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Operações Unitárias em Unidades Armazenadoras RECEPÇÃO Eng. Agrícola Adriano Divino Lima Afonso Prof. Adjunto da UNIOESTE / Cascavel Recepção Pré-limpeza Secagem Limpeza Armazenagem Expedição Etapa de RECEPÇÃO Recepção É a porta de entrada do produto agrícola na Unidade Armazenadora A principal função da recepção é a identificação da qualidade e quantidade de produtos agrícolas recebido. Compõe a estrutura de recepção a balança rodoviária de pesagem e o laboratório de análise. A amostragem prévia tem por objetivo identificar o produto agrícola, sua qualidade e as condições que se encontra antes de ser recebido na Unidade Armazenadora. Normalmente é realizada no pátio de estacionamento antes da entrada do produto na Unidade Armazenadora. Amostragem Prévia Condições prévias que podem avaliadas: - Teor de umidade - Temperatura do produto agrícola - Nível de desenvolvimento fúngico - Presença de contaminantes como sementes tratadas e micotoxina - Presença de insetos vivos - Presença de material transgênico ou Organismos Modificados Geneticamente (OGM) Amostragem Prévia 1 2 3 4 5 6 Motivação para recusa do produto fora de padrões aceitáveis - Redução do potencial germinativo - Descoloração do produto - Contaminação por micotoxinas - Aquecimento acentuado - Alterações fisioquímicas - Redução do valor nutricional - Contaminação por sementes tratadas - Perdas econômicas (limpeza, secagem, tratamento, etc) Amostragem tem por objetivo retirar amostras aleatórias representativas do lote do produto para realização de classificação, bem como, em alguns casos definir as operações de processamento que serão necessárias para adequado armazenamento. Normalmente é realizada quando da entrada do produto na Unidade Armazenadora. Amostragem 9 Veículos até 15 ton: coleta das amostras simples em 5 pontos ou mais, a cerca de 50 cm da lateral da carroceria do caminhão Veículos até 25 ton: coleta das amostras simples em 8 pontos ou mais, a cerca de 50 cm da lateral da carroceria do caminhão Veículos acima 25 ton: coleta das amostras simples em 11 pontos ou mais, a cerca de 50 cm da lateral da carroceria do caminhão Procedimento de Amostragem Amostra trabalho Amostra testemunha Homogeneizador Procedimento de Amostragem Amostragem pode ser feita manualmente Amostragem pode ser feita mecanicamente por equipamento pneumático 7 8 9 10 11 12 As principais análises realizadas na amostra de trabalho são: - Percentual do teor de umidade do produto - Percentagem de matérias estranhas e impurezas (MEI) - Peso hectolitro (realizado em trigo, cevada, centeio, aveia) - Verificação de presença de insetos vivos - Percentagem total de grãos avariados - Presença de OGM Observação: Matéria estranha: são os materiais presentes no lote não pertencentes a planta de origem do produto. Impurezas: são os materiais presentes no lote pertencentes a planta de origem do produto. Percentagem de matérias estranhas e impurezas - MEI O exame deve ser executado em amostras de produto pesando de 250 ou 500g, utilizando-se de peneiras apropriadas (milho: 5,0mm e 3,0mm; soja: 3,0mm). Depois da separação das matérias estranhas e impurezas, essas são pesadas e a devida percentagem calculada em relação ao peso inicial. Equipamentos para determinação da matérias estranhas e impurezas Jogos de peneiras quadradas e circulares para determinação da MEI. Máquina automática para determinação da MEI Determinação do teor de umidade A determinação é realizada de acordo com as especificações e recomendações técnicas de manuais de operação dos equipamentos