativa pode ser feita com base na duração de cada 
uma das atividades e de suas respectivas interdependências, conforme a 
metodologia das técnicas construtivas (FERRI, 2014). Por isso, o fator tempo é tão 
relevante na programação da obra. Além disso, a mão-de-obra alocada está 
diretamente relacionada com a duração prevista de cada atividade. 
Então, a partir da definição das atividades, a próxima etapa é a determinação 
da duração das mesmas (MESSIAS, 2014). A duração de cada atividade é 
proporcional à quantidade de serviço necessário, à quantidade de mão-de-obra 
alocada e à produtividade. 
A duração de cada atividade se baseia na relação entre a quantidade de mão-
de-obra disponibilizada e a quantidade total de homens-hora necessária. Esta 
relação é realizada conforme as limitações de recursos financeiros dispendidos e do 
prazo total de execução da obra (GONZÁLEZ, 2008). 
Então, uma integração com o orçamento é necessária nessa etapa, uma vez 
que as produtividades estão presentes no orçamento e estas são essenciais para a 
determinação da duração das atividades (MESSIAS, 2014). 
Cumpre ressaltar que fica a critério do planejador da obra estabelecer a 
relação entre a duração de cada atividade e o número de equipes disponibilizadas. 
25 
 
Todavia, em uma obra comum, o número de atividades é elevado, o que dificulta o 
estabelecimento do equilíbrio entre os diversos fatores envolvidos. 
4.4 Técnicas de programação de obra 
O cronograma é um instrumento muito importante na programação da obra, 
uma vez que este é a maneira mais prática de acompanhar o andamento da obra, 
bem como, é com base nele que o planejador da obra toma decisões, tais como 
programar atividades, alocar equipes, comprar materiais, alugar equipamentos, 
monitorar o progresso das atividades (NÔCERA, 2009). 
O resultado de todo o planejamento será o cronograma que poderá ser 
visualizado pelo Diagrama de Gantt ou Diagrama em rede. 
4.4.1 Programação com cronograma de barras Gantt 
O gráfico criado por Henry L. Gantt é considerado o primeiro modo de 
representação gráfica do desenvolvimento esperado das etapas de execução de 
uma obra (CODAS, 1987). 
O cronograma de barras ou cronograma de Gantt consiste em uma 
ferramenta de controle de produção de atividades (CODAS, 1987). Trata-se de um 
gráfico simples e de fácil entendimento, no qual as atividades são dispostas e suas 
respectivas barras são desenhadas em uma escala,contendo seu ínicio e seu fim. A 
Figura 8 apresenta um exemplo de um cronograma de barras (Gantt) de uma obra. 
O cronograma de Gantt, conforme ilustrado na Figura 8, apresenta as 
atividades em barras horizontais e paralelas, estabelecendo suas respectivas 
durações, bem como seus custos. 
26 
 
 
Figura 8 – Cronograma de barras de Gantt de uma obra8. 
A desvantagem desse método de programação de obra é a escassez de 
informações relativas à interdependência entre as atividades, o que requer que o 
planejador conheça a obra em detalhes minuciosos para a montagem deste 
cronograma (MESSIAS, 2014). O acompanhamento em obra é fácil, porém a 
montagem do cronograma não é tão simples (GONZÁLEZ, 2008). Entretanto, trata-
se de um método de fácil aplicação e entendimento, possibilitando, assim, que ele 
seja aplicado em conjunto com outras técnicas de programação de obra. 
4.4.2 Programação com PERT-CPM 
Durante a Segunda Guerra Mundial, a necessidade de métodos mais efetivos 
para o planejamento de atividades mais complexas acarretou no desenvolvimento 
de técnicas de planejamento com análise de redes, tais como o CPM e o PERT 
(HIRSCHFELD, 1969). Ambas as técnicas são aplicadas em obras em que há a 
necessidade de detalhamento mais minuciososo em comparação com o cronograma 
de barras de Gantt. Os cronogramas de redes utilizam setas e nós para estabelecer 
as operações e suas dependências (MAZIERO, 1990). 
A técnica CPM (Critical Path Method) foi apresentada em 1957 pela indústria 
químicaDuPont de Nemours, sendo dirigida à implantação de projetos industriais 
(HIRSCHFELD, 1969). Este método é chamado de processo determinístico, uma vez 
que se baseia em experiência pregressa, ou seja, o CPM determina as durações das 
 