de análises. Equipamentos para determinação do teor de umidade Medidor por capacitância dielétrica – mais usual com menor erro e interferência Medidor por resistência elétrica – em desuso e com maior erro e interferência Estufa – método padrão oficial utilizado para conferência dos equipamentos indiretos Importância da determinação do teor de umidade conforme as normas e recomendações Condição 1 Mi = 20.000 kg Ui = 20 % Uf = 14 % DH2O = 7,0 % MH2O = 1.400 kg Mf = 18.600 kg Mf = 1.114 sacas Condição 2 Mi = 20.000 kg Ui = 19 % Uf = 14 % DH2O = 5,8 % MH2O = 1.160 kg Mf = 18.840 kg Mf = 1.128 sacas DMf = 1.128 – 1.114 = 14 sacas Teor de Umidade: U (%) = ( Pa / Pt ) x 100 Percentual de perda devido a secagem ou redução do teor de umidade: DH2O = [( Ui – Uf ) / ( 100 – Uf )] x 100 Perda de peso devido a secagem ou redução do teor de umidade: MH2O = MP x [( Ui – Uf ) / ( 100 – Uf)] 13 14 15 16 17 18 19 Tabela de descontos de umidade Descontos reais 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Descontos (%) Ui = 18%: Desconto contábil 6,44% Ui = 18%: Desconto físico 4,7% Determinação da percentagem total de grãos avariados É determinado por inspeção visual da amostras de trabalho, separando os grãos que apresentam diferentes defeitos e o percentual de cada defeito é calculado em relação ao peso da amostra analisada, sendo o total de avariados obtido pela soma dos defeitos individuais. 21 Mofado Ardido Fermentado Germinado Carunchado Chocho ou Imaturo Gessado + Grave - Grave MILHO Queimados Ardidos Mofados Fermentados Esverdeados Germinados Danificados Imaturos e Chochos Amassados, Partidos e Quebrados SOJA + Grave - Grave 22 Enquadramento Grãos avariados Grãos quebrados Matérias Estranhas e Impurezas Carunchados Ardidos Total Tipo 1 1,00 6,00 3,00 1,00 2,00 Tipo 2 2,00 10,00 4,00 1,50 3,00 Tipo 3 3,00 15,00 5,00 2,00 4,00 Fora de Tipo 5,00 20,00 Maior que 5,00 Maior que 2,00 8,00 TABELA - Limites máximos de tolerância expressos em percentual (%) MILHO Instrução Normativa nº 60 de 22 de dezembro de 2011 Instrução Normativa nº 18 de 4 de julho de 2012 Em vigor a partir de 01/09/2013 23 INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA nº 11, de 15 de maio de 2007 e ALTERADA pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA nº 37, de 27 de julho de 2007 II - Tabela 2 - Limites máximos de tolerância, expressos em porcentagem, para a soja do Grupo II: (1) A soma de queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos. Tipo Avariados Esverdeados Partidos Quebrados e Amassados Matérias Estranhas e Impurezas Total de Ardidos e Queimados Máximo de Queimados Mofados Total (1) Padrão 4,0 1,0 6,0 8,0 8,0 30,0 1,0 Básico SOJA Determinação de presença de insetos vivos É determinado utilizando peneiras e a inspeção visual em amostras de grãos, verificando a presença de insetos adultos vivos ou de qualquer fase de desenvolvimento. 19 20 21 22 23 24 Determinação do Peso Hectolitro Corresponde ao peso de produto em um volume de 100 litros. A determinação é realizada com auxílio de equipamento denominado de balança de peso hectolitro, cuja capacidade pode ser de ¼ ou 1 litro. O peso hectolitro é indicador de qualidade do produto. Equipamentos para determinação do Peso Hectolitro Determinação de Presença de OGM A determinação é normalmente feita por amostragem de cargas ou carga a carga utilizando de kit devidamente licenciado pelos órgãos competentes. 