8 Fonte: González (2008). 
27 
 
atividades com base em projetos muito semelhantes, os quais foram executados 
anteriormente (HERNANDES, 2002). Sendo assim, a utilização do CPM é voltada às 
programações que englobam atividades com tempos de execução razoavelmente 
conhecidos (HIRSCHFELD, 1969). 
A técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique) foi estabelecida 
pelo Escritório de Projetos Especiais da Marinha dos EUA em 1958, tendo sua 
aplicação voltada a projetos militares ligados à corrida espacial (HIRSCHFELD, 
1969). Neste método, as durações das atividades são determinadas através de 
tratamento estatístico, e, por isso, a técnica PERT é chamada de probabilística 
(HERNANDES, 2002). O método PERT é mais adequado aos projetos em que os 
tempos de execução das atividades são pouco conhecidos (HIRSCHFELD, 1969). 
A aplicação da técnica PERT, quando o projeto apresentava aspectos 
probabilísticos, e da técnica CPM, quando o projeto apresentava aspectos 
determinísticos, tornou-se conhecida, a partir de 1962, a técnica PERT-CPM 
(HIRSCHFELD, 1969). Os dois métodos, PERT e CPM, apresentam muitas 
semelhanças, por isso podem ser utilizados em conjunto na técnica PERT-CPM, 
adaptando-se ao objetivo requerido no projeto. 
Devido às suas inúmeras vantagens na avaliação de tempos e no controle, o 
método PERT-CPM pode ser aplicado em diversos âmbitos, tais como na construção 
civil, na indústria, no marketing, no teatro, nas decorações, dentre outros, ou seja, 
em qualquer processo em que haja um ínicio e um fim, havendo variadas atividades 
e tempos de execução (HIRSCHFELD, 1969). 
Existem milhares de modelos com variações da técnica PERT-CPM, com as 
mais diversas siglas e aplicados às necessidades das empresas. Todavia, o PERT-
CPM é geral e pode ser empregado para qualquer fim. O que acaba variando entre 
os diferentes modelos do sistema PERT-CPM é o programa, cuja implementação 
depende dos profissionais que dominam o tema em pauta, visando sempre alcançar 
o objetivo requerido (HIRSCHFELD, 1969). 
A Figura 9 apresenta um exemplo do caso mais simples da rede PERT-CPM, 
o qual é constituído por dois eventos e uma atividade. Os elementos que 
representam este método são os nós e as setas orientadas. Os nós representam os 
eventos, enquanto que as atividades são representadas pelas setas orientadas. Vale 
ressaltar que as atividades conectam sempre dois eventos, os quais são 
denominados de evento inicial (nó i) e final (nó j). 
28 
 
 
Figura 9 – Representação do caso mais simples da rede 
PERT-CPM9. 
Essas atividades demandam recursos, ou seja, consumem tempo ou recursos 
financeiros, enquanto que os eventos são somente marcos de início ou fim da 
atividade, e desse modo, não demandam recursos (GONZÁLEZ, 2008). 
A Figura 10 apresenta um exemplo de um cronograma com diagrama de rede 
PERT-CPM para uma hipotética obra de construção civil. 
 
Figura 10 – Cronograma com diagrama de rede PERT-CPM. 
 
 
 
 
9 Fonte: Messias (2014). 
29 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O planejamento é uma ferramenta de extrema relevância em diversos âmbitos 
cotidianos, sejam estes profissionais ou pessoais. No setor da construção civil, o 
planejamento da obra é ainda mais destacado, uma vez que diversos fatores podem 
afetar os dois principais aspectos de resultado da obra, os quais são o tempo de 
execução e os custos associados. 
Dentre os fatores que influenciam o planejamento de uma obra, 
primeiramente podem-se destacar as especificidades intrínsecas da construção civil, 
tais como as características das empresas, o elevado índice de perdas no canteiro 
de obras, as peculiaridades da mão-de-obra, a produção móvel e a incidência de 
intempéries. 
Além disto, as características do local, tais como a topografia e a 
acessibilidade do local também influenciam demasiadamente na execução. Aliado a 
isso, as condições climáticas, o ciclo de vida da edificação e, principalmente, os 
fatores financeiros e o cronograma físico-financeiro devem ter um peso relevante na 
fase de planejamento da obra, a fim de mitigar os problemas durante a execução. 
Para que o planejamento seja eficiente, faz-se necessária a programação da 
obra. Para isto, requer-se um tratamento cuidadoso, pois são necessários 
conhecimentos detalhados do projeto. Sendo assim, a programação da obra 
necessita de um roteiro bem delineado, o qual inicialmente requer a definição das 
atividades a serem realizadas. A partir desta etapa, define-se a sequência dessas 
atividades, bem como a projeção da demanda de recursos para cada uma. Por fim, 
é necessária a avaliação das técnicas construtivas e do tempo previsto para 
execução. 
O resultado do planejamento é o cronograma, o qual pode ser visualizado 
através do cronograma de barras Gantt ou do Diagrama em Rede PERT-CPM. O 
cronograma de Gantt é um gráfico simples e de fácil entendimento, entretanto 
apresenta como desvantagem a escassez de informações concernentes à 
interdependência entre as atividades. Enquanto que o cronograma com Diagrama de 
Rede PERT-CPM supre essa deficiência, todavia exige conhecimento amplo do 
projeto. Mesmo assim, a técnica é amplamente utilizada nos mais diversos âmbitos 
devido às suas inúmeras vantagens. 
 
30 
 
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