28 Determinação de Presença de Micotoxina A determinação é normalmente feita por amostragem de cargas ou carga a carga utilizando de kit devidamente licenciado pelos órgãos competentes. A operação de pesagem tem por finalidade quantificar o produto recebido, bem como possibilitar a realização dos descontos devido aos percentuais excessivos de matérias estranhas e impurezas, teor de umidade e do total de grãos avariados acima dos limites permitidos. Operação de Pesagem Observação: a) Caso a amostragem seja realizada após a pesagem não é necessário o retorno ao veículo do excedente de produto amostrado. b) Caso a amostragem seja realizada antes da pesagem, obrigatoriamente deve ser retornado ao veículo o excedente de produto retirado na amostragem.Identificação do Produto Agrícola Recebido: Emissão de Romaneio 25 26 27 28 29 30 31 Exemplo de cálculos: Recebimento de soja: Pesagem: Caminhão: Peso bruto: 36.780 kg Tara: 14.250 kg Classificação: Matéria estranha e impurezas: 1,3% Teor de umidade: 19% Total de avariados: 12% Tolerâncias praticadas na U.A.: Matéria estranha e impurezas: 0% Teor de umidade: 14% Total de Avariados: 8% 32 Cálculos do descontos praticados pela U.A.: Peso líquido: PL = PB – T PL = 36.780 – 14.250 = 22.530 kg Desconto impurezas: DI = PL – [(PMEI – PMEIT)/100] DI = 22.530 – [(1,3 – 0)/100] = 292,9 kg Desconto de umidade: Tabela (19% => 7,75%) DU = ( PL – DI ) x ( %D / 100 ) DU = ( 22.530 – 292,9 ) x ( 7,75 / 100 ) = 1.723,4 kg Desconto de avariados: a) Se TA > AT (8% soja; 6% Milho) DA = ( PL – DI ) x [( TA – 8) / 100] b) Se TA < ou = AT DA = 0 Como TA ( 12% ) > AT ( 8% ) DA = ( 22.530 – 292,9 ) x [(12 – 8) / 100] = 889,5 kg Quantidade líquida de produto do produtor: TP = PL – Di – DU – DA TP = 22.530 – 292,9 – 1.723,4 – 889,5 TP = 19.624,2 kg = 327,1 sacas 33 Condições reais de armazenamento do produto: Percentual de matérias estranhas e impurezas: 4% Percentual médio de teor de umidade: 14% Percentual médio de total de avariados: 100% Cálculos do descontos de recepção: Peso líquido: PL = PB – T PL = 36.780 – 14.250 = 22.530 kg Desconto impurezas: DI = PL – [(PMEI – PMEIA)/100] DI = 22.530 – [(1,3 – 0,4)/100] = 202,8 kg Desconto de umidade: DU = MH2O = MP x [( Ui – Uf ) / ( 100 – Uf)] DU = (22.530 – 202,8) x [( 19 – 14 )/(100 – 14)] DU = 1.298,1 kg Desconto de avariados: Como não são separados os grãos danificados, todo o produto danificado é armazenado: DA = 0 kg Quantidade líquida de produto armazenado: TPA = PL – Di – DU – DA TPA = 22.530 – 202,8 – 1.298,1 – 0 = 21.029,1 kg Diferença a favor da U.A. Saldo = 21.029,1 – 19.624,2 Saldo = 1.404,9 kg = 23,4 sacas 34 Descarga do produto do veículo: realizado na MOEGA O veículo é designado para a descarga e a definição da moega a ser descarregado é definido normalmente pelas características verificadas na classificação do produto. 35 Descarga do produto na Moega: manual Nesse caso há necessidade de mão de obra para retirar o restante final de produto do interior da carroceria do veículo. 36 Descarga do produto na Moega: basculante Processo mais rápido, com menor custo e não há necessidade de mão de obra para retirar o restante final de produto do interior da carroceria do veículo. 31 32 33 34 35 36 37 Descarga do produto na Moega: tombador Processo mais caro, independe do modelo de carroceria do veículo e relativamente rápido, não há necessidade de mão de obra para retirar o restante final de produto do interior da carroceria do veículo. 38 Limpeza da Moega Devido ao recebimento de grãos úmidos e com elevado percentual de matérias estranhas e impurezas é relativamente comum a retenção de parte do produto na moega, sendo necessário a limpeza regular para retirada do produto remanescente. 37 38
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